Olá leitores!

Infelizmente essa foi mais uma semana em que o foco não esteve nas pistas, mas fora delas... tempos difíceis! Em algum momento entre os anos 70 e os dias atuais a Humanidade pegou a estrada errada e não encontra mais o caminho, pois pelo jeito perdeu a bússola, acabou a bateria do GPS e não sabe mais se orientar pelo Sol e pelas estrelas...

Por conta do surto do COVID-19, a.k.a. Coronavirus, foi decidido que a etapa do Bahrein da Fórmula 1 será disputada com portões fechados... claro que a sociedade moderna, cheia de mimimi, está se expressando “indignada” com isso, “onde já se viu uma corrida com portões fechados?”... ora, a corrida já tinha presença pequena de público, não vai fazer praticamente diferença alguma. A corrida da China, que seria em 19 de abril, foi adiada sem data definida (até faz sentido, por ser o país de origem do surto) e pairam dúvidas a respeito do quanto a epidemia pode afetar as competições motociclística, haja vista que o país europeu mais atingido é justamente uma das potências no esporte, a Itália. O que mais me causa espécie é o alarmismo... afinal, esse vírus tem uma taxa de letalidade na faixa de 2%, consideravelmente menor que a taxa de epidemias anteriores que tiveram quantidade de precauções muito menores, como o H1N1, Gripe Aviária, entre outros. Enfim, não duvido que existam outros interesses envolvidos no caso além dos fatores puramente de saúde pública. Espero estar enganado.

A Itália, por sinal, que já conta com mais de 200 mortes por conta do vírus, decretou uma espécie de “quarentena regional” que abrange, entre outras províncias, a de Milão (onde fica o autódromo de Monza) e as de Pesaro e Rimini, aonde se localizam Tavullia, a terra natal de Valentino Rossi, e também onde fica a pista de Misano. Na torcida para que esse “isolamento” combinada com a chegada das temperaturas mais altas da primavera europeia consigam diminuir a propagação do vírus... que felizmente parece não se dar muito bem com o calor.

Voltando aos assuntos de pista, o Mundial de Motovelocidade começou esse final de semana no Catar, mas apenas para a Moto3 e a Moto2. Essas categorias já estavam fazendo testes no país quando a epidemia chegou lá, então por questões sanitárias a categoria principal não foi pra lá e as de acesso fizeram a abertura da temporada. Moto3, como de costume, foi aquele enxame de abelhas brigando entre si e com a definição apenas nos metros finais, e a Moto 2 teve uma SENHORA corrida... se aquilo que vimos foi um indicativo do que será a temporada, excelente. Aqui cabe um adendo: como a emissora que transmitiu por muitos anos a categoria demorou para avisar que não renovaria o contrato e a emissora que adquiriu os direitos de transmissão para 2020 (Fox Sports) também demorou um pouco para conseguir os patrocínios que viabilizassem a compra dos direitos, a notícia saiu no começo da semana passada... e esse vosso escriba estava com medo de quem poderia ser escolhido para fazer a transmissão. Quando soube que o narrador seria o Téo “não perde mais” José, confesso ter ficado preocupado... afinal o bordão pessoal dele nas transmissões se adequa ao automobilismo, e até acho que serviria sem problemas para a MotoGP, mas eu estava preocupado com a possibilidade de “dar ruim” nas categorias menores. Felizmente tudo correu bem, e a transmissão – mesmo tendo sido marcada meio em cima da hora – foi muito bem feita. Pena que o contrato vale apenas para esse ano... mas compreensível na medida em que não se sabe o que a atual “dona” global do grupo Fox, a Disney, vai fazer com os canais de esporte. Enquanto não se tem a definição, não dá pra fazer contratos mais longos... Gostei de ver a postura do vencedor da Moto2, o japonês Tetsuta Nagashima, que poupou a moto no começo da prova para ter pneus em melhor estado no final da corrida, assim como fizeram, por sinal, os outros dois ocupantes do pódio, Lorenzo Baldassarri em 2º e Enea Bastianini em 3º. Os pilotos que disputaram a liderança desde a largada, Luca Marini e Joe Roberts, acabaram ficando com os pneus muito desgastados no final e perderam posições. Roberts ainda conseguiu salvar um 4º lugar, mas Marini caiu na última volta.

E a NASCAR foi até o deserto do Arizona para mais uma etapa, que presenciou a segunda vitória do ano para Joey Logano, que protagonizou nas voltas finais uma acirrada disputa com Kevin Harvick; este correu muito bem, mas teve que se contentar com o 2º lugar, o que para um piloto cerebral como ele é um bom resultado. Em 3º lugar terminou Kyle Busch, em 4º Kyle Larson e fechando o top 5 chegou Clint Bowyer.

Por falar em NASCAR, a chefia da categoria soltou uma “bomba” essa semana que passou: os carros da próxima geração deixarão de usar rodas presas por 5 porcas como o seu carro de rua para usar as rodas de porca central de cubo rápido... difícil imaginar do que o público sentirá mais falta, do Jimmie Johnson ou das rodas com 5 porcas. Enfim, mais cedo ou mais tarde a modernidade teria que chegar nesse campo. Acho que pode trazer uma movimentação a mais nas paradas de reabastecimento e troca de pneus... a conferir.

A “bomba” nacional ficou por conta do talentoso Sérgio Sette Câmara, que anunciou não mais estar como piloto de testes da McLaren... notícia chata, mas não imprevisível desde que a Petrobras quebrou o contrato que tinha com a equipe inglesa. Mas ele e seu Staff foram rápidos e o piloto mineiro acertou hoje, nesta segunda-feira, para ser o piloto reserva da Red Bull e Alpha Tauri, lembrando que ele fez parte do programa de jovens touros entre 2015 e 2017. Melhor do que ficar parado. Que ele encontre um bom carro para acelerar esse ano...

Até a próxima!