Bathurst, Cangurus, Morcegos e Blackouts Print
Written by Administrator   
Monday, 03 February 2020 10:12

Olá leitores!

 

Em primeiro lugar, desculpem o atraso na publicação da coluna, mas em países subdesenvolvidos chuvas fortes costumam levar a quedas de energia... e anda não realizei o projeto de ter um gerador próprio em casa. Um dia, quem sabe...

 

Comecemos com as 12 Horas de Bathurst, primeira prova do Intercontinental GT Challenge, com a participação de pilotos brasileiros e... cangurus. Muitos. Em tese, bem em tese, o barulho provocado por carros de corrida afugentaria os animais silvestres... entretanto sabemos que por conta de gente fresca as restrições de ruído têm feito carros cada vez mais silenciosos, e talvez os padrões atuais não sejam suficientes para afastar os animais silvestres, no caso específico os cangurus. Os administradores da pista agora precisam encontrar uma maneira de cercar a mesma – mesmo que de maneira temporária, só em final de semana de corridas – para evitar as invasões que ocorreram. A vitória ficou com o “pequeno” Bentley Continental #7 do trio Jules Gounon/Jordan Pepper/Maxime Soulet, seguido pelo McLaren 720 GT3 #60 pilotado por Álvaro Parente/Ben Barnicoat/Tom Blomqvist em 2º lugar e pelo Mercedes AMG GT3 #888 de Shane van Gisbergen/Maximilian Goetz/Jamie Whincup. Na prática, o Mercedes #999 pilotado por Felipe Fraga/Maximilian Buhk/Raffaele Marciello cruzou a bandeirada em 2º lugar, mas imediatamente após o final da corrida receberam uma punição de 30 segundos por causa de Marciello, que pilotava no último stint e, em uma parada de troca de pneus não planejada (causada por furo), desobedeceu o regulamento não desligando o carro enquanto a equipe fazia a troca de pneus. Falando em brasileiros, o Nissan GTR Nismo GT #18 do qual fez parte João Paulo de Oliveira terminou em 13º lugar, 3 voltas atrás dos líderes e o melhor entre os Nissan da prova, e o BMW M6 GT3 do qual fez parte Augusto Farfus não terminou a prova: seu companheiro de volante Nick Catsburg não conseguiu desviar de um canguru, e os danos causados foram extensos o suficiente para forçar o abandono. Falando em danos, durante os treinos o Ferrari no qual participariam da prova Daniel Serra e Marcos Gomes nem conseguiu largar devido aos danos recebidos no acidente sofrido por Daniel durante o último treino de classificação. A batida na barreira de pneus após o passeio pela brita foi suficiente para impedir a recuperação do carro. Se serve de consolo, outros pilotos também tiveram problemas no mesmo trecho.

 

O final de semana começou com uma piada: Fernando Alonso, El Llorón de las Astúrias, o semeador da cizânia, do alto de sua incomensurável autoestima (para não escrever coisa pior), acreditou que “pedir perdão” pela imprensa à Honda seria suficiente para a fábrica japonesa o desculpar – e assim, conseguir vaga na forte equipe Andretti para competir nas 500 Milhas de Indianapolis... bom, no dia seguinte (domingo) chegou a informação que era previsível: o braço de competições norte americano da Honda pediu para a matriz, e a matriz negou. Alonso, meu caro, estude um pouquinho: pedir perdão para japonês – principalmente após uma pisada de bola que nem você deu – não é um negócio tão fácil assim. Na melhor das hipóteses, teria que viajar para o Japão, se reunir com todo o alto escalão, se ajoelhar, curvar-se perante a eles, e bater no peito três vezes repetindo “Eu fui um idiota e peço vosso perdão”... se bem que eu duvido que essa técnica funcionasse no caso dele. Talvez fossem necessárias outras técnicas, mas... deixa pra lá.

 

O mundo da motovelocidade foi agitado com a notícia de Fabio Quartararo assinando com a equipe principal da Yamaha para 2021 e 2022, para correr ao lado de Viñales (que também renovou até 2022). E Valentino? Ele ainda não definiu seu futuro, embora a Yamaha tenha garantido moto oficial para ele em 2021. Sabemos que, mesmo longe de sua melhor forma, Rossi ainda é um grande “garoto propaganda” para a marca e atrai noticiário e compradores. Aposentadoria? Uma moto oficial com mecânicos da fábrica na equipe satélite SIC? O futuro de Valentino Rossi está nas próprias mãos, e que ele tenha a sabedoria de escolher o melhor para si mesmo. De minha parte, apenas agradeço a oportunidade que tive de ver um dos maiores gênios do esporte competindo.

 

Falando em despedidas, Tony Kanaan confirmou que 2020 será sua última temporada na Fórmula Indy, e ele correrá apenas nos circuitos ovais. Talvez não seja a despedida ideal, mas nas condições atuais foi a melhor possível. Aos 45 anos, já tendo sido campeão da categoria, vencedor das 500 Milhas de Indianapolis, e mais de 350 corridas disputadas, não temos o direito de questionar o que ele pretende fazer de sua carreira... seja feliz, Tony, e obrigado pelas alegrias proporcionadas.

 

Uma boa notícia vinda da Fórmula E: a categoria eletrificada anunciou uma positiva alteração no traçado usado na etapa mexicana, que terá um “apêndice” a mais na primeira metade da pista e – glória!!! – a retirada daquela chicane sem o menor propósito que existia no meio da curva Peraltada. Muito, mas muito bom mesmo quando fazem alguma alteração em circuito e essa é positiva. De alterações negativas já basta Hermann Tilke, o Maldito, as fazendo por atacado com o aval da Fórmula 1... falando em Fórmula E, a etapa chinesa que deveria ser disputada em 21/03/2020 subiu no telhado por conta da epidemia do coronavírus e por enquanto ainda não temos data para o possível adiamento ou – quem sabe – o cancelamento da etapa. Espero que a epidemia passe logo e lamento que no geral as pessoas não tenham a mesma resistência ao morcego que o Ozzy Osbourne... Sei que com mais de 2 bilhões de bocas para alimentar não dá para fazer como no Ocidente e ser muito seletivo com a fonte de proteína.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini