Daytona e Bianchini no melhor estilo Print
Written by Administrator   
Monday, 27 January 2020 04:46

Olá leitores!

 

Começo a coluna de retorno das férias agradecendo ao Shrek por ter feito uma substituição à altura, inclusive achando qualidades na corrida de furadeiras... ops, Fórmula E, que apenas consegui ver o VT depois de voltar para casa. Devo dizer que tenho a convicção que essa foi a última prova no Chile. Imagine só, como conseguiram cometer a ousadia de criar um circuito de rua com largura decente e ainda mais, com ponto de ultrapassagem??? Não, totalmente fora dos padrões, para a média das corridas foi humilhante, e acho pouco provável que a etapa permaneça no calendário 2020/2021.

 

Agora, um minuto de silêncio em respeito ao passamento do esporte a motor na TV brasileira, já que a Motovelocidade saiu do SporTV, a Indy ainda não teve o anuncio se será transmitida para a Banânia, e o Fox Bola (aquele canal que passa VT de jogo do campeonato argentino ao invés de prova dos playoffs da NASCAR ao vivo) não deve transmitir o resto da temporada da IMSA nem o interessantíssimo WTCR. Sinceramente, não desejo nada de bom ou positivo para os executivos engravatados de m... (desculpem a redundância, afinal no geral o cidadão engravatado É um m...) dessas emissoras de TV. Inclusive estou avaliando se continuarei pagando por TV por assinatura, já que eu assino TV para ter acesso a essas transmissões esportivas que... estão sendo ejetadas por uma horda de contadores e “gestores” com sua duvidosa autoridade proclamada por cursos de MBA, a mais inútil e mais valorizada - no mundo corporativo - invenção dos últimos 500 anos.

 

Mas vamos ao que interessa, carro na pista. Esse final de semana tivemos a disputa das 24 Horas de Daytona, e que corrida sensacional! Se ao final mais uma vez o vencedor na geral foi um Cadillac DPi da equipe de Wayne Taylor, essa vitória foi suada, conquistada com o pé no porão e muita habilidade ao volante. Logo ao amanhecer do domingo, o Cadillac #10 então pilotado por Ryan Briscoe sofreu uma punição de 60 segundos parado no boxe pois... Briscoe saiu dos boxes com a luz vermelha acesa na saída. Esse erro de principiante custou a punição e a perda de uma volta para o novo líder, o Cadillac DPi #5 então pilotado por Loic Duval... mas eles não se deixaram abater, e quando com 19 horas de prova houve a bandeira amarela provocada por Christina Nielsen a volta perdida foi recuperada... e o australiano pilotou feito um possesso, praticamente como se fosse uma prova de curta duração, entregando o carro para Kobayashi conduzir até a bandeirada final, mais de um minuto à frente do segundo colocado, o Mazda DPi #77 de Oliver Jarvis/Tristan Nuñez/Olivier Pla, que foram acompanhados no pódio pelo Cadillac DPi #5 de João Barbosa/Sébastien Bourdais/Loic Duval. O melhor brasileiro na DPi foi Matheus Leist, que fez uma boa estreia na categoria com o Cadillac #85 terminando em 5º lugar. Mesmo com o tempo perdido para o conserto de falhas no câmbio, o Cadillac #31 em que estavam Pipo Derani e Felipe Nasr terminou em 7º lugar, logo à frente do Acura #7 no qual estava Hélio Castroneves, que levou uma batida maldosa logo nas primeiras horas de corrida do Mazda #55 então pilotado pelo Harry Tincknell, sendo obrigado a passar mais de meia hora nas garagens consertando os estragos feitos pelo ataque do britânico. Dessa maneira, o 8º lugar ficou de bom tamanho. Na LPM2 tivemos a vitória do Oreca #81 conduzido pelo quarteto Ben Hanley/Henrik Hedman/Colin Braun/Harrisson Newey (sim, Harrisson é filho do Adrian Newey, aquele mesmo).

 

Na GTLM pudemos comemorar novamente vitória brasileira, com o BMW M8 GTE #24 do quarteto Augusto Farfus/Jesse Krohn/John Edwards/Chaz Mostert. Nas voltas finais o carro #24, pilotado por Krohn, ultrapassou os favoritos para a vitória, os Porsche 911 RSR #912 de Earl Bamber/Mathieu Jaminet/Laurens Vanthoor e o #911 de Matt Campbell/Fred Makowiecki/Nick Tandy. Infelizmente Daniel Serra não completou a prova por causa de problemas mecânicos ocorridos nas horas finais da prova. Já na GTD dobradinha da Lamborghini, com a vitória nas mãos do carro #48 de Andrea Caldarelli/Corey Lewis/Bryan Sellers/Madison Snow e o 2º lugar com o carro #44 de Andy Lally/Marco Mapelli/John Potter/Spencer Pumpelly. Em 3º na GTD e 20º na geral ficou o Audi #88 de Mirko Bortolotti/Rolf Ineichen/Daniel Morad/Dries Vanthoor. O Mercedes do qual fazia parte Felipe Fraga teve que se contentar com o 11º lugar na categoria GTD e 29º na Geral.

 

Tivemos também a disputa de uma das mais tradicionais provas do calendário do Mundial de Rali, o Rali de Monte Carlo. Não entrarei na seara dos nossos especialistas em rali, que detalharam a disputa na coluna “Pé no Porão”, mas não posso deixar de louvar o nível de segurança atingido pelos carros atualmente. O acidente sofrido por Ott Tänak no sábado, se fosse há 10 anos, teria piloto e copiloto mortos. Impressionante no pior sentido da expressão. No mais, vitória na garra e competência de Thierry Neuville (Hyundai) seguido pelos Toyota de Sébastien Ogier (fazendo uma bela estreia pela marca japonesa) em 2º e Elfyn Evans em 3º lugar.

 

Por falar em morte, infelizmente o piloto holandês Edwin Straver não resistiu aos graves ferimentos sofridos após acidente de moto no penúltimo dia do Dakar e, com quadro irreversível de morte cerebral, teve sua morte declarada após a família autorizar os médicos a desligarem os aparelhos que o mantinham vivo. Resquiat in pace...

 

Já que estamos falando de duas rodas, a Ducati apresentou sua moto para esse ano e a sensação foi Andrea Dovizioso, apresentando um capacete com grafismo inspirado no clássico anime Cavaleiros do Zodíaco, mais especificamente Seiya, Cavaleiro de Pegasus... faço votos que a competitividade dele em 2020 faça jus ao grafismo, ano passado não fez.

 

Eu iria comentar algo sobre a Superbike Brasil, flagrada usando laudos falsificados no julgamento de um protesto mas... sinceramente, dá preguiça intelectual de comentar coisas como essa em um país conhecido por “querer levar vantagem em tudo”. Desisto. Só recolonizando essa terra aqui para ter alguma salvação.

 

Para encerrar, algo de bom: Bia Figueiredo declinou do convite de participar das 24 Horas de Daytona e deve ficar fora de boa parte da temporada 2020 da Stock Car Brasil, mas por um ótimo motivo: esta semana que passou ela divulgou em suas redes sociais a sua gravidez. Esta coluna deseja que a criança, segundo a própria com nascimento previsto para agosto, venha a esse conturbado mundo cheia de muita saúde e com um pé direito pesado, muito pesado, para acelerar bastante nas pistas. Parabéns, Bia Figueiredo!!!

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini