Daytona, Dakar e Marinho Print
Written by Administrator   
Monday, 06 January 2020 00:38

Olá leitores!

 

Todo começo de ano é bem parado em termos de esporte a motor... No geral acontece a temporada de fofocas, onde se especula muito a respeito do que pode acontecer durante o ano no automobilismo, alguns treinos preparatórios para as 24 Horas de Daytona e o Rali Dakar, que este ano felizmente está de volta a um clima mais ou menos semelhante ao original. Comecemos com a nota triste: a poucos dias de completar 83 anos (faria aniversário próximo dia 15 de janeiro) faleceu Mário César de Camargo Filho, o “Marinho DKW”, que se notabilizou nos anos de crescimento da indústria automotiva brasileira por ter sido piloto da equipe de fábrica da Vemag de 1958 a 1966, quando a empresa encerrou seu departamento de competições. Era extremamente habilidoso nos circuitos de rua, tendo sido o maior vencedor das corridas realizadas em Piracicaba (interior de SP), tendo usado inclusive um DKW com entre eixos mais curto (modelo na época alcunhado de “Mickey Mouse”) para melhorar a agilidade necessária nos travados circuitos urbanos. Mais um Nobre do Grid que vai correr nos autódromos do Além... Resquiat in pace, gênio do volante, e obrigado por tudo.

 

Vindo do passado para a atualidade, de 03 a 05 de janeiro os pilotos estiveram participando do “Roar Before the Rolex 24 at Daytona”, treinos livres que servem de preparação para os treinos e corrida propriamente ditos que ocorrerão de 22 a 26 de janeiro. Bom momento para pilotos que não estão acostumados com os carros com os quais participarão da prova (como Kyle Busch, que correrá com um Lexus RC-F GT3 #14 na categoria GTD pela equipe AIM Vasser Sullivan) tomarem intimidade com o equipamento, incluindo nesta lista os pilotos brasileiros que não farão a temporada completa do campeonato IMSA. Por falar em brasileiros, e claro que até dia 22 alguma coisa sempre pode mudar, a lista de participações está assim: -DPi: Helinho Castroneves com o Acura #7 da Penske, Pipo Derani e Felipe Nasr no Cadillac #31 da Action Express e Matheus Leist no Cadillac #85 da JDC-Miller; GTLM: Augusto Farfus no BMW M8 GTE do BMW Team RLL #24 e Daniel Serra (agora piloto oficialmente contratado da Ferrari para corridas de turismo) no Ferrari 488 GTE #62 da Risi Competizione; GTD: Bia Figueiredo no Lamborghini Huracán GT3 Evo #19 da GEAR Racing (carro lindo por sinal, pintura lembra aqueles comic books dos anos 50 e 60) em um quarteto feminino de pilotos e Felipe Fraga no Mercedes AMG GT3 #74 da Riley Motorsports. Para completar, Christian Fittipaldi, que foi um dos grandes competidores do campeonato, deve dar a ordem de ligar os motores... torcendo para dia 22 chegar logo!

 

Indo da América do Norte para a Arábia Saudita, começou neste domingo o Rali Dakar. Não é exatamente como o Norte da África, mas é bem parecido e não tem as chuvas das edições sul-americanas. Como sempre, números impressionantes: largaram 139 motocicletas (com um brasileiro, Lincoln Berrocal), 22 quadriciclos, 78 carros, 41 SSVs (aqueles quadriciclos maiores para piloto e copiloto, antes chamados de UTVs, onde estão os únicos representantes do Brasil na competição na categoria, Reinaldo Varela e Gustavo Gugelmin) e 38 caminhões. Por falar nos brasileiros, já começaram tendo que mostrar toda a competitividade, garra e criatividade brasileiras: simplesmente no meio da especial quebrou o sistema de direção do veículo, fazendo com que a coluna de direção se desconectasse do volante. A solução para terminar o trecho cronometrado foi... improvisar. A segunda metade da especial foi feita com uma chave de fenda servindo de “coluna de direção” e uma junção de uma chave de boca e uma chave inglesa servindo como “volante”. A foto é impressionante, e pilotar os 153 km até o fim da especial mais os quase 250 km de deslocamento até o ponto da largada da segunda feira com essas peças improvisadas foi no mínimo épico. Agora, convenhamos, uma “gambiarra” dessas só poderia ter sido feita por brasileiros... pouco provável que algum outro povo tivesse tamanha “criatividade”. Nos carros, Fernando Alonso, “El Llorón de las Asturias”, terminou o primeiro dia em 11º lugar, 15 minutos atrás dos líderes da etapa, os lituanos Vaidotas Zala/Saulius Jurgelenas, que lideraram o trio de Mini no pódio, com Stéphane Peterhansel/Paulo Fiuza em 2º e Carlos Sainz/Lucas Cruz em 3º.

 

Despeço-me de vós, haja vista que as próximas duas colunas serão escritas por alguém do competente time de colunistas do Nobres do Grid, já que pretendo aproveitar uma parte de minhas férias desconectado em LINS (Local Ignorado e Não Sabido) para tentar me recuperar das agruras de 2019, que felizmente já se foi...

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini 
Last Updated ( Monday, 06 January 2020 10:45 )