Olá leitores!

O final de semana começou eletrizante e esquentou de vez no domingo, com as etapas de abertura do campeonato da Fórmula E e a penúltima rodada da Stock Car em Goiânia. E terminarei a coluna com uma convocação/intimação para vocês caros leitores...

Naquele universo perfeitamente organizado que se chama Fórmula E, o campeonato começa no final de novembro com uma rodada dupla (sexta e sábado) e a etapa seguinte ocorrerá apenas daqui a dois meses... confesso que eu tento não criticar a categoria, ver os pontos positivos, mas a “organização” da mesma não coopera com meus objetivos. Enfim, na corrida de abertura da temporada 2019/2020 o primeiro piloto a subir no degrau mais alto do pódio foi Sam Bird, que fez uma corrida digna de campeão: foi cauteloso quando precisou, acelerou com determinação quando era necessário, e largando de 5º lugar teve a competência de chegar à liderança e vencer a primeira corrida. Foi acompanhado no pódio por André Lotterer, com grande resultado na estreia da Porsche no campeonato em 2º e por Stoffel Vandoorne levando o carro da Mercedes até o 3º lugar. No tocante aos brasileiros, Felipe Massa terminou em 12º lugar e Lucas di Grassi em 13º. A segunda corrida teve um pódio que parecia o DTM a algum tempo atrás, com 3 grandes marcas alemãs no pódio: vitória de Alexander Sims de ponta a ponta com o carro da BMW, seguido por Lucas di Grassi em 2º com carro da Audi e Stoffel Vandoorne novamente em 3º com o carro da Mercedes. Felipe Massa, punido com um drive-through por ter alinhado errado na largada, não passou do 18º lugar.

A categoria de apoio, Jaguar iPace eTrophy, também começou sua temporada neste final de semana. Categoria até mais interessante que a própria Fórmula E, tem contra si o tipo de circuito utilizado pela categoria principal, já que seus carros são maiores, mais largos, e portanto apresentam ainda mais dificuldade de ultrapassagem que os fórmulas. No geral, quem faz a pole tem enormes chances de vencer a corrida. Foi o que aconteceu na sexta-feira, com Simon Evans fazendo valer sua pole position para vencer a corrida de ponta a ponta. O atual campeão Sérgio Jimenez teve uma corrida bem movimentada: tentou atacar Evans, perdeu contato com ele, aí teve que defender sua posição com unhas e dentes contra Alice Powell, conquistando um suado 2º lugar, com a competente Alice Powell em 3º. Mario Haberfeld substituiu Cacá Bueno na equipe brasileira, e em sua primeira participação largou em 10º e terminou em 8º. A corrida do sábado teve os mesmos integrantes no pódio, apenas com inversão de posições: foi a vez de Sérgio Jimenez fazer valer sua pole position e vencer a etapa, com Simon Evans em 2º lugar e Alice Powell novamente em 3º lugar. Haberfeld batalhou bastante e terminou em um bom 5º lugar.

No domingo a Stock Car foi enfrentar o forte sol de Goiânia para mais uma rodada dupla, que começou com os pilotos fazendo uma homenagem ao falecido Tuka Rocha. Na pista, a primeira corrida foi vencida com maestria por Gabriel Casagrande (Crown Racing), seguido por Cesar Ramos (Blau Motorsports) em 2º lugar e Lucas Foresti (Vogel Motorsports) em 3º. A segunda corrida foi ainda mais movimentada que a primeira, com a tristeza ficando para Ricardo Maurício, que ganhou mas não levou. Explicando: ele venceu a prova, mas foi desclassificado por ter a luz de freio (item de funcionamento obrigatório segundo o regulamento) queimada. Assim sendo, quem herdou a vitória foi Felipe Fraga (Cimed Racing), seguido por Nelsinho Piquet (Full Time Sports) em 2º lugar e por Valdeno Brito em 3º. A liderança do campeonato continua com Daniel Serra (335 pontos) seguido por Thiago Camilo com 306 pontos e, mais afastado, Ricardo Maurício em 3º com 292 pontos. A última etapa em Interlagos promete...

Agora o assunto é automobilismo na tela grande: eu acredito que boa parte de vocês leitores já tenham ido assistir à produção de Hollywood Ford X Ferrari, calcada principalmente nos fatores que levaram a Ford Motor Company a fazer um carro para vencer em Le Mans e na ajuda de Ken Miles no desenvolvimento do carro. Antes que algum preciosista venha reclamar que “o filme não mostra os fatos exatamente de acordo com os fatos históricos, recomendo voltar ao começo do parágrafo e ler que eu escrevi “produção de Hollywood” e não “documentário”. Isto posto, e sem dar spoilers, convoco quem ainda não foi assistir ao filme para ir assistir sem demoras, antes que suma do circuito comercial. OK, sempre existe a possibilidade de aguardar sair o DVD e assistir em casa no home theater, mas... o filme é bom o suficiente para merecer ser assistido no cinema, em uma tela grande. Simplesmente excelente, a recriação dos boxes da época foi muito bem feita, fotografia, cenários, a atuação dos atores principais (Matt Damon e Christian Bale) valorizando os personagens de Carroll Shelby e Ken Miles, e principalmente o ronco... ah, o ronco dos motores! Por mim, poderiam simplesmente lançar duas trilhas sonoras do filme: a com as músicas utilizadas (muito boa, por sinal, extremamente representativa da época) e outra só com os roncos dos motores dos carros. Uma pessoa que não se arrepia com o som de um motor Ferrari a 8000 rpm ou um Ford Big Block a 7000 rpm não merece confiança, apenas para citar dois exemplos. Gostei de Rush, não nego (principalmente a atuação de Daniel Brühl como Niki Lauda, assustadoramente boa), mas não tenho medo de afirmar que Ford X Ferrari é melhor. Mais uma vez, se você gosta de carros, gosta de automobilismo, e ainda não assistiu, VÁ ASSISTIR! Não estou dando uma ordem, mas uma forte recomendação...

Até a próxima!