O final do ano e a abstinência de corridas, mas não de emoções Print
Written by Administrator   
Monday, 11 November 2019 06:13

Olá leitores!

 

Sabem a coisa ruim de chegar perto do final de ano? Aquela sensação de que, com os títulos sendo decididos, daqui a pouco volta aquele período praticamente sem competições automobilísticas e que frequentemente traz aquela síndrome de abstinência de corridas...

 

Mas vamos com um campeonato que está no meio, o WEC, que aparentemente conseguiu fazer funcionar (ainda não à perfeição, mas estão chegando lá) o BOP na categoria LMP1 permitindo que as equipes particulares possam ao menos ter chance de disputar com a única equipe de fábrica da atualidade, a Toyota. Artificial? Sim, mas em um mundo povoado por DRS e Push-to-Pass, aceitável. De qualquer maneira, ficou a satisfação de ver o carro #1 da Rebellion vencer a prova de 4 Horas de Shangai, pilotado pelo trio Bruno Senna, Norman Nato e Gustavo Menezes. A título de curiosidade, não apenas foi a 10ª vitória do Bruno Senna em categorias do WEC como ele se tornou o primeiro piloto a obter vitórias em todas as categorias (LMGTE-Am, LMGTE-Pro, LMP2 e agora finalmente na LMP1). Como não canso de repetir, existe vida fora da Fórmula 1, e ele encontrou um lugar onde expor seu talento. Os dois outros lugares no pódio da categoria principal ficaram com os carros da Toyota, em 2º o #8 dos líderes do campeonato Sébastien Buemi, Brendon Hartley e Kazuki Nakajima e em 3º o #7 de Mike Conway, Kamui Kobayashi e José María López. Na LMP2, altamente competitiva, a Goodyear mostrou que veio para valer na categoria, e já na sua 3ª corrida após seu retorno à categoria consegui fazer os dois primeiros lugares no pódio, com o carro #38 de António Felix da Costa, Anthony Davidson e Roberto Gonzalez conseguindo após muita disputa se sobrepor ao carro #37 da equipe de Jackie Chan pilotado por Gabriel Aubry, Will Stevens e o herói local Ho-Pin Tung. Em 3º o primeiro carro com o tradicional fornecedor da categoria, Michelin, com o carro #22 da equipe United pilotado por Filipe Albuquerque, Phil Hanson e Paul di Resta. O brasileiro André Negrão chegou logo atrás, em 4º lugar na categoria. Menção negativa para a transmissão para o Brasil, a cargo de um canal que se diz especializado em esportes mas a única coisa que sabe transmitir com competência e profissionalismo é tênis... melhor lugar para informações sobre Roger Federer & Cia, mas uma negação para todo o resto.

 

A Stock Car foi fazer sua etapa no Velo Città, bela pista da qual não tenho exatamente a melhor das lembranças (na volta de uma prova de 500 Km lá um carro do qual eu gostava muito recebeu uma pancada por trás de uma motorista desatenta e deu perda total), e a primeira corrida foi decidida na inteligência da equipe Ipiranga: perceberam que a pista (que no começo da prova estava molhada) secava rapidamente e na parada de boxes trocaram os pneus biscoito pelos slick. Thiago Camilo aproveitou e conquistou a vitória na primeira corrida, seguido por Gabriel Casagrande em 2º e Daniel Serra em 3º. A segunda corrida do dia teve um novo vencedor: após uma série de bons resultados, finalmente chegou a hora de Bruno Baptista conhecer o sabor da vitória na categoria principal da Stock Car. Merecidamente, diga-se de passagem, ele vinha fazendo por merecer há tempos. Foi acompanhado neste momento feliz por Diego Nunes em 2º lugar e por Daniel Serra em 3º - aliás, com esse resultado Serrinha se isolou na liderança do campeonato, faltando apenas a rodada dupla de Goiânia para chegarmos à decisão do campeonato em Interlagos.

 

Saindo das 4 para as 2 rodas para um momento emocionante: 26 anos atrás, em uma disputa na pista de Misano, um dos grandes nomes do motociclismo mundial sofreu uma queda que poderia não ter tido outro prejuízo que não o material... se a moto não tivesse caído sobre o piloto e fraturado a sexta vértebra torácica lesionando a espinha. Esse grande piloto, tricampeão da categoria, chamado Wayne Rainey, ficou paraplégico após esse acidente. E semana passada ele voltou a pilotar uma moto, especialmente adaptada para atender às necessidades dele. Emocionantes as imagens divulgadas na internet dele voltando à pista no seu histórico macacão branco e vermelho, cores da equipe de fábrica da Yamaha na época.

 

E na NASCAR as coisas estão definidas. Confesso que eu achava que a corrida em Phoenix seria mais atribulada, mas acabou sendo um grande jogo de xadrez, no qual (para a alegria desse vosso colunista) Joey Logano não conseguirá defender seu título conquistado ano passado em Homestead. Denny Hamlin fez uma corrida irretocável, pilotou como poucas vezes foi visto, e venceu a corrida carimbando sua passagem para a decisão do título junto aos seus colegas da Joe Gibbs Racing, Kyle Busch (que terminou a corrida em 2º lugar) e Martin Truex Jr. (que neste domingo foi um ótimo 6º colocado) e ao representante da Stewart-Haas, Kevin Harvick (que chegou em 5º lugar em Phoenix). Entre Buschinho e Harvick terminaram Ryan Blaney em 3º (que também fez uma ótima prova, a propósito) e Kyle Larson em 4º lugar, novamente o melhor dos Chevys na corrida. Já estou ansioso para a corrida de decisão do campeonato semana que vem!

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini