Fim de semana com muita coisa boa... ou não Print
Written by Administrator   
Monday, 20 May 2019 01:52

Olá leitores!

 

Não posso negar, esse final de semana foi uma ótima prévia para o próximo, que terá 3 das mais prestigiosas provas do calendário: GP de Mônaco, 500 Milhas de Indianapolis e 600 Milhas de Charlotte. OK, as duas últimas dependem da não existência de chuva, mas a princípio será um domingo no qual devo ficar grudado na TV… e esse fim de semana teve muita coisa boa. Vejamos: W Series, All Star Race da NASCAR, DTM, MotoGP, WTCR, Stock Car e classificação para as 500 de Indianapolis. Um bocado de coisa para acompanhar…

 

Ladies first, comecemos com a W Series, que foi com seus carros de F-3 para fazer sua 2ª etapa na pista de Zolder (um lugar triste para mim, por ser a pista onde faleceu meu grande ídolo Gilles Villeneuve) e apesar da pole position ter ficado com a mesma pilota da primeira etapa (Jamie Chadwick, inglesa de pé direito pesadíssimo) a vitória não ficou nas mãos de Jamie: a vitoria na Bélgica ficou com a Beitske Visser , da vizinha Holanda. Largou bem, não se atrapalhou com as duas vezes que o safety-car foi requerido para entrar na pista, e mereceu o degrau mais alto do pódio. Foi seguida pela inglesa Jamie Chadwick em 2º lugar, que lutou bastante para essa posição mas acabou terminando mais de 5 segundos atrás da líder – o que talvez explicasse o sorriso amarelo no pódio mesmo com a liderança no campeonato. O 3º lugar ficou com outra súdita de Elizabeth II, Alice Powell, que mostrou muita combatividade. Curioso para ver como será a próxima etapa, a ser realizada no começo de junho na pista de Misano, excelente para motos… mas que promete dificuldades para carros.

 

Aproveitando que a W Series foi a preliminar da corrida, vamos ao DTM, que não conseguiu fazer nada muito emocionante em Zolder. No sábado, vitória de Philipp Eng (BMW), jovem piloto austríaco que conseguiu sua primeira vitória na categoria em sua 23ª largada e em uma pista que fica a menos de 100 km da sede da equipe pela qual corre (a RBM). Foi auxiliado pela entrada do safety-car requerido após dois dos quatro carros da Aston Martin propiciarem mais uma demonstração de abandono sincronizado na 12ª volta. Como ele foi dos primeiros a aproveitar a abertura da janela de pit-stops, conseguiu se aproximar dos líderes e, após a saída do carro de segurança, os ultrapassar e assumir a liderança, cruzando a linha de chegada com cerca de 8 segundos e meio de vantagem para o 2º colocado, o sueco Joel Eriksson (BMW), que cruzou a bandeirada com o 3º colocado Nico Müller (Audi) quase grudado no seu para-choques traseiro. O brasileiro Pietro Fittipaldi (Audi), em busca de sua pontuação para conseguir a Super Licença da F-1, não foi muito bem sucedido e terminou a prova apenas em 14º lugar. Já no domingo a prova foi mais movimentada, mas não muito: Eng se recuperou muito bem de uma saída de pista logo no começo, e como no sábado as emoções foram resultado da estratégia de parada de boxes e do safety-car. Inclusive gostei de ver alguns arriscando a fazer uma segunda parada para pneus mais novos no final da prova. No geral, os estrategistas estão muito “quadrados” nas suas estratégias, praticamente não existe mais espaço para a ousadia. Nessa situação, vitória do atual campeão René Rast (Audi), seguido por Philipp Eng em 2º e por Jamie Green (Audi) em 3º lugar. Boa surpresa, o Aston Martin de Jake Dennis conseguiu um bom 6º lugar, e Pietro Fittipaldi conquistou mais 2 pontos na tabela chegando em 9º lugar, seu melhor resultado na categoria em 4 corridas.

 

A prova extra campeonato que distribui 1 milhão de dólares para o vencedor aconteceu na noite de sábado e foi… incrível! Os 3 segmentos do Open, que selecionaram 3 pilotos para competir com os “figurões” no All-Star, foram muito disputados, e foi do 3º segmento do Open que saiu o novo milionário da NASCAR: Kyle Larson. Sim, finalmente um carro da Chevrolet ganhou uma corrida esse ano. OK, foi prova extra campeonato, mas já indica uma possibilidade de acabar com a alternância JGR/Penske dessa temporada. Larson já começou o All-Star com o carro com “marcas de batalha”, assim como o “queridinho” da transmissão da TV, Bubba Wallace, que tinha nítidas “cicatrizes” no carro. Primeiro segmento foi vencido por Kyle Busch, o segundo por Kevin Harvick… e tudo indicava que a vitória estaria entre esses dois. Mas Larson fez um 3º segmento primoroso, a Ganassi trabalhou muito bem nas paradas (ao contrário de Harvick, que perdeu posições de pista a cada uma das paradas) e ao final o garoto Larson fez por merecer o bom trabalho da equipe e dele mesmo. Kevin Harvick teve que se contentar com o 2º lugar, à frente de Kyle Busch, que finalizou a prova em 3º, Joey Logano em 4º e… Bubba Wallace em 5º. Sim, 2 pilotos vindos do Open para o Top-5. E também teve ação após a bandeirada: Clint Bowyer e Ryan Newman tiveram suas “diferenças” na pista e após a bandeirada Bowyer foi tirar satisfações com Newman. Infelizmente ele não esperou o básico, ou seja, Newman sair do carro e tirar o capacete para começar com os socos, pelo que a contenda teve toques de comédia pastelão. Essa geração atual nem sabe sair na briga como nos velhos tempos de Cale Yarborough… lamentável.

 

E já que estamos no mundo dos motores V-8 de grande capacidade cúbica, a Stock Car foi para mais uma rodada dupla, dessa vez na ótima pista de Goiânia. A primeira corrida foi meio sonolenta, confesso, mas a segunda foi melhor. Não muito, é verdade, o calor intenso desanimou os pilotos de fazerem grandes manobras, mas foi melhor. Na primeira corrida, Thiago Camilo fez a pole, a melhor volta e venceu… mas não levou. Após as duas corridas do dia, no melhor (ou pior…) estilo Fórmula E, os comissários perceberam que naquela grande farra da batatinha à vinagrete que é  a “largada em movimento Brazilian Style”, onde praticamente ninguém respeita alinhamento, Thiago queimou a largada e decidiram por aplicar 20 segundos de punição ao piloto, que caiu para 13º lugar. Assim, o 2º colocado Ricardo Zonta herdou a vitória, seguido por Daniel Serra em 2º e Marcos Gomes em 3º. Isso é, se não acharem alguma outra punição até a próxima etapa… a segunda corrida foi vencida por Rubens Barrichello, que conseguiu resistir aos ataques feitos por Julio Campos – que insistiu bastante, mas ao final teve de se contentar com o 2º lugar. Daniel Serra completou o pódio em 3º, e agora divide a liderança da pontuação com Rubinho. Temporada promete… só espero que não prometa punições como as desse final de semana.

 

No mundo das 2 rodas, nada mudou: mais uma corrida, mais uma vitória de Marc Márquez. Menos mal que dessa vez não foi com tanta facilidade, os adversários ofereceram alguma resistência até a metade da prova… ao que tudo indica, a temporada acaba em agosto. Em 2º lugar chegou Andrea Dovizioso, que veio ganhando posições com inteligência e não deixou Márquez fugir muito no campeonato, seguido por Danilo Petrucci em 3º. Jack Miller (4º) no começo da prova fez Marc transpirar debaixo do macacão, mas do meio da prova em diante começou a perder lentamente o desempenho… a melhor Yamaha foi a de Valentino Rossi (5º), seguido pela KTM de Pol Espargaró em 6º lugar. Dessa vez a melhor Suzuki terminou em 10º (Alex Rins) e a melhor Aprilia em 13º com Aleix Espargaró.

 

O WTCR foi até Zandvoort para correr na pista que (dizem) retorna em 2020 ao calendário. Um bocado de gente reclamou dizendo que “a pista não serve para F-1”. Até concordo que os boxes precisam ser refeitos, mas a pista… desculpem, é uma pista “old school”, não vai ter os 20 metros de largura dos Tilkódromos. E espero que não substituam as caixas de brita/areia por áreas de escape asfaltadas. Sim, sou o primeiro a reconhecer que depois que a especulação imobiliária reduziu a área total ocupada pelo autódromo pela metade ele perdeu boa parte de seus atrativos, mas ainda assim é uma pista mais interessante que Yas Marina. E se o problema foi localização das zonas de DRS, se conseguiram mais de um ponto de acionamento no kartódromo, ops, autódromo de Hungaroring conseguirão em Zandvoort. Simples assim. No tocante às corridas, a corrida 1 (no sábado) teve a vitória de Thed Björk (Lynk & Co) fazendo dobradinha com seu companheiro de equipe Yvan Muller e com o veloz espanhol Mikel Azcona (Seat) em 3º. Augusto “Ninho” Farfus abandonou com problemas no Hyundai após alguns contatos na pista. A corrida 2 (já no domingo) mostrou uma intensa disputa entre Honda e VW, com Esteban Guerrieri (Honda) defendendo bem sua liderança no campeonato dos ataques da dupla de Vws da Sébastien Loeb Racing, Benjamin Leuchter em 2º e Johan Kristoffersson em 3º. Farfus fez boa corrida e terminou em 6º lugar. A 3ª e última corrida do final de semana mais uma vez trouxe mais emoções, com os companheiros de Lynk & Co Björk e Yann Ehrlacher se tocando na largada e obedecendo ordens de equipe para trocar e depois destrocar as posições. Climão nos boxes para o resto da temporada, ao que tudo indica… a torcida brasileira chegou a sonhar em rever Farfus no pódio, entretanto (segundo o próprio site da categoria) na última volta veio a ordem para deixar passar Norbert Michelisz, que não é da mesma equipe mas é o piloto Hyundai mais bem colocado no campeonato, passar… OK, fica pra Nürburgring… de qualquer forma, o 4º lugar foi a melhor colocação dele esse ano.

 

Também tivemos movimentação em Indianapolis, com a classificação no sábado e a disputa dos 3 últimos lugares e a “Superpole”, lá chamada “Fast Nine”, entre os 9 mais rápidos do sábado no domingo. A posição de honra ficou com Simon Pagenaud (Penske), que fez uma média de quase 230 milhas por hora (229,992 milhas por hora, para ser mais preciso) para liderar o começo da corrida. Será acompanhado na primeira fila por 2 carros da equipe de Ed Carpenter, com o dono da equipe largando em 2º e Spencer Pigot em 3º. Primeira fila inteira com motores Chevrolet. O primeiro carro com motor Honda largará em 5º, graças ao estreante Colton Herta, e os brasileiros largarão em 12º (Helinho Castroneves), 16º (Tony Kanaan) e 24º (Matheus Leist). Lá nas últimas filas, estreantes e pilotos de equipes com a verba exata para participar das 500 Milhas se classificaram… mas, a não ser que durante a semana Don Fernando de las Astúrias solte uma verba para “comprar” o assento em algum desses carros de equipes menores, o sonho da Tríplice Coroa foi adiado para 2020, já que Fernando Alonso não foi veloz o suficiente para se classificar para a largada com o carro da McLaren. Sim, eu já ri muito, e vocês leitores que também não vão com a cara do Choronso podem continuar rindo até próximo final de semana. Eu ficarei…

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini