Um final de semana à prova de monotonia Print
Written by Administrator   
Monday, 29 April 2019 03:42

Olá leitores!

 

Não deu pra reclamar de monotonia nesse final de semana, tivemos muita atividade nas pistas seja no asfalto, seja na terra. E quero começar ressaltando mais uma vez a incapacidade da Ferrari em modificar sua estratégia no meio da corrida. Pelo jeito, estavam contando com um safety-car… e como o safety-car não apareceu, se perderam mais do que cegos em tiroteio. Se a Scuderia Ferrari precisar, por favor, podem me chamar. Pela metade do salário do Iñaki Rueda eu faço coisa muito melhor do que ele, vocês não se arrependerão. Até consigo me comunicar com os mecânicos em italiano, não tem problema. Pior que o Rueda só a decisão da RGT em não mostrar o pódio da corrida ao final… afinal, tinha que mostrar entrevista com jogador de futebol falando que ganhou a primeira bola aos 9 meses de idade… no more comments. O momento bizarro/surreal da corrida aconteceu na tentativa de ultrapassagem de Daniel Ricciardo sobre o Kvyat: Daniel perdeu o ponto de freada e passou reto na curva. Com o australiano errando a curva, Daniil teve que abrir a trajetória e não conseguiu fazer a curva. Enquanto o russo se preparava para engatar a marcha a ré e retornar à pista, o Ricciardo fez a mesma manobra mais rapidamente e… bateu no carro do russo. Confesso que não lembro de um acidente entre carros na F-1 causado por uma marcha a ré. Evidentemente a internet se encheu de memes do Ricciardo com uma câmera de ré no volante do carro… se eu não tivesse visto a imagem, dificilmente acreditaria.

 

Vitória merecida de Valtteri Bottas, que não só fez a pole como teve a competência de segurar a investida de seu companheiro de equipe Lewis Hamilton (2º lugar) logo após a largada, abrir vantagem quando foi necessário e resistir à pressão de Lewis no final da prova. Fez tudo certo, e foi agraciado com a posição de honra do pódio. Lewis fez o que pôde para superar Bottas, mas o finlandês estava em um dia iluminado e o pentacampeão teve de se contentar com o degrau intermediário do pódio.

 

Em 3º lugar, cerca de 10 segundos atrás de Hamilton, chegou Sebastian Vettel, que em nenhum momento ofereceu real oposição aos carros da Mercedes. Depois da prova alegou que não conseguiu esquentar devidamente os pneus macios e os danificou. Tá bom, farei de conta que acredito… seu companheiro Charles Leclerc (5º) largou com pneus médios ao contrário dos macios da maioria dos outros pilotos e andou muito bem enquanto os pneus duraram… aí o “brilhante” setor de estratégia da Ferrari entrou em ação e atrasou a troca dos pneus o quanto foi possível, fazendo ele perder MUITO tempo na pista. Tá certo que pra quem largou em 9º o resultado está no lucro, mas…

 

Em 4º terminou Max Verstappen, que fez uma corrida bem decente até o safety-car virtual por conta do abandono do seu companheiro Gasly (absolutamente desnecessário, afinal ele parou em uma área de escape fora da pista, uma bandeira amarela no local seria suficiente, mas…), onde perdeu a temperatura ideal de funcionamento dos pneus e não mais a recuperou, prejudicando sensivelmente seu desempenho. Gasly (17º) foi vítima de falha no câmbio e teve de abandonar após uma corrida decente em comparação às anteriores.

 

6º colocado foi Sérgio Perez, que fez mais um de seus “milagres” e levou o carro da Racing Daddy, digo, Racing Point, até o melhor resultado esse ano, com uma pilotagem muito segura. Quando ele está “inspirado” é um grande piloto… seu companheiro Lance Stroll (9º) também fez uma apresentação acima da sua média, pelo que a equipe tem todos os motivos para comemorar o final de semana.

Em 7º e 8º chegaram os dois carros da McLaren, em nítida melhora após a saída de Fernando “o desagregador” Alonso, onde os pilotos Carlos Sainz Jr. e Lando Norris (nessa ordem) pilotaram de maneira segura e sem erros, conquistando preciosos pontos pra equipe.

 

Fechando a zona de pontos chegou Kimi Räikkönen, mantendo a escrita de ser o único pontuador da Alfa Romeo. Para quem largou dos boxes, excelente resultado. Seu companheiro Antonio Giovinazzi acelerou muito mas não passou do 12º lugar… para quem reclamou o tempo todo do carro, não foi um mau resultado.

 

Próxima etapa deve ser mais sonolenta ainda, GP da Espanha, onde todas as equipes fazem os testes de pré temporada… podem prepara o café para assistir a corrida.

 

Mas o final de semana não teve só F-1. Aqui ao lado, na Argentina, tivemos mais uma etapa do WRC, onde Thierry Neuville contou com sua própria habilidade e com os azares de Ött Tänak para conquistar a vitória e se assegurar na ponta do campeonato. Foi acompanhado no pódio pelo seu companheiro de equipe Andreas Mikkelsen (2º), que conseguiu voltar aos pontos após uma sequência de azares, e por Sébastien Ogier em 3º após acelerar tudo que tinha direito nas especiais do domingo. O carro pode não ser mais o melhor da categoria, mas ele mostrou que os títulos não vieram de mão beijada… para os brasileiros a alegria ficou na categoria WRC2, onde Paulo “Palmeirinha” Nobre chegou em 3º na categoria e 13º na geral, deixando os diversos competidores “hermanos” para trás. Como o rali argentino é muito mais forte que o brasileiro, esse foi um feito e tanto.

 

O WTCR foi até o kartó… ops, autódromo de Hungaroring para mais uma rodada tripla, e lá não teve jeito: tivemos que aguentar a supremacia argentina, que teve 2 vitórias em 3 corridas no final de semana: Néstor Girolami (Honda) venceu a prova 1 (sábado), seguido pelo experiente Yvan Muller (Lynk&Co) em 2º e por outro argentino, Esteban Guerrieri (Honda), em 3º. A corrida 2 (já no domingo) também foi vencida por Girolami, dessa vez seguido por Jean-Karl Vernay (Audi) em 2º e pelo Daniel Häglof (Seat) em 3º. O destaque foi a pista escorregadia por conta de uma chuva intermitente que atrapalhou e muito a vida dos pilotos e deu muito trabalho para as equipes remendarem os carros para a 3ª corrida do final de semana, logo em seguida… essa corrida também teve a influência da pista escorregadia e foi vencida pelo interminável Gabrielle Tarquini (Hyundai), 57 anos mas vontade e determinação de um garoto de 17 anos, seguido pelo herói local Norbert Michelisz (Hyundai) em 2º lugar e pelo sobrinho do Loeb, Yann Ehrlacher (Lynk&Co), em 3º. O brasileiro Augusto Farfus Jr., se readaptando aos tração dianteira, pontuou nas 3 corridas, fazendo 9º nas duas primeiras provas e 8º na última.

 

No sábado a Fórmula E foi para as ruas de Paris, onde fizeram a primeira corrida da categoria com chuva, e a escrita da temporada se manteve: mais uma vez a corrida teve um vencedor inédito, dessa vez foi o holandês Robert Frijns, seguido por 2 alemães, Andre Lotterer em 2º e Daniel Abt em 3º. Lucas di Grassi teve de se contentar com o 4º lugar, ao passo que Felipe Massa terminou em 9º.

 

E a NASCAR foi fazer sua 100ª corrida na pista de Talladega, onde pela primeira vez desde a década de 80 correram sem a placa restritora nos carros, fruto do novo regulamento que limita a potência no sistema de injeção em 550 cv… e a corrida foi muito interessante. Apenas em alguns momentos se fez a “minhoca”, aquela fila única absolutamente tediosa. No geral os carros andaram bem embolados na pista, propiciando um espetáculo à altura daquilo que o público da categoria gosta. O interessante foi que não apenas os pilotos das equipes se ajudaram durante a prova, mas também entre equipes rivais que correm para a mesma marca fizeram “jogo de equipe”, com trocas de vácuo entre os carros. O primeiro segmento ficou nas mãos de Ty Dillon, e o segundo com Chase Elliott. No segmento final tivemos um bocado de novidades no pelotão da frente. Começando pelo vencedor, Chase Elliott, que conquistou a primeira vitória para a Chevrolet esse ano, fábrica que por sinal dominou o Top-10: 6 carros em 10 foi um resultado a ser comemorado em um ano de domínio Toyota e Ford. Em 2º lugar chegou o Chevrolet de Alex Bowman, seguido por outro Chevy, dessa vez de Ryan Preece. Primeiro Ford chegou em 4º (Joey Logano), seguido por outro Chevy para encerrar o Top-5, o de Daniel Hemric. Primeiro Toyota apareceu em 10º lugar, com Kyle Busch.

 

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini