Mesmo sem corridas, assunto não falta Print
Written by Administrator   
Sunday, 21 April 2019 23:52

Olá leitores!

 

Um final de semana festivo para muitos, que comemoraram com seus entes queridos, inclusive os pilotos das principais categorias. Sim, não tivemos nem mesmo uma corridinha de NASCAR para deliciar nossos ouvidos. Para não dizer que não teve atividade alguma nas pistas, foi um final de semana de corridas do Campeonato Paulista de Velocidade no Asfalto, onde vários abnegados apaixonados por automóvel foram colocar seus Gol, Palio, Celta, Ka, Opala, entre outros modelos, na pista de Interlagos. Inclusive rolou uma bateria em conjunto da F-Vee e da F-1600, categorias que nasceram do mesmo berço (a segunda é uma dissidência da primeira), monopostos idênticos que se diferenciam basicamente apenas na marca de motor utilizado Não fazia sentido as duas largarem em separado, até pelo fato de que, com as duas unidas tendo apenas a classificação em separado o grid fica muito mais interessante, com muito mais carros e o espetáculo é de melhor qualidade. Torço para que esse seja o padrão daqui por diante… até porquê a mesma tática é usada na Porsche Cup, onde 4 categorias diferentes largam juntas e contam sua classificação em separado.

 

O bom de não ter tido nenhuma grande categoria esse final de semana é que sobra tempo para comentar algumas coisas que geralmente acabo deixando de lado para a coluna não ficar muito grande e enfadonha de ler. Comecemos com o anunciado calendário da NASCAR para 2020, onde aparentemente a categoria resolveu levar a sério a proposta de “trazer a emoção de volta”… vejamos: a) Pocono terá “rodada dupla”, ou seja, uma rodada da categoria principal com 400 milhas no sábado 27/07… e outra da mesma extensão no domingo 28/07. Pode ser interessante, mas… provavelmente alguns se pouparão na corrida do sábado para ter equipamento pro domingo. b) a última prova antes dos playoffs será… Daytona “noturna”, a prova de 400 milhas no sábado 29/08. Se a última corrida antes dos playoffs geralmente é tensa, essa deverá ser lotérica. Acho justíssimo ter uma decisão em uma pista tradicional para a categoria, mas Daytona definitivamente é um movimento ousado. c) as 3 primeiras provas do playoff serão em pistas “roots”: Darlington, Richmond e Bristol. Pensem por um instante o que será essa prova de Bristol eliminando os 3 primeiros do playoff… proibida para cardíacos. d) a 9ª corrida dos playoffs, aquela que indica os 4 que irão disputar o título, será em… Martinsville. Sim, a pista mais apertada da categoria receberá uma etapa eliminatória. Chance de tretas tende a 100%. e) a corrida final, a decisão do campeonato, não será mais na espaçosa Homestead, 1,5 milha com pista bem larga, perfeita para uma corrida com lances de xadrez. Não, agora será em… Phoenix. Sim, aquela acanhada pista de 1 milha onde nos playoffs volta e meia os pilotos saíam “na mão” após a prova receberá a decisão do campeonato. Se a intenção era transformar a decisão em algo mais “lotérico”, objetivo alcançado. Impressionante a possibilidade de encrenca advinda desse calendário. Tendo como base a temporada 2019, onde das 9 provas até agora apenas 2 equipes venceram, estava mais do que na hora de mexer em algo… e espero que dê certo. Pessoalmente eu colocaria as 3 primeiras provas do playoff como sendo as 3 últimas antes do final, mas… torço para que dê certo.

 

Mudando completamente de categoria, aguardo com expectativa próximo dia 25/04, quando a organização do Rali Dakar deve anunciar o contrato para que as próximas 5 edições aconteçam na Arábia Saudita, provavelmente envolvendo a partir da segunda um ou mais países vizinhos. Não que as 11 etapas na América do Sul tenham sido ruins, mas… não eram “Dakar” na sua essência, com a predominância absoluta de desertos. E como parece que o trajeto original, largando na França e terminando no Senegal, está fora de cogitação, a mudança para o Oriente Médio parece-me a opção mais sensata para trazer de volta o espírito da corrida. Espero que com essa mudança volte a coisa mais legal do Dakar “original”, que eram as big trail, motos que pareciam camelos com 2 rodas. Sim, sou saudosista das BMW R100 GS, Suzuki DR 800 Big, Cagiva 900 Elefant, Yamaha Super Ténéré, entre outras.

 

Foi com tristeza que li a notícia que a Ford vai encerrar ao final da temporada o seu programa de Endurance, com os excelentes Ford GT das equipes oficiais sendo vendidos para times privados. Entretanto, entendo a decisão: afinal, a marca estadunidense deve focar seus investimentos nas picapes, SUVs e no Mustang, abandonando os outros segmentos, então pela lógica não faria sentido continuar investindo em uma categoria que não tem a ver com os investimentos futuros deles. Seria interessante se eles montassem uma picape para participar do Dakar, mas… não acredito nem em um instante nisso.

 

Por falar em tristeza, na madrugada do dia 17/04 o piloto Vinícius Margiota, de apenas 23 anos, que competia na Stock Light e estava suspenso da categoria por ter sido pego no antidoping com substância proibida recreativa, entrou na contramão, em alta velocidade com uma picape de porte médio, em uma movimentada estrada do interior de São Paulo e bateu de frente com um caminhão de grande porte. Pela dinâmica da coisa, e por conta da suspensão nas pistas, pessoalmente não descarto a hipótese de suicídio. Que a alma dele encontre a paz que procurava, e meus sinceros pêsames aos familiares e amigos. E antes de ser acusado de “leviandade” por não descartar suicídio, informo que conheço muito bem o que é depressão, até por sofrer da mesma (felizmente está sob controle, e não tenho intenção de os deixar tão cedo, OK?) e ter perdido alguns amigos para ela.

 

E no mundo da Fórmula 1 a batata do Mattia Binotto continua no forno. 3 corridas com resultados abaixo do esperado pelo que foi indicado nos testes de pré temporada, somado aos erros de estratégia dignos de equipe de fundo de pelotão da Fórmula 4 e à perspectiva de pela primeira vez desde 1950 da equipe não conquistar nenhum título, seja de pilotos ou de construtores, fazem a imprensa italiana fazer o seu papel de tocar bumbos e clarins na porta da fábrica em Maranello. Como diriam os torcedores de futebol dos clubes mais “populares” do Brasil, #caboupás (acabou a paz), agora deve ser na base da pressão mesmo. Poderia até deixar aqui alguns “gritos de guerra” para a torcida italiana se inspirar, mas infelizmente perderiam muito de sua expressividade na tradução… enfim, a única coisa da qual o Binotto pode se alegrar é que ele não comanda a Williams, essa sim em situação lamentável.

 

E atenção às pessoas que forem acompanhar as 500 Milhas de Indianapolis em 2019: pelas fotos divulgadas será difícil diferenciar o carro do Fernando Alonso do carro do Marco Andretti, estão razoavelmente semelhantes parados… que o dirá a mais de 300 km/h.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini