Olá leitores!

Em meio às folias momescas, o esporte a motor não parou… seja com testes, seja com corridas, os carros estiveram nas pistas. Fora das pistas, creio que a notícia mais promissora foi a alteração no regulamento da MotoGP que introduziu a novidade testada no Qatar e aprovada pela maioria dos pilotos da “punição por volta longa”, que nada mais é do que obrigar o piloto que excedeu os preciso e limites da pista obtendo vantagem de tempo (por exemplo) a passar por uma área segura (a ser demarcada em cada pista em uma das áreas de escape asfaltada) fazendo uma trajetória mais longa que a padrão do traçado, a fim de padronizar a perda de tempo pela infração. Até então o piloto que obteve vantagem tinha que ceder a posição, mas isso não era um método muito preciso, e não era incomum o piloto que recebeu a punição não ter uma perda significativa de tempo. Agora punição será mais efetiva, e portanto comemoro a implantação da novidade.

Os testes da Fórmula 1 em Barcelona continuaram, e não vou me estender em análise de tempos pois sou uma pessoa com memória suficiente para lembrar da época em que a Ferrari era campeã, a equipe mais rápida em todos os testes de pré temporada… e na hora do “vamos ver” perdia o título por antecipação. Ou nem chegava a ter condições de o disputar, relegada a um papel coadjuvante. Isso posto, constato com certa alegria o fato que aparentemente a disputa para ser a 4ª força do campeonato será acirrada. Nitidamente Mercedes, Ferrari e Red Bull (mesmo com os motores Honda) estão um degrau acima das demais, mas essa disputa por ser “a melhor do resto” parece bem interessante… Renault, Alfa Romeo e Toro Rosso mostraram velocidade, e a McLaren parece ter feito um carro melhor que o do ano passado (não que precise muito para isso, mas…), o que mostra que a briga no pelotão intermediário pode ser muito atrativa – não vou fazer previsões para o pelotão da frente, já que ainda estou esperando como a Ferrari vai fazer para me decepcionar esse ano… principalmente após o novo capo Signore Binotto dizer que prega a continuidade do trabalho. Ou seja, devo me preparar para um carro que começa a temporada muito bem e depois falha clamorosamente na disputa com a Mercedes? Ou devo me preparar para mais erros de estratégia ainda durante as corridas estragando o trabalho dos pilotos? Talvez isso tudo junto e misturado? Também devo, como torcedor, preparar-me para os erros de pilotagem, já que a Ferrari não contratou nossa colunista Catarina para ser psicóloga “full time” da equipe e tentar colocar a cabecinha do Vettel nos eixos novamente. E infelizmente o Vettel ultimamente virou aquele piloto que – como diz o povão – se apertar, peida. Leclerc pode ser campeão, mas por volta de 2020, 2021, 2019 ainda será um ano de aprendizado dele em uma equipe de grande porte – e com pressão/cobrança muito maiores que as da Sauber/Alfa Romeo.

Risíveis também as bravatas de Valtteri Bottas prometendo não ser mais o Chihuahua do Hamilton. Se a intenção dele é treinar para stand-up comedy, lamento informar que ainda está fraco… precisa melhorar. E a grande cena da semana foi a lenda Kimi Räikkönen, meu piloto favorito da atualidade, consertando o próprio assento do carro nos boxes… afinal, quem quer serviço bem feito faz por si mesmo.

Quem não está em testes é a NASCAR, que teve um final de semana com muita gente no autódromo de Las Vegas para acompanhar a tentativa de Kyle Busch, piloto natural da cidade, “varrer” o final de semana vencendo nas 3 categorias. Quase deu certo: ele venceu na noite de sexta-feira a (boa) prova da Truck Series, que contou com bons pilotos novatos e 3 mulheres competindo (além da habitué Jennifer Jo Cobb, que terminou em 27º lugar, tivemos as estreantes Angela Ruch em 16º e a Natalie Decker em 13º), venceu no sábado a prova da Xfinity Series, mas no domingo teve três adversários muito fortes a enfrentar: a dupla principal de pilotos da Penske (que definitivamente parece ter o melhor carro desse começo de temporada) e uma punição por excesso de velocidade no pit lane, que se não comprometeu definitivamente a corrida dele ao menos deu mais trabalho para ele chegar ao pelotão da frente de novo. O novo regulamento da categoria para a categoria principal, com redução de 200 cv de potência e maior pressão aerodinâmica, gerou uma corrida das mais interessantes, com apenas um abandono por problema mecânico e sem bandeiras amarelas que não fossem as de final de segmento. E devo dizer que o ronco dos carros não ficou ruim com a potência a menos, continua aquele ronco gostoso de V-8 de alta capacidade cúbica. A prova foi bem disputada, com nítido domínio dos carros da Ford: Kevin Harvick venceu o primeiro segmento, e Joey Logano venceu o segundo segmento e a corrida, após uma intensa disputa nas últimas voltas com seu companheiro de equipe Brad Keselowski, que tentou tudo que estava ao seu alcance mas teve de se contentar com o 2º lugar. Em 3º chegou Kyle Busch, aproveitando da perda de desempenho do carro de Kevin Harvick, que liderou o maior número de voltas mas teve que se contentar com um 4º lugar na bandeirada. Fechando o Top-5, chegou Kurt Busch com o melhor dos Chevrolet da corrida. Aliás, domínio Ford: dos 10 primeiros, 5 eram Ford, 3 Toyotas e 2 Chevrolets. O calvário do heptacampeão Jimmie Johnson continua: foi o 19º colocado, uma volta atrás dos líderes…

Até o momento do fechamento dessa coluna ainda não tinha saído o resultado da segunda prova do dia, mas nesse domingo o campeonato da Trans-Am começou com uma rodada dupla em Sebring, e o brasileiro Rafa Matos venceu a primeira corrida com seu Camaro da categoria TA2. Parabéns!

Até a próxima!