Talento não é para qualquer um Print
Written by Administrator   
Sunday, 02 December 2018 23:34

Olá leitores!

 

Em primeiro lugar, desculpem minha ausência semana passada, tive problemas técnicos com meu desktop e não consegui escrever a coluna sobre a última etapa do ano da F-1… o desktop ainda está no estaleiro, mas redijo esta coluna de um notebook com Linux. O teclado não é tão confortável, mas quebra um galho enquanto não chego em um acordo se a solução é o conserto ou a substituição do desktop (que, de qualquer maneira, venho mantendo funcionando há 10 anos…).

 

Esse domingo tivemos a grande final da Copa Truck em Pinhais, na periferia de Curitiba, uma das pistas que mais gosto no Brasil (e que espero finalmente conhecer quando estiver de férias em Curitiba em janeiro – esse ano tentei ir mas não deu…) e que foi um palco mais do que digno para a decisão do título dessa categoria que está crescendo a olhos vistos e, em no máximo 3 anos, creio eu, deve alcançar a mesma grandeza que tinha sido atingida pela antiga Fórmula Truck. É uma categoria que sabe tratar muito bem seu público, e que proporcionou a esses fiéis fãs uma última etapa com duas corridas de alto nível. Na primeira prova, já ficou claro que o dia seria decidido entre Felipe Giaffone e Roberval Andrade, pois os dois assumiram a liderança e não foram mais incomodados pelos outros concorrentes. Giaffone liderou com certa tranquilidade até perto do final, quando foi ultrapassado a 2 voltas do final por Roberval e seu caminhão nitidamente começou a perder rendimento. Bom para Roberval, já que o líder do campeonato até antes da corrida começar, André Marques, abandonara a 5 voltas do final. Roberval em 1º e Giaffone em 2º foram acompanhados por Leandro Totti em 3º, Wellington Cirino em 4º e Beto Monteiro em 5º. Na segunda corrida final do sonho do título de vez para André Marques: mais um abandono. Enquanto isso, Roberval e Giaffone continuavam mostrando que seus caminhões eram os mais rápidos e escalaram o pelotão rapidamente. Roberval assumiu a liderança na 7ª volta, quando os líderes Adalberto Jardim e Beto Monteiro se tocaram no momento em que Beto tentou fazer a ultrapassagem com um pouco mais de arrojo e foram visitar a área de escape. Novamente Roberval e Giaffone nas duas primeiras posições, e dessa vez Felipe estava sensivelmente mais rápido, mas Andrade conseguia fechar a porta com maestria, impedindo uma tentativa mais séria de ultrapassagem. Considerando o resultado da primeira corrida, se Roberval chegasse em segundo lugar ainda seria campeão… o piloto foi avisado pela equipe via rádio disso, e quando a 2 voltas do final Giaffone tentou novamente ultrapassar pela parte de dentro na primeira curva do circuito, inteligentemente Andrade não se defendeu com tanto empenho e deixou passar. O título seria dele mesmo com um segundo lugar, e o importante era levantar o caneco de campeão. A corrida terminou com vitória de Felipe Giaffone, seguido por Roberval Andrade em 2º, Wellington Cirino em 3º, Beto Monteiro em 4º e Renato Martins completando o pódio em 5º lugar. Os 5 primeiros no campeonato foram: Roberval Andrade (164 pontos), Felipe Giaffone (162), Wellington Cirino (152), Renato Martins (135) e André Marques (128).

 

Após a corrida final da temporada de F-1 lá em Abu Dhabi tivemos testes de pneus no meio da semana, que serviram para alguns pilotos terem contato com suas novas equipes, caso de Kimi na Sauber e Leclerc na Ferrari. Aliás, estou mais careca que pneu slick de saber que esses testes não querem dizer quase nada, mas… Leclerc mostrou que ou Vettel “acorda” em 2019 ou será sumariamente “engolido” pelo jovem monegasco. Também foi confirmada, para espanto de alguns, a presença de Robert Kubica na Williams no grid em 2019. Aos que criticam a decisão da Claire Williams & Cia., eu afirmo que, mesmo com apenas uma mão “funcionando” (o câmbio do carro do polonês possui borboleta de troca de marchas apenas do lado esquerdo, empurrando e puxando ele sobe e desce as marchas, estilo os carros de WRC) ele é melhor piloto que 1/3 do grid atual da categoria. Sim, a câmera onboard do carro dele causa uma certa aflição ao perceber que a mão direita praticamente apenas se apoia no volante, mas… ele é muito bom, e mesmo com esse handicap ainda acho que pode ser mais efetivo que um Sirotkin da vida.

 

Outro ponto interessante foi que Fernando Alonso e Jimmie Johnson trocaram de carros: o resultado não me surpreendeu, com o norte americano heptacampeão fazendo um tempo muito próximo do de Alonso e com o espanhol apanhando da “barca” da NASCAR naquele monte de curvas de Abu Dhabi. Aliás, dos possíveis destinos do ibérico para o futuro eu aposto que ele investirá apenas nas provas de Endurance, com suas tentativas na Indy se resumindo a Indianapolis. Motivo: no Endurance ele encontrou um ambiente que lhe é familiar, com a equipe claramente trabalhando para um dos carros (no caso o dele), ao passo que esse tipo de atitude nos EEUU é muito mais raro, até pelo motivo de geralmente os carros da mesma equipe terem patrocinadores diferentes… não consigo imaginar o Alonso não reclamando horrores do companheiro de equipe não abrindo a porta para ele passar em uma prova da Indy.

 

E por falar em “prima donna” espanhola, Jorge Lorenzo – que ainda se queixa de incômodo no pé que fraturou naquele forte tombo de Aragão – fará nova cirurgia para corrigir essa fratura a tempo de se recuperar completamente até o início da próxima temporada. Afinal, para enfrentar Marc Márquez em seu próprio terreno no mínimo requer estar fisicamente 100%.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini