Um chá amargo e um lanterneiro, por favor Print
Written by Administrator   
Monday, 09 July 2018 01:05

Olá leitores!

 

Que corrida foi o GP da Inglaterra! Ao passo que a enorme torcida que foi para o autódromo aguardava ansiosamente a volta por cima do Hamilton após o abandono na Áustria, eis que chegou Vettel e colocou mostarda escura na torta de rim da torcida inglesa... quando a gente achava que seria difícil alguma corrida ser tão empolgante quanto o GP da Áustria, a pista de Silverstone (ou o que sobrou dela, depois de tantas reformas que acabaram com o principal atrativo dela, as longas retas e as curvas velozes) propiciou um espetáculo de primeira grandeza para o público amante de esporte a motor. Principalmente por conta da corrida de recuperação de Hamilton após ser tocado por Räikkönen na 3ª curva após a largada: claramente um erro de julgamento do finlandês, algo que em qualquer outra categoria seria considerada coisa de corrida, mas que foi utilizado pelo bebezão chorão do Lewis para levantar teoria da conspiração de que “o toque foi de propósito”... nem o gênio Michael Schumacher conseguiu levar a contento uma manobra dessas, por que cargas d’água o elemento acharia que o Kimi conseguiria bater de propósito como bateu e seguir adiante sem danos? Choro, choro de mau perdedor, choro de criança mimada.

 

Vitória na estratégia e na habilidade de Sebastian Vettel, que com sua 51ª vitória se iguala a Alain Prost no total de vezes que ocupou o degrau mais alto do pódio. O alemão fez tudo certo: largou muito bem, atacou Bottas quando perdeu a liderança com a troca de pneus, e após assumir a liderança procurou abrir vantagem. Uma atuação sem críticas. Seu companheiro Kimi Räikkönen (3º) superestimou a aderência da parte interna da terceira curva do circuito e tocou o queridinho da torcida, recebendo uma punição de 10 segundos parado nos boxes por conta dessa ousadia toda (onde já se viu tirar da pista o Hamilton em plena Inglaterra?), mas conseguiu se recuperar para subir mais uma vez no pódio nessa temporada.

 

Em 2º chegou Lewis Hamilton, o piloto com tanta habilidade para reclamar quando as coisas não acontecem exatamente do jeito que ele imaginou como para pilotar. Tudo bem que a tarefa de se recuperar após a rodada foi facilitada pelo carro magnífico, mas ainda assim foi uma grande atuação. Seu companheiro Valtteri Bottas (4º) arriscou uma estratégia com uma parada a menos para alcançar a vitória... teria funcionado se a corrida fosse um pouco mais curta.

 

Em 5º terminou Daniel Ricciardo, que obteve um grande resultado levando em consideração a falta de velocidade máxima da Red Bull em Silverstone. Reclamou dos pneus terem acabado nas voltas finais, mas ainda assim teve melhor sorte que seu companheiro Max Verstappen (15º), que acabou abandonando por conta de falha nos freios.

 

Em 6º chegou Nico Hülkemberg, feliz com o desempenho apresentado mesmo com pneus duros, que segundo ele mesmo garantiram pontos importantes para a equipe. Seu companheiro Carlos Sainz Jr. (16º) abandonou após ser tocado por Grosjean, que neste domingo pareceu ter voltado ao seu (lá dele) normal...

 

Em 7º terminou Esteban Ocon, feliz por ter pontuado e com o progresso que o carro apresentou desde o começo da temporada. Ainda não está bom como terminou o ano passado, mas já melhorou consideravelmente do fraquíssimo começo de temporada. Seu companheiro Sérgio Pérez (10º) perdeu muito tempo por causa da rodada do Hamilton na primeira volta, e depois foi fazer corrida de recuperação – bem mais difícil que a do Lewis, por conta da diferença de equipamento, mas ainda assim um trabalho muito bem feito.

 

Em 8º chegou Fernando Alonso, mais uma vez arrancando elefante da cartola para fazer esse carro da McLaren andar e chegar à zona de pontuação. Seu companheiro Stoffel Vandoorne, 12º colocado, é um bom piloto, mas não consegue fazer mágica para arrancar desempenho desse carro nitidamente mal projetado.

 

Em 9º terminou Kevin Magnussen, que além de propiciar mais 2 pontos pra Haas fez uma corrida segura e sem exageros, pouco comum por parte dele. Seu companheiro Romain Grosjean (16º) não vinha fazendo uma grande prova, e ainda conseguiu se enroscar com o Sainz Jr., eu quase diria que está voltando ao normal dele...

 

Mas o final de semana não teve só F-1: no sábado a etapa noturna de Daytona, a prova de 400 milhas, foi praticamente um “demolition derby”, até diria que a vida se inspirou na arte: no ótimo desenho “Carros 3”, Lightning McQueen sai em busca das pistas em que seu mentor Doc Hudson correu, e descobre a placa indicando uma pista de terra... que na verdade virou palco de corrida de demolição noturna, não mais de velocidade. E a prova noturna de Daytona foi assim, antes da metade da prova os favoritos já tinham abandonado por conta dos “big ones” que ocorreram no segundo segmento. Por falar em segmento, os dois primeiros foram vencidos pelo Ricky Stenhouse Jr, o cara que causou os acidentes que tiraram da prova tanto a dupla Logano/ Keselolowski como o Kyle Busch. Conseguiu desagradar às duas torcidas mais antagônicas da categoria, parabéns! Vitória para o Toyota do sobrevivente Erik Jones, sua primeira na categoria principal, seguido por Martin Truex Jr. em 2º, AJ Allmendinger em 3º , Kasey Kahne em 4º lugar e fechando o Top – 5 chegou Chris Buescher.

 

E a Indy foi para o Iowa para mais uma etapa, e teve como grande novidade a quebra do jejum de vitórias de James Hinchcliff em um dia que tudo que podia dar errado para a poderosa Ganassi deu... foi seguido por Spencer Pigot em 2º e por Takuma Sato em 3º. Tony Kanaan não passou de um magro 17º lugar e o garoto Matheus Leist foi o primeiro a abandonar. Nada a comemorar para os pilotos brasileiros.

 

Também teve velocidade sobre duas rodas, com o Mundial de Superbike visitando a pista de Misano para mais uma rodada dupla. E mais uma vez a vitória no sábado e no domingo ficou com Jonathan Rea, que não deve ter dificuldades no final da temporada para ser campeão novamente. No sábado ele foi acompanhado no pódio por Chaz Davies em 2º e Eugene Laverty em 3º, e no domingo por Mark van der Mark em 2º e Marco Melandri em 3º.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini