Um rádio, um burro, um bicampeão e um aplicativo Print
Written by Administrator   
Sunday, 06 May 2018 23:46

Olá leitores!

 

Foi um final de semana com muitas atividades no mundo do esporte a motor, e que começou com um grande susto: a impressionante panca do Pietro Fittipaldi na Radillion durante a classificação para as 6 Horas de Spa-Francorchamps, etapa de abertura da temporada 2018/2019 do WEC. Levando em conta que um LMP1 deve passar naquele trecho a mais de 70 metros por segundo, deve no mínimo ser muito desagradável virar passageiro a essa velocidade toda... felizmente o trecho é em subida e pelo vídeo dá para ver que ele conseguiu reduzir significativamente a velocidade antes de encontrar a barreira de pneus. A mesma pane na Blanchimont seria consideravelmente pior... o importante é que ele recebeu atendimento rápido, foi atendido no hospital por cirurgiões competentes, e agora é enfrentar as dores da fisioterapia para voltar a fazer aquilo que ele sabe fazer de melhor, acelerar. E sim, as fraturas doem, mas a fisioterapia em casos de ruptura de ligamentos (como as que ele sofreu na perna direita) é de fazer qualquer adulto machão chorar. Boa sorte para ele!

 

E já que começamos falando de WEC, continuemos. Fernando Alonso precisou ir para o Endurance para conseguir aquilo que ele nunca conseguiu na Fórmula 1, ou seja, vencer em Spa-Francorchamps. Também contou com a sorte (ou seria “sorte”?) do outro carro da equipe Toyota ter sido desclassificado por infringir uma regra do regulamento técnico na classificação de sexta-feira (aqui entre nós, muito, mas MUITO estranho um dos carros ter uma configuração tão diferente assim em um item como o medidor de fluxo de combustível, mas...), precisar largar dos boxes com uma volta de desvantagem para o pelotão todo, e ainda assim no final da prova, quando ele se aproximava, a equipe Toyota ter dado a famigerada “ordem de equipe” para os carros não disputarem posição. Enfim, aconteceu o previsível, com dobradinha da equipe Toyota (não custa lembrar, a única fábrica grande na categoria LMP1, já que Audi e Porsche resolveram “jogar para a galera” dos ambientalistas alemães e vão se dedicar apenas aos elétricos) com o carro #8 na frente, pilotado pelo trio Sébastien Buemi/Kazuki Nakajima/Fernando Alonso e o #7 logo atrás, com o trio Mike Conway/Kamui Kobayashi/José “Pechito” López. Na pista, o 3º colocado foi o Rebellion LMP1 de Andre Lotterer/Bruno Senna/Neel Jani, que conseguiram superar a desvantagem de fazerem 2 paradas a mais nos boxes para consertar a antena do sistema de telemetria da FIA e conseguiram ser os melhores entre os plebeus, mas... na inspeção técnica pós corrida foi constatado que o carro #1 tinha a prancha de madeira que fica presa ao assoalho do carro (sim, não é só na F-1 que tem essa coisa ridícula) com desgaste maior que o permitido, e o carro foi desclassificado. Assim sendo, para fins de campeonato, a 3ª posição ficou com o Rebellion #3, do trio Mathias Beche, Thomas Laurent e Gustavo Menezes. Na LMP2 vitória do trio Rusinov/Vergne/Pizzitola (G-Drive Racing), com Richelmi/Aubry/Tung (Jackie Chan DC Racing) em 2º e o carro #36 da Signatech Alpine com o brasileiro André Negrão acompanhado de Pierre Thiriet e Nicolas Lapierre terminou em 3º lugar. Na LMGTE-Pro vitória do Ford GT #66 do trio Mücke/Pla/Johnson, que fez os brasileiros lamentarem o acidente logo no primeiro teço da corrida que retirou da corrida o outro Ford GT, #67, onde deveria correr o Tony Kanaan... fica para Le Mans. Em 2º chegou o Porsche 911 RSR de Christensen/Estre e em 3º a Ferrari 488 GTE Evo de Rigon/Bird. Na LMGTE-Am, dobradinha Aston Martin, com o trio Paul Dalla Lana/Pedro Lamy/Mathias Lauda à frente do trio Yoluc/Hankey/Eastwood e com a Ferrari 488 GTE do trio Mok/Sawa/Griffin fechando o pódio em 3º.

 

Categoria que também iniciou este final de semana suas atividades deste ano foi o DTM, que teve duas ótimas corridas em Hockenheim. Na prova de sábado, dobradinha Mercedes no pódio com Gary Paffett em 1º, seguido por Lucas Auer em 2º e Timo Glock (BMW) em 3º. Augusto Farfus até se classificou bem, largando em 6º, mas a estratégia adotada pela equipe fez com que ele fosse perdendo posições e terminasse em 15º lugar. Uma pena. No domingo, uma corrida altamente disputada com um SHOW (em caixa alta mesmo) de pilotagem do Paffett para segurar o 2º lugar, coisa que não conseguiu (terminou em 3º), mas vendeu muito, mas muito caro mesmo a 2ª posição para Mike Rockenfeller (Audi), em prova vencida com certa facilidade por Timo Glock. Desta vez o Farfus progrediu na corrida, largando em 13º e terminando em 10º (mas perdeu desempenho no final, chegou a estar em 8º lugar).

 

E o Mundial de Motovelocidade finalmente chega ao solo europeu, com a prova de Jerez de La Frontera, circuito que ganhou a adição do nome do grande campeão espanhol Ángel Nieto ao seu nome oficial, e o vencedor de cada uma das categorias ganhou, paralelamente ao troféu, uma miniatura do busto do Nieto que foi inaugurado na sexta-feira no autódromo. Torço para que essa homenagem se torne permanente, não apenas esse ano. Vitória, como seria de se esperar, de Marc Márquez em frente à sua torcida, que saiu do 5º lugar na largada para a liderança da prova pouco antes da metade da corrida. O que ninguém esperava era que houvesse o enrosco que houve entre Daniel Pedrosa, Jorge Lorenzo e Andrea Dovizioso. Lorenzo, aparentemente, ainda não se acostumou com o fato que NÃO é mais companheiro de equipe do Márquez e, portanto, NÃO tem motivos para continuar agindo como escudeiro do compatriota. Após segurar bastante as investidas de Dovi para o ultrapassar (e partir para cima de Márquez), Lorenzo errou na freada da curva ao final da reta oposta, abriu a trajetória, o italiano colocou a moto por dentro para passar e o espanhol nem olhou para ver se tinha alguém por dentro. Toque entre os dois, que acabou envolvendo também Pedrosa, que assistia a briga de camarote e esperava que sobrasse algo de bom para ele daquela disputa. Sobrou, mas algo de ruim. Ele foi catapultado da moto e não piorou a condição do seu pulso por pura sorte ao cair no asfalto. Quem agradeceu essa lambança toda foi Johann Zarco (Tech3), novamente a melhor das Yamaha na pista (já que Rossi, após muita luta, não passou do 5º lugar e Viñalez foi apenas 7º), seguido pelo Andrea Iannone, que conseguiu um ótimo 3º lugar com a Suzuki após uma bela disputa com Petrucci (Ducati Pramac).

 

E aqui no Brasil tivemos a etapa de Londrina da Stock Car, que na primeira corrida teve vitória do excelente Max Wilson (RC/Eurofarma), que dedicou a vitória à sua mãe (afinal, próximo domingo é Dia das Mães aqui no Brasil) após uma corrida das melhores que ele fez na categoria. O acompanharam no pódio Marcos Gomes (Cimed) em 2º e Daniel Serra (RC/Eurofarma) em 3º. A segunda corrida foi vencida por Lucas Di Grassi (Hero), sua segunda na categoria, seguido por Rubens Barrichello (Full Time) em 2º e mais uma vez Daniel Serra (RC/Eurofarma) em 3º. Esses resultados fizeram Daniel ampliar consideravelmente sua vantagem no campeonato (tem 116 pontos contra 80 do segundo colocado, Cacá Bueno) e já indica um caminho a ser trilhado para ele defender seu título de campeão.

 

E na NASCAR tivemos a prova de Dover, a “Monster Mile”, cujo mascote é um tosco monstro de cimento batizado de Miles, the Monster... sim, é ridículo, mas para aquela pista está louco de bom. E quem se deu melhor no piso de concreto foi Kevin Harvick (Ford), que não deu chance para os adversários: venceu o primeiro segmento, venceu o segundo segmento e venceu a corrida. Sua quarta vitória na temporada foi em grande estilo, definitivamente, liderando 201 das 400 voltas da prova. Nem a chuva que interrompeu a corrida quando seu companheiro de equipe Stewart-Haas estava na frente conseguiu o segurar, já que 8 voltas após a relargada assumiu novamente a liderança. Foi seguido por Clint Bowyer (Ford) em 2º, o mexicano Daniel Suarez (Toyota) em 3º (certamente ele aproveitou para uma comemoração tardia do Cinco de Mayo, grande feriado do México), o atual campeão Martin Truex Jr. (Toyota) em 4º e Kurt Busch (Ford) fechando o Top-5.

 

Próxima semana teremos GP da Espanha, podem deixar preparado o café pois a chance de uma corrida sonolenta em Barcelona é razoável (espero queimar minha língua...).

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini