Aberturas, estreias e retornos Print
Written by Administrator   
Monday, 12 March 2018 00:28

Olá leitores!

 

Não tenho dúvidas que foi um final de semana especial para o fã de esporte a motor, afinal tivemos a abertura da temporada 2018 da Stock Car em pleno sábado, com a corrida de duplas permitindo ao brasileiro ver pessoalmente pilotos que fazem sucesso lá fora em categorias que não vêm para o Brasil, o começo da temporada da Indy com carros muito mais bonitos que aquelas “Periplanetas americanas” que enfeiavam a tela da TV e de quebra mais difíceis de pilotar, o que com certeza deu uma movimentação especial à corrida no circuito de rua, a lenda Sébastien Loeb voltando a disputar uma etapa do WRC e a prova que, ao menos neste começo de temporada da NASCAR, está difícil parar o Kevin Harvick, que está com um carro muito mais “no chão” que os outros pilotos.

 

Começando com a Stock Car, que correu em pleno sábado em Interlagos, para ver se conseguia alguma chance de ter uma cobertura minimamente decente na programação esportiva da Globo no domingo de manhã. Conheço pessoas que ficaram indignadas com essa mudança, mas infelizmente é assim que o mundo funciona, se a emissora oficial não ajuda a categoria a ter o destaque que merece no domingo, o jeito é tentar inovar... Acredito que os pilotos tenham gostado, mas acho que ainda é cedo para bater o martelo que foi a melhor solução. Gostaria de uma corrida no sábado, mas mais para o final da tarde, o horário previsto originalmente para a largada foi 13h30m, por causa da chuva acabou sendo adiada para quase 14h, não vejo necessidade de fazer a largada tão cedo se o público não vai trabalhar no dia seguinte. É o tipo de iniciativa que ficaria bem melhor com uma largada por volta das 16h, sem dúvida. O sonho, se o Brasil fosse um país minimamente sério e que respeitasse minimamente qualquer outro esporte que não o maldito futebol, seria a pista ter iluminação artificial que permitisse uma corrida no entardecer do sábado, com a bandeirada já à noite. Sim, eu sei que o autódromo (por decisão do eleitorado paulistano, que elegeu um elemento pernicioso que desde a campanha deixou bem claro que não entendia a pista como algo importante para a cidade) está muito mais perto de se tornar o condomínio Ayrton Senna Towers (o Boobus paulistanus acha muito “chique” prédios com nome em inglês, subserviência cultural clara e evidente) do que receber qualquer melhoria e/ou aperfeiçoamento, mas os políticos ainda não descobriram uma maneira de cobrar impostos sobre os sonhos, então... continuarei sonhando, pois AINDA é de graça.

 

No tocante a corrida em si, a chuva do sábado acabou tornando a corrida muito mais interessante. Logo na largada, Di Grassi não conseguiu controlar o carro (o Fórmula E deve ser muito mais fácil de guiar que um Stock...) e já carimbou a barreira de pneus, mostrando a que veio nessa temporada. Na pista, após diversas rodadas, algumas batidas e até bandeira amarela por conta de excesso de detritos na pista que causou furos de pneus, a merecida vitória ficou com a dupla formada pelo atual campeão Daniel Serra e seu convidado, o excelente João Paulo Oliveira, que faz bem sucedida carreira no automobilismo japonês, seguidos pela dupla luso-brasileira Rubens Barrichello e Filipe Albuquerque (grande piloto esse Albuquerque, por sinal) e em 3º cruzou a bandeirada o carro de César Ramos e Kelvin van der Linde. Após a corrida, constataram que o carro #30 teria parado nos boxes durante o safety-car, que pelo regulamento é proibido, e a dupla tomou uma punição de 20 segundos, que os jogou para 12º lugar. Então, ao menos por enquanto (a equipe recorreu da punição), oficialmente o 3º lugar ficou com o carro que chegou em 4º, pilotado pela excelente dupla Ricardo Maurício e Felipe Nasr. Vamos ver o que vai dar esse recurso, creio que em nada, mas... Outro ponto que achei meio preocupante, espero que não se repita no resto da temporada, foi que dos 33 carros que largaram apenas 22 terminaram. Para uma corrida de 1 hora, de uma categoria topo, um pouco alto.

 

Este final de semana tivemos também a etapa do México do WRC, com a luxuosa presença do ET Sébastien Loeb, que aos 44 anos (e após 5 anos afastado da categoria) voltou a competir em um rali na terra. E ele mostrou que ainda é rápido, muito rápido, tendo vencido as especiais 7 (El Chocolate 2) e 11 (Guanajuatito 1). Entretanto, a liderança da prova e o sonho de vitória ficaram pelo caminho quando bateu em uma pedra e quebrou a roda, perdendo quase 2m30s para trocar a roda no meio de uma especial no sábado, caindo para 5º lugar, posição na qual terminou... a 2m24s do líder. Ou seja, após a troca da roda ele continuou andando no mesmo ritmo da turma da frente. Vitória ficou com outro Sébastien, o Ogier, que levou mais uma vez seu Fiesta ao topo do pódio, seguido por Daniel Sordo (Hyundai) em 2º e por Kris Meeke (Citroën) em 3º. Corrida desastrosa para a Toyota, cujo piloto melhor colocado ao final da prova, Jari-Matti Latvala, terminou em 8º, 15 minutos atrás de Ogier, e com um Skoda do WRC2 terminando em 7º na geral, com a dupla sueca Tidemand/Andersson. Que fase, Latvala...

 

Nas ruas de São Petersburgo (a da Flórida, não a original) começou a temporada 2018 da Indy, com a bela surpresa do ótimo desempenho do estreante Matheus Leist, que por 15 voltas andou como “gente grande” no pelotão da frente, mas acabou abandonando por problemas na parte eletrônica do carro... uma pena, mas ele já mostrou o cartão de visitas. Outro que deixou ótima impressão foi Robert Wickens, que não ganhou por conta do imponderável de uma categoria com tantas bandeiras amarelas e relargadas. Com os carros tendo menos apoio aerodinâmico que nas temporadas anteriores, muita gente acabou se enroscando e visitando os muros do circuito, o que deve indicar que ao menos até a quarta ou quinta corrida em circuito misto/de rua os resultados podem ser meio imprevisíveis... a conferir. A vitória acabou caindo no colo do ótimo Sébastien Bourdais, após Alexander Rossi, então 2º colocado, se afobar na relargada a 2 voltas para o final e atingir o carro do líder Robert Wickens, que acabou na barreira de proteção enquanto Rossi ainda prosseguia na prova para terminar em 3º. Entre o sortudo Bourdais e o afobado Rossi, chegou Graham Rahal em 2º lugar. Tony Kanaan não passou de um 11º lugar, enquanto o promissor Leist acabou sendo o 24º e último colocado. Que tenham melhor sorte na próxima etapa.

 

Na NASCAR, dessa vez em um circuito de 1 milha, o vencedor foi o mesmo das corridas de 1,5 milha: Kevin Harvick, que conseguiu sua 3ª vitória seguida (algo não exatamente comum na categoria) e fez aqueles que passaram a semana o criticando após o carro dele ter sido pego (e punido) por irregularidade técnica, o que o fez perder os pontos de playoffs da prova de Atlanta e mais 20 pontos da temporada regular. Desta vez, com todos os olhos em cima dele, construiu uma vitória mesmo tendo liderado poucas voltas. Liderou poucas, mas aquelas essenciais no final das contas... o Segmento 1 foi vencido por Kyle Busch, ao passo que o Segmento 2 teve a vitória do Kurt Busch, e até parecia que seria a vez do Kyle “desencantar” esse ano, já que ele liderou 128 das 312 voltas da corrida, mas... Buschinho teve que se contentar com o 2º lugar, repetindo a posição em relação a Harvick da prova de Atlanta. Em 3º chegou o garoto que está substituindo dignamente o Jeff Gordon na Hendricks, Chase Elliott, seguido por Denny Hamlin em 4º e pelo pole position e atual campeão Martin Truex Jr. fechando o Top 5. Próxima corrida será em Fontana, será que Harvick vai achar a “fórmula mágica” para um oval grande também? Fica a questão para a próxima semana...

 

Por falar em próxima semana, até lá!

 

Alexandre Bianchini