Com tudo que tenho direito Print
Written by Administrator   
Monday, 13 March 2017 02:53

Olá leitores,

 

Vocês deveriam estar lendo hoje a coluna do Alexandre Bianchini, mas alguma coisa aconteceu e a gente não sabe o que, apenas que a coluna dele não chegou até a hora que eu precisei cair na cama porque tenho um monte de estrada pra encarar cedo pela manhã. Mas posso dizer que esta semana tive tudo que tenho direito em termos de automobilismo.

 

A Fórmula Indy abriu a temporada em uma de seus muitos circuitos de rua. Este, o de São Petersburgo, que usa um pedaço do aeroporto local para fazer a maior reta do traçado. A corrida teve uma daquelas coisas que “só acontece na Fórmula Indy”. O último colocado na largada ganhou a corrida, mesmo sem ter um super carro como aconteceu em alguns casos da Fórmula 1 ou como é possível acontecer em corridas de 500 milhas nos ovais.

 

Sébastien Bourdais saiu de último para vencer a corrida e mostrar que o campeonato da categoria tem todo tipo de possibilidade, até mesmo para uma equipe pequena como a Dale Coyne conseguir vencer corridas, ainda mais que de forma improvável como foi este domingo.

 

O pacote aerodinâmico da Honda deste ano inverteu o jogo de forças que, no ano passado, colocou as equipes com motores e pacote da Chevrolet, pelo menos nos circuitos travados como o de São Petersburgo os carros com “pacote japa”.

 

Mas tem umas coisas na equipe Penske que eu morro e não vou entender. Colocam o Helio Castroneves pra largar com o pneu duro porque vai ter uma estratégia para ele avançar e tal. Aí, na largada, como sempre ou quase sempre acontece, tem batida no meio do grid e, na vantagem, o brasileiro ganha 6 posições e vai de 16º pra 11º. Aí a equipe chama o brasileiro para os boxes com 3 voltas e bota o pneu macio? Porque não chamaram o Pagenaud, que largou em 14º e estava em 9º, com o mesmo pneu duro?

 

Com o pacote sobrando, James Hinchcliffe que superou Scott Dixon logo na largada, na relargada atropelou o pole position, Will Power, e tomou a ponta. O australiano foi um dos primeiros a parar nos boxes e, na hora de sair, passou por cima da mangueira da maquina de trocar pneu e ganhou um drive thru de punição.

 

Quem foi se aproveitando das estratégias erradas, das paradas mal feitas e de um bom rendimento do carro foi o Sebastién Bourdais, que ainda teve na equipe uma aliada na rapidez de enxergar na bandeira amarela provocada pelo toque de Aleshin em Tony Kanaan. Isso jogou lá pra frente o Bourdais e o Pagenaud. Com o carro avariado e temdo que trocar o “para-choque” traseiro (aquilo é um para-choque, certo?). E a estratégia do Castroneves? Nada!

 

A relargada aconteceu na volta 31 e a Dale Coyne tinha dois carros entre os três primeiros depois que Ed Jones passou Marco Andretti. Como sempre tem confusão, Conor Daly e Ryan Hunter-Reay se tocaram. Pra completar o pacote das surpresas, Takuma Sato vinha chegando nos primeiros lugares. Na segunda rodada de pits, o japonês chegou a liderar a corrida por algumas voltas.

 

Como faz quase sempre, comendo pelas beiradas e se mostrando na parte final da corrida o piloto da Ganassi veio passando todo mundo e chegou ao quarto lugar depois de passar meio mundo de gente. Will Power, numa estratégia atravessada, estava de volta na briga pelas primeiras posições, mas com um pit stop pendente e precisando de uma coisa para “mudar a corrida”... mas isso não aconteceu.

 

Simon Pagenaud tentou de tudo para alcançar Sebastién Bourdais, mas não conseguia se aproximar e, em um dado momento, faltou jogo de equipe com Will Power, que acabou nem completando a prova. Assim, o último foi o primeiro na hora da bandeira quadriculada, com um heroico Pagenaud em segundo e Scott Dixon em terceiro. Helio Castroneves ainda conseguiu salvar um sexto lugar e, depois de levar na traseira, Tony Kanaan teve que engolir uma amarga 12ª posição. Corrida da Indy agora, só no mês que vem, em Long Beach.

 

No Texas, em mais uma “corrida três em um” da NASCAR, a categoria foi “bem NASCAR”, do jeito que eu gosto.

 

Os pilotos da frente, Brad Keselowski, que largou da pole-position, e Martin Truex Jr. foram logo mostrando que seriam protagonistas das 400 Milhas do Texas. A briga foi boa até a volta 13, quando aconteceu a primeira bandeira amarela: Corey Lajoie acabou batendo no muro, mas não foi nada de mais grave. Com os pits abertos, muitos pilotos optaram para ir aos boxes. Entre os líderes, Logano, Keselowski, Truex Jr e Logano acabaram optando para fazer a parada. Na relargada, a briga Brad Keselowski / Martin Truex Jr. teve mais um round.

 

A segunda bandeira amarela aconteceu perto do fim da primeira parte da prova, quando Kevin Harvick, que vinha na briga pelos primeiros lugares teve o pneu estourado e em oval, pneu furado é convite pra beijar o muro. Na relargada, Joey Logano largou mal e acabou caindo para o meio do pelotão. Então, Truex Jr era o novo líder da prova e passou na frente, garantindo 10 pontos para os play offs.

 

A segunda parte foi menos tumultuada, e o queridino Dale Jr. conseguindo pular para o top-5 da prova. Na sua frente estavam o líder Truex Jr, Kyle Larson, Brad Keselowski e Chase Elliott. Com a parada dos pilotos, o grid deu uma boa mexida. A falta de bandeiras amarelas e o bom ritmo constante de Truex Jr já lhe garantia uma vantagem de três segundos para Keselowski. O Kyle Busch, que vinha subindo no pelotão acabou excedendo a velocidade nos pits e foi punido com um drive thru.

 

As coisas pareciam seguir tranquilas até Derrike Cope perder o controle do seu carro e acertar o muro. Ele rodou no traçado, mas logo conseguiu reassumir o controle. No entanto, foi necessária uma bandeira amarela por conta dos detritos na pista e assim quase todos aproveitaram para ir aos boxes. Quem tentou dar “o pulo do gato” foi o Campeão Jimmie Johnson, assumindo a ponta.

 

Só que foi um mau negócio. Pneu fez falta na relargada e ele foi engolido pelo pelotão, perdendo várias posições. Martin Truex Jr. acabou vencendo mais um seguimento e estava claro que ele era o favorito para vencer a prova... se bem que isso não é nada confiável em se tratando de NASCAR.

 

No recomeço de prova, Truex Jr segurou a ponta pela linha de fora, enquanto Keselowski o seguia. Kyle Busch também relargou bem, que pulou de nono para quinto. Chase Elliott vinha em terceiro com Logano em quarto colocado. Na reta final da corrida, com 15 voltas para o final, Danica Patrick provocou uma crucial bandeira amarela. No momento da relargada, Keselowski conseguiu segurar as investidas de Truex Jr e se manteve na primeira colocação. Atrás, Larson aparecia em terceiro, com Busch e Elliott completando o top-5.

 

Faltando três voltas para a bandeira quadriculada, Bras Kaselowski pareceu perder rendimento e Martin Truex Jr. conseguiu fazer o movimento certeiro para assumir a ponta. Na mesma balada, Kyle Larson também passou e assumiu o segundo posto. O ritmo mais lento de Kaselowski embolou a briga pelo terceiro lugar. Na volta final Joey Logano e Kyle Busch tentaram ocuper o mesmo espaço no mesmo instante de tempo. Como a física não permite isso, os pilotos acabaram se envolvendo em um acidente na última curva, com Kyle Busch levando a pior e entrar nos pits com o carro de lado.

 

Para quem conhece o temperamento do mais novo dos Busch, não poderia esperar outra coisa que não fosse vê-lo indo tomar satisfações e querendo sair na porrada. O que ele não contava era um mecânico quase do meu tamanho (pelo menos na tela) trabalhando de guarda-costas do piloto. Tomou um “mata leão” e uns “tapinhas”. Saiu retirado por dois fiscais da NASCAR com um corte sobre o olho direito.

 

E tivemos a segunda semana dos testes da F1. A Ferrari fez por onde deixar os torcedores animados com sua performance e Kimi Raikkonen voando baixo, marcando o melhor tempo das duas semanas, sendo impressionantemente mais rápido que os pilotos da Mercedes.

 

Todo mundo que esteve em Barcelona está com as barbas de molho com relação ao que realmente a Red Bull pode fazer quando a coisa for pra valer no Albert Park daqui há duas semanas.

 

Tomara que tenhamos corrida de verdade este ano, mas eu to preocupado com essa coisa de os carros estarem freando dentro das curvas e com o ar excessivamente sujo, impedindo a aproximação de quem tenta ultrapassar.

 

Sobre a etapa do mundial de Rally no México, esperem a coluna do nosso expert, Marcos Tokarski. Sai esta semana.

 

Felicidades e velocidade,

 

Paulo Alencar