A confusa revolução da NASCAR Print
Written by Administrator   
Sunday, 05 February 2017 22:33

Olá leitores!

 

Aos poucos as notícias do mundo da velocidade vão crescendo, e essa coluna vai ganhando interesse... vamos começar com o que faltou semana passada, as novas regras da NASCAR. Resumindo, eles finalmente perceberam que as corridas ficavam interessantes apenas no último quarto da prova, e os outros três quartos eram encheção de linguiça. Vai daí que cada corrida será dividida em três segmentos, sendo que a pontuação “cheia” será apenas para a bandeirada final, sendo atribuídos pontos de bonificação para os 10 primeiros ao final do 1º e 2º terços, finais esses que serão marcados por uma bandeira amarela. A exceção no quesito bonificação será a prova final da temporada, que em 2017 mais uma vez será em Homestead. Essa pontuação valerá para a temporada regular, não para o Chase, e pelo que entendi no Chase não terá mais a pontuação por maior número de voltas na liderança. Vai ter pontuação para o piloto com melhor desempenho na temporada regular, que levará uma pontuação maior para os playoffs e o título de “campeão da temporada regular”. Não é a mesma coisa que ser o campeão geral, mas já é um incentivo... no papel tudo bem, quero ver se lá no meio do campeonato não vai ter gente se perdendo com os cálculos da pontuação. Curioso para ver como vão lidar com isso nas provas mais longas ou em superspeedways, não creio que a dinâmica mude muito nas provas curtas (Bristol e Martinsville, por exemplo). Parece que pelas pesquisas de opinião no site da categoria os frequentadores estão gostando, vamos ver se o público normal, que duvido que fique pendurado na internet afinal tem que trabalhar para pagar as contas, vai gostar também. Se o Dale Jr. ficar para trás, podem escrever que vai ter chiadeira.

 

Ainda falando em NASCAR, gostei de ver que parece que existe um interesse da direção da categoria em testar mais circuitos mistos. O Almeidinha, digo, Allmendinger, testou no circuito misto que existe na parte interior da pista de Charlotte. Existem diversas pistas ovais por lá que possuem mistos em seu interior, o problema que eu vejo nessas pistas é que no geral você entra no misto logo após os boxes, faz a parte sinuosa, e depois volta para o oval na entrada da curva 1 do oval. Nesse ponto o de Homestead é mais bem construído, com a saída na entrada da reta oposta (vulgo saída da 2). O ideal – na ótica de um circuito misto feito aproveitando a estrutura de um oval – seria entrar no misto antes da 1, sair na saída da 2, e ter uma variante interna para não usar a 3 e 4 do oval. Algumas pistas possuem isso, outras não. Uma solução interessante é a do oval curto de Loudon, onde se usa as curvas 1 e 2 do oval, depois se pega uma variante à esquerda para atravessar a pista e usar um trecho sinuoso FORA do oval, se volta para o oval e entra nessa variante interna para não passar pelas curvas 3 e 4 do pequeno porem simpático oval (dos de 1 milha, é o meu favorito). Reza a lenda que existe um misto na parte interna do trioval de Pocono, mas a tal parte interna é tão grande que acho que podem usar apenas a reta de largada do oval, fazer todo o resto na parte interna, e retornar na saída da curva 3, dispensando completamente qualquer parte do oval que não seja a reta dos boxes.

 

Esta semana tivemos os testes coletivos da MotoGP, e para mim o grande foco de atenção foi o Jorge Lorenzo, El Gran Llorón, andando com a Ducati após 9 anos de Yamaha, que historicamente é uma moto “fácil” de conduzir nas curvas, diametralmente oposto da fama da Ducati, uma moto que apenas poucos gênios conseguiram domar corretamente (nem Valentino Rossi conseguiu dominar completamente a máquina italiana). Tem uma foto que saiu na internet que foi simplesmente hilária, aquela expressão de “onde fui amarrar meu Rocinante?” de fazer rolar de rir. Prevejo que será um piloto menos arrogante esse ano...

 

Ainda no campo da MotoGP, fizeram modificações na pista de Barcelona para tentar evitar que ser repita o acidente fatal de Luis Salom ocorrido ano passado. Acertaram ao fazer uma chicane mais “curta” que a do traçado de F-1, mas erraram feio ao adotar o traçado da F-1 para a curva La Caixa. Ano passado era nítido que as motos não reagiam tão bem à fortíssima freada para o cotovelo quanto os carros, e para as motos a área de escape original era mais do que suficiente. Enfim...

 

Na F-1, a McLaren resolveu inovar... ao menos no nome do carro, que se chamará MCL 32 e aposentará a velha denominação MP4, união das equipes McLaren (que batizava seus carros com M e um número, como M23) e Project 4, a bem sucedida equipe de F-2 do Ron Dennis. Uma dinastia de carros muito bem sucedida, principalmente na era de projeto do John Barnard e motores TAG-Porsche, posteriormente Honda (e projeto do Steve Nichols). Vamos ver se além do nome o desempenho também muda...

 

E o senhor Robert Kubica assinou contrato para correr de Endurance: correrá pela ByKolles, equipe privada da LMP1, vamos ver o que ele vai conseguir fazer... espero que se lembre que a corrida não tem apenas 2 horas, e que o outro piloto da equipe também vai querer pilotar, então se der para não destruir o carro antes da bandeirada todos agradecem.

 

E foi também o final de uma das provas mais legais do ano, as 12 Horas de Bathurst, que teve vitória da Ferrari 488 GT3 do trio Vilander/Lowndes/Whincup – esse último fez uma bela ultrapassagem com duas rodas na grama sobre o Mercedes AMG GT3 com quem disputava a liderança da prova. Completando o pódio tivemos o Porsche pilotado por Calvert-Jones/Lieb/Long/Campbell em 2º lugar e o Bentley Continental GT3 de Smith/Jarvis/Kane.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini