Aberta a temporada de pista! Print
Written by Administrator   
Monday, 30 January 2017 00:09

Olá leitores!

 

Após uma merecida semana de repouso (inclusive literalmente repouso, já que torci o pé na areia da praia e fiquei alguns dias com uma tala de gesso no pé), retorno com um monte de coisas a comentar... começando pelo óbvio, carro na pista: a eletrônica fez um bem danado para as provas de longa duração, já que com o auxílio dos atuais sistemas de gerenciamento dos carros a probabilidade de panes mecânicas diminui consideravelmente, e mesmo ao final de uma extenuante corrida de 24 horas é possível ver disputas acirradas de posição como tivemos o prazer de presenciar esse final de semana nas 24 Horas de Daytona. Que coisa maravilhosa a disputa na última hora de prova entre os carros da GTLM!!!! A maior parte do tempo com 4 carros de marcas diferentes se engalfinhando entre si, disputas ferrenhas, coisa linda de se ver. No final acabou dando a lógica, o Ford GT pilotado por Dirk Müller (sim, aquele que era da equipe oficial da BMW no WTCC e dava na porta de todo mundo que fizesse alguma oposição à tentativa de ultrapassagem por parte dele) acabou levando a melhor, com o novo Porsche 911 RSR de motor entreeixos traseiro em 2º, a Ferrari 488 GTE e, 3º e o Corvette C7.R em 4º.

 

A disputa pela liderança na geral entre os dois Cadillacs protótipos foi muito bonita de se ver, mas acabou decidida em uma bobagem do português Felipe Albuquerque no carro #5 e um toque oportunista do Ricky Taylor no carro #10. Bobagem pois quando se está na liderança com um outro carro cafungando no seu cangote JAMAIS se deve deixar a porta aberta em uma frenagem como o Felipe deixou, e o Ricky pode ser muita coisa, mas bobo não é. Ouvi alguns comentários questionando a ética do toque dado pelo piloto do carro #10... não vou entrar nesse mérito, evidentemente eu gostaria que o Felipe tivesse vencido a prova, afinal também é o carro em que pilotou Christian Fittipaldi, mas eu vi como incidente de corrida. O carro #5 deixou a porta aberta, o piloto do #10 atrasou a freada e entrou por dentro ao mesmo tempo em que o #5 tentava tardiamente fechar aquela porta escancarada. Houve o toque (com certa violência, confesso), o #5 foi para a área de escape da curva, e não conseguiu mais efetuar tentativa de ultrapassagem. Não acho que foi uma manobra limpa, mas também não digo que foi de propósito. Taylor foi muito otimista e Albuquerque muito ingênuo. O Brasil não tem muito do que reclamar da corrida não: Christian Fittipaldi estava no carro que chegou em 2º, Pipo Derani no protótipo que terminou em 4º, Tony Kanaan levou o seu Ford GT ao 5º lugar na classe GTLM e 9º na geral, Augusto Farfus terminou com seu BMW M6 em 8º na classe GTLM e 12º na geral, Bruno Senna, em um protótipo Nissan cheio de problemas durante a prova, acabou ficando em 7º na classe e 17º na geral, e na GTD o carro em que pilotou Oswaldo Negri terminou em 5º na classe e 22º na geral. Deixaram muita gente famosa para trás, e isso sempre é positivo.

 

Partindo para outras categorias, no DTM a Mercedes anunciou o sexteto que competirá pela marca esse ano e dispensou 4 pilotos: Vietoris, Götz, Juncadella e Rosenqvist. Os mais fracos ficaram pelo caminho... e sinceramente, não vejo eles como essenciais para qualquer outra equipe. Creio que com Mortara, Wickens, di Resta, Paffett, Engel e Auer a Mercedes estará bem servida para disputar o título.

 

Meio atrasado (já que a prova de abertura será em 19/03) a Fórmula Truck divulgou seu calendário, com as gratas surpresas de corridas no Uruguai (em Rivera, cidade que faz fronteira com Santana do Livramento) e na Argentina, pista ainda não divulgada mas... eu amaria que fosse no circuito longo do Oscar Galvéz ou no de Rafaela, aquele oval perdido no meio do nada. Provavelmente nenhuma dessas opções, mas sonhar ainda é de graça.

 

Na F-1 tivemos a notícia que era esperada desde que a categoria passou a ter novo dono: Titio Bernie, a.k.a. “O Mau Velhinho”, não é mais “il capo di tutti i capi” da categoria. Substituido será por Ross Brawn, que nas muretas de boxes demonstrou notória competência, e agora tem um desafio enorme nas mãos. Espero que seja bem sucedido e consiga trazer de volta o interesse e a competitividade à categoria, que ultimamente vem sido vítima de decisões de comando equivocadas.

 

Ainda na F-1, acabou-se o sonho de Felipe Nasr, o Chris Amon brasileiro (competente, mas extremamente pé frio), de correr em 2017: a Manor, última equipe em que ainda existia alguma chance, decretou falência. 20 carros apenas alinhando esse ano, e vamos torcer para o novo regulamento trazer alguma emoção, já que as duas Mercedes disparando na frente estava muito, muito chato nos últimos 3 anos.

 

Eu deveria comentar sobre o novo regulamento da NASCAR, mas confesso que vai ficar para semana que vem. Preciso entender direito o que raios eles querem fazer antes de emitir qualquer opinião a respeito. Espero que o fã médio da categoria, aquele cidadão representado pela figura do Homer Simpson, consiga entender corretamente o que a família France está propondo. Semana que vem prometo que tentarei destrinchar em linguagem simples aquilo lá. E eu que achava aquele regulamento de 1979 da F-1, com descarte de pontos nas duas metades do campeonato, complicado...

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini