Hora do caneco na mão... ou não Print
Written by Administrator   
Sunday, 06 November 2016 22:49

Olá leitores!

 

O final do ano está chegando, e com ele as decisões, os títulos, os momentos em que não basta ter o pé direito mais pesado, precisa também ter um cérebro que comande correta e apropriadamente esse pé direito para a maximização do resultado...

 

Vamos começar falando de título: no WEC, com uma rodada de antecipação, a Porsche se sagrou campeã entre os construtores na LMP1 pela segunda vez consecutiva. Parece que vem uma série de títulos semelhante ao da Audi, marca que anunciou que em 2017 não estará presente na categoria na qual conquistou tantos títulos. Aliás, aproveitando o gancho (mas mudando de categoria), também foi anunciado que a VW abandona ao final da temporada o WRC. Aparentemente o Dieselgate afetou seriamente as finanças do Grupo VW, e em qualquer empresa automotiva com problemas econômicos a primeira parte a receber cortes é o programa de automobilismo. Mas voltando ao WEC, o título de construtores foi conquistado com o total domínio da marca na corrida, com pole, maior número de voltas na liderança, melhor volta da prova e vitória. Simplesmente arrasador – e incomum em uma categoria de provas de longa duração.

 

A vitória, mais uma vez, foi do trio do carro #1, Hartley/Webber/Bernhardt, seguidos no pódio pelos Toyota das duplas Kobayashi/Sarrazin/Conway em 2º lugar e Buemi/Davidson/Nakajima em 3º. Impressionante o mau desempenho dos Audi após o anúncio que não competirão ano que vem: os dois carros conseguiram se acidentar entre si, nada que possam se orgulhar. De qualquer maneira, o carro #8 (no qual corre o brasileiro Lucas di Grassi) já estava com problemas no bocal de abastecimento, então já havia um comprometimento no desempenho. Para a última corrida do ano (as 6 Horas de Abu Dhabi) ficou a decisão do título de pilotos, com vantagem grande do trio Jani/Lieb/Dumas sobre Kobayashi/Sarrazin/Conway (17 pontos de vantagem). Difícil para os pilotos da Toyota, mas não impossível, embora eu não apostasse dinheiro neles.

 

Também já temos campeão definido no Brasil, onde Matheus Iorio conquistou com antecipação o título da F-3 Brasil ao vencer a primeira etapa do final de semana (no sábado) em Goiânia. Fica a torcida desse colunista para que ele possa continuar sua carreira em monopostos no exterior, e quem sabe chegar à F-1 ou F-Indy. O Brasil precisa de bons representantes lá fora.

 

Ainda em Goiânia tivemos uma das melhores etapas do ano da Stock Car, graças à cooperação de São Pedro, mandando a chuva que lavou a pista e fez com que os pilotos tivessem que utilizar toda a sua habilidade para manter os carros sobre o asfalto. Na primeira corrida da rodada dupla, vitória da experiência: Rubens Barrichello (Full Time) mostrou que sua habilidade na chuva é das maiores, venceu (e convenceu) de ponta a ponta, não permitindo ataques bem sucedidos do seu maior rival na luta pelo título (e líder do campeonato) Felipe Fraga (Cimed), que fez o que pôde, mas teve que se contentar com o segundo lugar. Fechando o pódio, e mostrando uma pilotagem de encher os olhos, chegou Valdeno Brito (TMG), que pressionou o atual campeão Marcos Gomes (Cimed) até ele cometer um erro e deixar a porta aberta para a ultrapassagem. No mesmo estilo que o Émerson fazia contra o Stewart, diga-se de passagem.

 

Na segunda corrida, um acontecimento para atear fogo no campeonato: Felipe Fraga acabou rodando no final, deixando de marcar pontos. Como Rubinho chegou em 5º lugar, aquela confortável diferença de 44 pontos que o Felipe tinha de vantagem caiu para pouco menos de 30, com mais 3 corridas até o final da temporada... a decisão do título promete! Nessa corrida a vitória ficou nas mãos de Átila Abreu (Andreas Mattheis Motorsport), seguido por Thiago Camilo (RCM) em segundo lugar e Diego Nunes (Bassani) em 3º. Daqui a 2 semanas a categoria corre em Curvelo (MG), no recém inaugurado Circuito dos Cristais. Curioso para ver a pista.

 

E tivemos também Fórmula Truck em Guaporé, a mais bela categoria brasileira (ao menos do ponto de vista do torcedor) naquele que, se não for o mais belo autódromo brasileiro, definitivamente é o mais bem cuidado. Confesso que a corrida foi mais ou menos previsível, com a vitória do Felipe Giaffone (VW-MAN), um ótimo piloto que está em uma daquelas fases em que tudo dá certo. Liderou a prova toda, sem conseguir grande vantagem mas se mantendo à frente o suficiente para evitar ataques mais sérios do 2º colocado, Paulo Salustiano (Mercedes). Em 3º veio Adalberto Jardim (VW-MAN), seguido por Wellington Cirino (Mercedes) em 4º e com Diogo Pachenki (Mercedes) fechando o pódio em 5º lugar.

 

A última etapa do ano deveria ser feita em MG, na pista de Curvelo, mas a categoria declarou após inspecionar a pista que ela não possui a infraestrutura necessária para receber os pesos pesados da Truck, então a etapa decisiva do campeonato foi realocada para Londrina, uma pista acanhada mas que consegue receber sem maiores problemas os caminhões.

 

Semana que vem existe a possibilidade de decisão de mais um título, dessa vez na F-1, na etapa de Interlagos. Eu não acredito nisso, Rosberguinho precisaria de uma sorte que ele não costuma ter, mas vamos lá... acho que se o Nico for campeão (com ênfase no SE), o será na última etapa do ano.

 

Até a próxima.

 

Alexandre Bianchini