Os Campeões estão pintando Print
Written by Administrator   
Sunday, 16 October 2016 23:31

Olá leitores!

 

Nós, fãs do esporte a motor, não tivemos do que reclamar esse final de semana, muita coisa interessante acontecendo nas pistas, para a nossa felicidade. Eu diria que foi um final de semana de títulos. Vou começar com a notícia boa vinda da Itália: a lenda Alessandro Zanardi, após conquistar medalha de ouro em duas paralimpíadas seguidas, voltou aos autódromos competindo no Campeonato Italiano de GT, categoria GT3, com um BMW M6 GT3, e... ganhou. A prova de encerramento da temporada de 2016 aconteceu em Mugello, e Zanardi correu com um carro adaptado pelo BMW Team Italia, se bobear o mesmo equipamento de adaptação que ele usava na época do WTCC. Levando em conta que agora dia 23 de outubro ele completa 50 anos, memorável. Um gênio. O campeão do certame foi o Brasileiro Nicholas Costa, ex-piloto da Academia da Ferrari e que poderia estar fazendo carreira para a F1 se tivesse dinheiro. Segundo título internacional do Brasil depois do título de Matheus Leist.

 

Continuando a coluna, vamos comemorar títulos, primeiro o da DTM, onde o jovem Marco Wittmann (BMW) conquistou o bicampeonato. Já na prova de sábado (vencida pelo espanhol Miguel Molina, da Audi) o Marco deu um importante passo para assegurar a defesa do seu título, chegando em 2º lugar, à frente do principal rival na disputa, Edoardo Mortara (Audi), que fez uma corrida muito boa e saiu do 8º lugar para o 3º na segunda metade da corrida, um final de corrida impressionante. Nessa prova o brasileiro Augusto Farfus teve um desempenho estranho: não começou mal, mas do meio para o final foi perdendo desempenho, perdendo desempenho até terminar em 11º, fora da zona de pontos. Domingo era o tudo ou nada para Mortara, que com 17 pontos de desvantagem precisava vencer e torcer para um azar do Wittmann. Ele fez a parte dele, vencendo a prova, mas o defensor do título não teve dissabores, e contentou-se com um 4º lugar para levar o (belo) troféu de campeão para casa de novo. Completaram o pódio Christian Vietoris (Mercedes) em 2º e Paul di Resta (Mercedes) em 3º. E felizmente para Augusto Farfus a temporada acabou, pois mais uma vez ele não terminou a corrida. Sugiro passar as férias na Bahia, visitar alguns terreiros e ver se consegue retirar essa uruca toda que está sobre ele nos dois últimos anos. Recomendação de um grande admirador da pilotagem dele (eu).

 

Continuando na sessão “comemoração de título”, como era de se prever Sébastien Ogier comemorou antecipadamente o seu título no WRC no Rali da Catalunha, o quarto da carreira dele. Ele colocou as mãos na taça com uma pilotagem espetacular no sábado, tirando o rápido Dani Sordo da liderança, e contando também com a saída da prova do seu principal adversário no campeonato, o colega de equipe Andreas Mikkelsen, que bateu forte e saiu ileso pois a gaiola de proteção desses carros é absurdamente forte. Assim, restou administrar a vantagem no domingo para levar o caneco para casa. A Hyundai mostrou que está forte, com seus carros fazendo 2º, 3º e 4º lugares (respectivamente, Sordo, Neuville e Paddon)... infelizmente para o campeonato nos estertores do regulamento atual, que não produziu nada de bom exceto dominação absoluta de uma única marca e afastou o público da categoria. Torço efusivamente para o regulamento do próximo ano permitir uma maior igualdade entre os carros de diferentes marcas, pois as últimas temporadas foram no mínimo entediantes. Agora é ver como ficará a disputa pelo vice campeonato, que está bem acirrada com 2 etapas ainda por competir (País de Gales e Austrália).

 

Outro campeão antecipado foi Marc Márquez, tricampeão na sua primeira tentativa do feito, o mais jovem tricampeão da história da motovelocidade. Contou com a sorte (aquela sorte de campeão): seus dois principais adversários (Rossi e Lorenzo) caíram no seletivo traçado de Motegi e propiciaram que, com a vitória, o jovem fenômeno espanhol não fosse mais alcançável na pontuação. Acompanhando Márquez no pódio estavam Andrea Dovizioso (Ducati) e Maverick Viñalez (Suzuki). Aliás, belo desempenho da Suzuki na pista de propriedade da Honda, com o Aleix Espargaró terminando em 4º lugar muito próximo do Maverick. O melhor dos privados, mais uma vez, foi Cal Crutchlow, com um bom 5º lugar.

 

Vindo para o Brasil, tivemos rodada dupla da Stock Car em Curitiba. As corridas foram interessantes, mas... o SporTV precisa URGENTEMENTE arrumar um narrador decente para a categoria. Desculpem, mas o Sérgio Maurício não dá. Talvez narrando futebol o estilo dele seja interessante, mas para corrida de carros não tem condições. E nem entrei na parte técnica do automobilismo, apenas citei a parte jornalística da coisa... bom, na pista as coisas foram melhores que na cabine de narração, felizmente. O garotão Felipe Fraga fez mais uma corrida com a inteligência de um veterano das pistas e soube aproveitar a sua pole position para alcançar mais uma vitória na temporada. Seu maior adversário foi o Ricardo Maurício, que tentou ultrapassar, mas não conseguiu ser bem sucedido e teve que se conformar com o 2º lugar, com Allam Khodair completando o pódio. Já na segunda corrida uma surpresa: tudo indicava que a estratégia do Rubens Barrichello o conduziria para a vitória, e efetivamente no momento em que o safety car entrou por conta do acidente do Lapenna ele tinha mais de 5 segundos de vantagem para o segundo colocado, mas aí os carros se reagruparam e Thiago Camilo – que teve uma temporada repleta de azares mas vinha em um ritmo bem forte – teve a chance de ultrapassar Rubinho na penúltima volta para conquistar sua primeira vitória no ano, uma boa despedida da equipe em que ele está (ano que vem ele troca a RCM pela Andreas Mattheis). Barrichello foi o segundo colocado, conseguindo resistir à pressão do ótimo Max Wilson, que largou em último e terminou em 3º lugar, fazendo uma corrida espetacular. Com a combinação de resultados das duas etapas, Felipe Fraga possui uma confortável vantagem de 44 pontos sobre Barrichello, acumulando uma “gordura” para queimar até o final da temporada.

 

E claro que tivemos NASCAR, e o Chase está movimentado. O grande perdedor do domingo foi Brad Keselowski, que teve a frente do carro destruída ao entrar na parte gramada do autódromo de Kansas após um toque recebido do Denny Hamlin. Até voltou aos boxes, a equipe trocou a carenagem dianteira do carro, mas não deu para continuar. Vai ter que jogar suas chances de sobrevivência no Chase em Talladega (próximo domingo), que por um lado é uma pista imprevisível mas que por outro lado é um lugar onde ele costuma ter bons resultados. A vitória ficou nas mãos de Kevin Harvick (Stewart-Haas), seguido por Carl Edwards (Joe Gibbs) em 2º, Joey Logano (Penske) em 3º, Jimmie Johnson (Hendrick) em 4º e Kyle Busch (Joe Gibbs) fechando o Top-5. Vamos ver o que rola em Talladega...

 

E com essa, são 150 colunas em vossa companhia, muito obrigado pela leitura fiel.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini