Domingo de emoção, com rodas cobertas ou não! Print
Written by Administrator   
Monday, 18 July 2016 00:01

Olá leitores!

 

Mais um final de semana cheio de boas opções para nós, que amamos o automobilismo. Começando já na manhã de sábado, com a primeira corrida em Zandvoort, pista de tão boas lembranças de diversas categorias. Mesmo encurtada em relação àquela onde Villeneuve deu show em 3 rodas (culpa da maldita especulação imobiliária em uma cidade litorânea), ainda é um circuito “old school”, e isso rende belas corridas. No sábado o vencedor – com relativa facilidade – foi o ótimo Robert Wickens (Mercedes), seguido pelo Marco Wittmann (BMW) em 2º e Christian Vietoris (Mercedes) em 3º. No domingo o Wickens tentou novamente ocupar o degrau mais alto do pódio, mas o trabalho do Jamie Green (Audi) foi excelente: partindo da pole, conseguiu segurar o rápido Wickens atrás de si de forma a não dar oportunidade real dele tentar uma manobra de ultrapassagem, e foi premiado pelo destino com um furo no pneu do piloto da Mercedes, que caiu lá para o fundo do pelotão com isso e facilitou a vida do Jamie para conseguir sua primeira vitória no ano. Completaram o pódio Gary Paffett (Mercedes) em 2º e Edoardo Mortara (Audi) em 3º. “E o Farfus?”, vocês perguntarão. Ele continua com sua maré inacreditável de falta de sorte: rodou e bateu no sábado, e no domingo foi apenas 13º colocado. Seria apropriado fazer uma visita aos melhores terreiros de Salvador para tirar o encosto...

 

Já no domingo, uma corrida antológica na MotoGP. Começou com piso molhado, já no meio da prova começava a aparecer um trilho seco, e o final foi absolutamente merecido, pois premiou quem efetivamente fez o melhor trabalho e tomou as melhores decisões. Aliás, analisar a prova pela largada e pela chegada será cometer a maior das injustiças. Sim, Márquez largou na pole. Sim, Márquez terminou em primeiro. Mas dizer que ele venceu de ponta a ponta é uma mentira digna de Pinóquio (poderia usar outros exemplos, mas vai esse mesmo...). Rossi largou bem, passou o jovem espanhol na terceira curva e abriu. Vieram para a briga as Ducatis de Petrucci e Dovizioso, que passaram Márquez e foram para cima de Valentino, ultrapassando-o também. Se o piso continuasse molhado, quase certamente daria dobradinha Ducati (se não batessem um no outro, claro), mas a pista foi secando, e com isso a necessidade de trocar de moto, com outros pneus... e foi aí o golpe de mestre da Honda: enquanto tinha gente colocando os intermediários, ele partiu direto para os slicks, apostando no fino trilho seco que aparecia no asfalto.

 

Claro que a equipe confia no talento do piloto para fazer isso, e foi onde ele carimbou o troféu maior do pódio. Vitória digna de veterano, com todos os méritos. Foi seguido no pódio pelo Cal Crutchlow (LCR Honda) em 2º e Andrea Dovizioso (Ducati) em 3º, após fazer uma linda ultrapassagem na última curva sobre Scott Redding. Dovizioso poderia ter conseguido uma posição melhor, quiçá vencido, mas esteve liderando a prova no grupo de pilotos que ignoravam as instruções da equipe de parar para trocar de motos. Justiça seja feita, esteve em boa companhia (Rossi, 8º colocado, também esteve entre os rebeldes), mas a teimosia fez com que perdesse uma chance de vencer. Daqui a pouco vai ter chefe de equipe defendendo a adoção de capacetes com rádio comunicador, já que os pilotos estão ignorando as placas... Quanto ao Crutchlow, em que pese ao final da prova ele ter dito que sentia a falta da presença da esposa na pista, acho que foi só para livrar a barra dele, já que a TV pegou a modelo que segurava o guarda-chuvas antes da largada no grid literalmente babando ao olhar para ele... tem que fazer uma declaração romântica para não passar a semana dormindo no sofá ou na garagem, né?

 

Aqui no Brasil tivemos etapa da Stock Car no ótimo autódromo de Cascavel (aquele curvão em descida após a largada deve ser uma delícia, adoraria poder dar umas voltas naquela pista), com duas corridas cheias de emoção. Na primeira, apresentação com traje de gala do Cacá Bueno (Red Bull), que largou na pole, se defendeu de Zonta (Andreas Mattheis) e protagonizou uma belíssima disputa com Marcos Gomes (Cimed), que se encerrou apenas com o problema mecânico no carro do atual campeão. Completaram o pódio o já citado Ricardo Zonta em 2º e Diego Nunes (Bassani) em 3º. A segunda corrida do dia teve como vencedor Rubens Barrichello (Full Time), que conquistou a posição graças à pane seca do Thiago Camilo (RCM) na última volta. Completando o pódio estavam o companheiro de Rubens, Allam Khodair (Full Time) e Júlio Campos (C2). Confesso que deu pena do Thiago, mas corrida é assim mesmo...

 

E a NASCAR foi visitar o simpaticíssimo oval de Loudon, em New Hampsire, uma pista de 1 milha com pouca inclinação mas que tem uma atmosfera geral muito interessante, tanto que o apelido da pista é “Magic Mile”. Vitória de Mr. Consistency, Matt Kenseth (Joe Gibbs), que ganhou mas pode ser que não leve... o carro não foi aprovado na inspeção pós prova na estação de inspeção a laser, e vai ser levado para o Centro Técnico da categoria durante a semana para maiores avaliações... infelizmente o site da categoria não especificou o que que foi que causou a desaprovação. Em 2º lugar chegou Tony Stewart (Stewart-Haas), outro que fez uma ótima corrida, seguido por Joey Logano (Penske) em 3º após uma linda disputa com Kevin Harvick (Stewart-Haas), que teve que se contentar com o 4º lugar. Fechando o Top-5, chegou Greg Biffle, da outrora grande Roush-Fenway...

 

Encerrarei a coluna com a prova da Indy em Toronto, pista que recebeu uma interessante alteração: aquele espaço onde desde os primórdios nos acostumamos a ver os carros entrarem para reabastecer e trocar pneus virou pista, e o outro lado virou a área de boxes. Foi difícil me acostumar, confesso. Uma corrida com boas opções, variações de estratégias, e um enorme golpe de sorte do Will Power (Penske), que se aproveitou de uma bandeira amarela para assumir a liderança da prova e conquistar a vitória, resistindo às tentativas do Helinho Castroneves (Penske, 2º) para assumir a liderança. Em 3º chegou James Hinchcliffe (Schmidt-Peterson), seguido por um feliz Tony Kanaan (Ganassi) – afinal, ele se classificou mal e sempre é complicado ultrapassar em pistas de rua – e encerramos o Top-5 com um dos melhores pilotos já saídos do Japão, Takuma Sato (Foyt). Ele de vez em quando se atrapalha sozinho, mas quando está focado acelera direitinho.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini 
Last Updated ( Monday, 18 July 2016 00:19 )