Um domingo animado! Print
Written by Administrator   
Sunday, 13 March 2016 23:48

Olá leitores!

 

Até que enfim um final de semana automobilisticamente movimentado! Vamos começar com a corrida de furadeiras, ops, a Fórmula E, que teve um interessante circuito montado não nas ruas, como é de praxe na categoria, mas usando um dos traçados originais do Hermanos Rodrigues (um oval sem muretas em volta) com as necessárias adaptações para os incoerentes tempos modernos, em que as pessoas querem ter segurança a qualquer custo. Assim sendo, entra-se no estádio construído dentro da finada Peraltada (R.I.P.), curiosamente saindo praticamente no mesmo lugar em que entrou, e depois no meio da curva uma desnecessária chicane naquele ponto em que fica a saída dos F-1 do estádio. Enfim... bom, falemos da corrida: Lucas Di Grassi foi o nome da corrida, largando em 3º lugar e fazendo uma primeira parte da corrida bastante ativa, pressionando Nicolas Prost e inclusive errando por duas vezes a entrada da primeira chicane na tentativa de passar o francês. Conseguiu na volta antes do pit-stop, e passou de 2º para 1º logo na volta após a troca de carro, aproveitando o “FanBoost” para pegar o belga D’Ambrosio desatento, assumindo a liderança para não mais a perder. Entretanto, tem piloto que a equipe ajuda (e a e-Dams ajuda bastante sua dupla Prost e Buemi) e tem piloto que a equipe atrapalha. Di Grassi se desclassificado na inspeção pós corrida por estar com o carro 1,8 kg abaixo do peso é o tipo de coisa aceitável em uma equipe pequena, não na Abt, com toda sua tradição de DTM. Enfim, melhor para Buemi, que com a desclassificação do brasileiro terminou em 2º e já pode começar a sentir o gostinho de levar a taça para casa, já que tem 22 pontos à frente do Di Grassi... Enfim, cada vez menos o brasileiro precisa depender apenas de seus resultados. O pódio ficou assim: D’Ambrosio em 1º, Buemi em 2º e Prost em 3º. Bruno Senna terminou em 10º e Nelsinho Piquet em 13º lugar.

 

Aconteceu na Tailândia mais uma rodada dupla da Superbike, no circuito de Chang, uma pista tão legal que nem parece obra do Tilke. Na corrida do sábado, dobradinha verde no pódio, vitória do Jonathan Rea, com sua Kawasaki ZX-10R, seguido por Tom Sykes em outra ZX-10R de fábrica, com o terceiro degrau do pódio ocupado pelo holandês Michael Van Der Mark, de Honda CBR1000RR SP. Impressionante o início de ano do Rea, 3 corridas, 3 vitórias. Contudo, todo domínio acaba, mais cedo ou mais tarde. Esse domínio acabou já no domingo, quando Tom Sykes pilotou de maneira espetacular para deixar o atual campeão para trás, aproveitando os pequenos erros que Rea vinha cometendo na curva 3 do circuito, um hairpin estilo a Curva Tarzan do autódromo de Zandvoort, mas com raio um pouco maior, e antecedido de uma longa reta. As últimas voltas foram de disputa intensa, e no final o piloto da moto #66 acabou levando a melhor e interrompendo a sequência de vitórias do atual campeão da categoria. Em 3º, bastante próximo mas sem condições de atacar os dois primeiros para disputar a liderança, chegou Chaz Davies, de Ducati 1199 Panigale R.

 

Em Santa Cruz do Sul tivemos a primeira etapa do campeonato da Fórmula Truck, uma corrida repleta de emoções variadas. Desde disputas de posição mais acaloradas, com direito a toques entre os competidores, a motor estourando no meio da reta principal, derrubando óleo nos pneus traseiros e fazendo o piloto rodar espetacularmente com o caminhão em chamas. E a corrida só não foi melhor por culpa do projetista da pista: como disse o narrador no meio da transmissão, é uma pista “muito técnica”. Eu tenho uma tradução melhor para esse termo: “pista com uma curva amontoada em cima de outra curva e sem espaço para fazer ultrapassagem fora da reta de largada”. Enfim, parece que é pecado fazer pista veloz como Tarumã, tudo quanto é pista precisa ter um monte de curvas fechadas separadas entre si por retas curtas... continuando, tivemos mais uma vitória da VW-MAN, que continua sendo a fábrica dominante, a exemplo do ano passado: mais da metade dos 10 primeiros eram VW ou MAN. Em primeiro chegou Felipe Giaffone, com uma grande pilotagem – e ainda fez graça no teto do caminhão para comemorar a vitória – que conseguiu manter o rápido Paulo Salustiano (Mercedes) atrás de si. Em 3º chegou Diogo Pachenki (Mercedes), outro que fez uma bela corrida, em 4º veio Adalberto Jardim (VW) e em 5º André Marques (VW).

 

Também começou a temporada de Fórmula Indy, nas ruas da simpática São Petersburgo (Flórida, não Rússia), com a vitória do atual vice-campeão, Juan Pablo Montoya, que deu um verdadeiro show nas relargadas e fez a dobradinha da Penske no pódio, com o companheiro Simon Pagenaud em 2º lugar. Era para ser a trinca da Penske, mas menino Castroneves ouviu o estrategista dele dizer para fazer o último trecho da corrida com os pneus mais duros – e portanto mais lentos – quando todo mundo estava de pneus macios... eu pagaria a multa e soltaria uma belíssima homenagem à progenitora do estrategista com uma ideia de jerico dessas, mas enfim, parece que a doença do “meu estrategista sabe mais do que eu” da F-1 está se espalhando. Dessa maneira, o último degrau do pódio ficou com Ryan Hunter-Reay, da Andretti. Aliás, por falar em Andretti, menino Marco Andretti pode ter o sobrenome, mas não tem jeito para a coisa não, melhor estudar para virar manager da equipe e parar de queimar o filme do sobrenome. 15º lugar, levou pau do Muñoz (8º) e do Rossi (12º colocado, estreante na categoria). Larga dessa vida de piloto... em compensação, outros dois pilotos fizeram belas corridas: Oriol Servià entrou às pressas para substituir o pole position Will Power, que passou mal após a classificação e foi hospitalizado com problemas estomacais e uma concussão, fruto de um acidente nos treinos. Largou em último lugar e, até se envolver em um acidente causado por Muñoz, vinha fazendo uma bela apresentação. Tony Kanaan sofreu com os freios boa parte da corrida, teve de antecipar o primeiro pit-stop, voltou quase em último, se recuperou, chegou a estar entre os primeiros, perdeu muito tempo limpando os detritos da entrada de ar na última parada, e assim sendo o 9º lugar foi um prêmio.

 

E tivemos a primeira etapa do ano da NASCAR em Phoenix. Se no sábado a vitória – previsivelmente – ficou com Buschinho na Xfinity Series, na categoria principal o final foi eletrizante: Kevin Harvick (Stewart-Haas) superou Carl Edwards por 0,01s – deve ter dado uns 5 dedos de vantagem, se tanto. Tenho a impressão que se o Edwards, na saída da última curva, tivesse se preocupado mais em acelerar do que em bater no Harvick, teria conseguido vencer, pois estava com pneus muito mais novos. Enfim, que fique de lição. Completando o Top-5 tivemos Denny Hamlin em 3º, Buschinho em 4º e Dale Jr. (Hendrick) em 5º. Joe Gibbs Racing colocou seus Toyotas em 2º, 3º e 4º lugares, comprovando a boa fase da equipe.

 

Encerramos com uma nota triste, o falecimento do jovem paranaense Marcos Felipe Mocelin, aos 24 anos, após 2 semanas em coma fruto de um acidente no autódromo de Cascavel em 28/02. Aos familiares e amigos, nossos sentimentos.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini 
Last Updated ( Monday, 14 March 2016 00:52 )