Campeões e canastrões! Print
Written by Administrator   
Sunday, 06 December 2015 23:06

Olá leitores!

 

Final de ano chegando, campeões arrumando espaço na estante para mais um troféu, e a triste constatação que a F-1 está mais animada nos bastidores que nas pistas: posso fazer assim a apresentação dessa minha coluna.

 

O campeão em questão, esse final de semana, foi o ótimo Leandro Totti (VW-MAN), que conseguiu administrar sua vantagem na pontuação com muita habilidade em uma pista MUITO difícil. Londrina, em que pese ser bastante seletiva, digamos que é um tanto quanto acanhada para veículos do porte dos caminhões no seco, com piso molhado é coisa para os fortes. Só que esse pessoal da Fórmula Truck realmente é muito bom, e nada de mais grave aconteceu. A prova – acertadamente – começou com bandeira amarela, e quando a bandeira verde apareceu os pilotos deram um show de habilidade. A ultrapassagem do Totti sobre o Diogo Pachenki foi linda, contornando a curva por fora, colocando duas rodas na grama, conseguindo manter a tração e passando na curva seguinte, que era a seu favor. Garra e habilidade de campeão, definitivamente.

 

Nesse meio tempo, Paulo Salustiano tinha feito a sua parte na luta pelo título, passou o pole Giaffone e assumiu a liderança, só tinha que contar com um azar do Totti – que acabou não acontecendo. E olhem que foi por pouco: logo após ultrapassar o 2º colocado Giaffone, Totti se empolgou no piso ainda molhado e escapou em uma curva passando muito, mas muito perto mesmo da barreira de pneus... enfim, não era para Totti perder o título.

 

Acidentes aconteceram, claro, mas quando a pista já estava seca. No piso molhado o pessoal se controlou mais, aí conforme secou a pista os pilotos se empolgaram e esqueceram que a água tinha retirado o emborrachamento da pista. Foi quando Alex Fabiano bateu, foi quando Débora Rodrigues escapou no óleo em uma curva muito perigosa – leva a uma descida gramada, que estava bem molhada, portanto bem lisa... nada aconteceu pois não era hora. E eis que veio o acidente que determinou o final da prova em bandeira amarela: André Marques bateu com o caminhão na (baixa) barreira de pneus, subiu nela, e voltou para a área de escape capotando, deixando o caminhão com as 4 rodas para o alto. Aí, faltando poucos minutos para a bandeirada, até limpar o óleo e desvirar o caminhão, acabou o tempo de prova. Vitória do Paulo Salustiano (Mercedes), vice-campeão com 2 pontos de desvantagem para Totti, em 2º Felipe Giaffone (VW-MAN), em 3º o campeão Leandro Totti, em 4º Diogo Pachenki (Mercedes) e em 5º David Muffato (Scania). Aliás, acho que o David Muffato pilota melhor na Truck do que pilotava na Stock, e ser campeão parece-me uma questão de tempo.

 

E como eu disse lá no começo, a F-1 está muito mais interessante nos bastidores que na pista. Essa semana o pessoal andou postando nas redes sociais que estaríamos em uma volta aos anos 90, com o voto em papel, Lula na oposição e o Palmeiras (meu time) campeão. Pois é, eu acrescento mais um item: motor Renault nas pistas com outro nome. Sim, a Dona Red Bull, aquela equipe que começou simpática e que ultimamente virou um negócio de dar azia em copo de bicarbonato de sódio, anunciou finalmente o seu motor para o ano que vem. Não, não é Mecachrome nem Playlife, o motor Renault vai se chamar TAG-Heuer (nova patrocinadora da equipe) e será preparado pelo Mario Illen, aquele que já fez diversos motores vencedores pra Indy e F-1. Vamos ver o resultado; que ele é competente, é público e notório, mas acredito que o pessoal da Renault não vai gostar de ver o motor deles preparado por outra empresa sendo mais rápido de reta que o próprio...

 

Até porquê a novela Lotus acabou, com a Renault comprando a quase falida equipe preta e dourada. E se compraram, acho que vão querer ao menos andar na frente da Red Bull, o que indica que o muquirana do Carlos Ghosn ao menos no princípio vai ter que investir uma grana extra – além da que já vai ser usada para quitar as dívidas da Lotus.

 

E por falar em dívidas, a palavra sempre lembra a Force India, que pode virar moeda de troca para o dono da equipe, Vijay Mallya, quitar dívidas que tem com a Diageo, multinacional de bebidas que é dona – dentre outras marcas – da Smirnoff, que esse ano patrocinou os indianos. Vamos ver onde isso vai parar... pessoalmente acho que pode ser uma boa, afinal o número de países que proíbem propaganda de bebidas alcoólicas cresce a cada ano, e a categoria pode ser uma eficiente plataforma de propaganda, até que venha a proibição em âmbito global, como aconteceu com o cigarro.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini