Um final de semana triste. Print
Written by Administrator   
Sunday, 19 July 2015 23:28

Olá leitores!

 

O final de semana começou com a notícia que ninguém queria saber, mas que era mais ou menos previsível: na noite de sexta (já madrugada de sábado na França) a família de Jules Bianchi informou o falecimento do rapaz, aos 25 anos, em decorrência do grave acidente sofrido no GP do Japão do ano passado. 9 meses em coma. Muito provavelmente, ele não sentiu nada esse tempo todo, tão extensos foram os danos cerebrais. Mas o sofrimento da família, esse não podemos medir. Então, fiquei triste com o passamento do rapaz... mas senti um certo alívio pelos pais, tios, primos e demais parentes, que lutaram esse tempo todo com a esperança de um milagre acontecer e a frustração de, a cada visita no hospital, saber que ele continuava sem progressos. Não me estenderei muito sobre o assunto, o Editorial publicado logo após a notícia do falecimento disseca bem quem era Jules e a circunstância nefasta que levou ao acontecido. Apenas direi que na noite de sexta-feira o que se via no Twitter (onde eu estava em busca de postagens sobre o Tour de France, outra de minhas paixões esportivas, essas grandes voltas ciclísticas europeias), nas mensagens dos pilotos, não era apenas o pesar pelo ótimo piloto Jules Bianchi, mas o pesar pelo amigo Jules Bianchi. James Hinchcliff postou que “odeio ver uma estrela brilhante se extinguir”, Daniel Ricciardo postou duas selfies com ambos sorrindo, Dario Franchitti afirmou que “esse esporte que nós amamos pode ser muito cruel”, Max Chilton escreveu que “tudo o que posso dizer é que foi um prazer conhecer e correr com você”, entre outras manifestações. Tenho certeza que foi recebido com festa no outro lado por Fangio, Nuvolari, Rosenmeyer, Caracciola, Clark, Peterson, Gilles, entre outros grandes, e já deve estar começando a dar suas aceleradas por lá...

 

Enfim, a vida continua e as competições também. E na noite de sábado tivemos a prova de Indy no curto oval de Iowa, com interessantes imagens aéreas antes da largada. Realmente, o oval fica no meio do nada. Ou melhor, como diria um amigo, fica no Iowa que o parta, não tem a menor chance de algum “vizinho” reclamar de barulho. Só se as corujas aprenderem a falar... Falando da corrida em si, achei que foi boa. Nada espetacular, nada de outro mundo, mas boa. Para o campeonato foi ótima, já que o líder Montoya foi o primeiro a abandonar, fruto de uma quebra de suspensão. Mais uma vez o resultado dos treinos não se refletiu na classificação final, pois enquanto a classificação foi bem interessante, com Helinho na pole e Kanaan em 2º, na corrida Tony teve de abandonar com quebra do motor e Castroneves foi apenas o 11º, último na volta do líder. Uma pena o abandono do Tony, já que ele liderou umas dezenas de voltas e vinha sempre entre os primeiros colocados, mas perceberam na telemetria que o motor iria abrir o bico e resolveram chamar o carro de volta antes de estourar de vez e lambuzar a pista de óleo. A vitória ficou com Ryan Hunter-Reay (merecida, por sinal, uma bela corrida), seguido por Josef Newgarden e pelo calouro  Sage Karam. Calouro esse que defendeu sua posição nas voltas finais muito agressivamente, e que ao final da corrida recebeu uma “amistosa” visita de um enfurecido Ed Carpenter (5º lugar), que falou poucas e boas para o garoto. Justiça seja feita, ele estava pilotando um Fórmula Indy da mesma maneira que alguns garotos andaram pilotando carros de F-3 em Monza há umas semanas atrás. Sim, aquela corrida que foi interrompida por falta de condições técnicas daquelas pecinhas que ficam entre o banco e o volante. Bronca mais do que merecida. Na NASCAR teriam partido para as vias de fato, embora eu acredite que o puritanismo norte-americano vá render uma multa ao Carpenter pelos palavrões que ele disse para o Karam. Eu não teria feito diferente.

 

E por falar em NASCAR tivemos a prova que o Kyle Busch está completamente recuperado da fratura na perna: Já venceu em um circuito misto, venceu em um oval de 1,5 milha, e nesse domingo venceu no simpático oval de 1 milha de Loudon, em New Hampshire, mesmo após ficar 1 volta atrás do líder no meio da corrida. 3ª vitória nas últimas 4 corridas. Corrida que, seja pela distância (300 milhas) seja pelo número relativamente pequeno de bandeiras amarelas, foi rápida para os padrões da categoria. Aliás, a ultrapassagem que ele fez sobre os dois pilotos que estavam disputando a liderança para recuperar a volta perdida foi uma obra prima, ele alcançou os dois que estavam chegando em um retardatário, e enquanto Keselowski e Harvick marcavam um ao outro e ultrapassavam o retardatário com segurança, Buschinho veio embalado, achou um espaço para passar entre Keselowski e Harvick, e passou os três de uma só vez. Uma pintura. Com mais essa vitória, ele já está em 33º lugar na classificação, faltando ainda mais 7 corridas para a definição dos pilotos que vão para o Chase. Mantendo esse nível de pilotagem, acredito que consiga ir para os playoffs da categoria, mesmo tendo perdido diversas corridas no começo da temporada. Após Kyle Busch, o Top-5 ficou completo com Brad Keselowski em 2º, Kevin Harvick (que pilotou muito, mas não teve uma estratégia tão boa assim) em 3º, Joey Logano em 4º e Dale Jr. em 5º.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini