Um fim de semana perfeito para o entusiasta do esporte motor. Print
Written by Administrator   
Sunday, 28 June 2015 22:22

Olá leitores!

 

Teve tanta coisa legal esse final de semana que até fiquei com dificuldade de escolher por onde começar... muita atividade, muita velocidade espalhada pelo mundo, um fim de semana perfeito para o entusiasta do esporte motor.

 

Comecemos então pelo título brasileiro na Fórmula E: em rodada dupla realizada em Londres, num cenário belíssimo, mas numa pista que deixou bastante a desejar, o brasileiro Nelson Ângelo Piquet, ou Nelsinho, conquistou o primeiro título do Mundial de Fórmula E. E não achem que foi fácil: o suíço Sebastien Buemi (ex Toro Rosso) fez uma prova praticamente perfeita no sábado e no domingo dependia apenas de si mesmo para ser campeão... mas como dizia Chico Landi, não existe campeão sem sorte. Não adianta ser bom de braço e ser um Chris Amon da vida. Na corrida do domingo, pressionado por uma estratégia diferenciada do Nelsinho, que economizou bateria para parar 2 voltas mais tarde e ter maior possibilidade de acelerar tudo com o segundo carro da corrida, errou sozinho e rodou numa curva, sendo ultrapassado por Bruno Senna. Bruninho, que fez uma temporada apenas mediana, estava muito à vontade no estreitíssimo circuito montado no histórico Parque Battersea e decidiu que aquela era a chance dele fazer uma bela apresentação. Resistiu bravamente às investidas do suíço, que diversas vezes estiveram no limite entre a pilotagem agressiva e a deslealdade. Normal, afinal era um título que estava em jogo. Nelsinho, que foi atrapalhado na classificação pela chuva e largou apenas em 16º lugar, na primeira volta já estava em 12º e veio conquistando posições até a volta 20, quando um acidente provocou a entrada do safety-car e fez que Piquetzinho ficasse atrás do companheiro de equipe. Uma volta após a relargada, Piquet passou o companheiro de equipe e de quebra também o Salvador Durán, e nisso estava 1 ponto à frente do Buemi... Buemi tentou de todas as formas passar Bruno, inclusive usando a técnica NASCAR de dar toquinhos na traseira do adversário. Não funcionou, e Nelsinho Piquet entrou para a história como o primeiro campeão da Fórmula E. Aliás, a corrida foi mais emocionante que a média das corridas da categoria, fez até esquecer o barulho de furadeira feito pelos carros. A temporada terminou com Nelsinho campeão, Buemi vice e Di Grassi na 3ª posição. Parabéns!!

 

No sábado tivemos a etapa holandesa da MotoGP, com pole e uma (suada) vitória do Valentino Rossi sobre o Marc Márquez, com direito a toque entre as motos na última volta e tudo o mais. Il Dottore largou na pole, sofreu pressão de Márquez, perdeu a liderança, e a recuperou em um duelo duro mas leal no final da corrida. Evidentemente Márquez, seguindo a tradição de Alonso e Pedrosa, deu aquela reclamadinha, aquela choradinha no final da prova, reclamando do italiano, mas até aí o choro é livre. Fechando o pódio da categoria principal chegou Lorenzo, que fez uma boa corrida, mas terminou quase 15 segundos atrás. Momento memorável aconteceu na Moto3 (antiga 125cc na era 2T), onde o finlandês (tinha que ser...) Niklas Ajo (não, não faço ideia como pronunciar o nome do rapaz) escapou da pista na chicane de acesso à reta dos boxes na última volta, foi ejetado da moto em seu passeio pela grama, mas conseguiu manter a moto na vertical, ficou pendurado fora da moto e cruzou a linha de chegada de joelhos deslizando nas “saboneteiras” do macacão. O público, evidentemente, aplaudiu em pé a manobra.

 

Sábado tivemos as 500 Milhas de Fontana na Indy, com vitória do Graham Rahal e um acidente na última volta da corrida onde Ryan Briscoe deu MUITA sorte de sair andando do carro. Critiquei há umas semanas atrás a postura dos pilotos da F-3 européia em Monza, e critico o que diversos pilotos fizeram em Fontana. Disputar posição, beleza, mas quando se anda a mais de 350 km/h é necessário ter um pouco de respeito aos outros pilotos. Teve piloto que praticamente ziguezagueou na pista, um superspeedway muito veloz, como se estivesse correndo nas ruas de Long Beach ou Detroit. Deram sorte essa vez, mas eu me lembrei em alguns momentos daquela malfadada corrida de Las Vegas que resultou na morte do Dan Wheldon. Acho que enquanto outro piloto não morrer esse pessoal não vai se tocar que a coisa pode feder com força. Em 2º lugar chegou Tony Kanaan, que fez uma bela corrida, e em 3º veio Marco Andretti, fazendo uma apresentação acima de sua média. O líder do campeonato, Juan Pablo Montoya, chegou em 4º lugar e Helinho mais uma vez comprovou que precisa incluir meias grossas de lã como parte do seu vestuário: foi retirado da corrida por Briscoe após um duelo duro contra Graham Rahal... sendo que diversos outros pilotos estavam duelando da mesma maneira e nada aconteceu com eles. Pé frio é pouco, está mais para pé de iceberg.

 

Em rodada dupla, foi o final de semana da tradicional corrida de DTM em Norisring, aquela pista que é larga onde não precisa e estreita onde deveria ser larga, contornando o palanque onde nos anos 30 o bigodinho fazia seus teatrais discursos. No sábado o vencedor foi Pascal Wehrlein, se aproveitando de uma eficiente estratégia de parada nos boxes para ultrapassar os rivais em uma pista que começou molhada mas foi secando conforme a corrida se desenrolava. Em segundo chegou Robert Wickens (dobradinha da equipe Mercedes HWA) e em 3º terminou Gary Paffett, completando um pódio inteiramente Mercedes. Nessa prova Augusto Farfus teve um pouco de folga dos problemas do seu carro e de sua equipe e terminou em 8º lugar. Já no domingo a vitória ficou com Robert Wickens, seguido por Christian Vietoris (que fez uma grande corrida) e por Bruno Spengler em terceiro. Respectivamente, Mercedes, Mercedes e BMW. Dessa vez o Farfus se envolveu em um acidente logo no começo com outros 3 pilotos no hairpin e todos abandonaram. Que fase, que fase, Farfus...

 

Em Paul Ricard, aquele belo circuito que recebeu diversas corridas da F-1 nos anos 70 e 80 e onde faleceu Elio de Angelis, teve a etapa francesa do WTCC. Na primeira corrida o pódio Citroën (4 carros nas 4 primeiras posições, está bom para vocês) teve o herói local Sébastien Loeb como 1º colocado, com Yvan Müller (francês, apesar do sobrenome) em 2º e “Pechito” López em 3º. Já na segunda corrida a vitória ficou com López, que veio ultrapassando os adversários até assumir a liderança já no finalzinho. Em 2º veio o húngaro Michelisz com seu Honda e em 3º o quarto carro oficial da Citroën, nas mãos do chinês Ma Qing Hua. Loeb abandonou.

 

No Rio Grande do Sul tivemos corrida da Stock Car em Santa Cruz do Sul. Na primeira corrida, uma atuação inspirada do Marcos Gomes (Voxx Peugeot), que venceu com méritos a corrida, seguido por Allam Khodair (Full Time Chevrolet) e Rubens Barrichello (Full Time Chevrolet). Já na segunda corrida, excelente corrida de Valdeno Brito (Andreas Mattheis Chevrolet), que nas voltas finais segurou a forte pressão de Daniel Serra, Cacá Bueno (ambos da Red Bull Chevrolet) e Max Wilson (RC Chevrolet), respectivamente 2º, 3º e 4º colocados. Corrida de gente grande, muito boa.

 

E para terminar, a prova de Sonoma da NASCAR, com a merecida vitória do Kyle Busch, sua primeira após o retorno às pistas após as fraturas que sofreu na primeira prova da Xfinity Series do ano, em Daytona. Pilotou muito bem a corrida toda, e a equipe foi inteligente em o fazer parar para trocar os pneus na última bandeira amarela, causada por uma quebra da flange de regulagem de cambagem do eixo traseiro do carro de Casey Mears. Visualmente, foi bem estranho: não foi questão que a roda “fugiu” do carro: saiu roda, disco de freio, e até o semieixo, em direção à tela de proteção. Não lembro de ter visto coisa semelhante. Enfim, Kyle voltou dos boxes em 7º e após a relargada foi ultrapassando os poucos carros que permaneceram na pista, incluindo Jimmie Johnson, que tinha uma liderança relativamente folgada até essa bandeira amarela, e venceu com uma bela pilotagem. Em 2º chegou seu irmão mais velho (e mais encrenqueiro...) Kurt Busch, primeira dobradinha dos irmãos na categoria. Completando o Top-5 vieram Clint Bowyer (3º), Kevin Harvick (4º) e Joey Logano (5º).

Ufa!

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini