Olá leitores!

Gostaria de começar essa coluna agradecendo a leitura fiel: há 1 ano eu estreava nesse espaço comentando a última edição do Grande Prêmio da Índia da F-1 (ou ao menos por enquanto última, se pintar uma oferta financeira boa pode ser que Tio Bernie force a barra para voltar a ter corrida lá), sem ter a menor ideia se meu estilo “descontraído” e por vezes “corneteiro” de escrever seria bem recebido pelos leitores do Nobres do Grid. Com alegria percebi que os índices de leitura se mantiveram, então agradeço ao Flávio e ao Fernando pela oportunidade e confiança, aos colegas colunistas pela receptividade e a vocês, leitores, por prestigiarem os textos desse vosso colunista. Fico com a sensação que poderia ter feito mais, mas nesse atribulado (para mim) ano de 2014 garanto que fiz o que estava ao meu alcance. Muito obrigado!

Mas vamos ao que interessa: corrida! E começamos dando os parabéns ao bicampeão do WRC, Sébastien Ogier, que garantiu seu título no Rali da Catalunha (fale “Rali da Espanha” por aquelas bandas e ganhe, no mínimo, uma bronca). Para ser campeão precisava apenas chegar na frente do companheiro de equipe Latvala. Tendo dominado o primeiro dia e administrado a vantagem no segundo, não adiantou Latvala vencer todas as 4 especiais do domingo que ainda terminou mais de 10 segundos atrás do francês. Ogier mostrou que sua convivência com o monstro Loeb foi educativa... e de qualquer maneira, a supremacia da VW foi tamanha que o único adversário era o próprio companheiro de equipe. No caso, o rapidíssimo mas inconstante Latvala, piloto que acelera muito mas também erra muito, o que com certeza facilitou o trabalho do Sébastien. Completando o pódio chegou o ótimo Mirko Hirvonen, com um Ford semi-oficial (a Ford não tem mais equipe própria no WRC, e esse é o melhor dos equipamentos da marca que se pode obter) chagando à frente do Citroën oficial de Ostberg e dos dois Hyundai oficiais de fábrica, que começaram bem o rali mas tiveram problemas com os pneus.

Outro piloto que comemorou o título nesse final de semana foi o argentino José Maria “Pechito” López, piloto da Citroën no WTCC. Ele nem precisava vencer a primeira corrida da rodada dupla em Suzuka, mas não quis dar chance para o azar e dominou a corrida de ponta a ponta. O campeão do ano passado, o também piloto da Citroën Yvan Müller (francês apesar do nome), teve um pneu furado e teve de abandonar. O pódio da primeira corrida se completou com Chilton (Chevrolet) e Loeb (Citroën). Na segunda corrida, com o grid de largada invertido para os primeiros colocados da primeira corrida, a vitória ficou com Tarquini (sim, aquele que passou na F-1 nos anos 90), levando seu Honda para sua primeira vitória do ano em um autódromo de propriedade da Honda. Completando o pódio chegaram o sérvio Borkovic (Chevrolet) e o húngaro Michelisz (Honda).

Passando das 4 para as 2 rodas, tivemos corrida da MotoGP na Malásia, onde Marc Márquez venceu mas teve muito trabalho para conquistar essa vitória, já que errou no começo da corrida, caiu para 6º lugar, teve de vir recuperando as posições e no final Valentino Rossi ofereceu boa resistência para o jovem fenômeno nas curvas de Sepang. O fato positivo é que ficou evidente que a Yamaha está praticamente no mesmo patamar que a Honda, o fato negativo é que isso aconteceu já perto do final do campeonato. Espero que ano que vem a Yamaha consiga fazer uma moto que já no início do ano permita uma disputa a sério com a Honda, já que no começo desse ano a Yamaha não deu nem para o cheiro. O pódio ficou completo com Lorenzo, que até liderou a corrida nas primeiras voltas após o tombo do Pedrosa, mas depois perdeu posições para Rossi e Márquez. Apenas para registro, novo recorde estabelecido por Márquez (13 poles positions em uma única temporada) e ele igualou a marca do grande Mick Doohan de 12 vitórias em um ano.

E nos EUA o Chase For The Cup continua: dessa vez a corrida foi no acanhado circuito de Martinsville, o mais lento dos ovais do campeonato, com seu formato de clipe de papel e curvas quase sem inclinação. 500 voltas em uma pista de meia milha, com muito contato entre os carros (mais de 10 bandeiras amarelas causadas por contato entre carros, sendo que tivemos 2 bandeiras vermelhas para limpar a pista após contatos mais intensos, por assim dizer) e nervos à flor da pele entre os pilotos, já que muitos contatos tiveram o troco depois. Vitória de Dale Jr., com Jeff Gordon em 2º lugar, dobradinha da Hendrick Motorsport 10 anos após uma queda de avião vitimar o filho do dono da equipe e alguns funcionários da equipe quando se dirigiam para a cidade de Martinsville. Vitória há muito aguardada pelo Jr., já que seu pai tinha vencido algumas vezes nessa pista mas ele ainda estava devendo. Em 3º chegou Ryan Newman, e completaram os Top-5 Tony Stewart em 4º e Joey Logano em 5º. Logano, por sinal, teve a 6ª chegada entre os Top-5 em sete corridas do Chase esse ano, belo desempenho.

Até a próxima!

Alexandre Bianchini