Minha carta para Papai Noel Print
Written by Administrator   
Sunday, 22 December 2013 19:45

Olá leitores!

 

Estamos quase no Natal, e toda criança já fez sua lista de presentes para o Papai Noel. Como acredito que idade é uma questão de espírito e não cronológica, e jamais devemos deixar morrer a criança dentro de nós, preparei uma “lista de desejos automobilística” para ver se o Bom Velhinho atende pelo menos um dos itens:

 

- Para a Fórmula 1, eu peço uma temporada bastante competitiva, com o título sendo decidido apenas na última corrida, e sendo disputado por 3 pilotos de equipes diferentes. Uma decisão na última corrida entre Räikkonen, Vettel e Hamilton está bom demais. Também peço para que o pessoal pare de azucrinar os ouvidos da Pirelli e reclame dos pneus com o Tio Bernie, que é quem pediu para a fábrica fazer borrachas que acabem logo. Quero é ver se vão encontrar alguém corajoso o suficiente na categoria para peitar o Bernie...

 

- Para a Fórmula Indy, eu peço disputas que levantem o público e principalmente os índices de audiência da categoria, que não andam lá aquelas coisas. Acredito que a volta do Montoya e a ida do Tony Kanaan para a Ganassi já sirvam de estímulo para o desejo se tornar realidade. Também peço que a TV brasileira se dê conta que EXISTE público para automobilismo, e não fique passando o VT da corrida no começo da madrugada de segunda feira, num horário em que ninguém vai poder assistir, devido ao fato de, no mesmo horário da corrida, estar passando um torneio de golfe, tênis ou pôquer.

 

- Para a Nascar, eu peço um ano em que o Nelsinho Piquet consiga se firmar como um dos pilotos de ponta na Nationwide Series, assim como o Miguel Paludo na Truck Series, ambos disputando o título em suas categorias. E que na Sprint Cup a legião de fãs do Dale Earnhardt Sr. deixe de ter dor de cotovelo pelo fato do Jr. não ser metade tão bom quanto o pai foi, e pare de reclamar dos 6 títulos do Jimmy Johnson, até porquê a chance dele igualar o recorde de 7 títulos dos dois maiores ídolos da categoria, Dale “The Intimidator” Earnhardt e Richard “The King” Petty é real e perfeitamente possível.

 

- Para a V8 Supercars australiana, eu desejo que o anunciado fim de produção dos Ford Falcon (em 2016) e Holden Commodore (em 2017) não signifique o começo do fim da categoria, uma das mais legais, empolgantes e disputadas do planeta, e que propicia um espetáculo grandioso a cada etapa.

 

- Para o WTCC (o empolgante, mas ignorado pelas TVs brasileiras, Campeonato Mundial de Carros de Turismo), eu desejo um ano com maior envolvimento das fábricas na categoria, afinal o comportamento padrão têm sido entrar, manter equipe de fábrica por 2 ou 3 anos, e depois sair da categoria. Em 2013 as únicas equipes com apoio oficial foram a Honda e a Lada, em 2014 estreará a Citroën (com a luxuosa participação do mestre do WRC Sebastian Loeb). Melhora, mas ainda é pouco. Que voltem a BMW, a Alfa Romeo, a SEAT, e que mais fábricas anunciem durante o ano que estão preparando-se para aderir à categoria em 2015.

 

- Para o WRC, os pedidos são mais ou menos na mesma linha dos feitos para o WTCC: mais envolvimento oficial de fábricas com a categoria. Temos a equipe oficial da Volkswagen, 2 equipes oficiais da Citroën, as equipes que correm com apoio “não oficial” da Ford... pouco para um campeonato tão interessante, e que atrai tanto público na Europa. Em 2014 ainda temos como atração a estreia na categoria principal do Robert Kubica, ex-piloto de F-1 que quase morreu correndo de rali, e que ficou com uma vontade gigantesca de desafiar a Dona Morte depois de tê-la vencido por 2 vezes.

 

- Para o WEC (daqui a pouco inventam novo nome para o Mundial de Endurance...) peço, em nome da competitividade, que apareça algum adversário à altura da Audi, que está dominando a categoria principal (LMP1) de maneira monótona. Que a Toyota acerte a mão ano que vem. Se der para a LMP2 ter um número de carros um pouquinho maior também seria bom.

 

- Finalmente, para o automobilismo brasileiro, espero que ele continue respirando, a espera de dias melhores. Dias esses onde autódromos não sejam mais destruídos, onde novas pistas sejam construídas e as existentes reformadas, onde as categorias regionais de automobilismo se reforcem, em que exista divulgação do calendário regional para que o público possa sair de casa e se dirigir ao autódromo para assistir as corridas, que procriem as categorias de formação de pilotos (afinal, não adianta ser campeão de Kart se não existir uma “escadinha” entre o Kart e a Fórmula 3 para o jovem piloto se aprimorar) e que o Brasil possa voltar a ser um celeiro de jovens talentos disputando (e ganhando) corridas pelo mundo afora.

 

E não percam: na próxima semana teremos as previsões de Pai Alexandre para o automobilismo em 2014!

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini