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Written by Administrator   
Sunday, 17 November 2013 21:11

Olá leitores!

 

Ao contrário do ano passado, a corrida desse ano no belo COTA (Circuit Of The Américas), um dos poucos projetos bons do Tilke, foi chata, muito chata. Fazia um bom tempo que eu não via uma corrida tão monótona. Salvo uma ou outra disputa no pelotão do meio para trás, foi uma procissão, uma carreata, qualquer coisa do gênero menos uma corrida. Lembrou-me Abu Dhabi na era pré asa móvel.

 

Em 1º lugar, pela 12ª vez nessa temporada e pela 8ª vez consecutiva na mesma temporada (novo recorde mundial), chegou Vettel. Só perdeu a liderança por ocasião da troca dos pneus, mas a recuperou rapidamente. Soberano durante a corrida. Seu companheiro Webber (3º) não largou bem, caiu para 4º, conseguiu ultrapassar o Hamilton mas não o Grosjean. E não foi falta de esforço, ele tentou, mas não deu certo.

 

Em 2º terminou o Grosjean. Largou bem, tentou mas não conseguiu atacar o Vettel, e se preocupou em levar o carro até o final. Nas últimas voltas resistiu bem ao ataque do Webber, que vinha muito rápido. Seu companheiro Kovaleinen (15º), que está substituindo o Räikkönen – que no final da temporada resolveu operar a coluna para se livrar de dores que o estavam acompanhando (e, dizem as más línguas, se livrar de uma equipe que não o pagou direito durante o ano todo) – voltou a fazer jus ao velho apelido “Kovalento”, deixando os fãs sem saber o motivo da Lotus o ter chamado para essas duas últimas corridas do ano ao invés de promover o piloto reserva da equipe. Enfim...

 

Em 4º chegou Hamilton, em uma bela corrida. Correu com a cabeça, em busca de pontos no Campeonato de Construtores que fizessem a Mercedes abrir vantagem sobre a Ferrari – que é a grande disputa do final desse ano, com a Mercedes 15 pontos à frente da Ferrari na disputa pelo 2º lugar. Seu companheiro Rosberg (9º) não se achou com o carro nesse final de semana, mas conseguiu marcar mais dois pontos e colocar mais dois preguinhos no caixão da Ferrari no Mundial de Construtores.

 

Em 5º terminou Alonso, que lutou contra um carro que hoje é a 4ª força da temporada, atrás de Red Bull, Mercedes e Lotus, mas em uma posição que foi suficiente para garantir o vice campeonato para o espanhol. O carro da Ferrari esteve terrível essa corrida. Seu companheiro Massa (12º) esteve em um daqueles finais de semana de “pane cerebral”. Treinou mal, correu mal e obedeceu mal às instruções do estrategista – não que o estrategista dele seja muito bom, pelo contrário. Acho que o problema é que ele já está com contrato assinado para ano que vem (assinou com a Williams, afinal ele acha que é mais negócio ser o líder numa equipe pequena que ser o segundo numa grande) e deve ter “se acomodado” novamente. Sinistro. Como “consolo”, foi o melhor dos pilotos que fizeram 2 trocas de pneu. A bem da verdade, terminou em 13º mas como o Vergne foi punido em 20 segundos por jogar o Gutiérrez para fora da pista na última volta, herdou uma posição.

 

Em 6º veio o Hülkemberg. Quanto mais vejo esse cara pilotar, menos me conformo que ele não está em uma equipe grande. Há uma possibilidade de um grupo russo que deve assinar com a Lotus o levar para lá, mas por enquanto nada definido. Levou novamente a fraca Sauber aos pontos. Seu companheiro Gutiérrez (e continue errando...) foi apenas o 13º, após grande disputa de posições com o Vergne no final da prova, que terminou com ele sendo jogado para fora da pista.

Em 7º ficou o Pérez, outro que recebeu o bilhete azul e está procurando vaga para o ano que vem. Com a grana da Telmex/Claro não deve ser muito difícil. Não foi uma separação muito amistosa, com a equipe e ele trocando farpas. Seu companheiro Button (10º) não se encontrou muito bem com o carro, mas foi o suficiente para marcar mais um pontinho.

 

Em 8º, pontuando pela primeira vez no ano, Valtteri Bottas. Após passar o ano inteiro andando atrás do companheiro de equipe, finalmente fez uma boa corrida e pontuou. Por sinal, se ano que vem mantiver esse desempenho, será uma pedra na sapatilha de pilotagem do Massa. Seu companheiro Maldonado (17º) voltou “ao normal”: logo no começo se enroscou com o Sutil, que foi parar no muro, quando a corrida recomeçou tomou uma bandeira preta e laranja (que indica ao piloto que ele TEM que ir para os boxes para consertar o carro), voltou lá atrás e lá ficou até o final da corrida. Muito mal para quem acusou a equipe de “sabotar” o carro esse fim de semana...

 

Antes de encerrar essa coluna, gostaria de prestar homenagem a um grande piloto que anunciou a aposentadoria essa semana que passou: Dario Franchitti, campeão da Indy, vencedor das 500 Milhas de Indianápolis, que em decorrência dos ferimentos sofridos na coluna no grande acidente ocorrido na penúltima etapa da Indy esse ano resolveu aceitar a indicação dos médicos que o tratam em sua recuperação e abandonou o automobilismo. Fará falta nas pistas, com certeza.

 

Próxima etapa, última corrida do ano, semana que vem em Interlagos. Provavelmente veremos mais uma apresentação de gala do Vettel em busca de mais um recorde (igualar a marca de 13 vitórias em uma temporada do Michael Schumacher).

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini