Segura o menino! Print
Written by Administrator   
Sunday, 03 November 2013 20:26

Olá leitores!

 

E o menino (lembremos, apenas 26 anos, muito campeão por aí nem tinha chegado na F-1 nessa idade) Vettel resolveu que ele quer ser o Schumacher. Mais especificamente, quer igualar o recorde de 13 vitórias em uma temporada do mestre alemão Agora já tem 11. Mais importante, ele igualou o recorde de 7 vitórias em sequência de Alberto Ascari e Michael Schumacher. Será que teremos um novo quebrador de recordes em série? Não sei dizer. O que sei é que ele está aproveitando ao máximo a boa fase da equipe para conquistar o que puder. E está certo, tem mais é que ir para as cabeças mesmo.

 

Vitória (mais uma vez...) de Vettel, que deve estar aumentando consideravelmente as vendas de cerveja na Alemanha. Ele é o tipo de pessoa que tem aquela característica de fazer as coisas difíceis parecerem absolutamente fáceis de fazer. Como o Kobe Bryant, o Usain Bolt e o Romário, por exemplo. Seu companheiro de equipe, Webber, um piloto rápido mas nada fora de série, que terminou em 2º, o fez a meio minuto de diferença. Justiça seja feita, ano que vem ele tem chances de se dar melhor do que na F-1: ele vai correr de Endurance pela Porsche, e em provas de longa duração o seu principal problema (não largar bem) não irá influenciar como influencia na F-1.

 

Completando o pódio em 3º chegou o Rosberg, novamente o melhor dos que têm carros “normais”. Largou muito bem, mas perdeu a chance de chegar em 2º lugar ao passar muito tempo disputando posições intermediárias após uma troca de pneus. Fez um belo trabalho no final de semana todo. Seu companheiro Hamilton (7º) não fez uma de suas melhores apresentações, mas foi boa o suficiente para ficar à frente do 2º carro da Ferrari e, junto com Rosberg, fazer pontos suficientes para ampliar a vantagem da Mercedes sobre a Ferrari no Mundial de Construtores – disputa que interessa muito aos chefes de equipe por render um bom dinheiro.

Em 4º terminou Grosjean, que no começo da prova disputou a 2ª colocação com Webber e Rosberg mas que ficou para trás após ficar “encaixotado” atrás de Sutil, um dos pilotos mais difíceis de ultrapassar na atualidade devido à ótima velocidade máxima do seu Force India. Como o Sutil andava muito rápido nas retas, mas perdia tempo precioso no miolo do circuito, as intenções do francês de ir ao pódio foram embora junto com o por do sol do circuito. Seu companheiro Räikkönen fez uma das mais curtas aparições da carreira: largou em último (teve o tempo da classificação anulado devido a uma irregularidade no assoalho do carro, mais uma obra da Lotus...), na primeira curva se enroscou com De Va Garde, digo, Van Der Garde, levou a pior na dividida de curva e abandonou. Quase não correu, pois no bate boca após a corrida da Índia (onde foi acusado pelo chefe da Lotus de “falta de comprometimento”) revelou que desde o início do ano não recebe o salário acordado com a equipe. E você achando que esse tipo de coisa só acontece com clube de futebol carioca... O fato é que ele chegou na última hora para os treinos, e deixou bem claro que se não recebesse os salários atrasados desde janeiro não correria nas 2 últimas etapas (EUA e Brasil). Aparentemente foi feito um acordo e ele correrá no final de temporada.

 

Em 5º chegou Alonso, em um resultado melhor do que se poderia esperar levando em conta os dois dias de treinos livres e de um amargo 11º tempo no treino classificatório. Justiça seja feita, a saída de boxe que ele deu ao dividir espaço com o Vergne e passando por fora dos limites da pista, se fosse com outro piloto, de outra equipe, mereceria uma punição dos fiscais de prova. Como é piloto da Ferrari, o peso da “camisa” da equipe italiana fez a diferença. O clássico “quem pode, pode”. Seu companheiro Massa (8º) não chegou em uma posição condizente com a apresentação dele nos dois primeiros terços da corrida. Até correu no Twitter uma piadinha dizendo que a Ferrari deveria demiti-lo todo começo de temporada e recontratar só no final, assim ele andaria forte o ano todo. Mas a posição foi totalmente condizente com a qualidade do estrategista dele, que fez lambança mais uma vez.

 

Em 6º chegou Paul Di Resta, mais uma vez fazendo uma parada só para troca de pneus e dando nó na cabeça dos estrategistas das outras equipes, que ficam calculando como parar sem devolver o piloto na pista perto do Di Resta, com um ritmo mais lento nas curvas mas velocíssimo nas retas. Encardido de ultrapassar... seu companheiro Sutil também só parou uma vez, mas acabou apenas em 10º lugar – o que já é alguma coisa para a equipe, com dois carros pontuando. Não é nada, não é nada, a equipe está em 6º lugar na pontuação deixando para trás a Sauber, a Toro Rosso e a tradicional, porém decadente, Williams.

 

Em 9º, salvando a honra da McLaren, chegou Pérez, após brigar com o carro a corrida toda. Deve ter sido um dos pilotos que saiu mais cansado do carro, após tourear o carro por mais de 1 hora e meia. Seu companheiro Button (12º) podia ter chegado melhor posicionado, mas teve de trocar o bico após um toque com o Di Resta, e aí as chances de pontuar com um carro tão fraco desapareceram.

Próxima corrida, 17/11, no belíssimo COTA (Circuit Of The Americas), em Austin, no Texas. Ninguém é uma inutilidade completa, nem o Hermann Tilke, e dessa vez ele acertou a mão na pista. Pena que, por causa do fuso horário (a corrida deve começar às 17h no horário de Brasilia), a tendência é a Globo repetir o que fez ano passado: passar a corrida ao vivo em um dos canais SporTV e depois do Fantástico mostrar em TV aberta um mini resumo da corrida. Por outro lado, a corrida não deve ser narrada pelo Galvão Bueno, e eu vejo isso como uma enorme vantagem.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini