Minardi e a polêmica / RUSH: Sucesso, mas fracasso Print
Written by Administrator   
Sunday, 29 September 2013 23:30

Olá!

 

A chapa pode esquentar, meus amigos. Se alguém levar isso a sério e a fundo, poderemos ter uma grande polêmica. O ex-dono e chefe de equipe Giancarlo Minardi andou dando declarações de dúvida acerca das circunstâncias do domínio de Sebastian Vettel com a Red Bull em Cingapura, na semana passada. Segundo o ex-dirigente, é provável que o RB9 de Vettel esteja usando controle de tração. 

 

“Não é a minha intenção desvalorizar Sebastian Vettel, que sempre controla sua Red Bull da melhor forma. Eu só quero dizer o que vi e ouvi pessoalmente durante o evento de três dias”. 

 

“Seus tempos de volta eram notáveis no terceiro setor, que é o setor da pista com a maior concentração de curvas. No mesmo trecho, Sebastian era capaz de acelerar 50 metros antes de qualquer outro piloto, com Webber incluído”

 

“A coisa que mais me surpreendeu foi o som do motor. Não se parecia que nenhum dos outros motores Renault na pista. Soou semelhante aos motores de temporadas passadas, quando o controle de tração estava em ação”.

 

“Além disso, esse som só era ouvido quando Vettel contabilizava suas excelentes performances, por exemplo, depois que o Safety Car foi acionado. Naqueles momentos era mais potente do que todos os outros motores. Eu gostaria de ter algumas respostas. Eu não quero culpar ninguém, só quero chegar ao fundo da questão”.

 

Bem, fica a dúvida levantada por Giancarlo Minardi. E quem quiser, que tire suas próprias conclusões.

 

Outro assunto que eu gostaria de retratar aqui é a respeito do filme RUSH: Ao meu ver, foi um sucesso, se analisarmos a proposta de trazer o automobilismo de volta a Hollywood. Com méritos. Isso ficou muito óbvio em minha coluna para este site há duas semanas e em minha análise "oficial" do filme, que você pode acessar no blog Piston GP Team. Apesar de apresentar várias licenças poéticas que o tornam bem fictício (que era a proposta de Howard, um filme baseado em fatos reais), RUSH é redentor para a história dos filmes automobilísticos, se considerarmos os recentes fracassos de "Driven" e "Talladega Nights". Além disso, o filme tenta agradar não somente aos "petrolheads", mas a um público bem maior.

 

O problema fica no quesito bilheteria, meus amigos. Aí o problema é gigantesco. E é aí também que percebemos que o último objetivo do filme resultou num retumbante fracasso: Salas de cinema às moscas. Nas duas semanas em que o filme esteve em cartaz (aqui no Ceará já saiu de cartaz, e não me será surpreendente se já tiver saído no restante do país), a bilheteria foi de 141.427 ingressos, ao todo. Na primeira semana, tinham sido 68.134. Na segunda, 31.245. Numa comparação livre com outros filmes, essa bilheteria é pior do que medíocre. "Elysium", em uma semana de exibição, vendeu cerca de 403 mil ingressos. "Invocação do Mal", em sua primeira semana, vendeu mais de 336 mil. As informações são do site "Adoro Cinema".

 

Outros filmes mais antigos tem bilheteria similar à de Rush em sua primeira semana. Em sua quinta semana, "Percy Jackson e o Mar de Monstros" obteve 61.944 vendas de entradas, 7 mil a menos que o filme de Ron Howard. Segundo o que li e escutei de amigos meus, houve sessões em que as salas de cinema estavam às moscas. A pergunta é: Por que filmes de automobilismo, grosso modo, não são interessantes?

 

O problema de RUSH, pelo menos em terra brasilis, é que o que as pessoas esperam de Fórmula 1 aqui não são grandes disputas, grandes talentos vencendo. Aqui, as pessoas querem brasileiros vencendo com direito a papapã global. Não é só no esporte a motor, mas sim em praticamente todos os esportes. Outra coisa: Pergunte ao brasileiro médio sobre automobilismo. As respostas que você encontra, geralmente, são: "parei de ver quando o Senna morreu". Bem, não quero aqui entrar no mérito da discussão sobre Ayrton Senna, mas quero, sim, lamentar as consequências negativas do "viuvismo" para o automobilismo no Brasil. 

 

Pequeno resumo do final de semana: Na MotoGP, tivemos a décima terceira etapa do campeonato, disputada em Motorland Aragon, na Espanha. Lá, uma nova vitória do espanhol Marc Márquez, da Honda. O estreante mais uma vez dominou o fim de semana e, depois de uma apertada disputa com Jorge Lorenzo (Yamaha) na classificação, dominou sem dificuldades a corrida. Já no DTM, o brasileiro Augusto Farfus, da BMW, chegou à sua terceira vitória em 2013. Infelizmente, não foi o suficiente para impedir o título do alemão Mike Rockenfeller, da Audi, que foi mais regular durante o ano e, com um segundo lugar, arrematou o caneco para Ingolstadt.

 

É isso, amigos. Abraços!

 

Antônio de Pádua