 Olá!
O final de semana foi bem interessante. Ou talvez inusitado. Mais uma vez, perdi uma eventualidade da Fórmula 1: A classificação do GP da Itália, por motivos de sono em excesso. Na verdade, tentei madrugar. Não deu. Whatever, não teve importância, no frigir dos ovos. O grande prêmio italiano serviu para uma coisa, no entanto: Os campeonatos de pilotos e construtores estão nas mãos de Sebastian Vettel e da Red Bull, respectivamente. Deja vu. 2011, lembram? É claro que sim. Ainda dá tempo para os outros tirarem a enorme vantagem de 53 pontos do alemão? Sinceramente, acho que não. Já podem parar o campeonato e dar o título a ele. Só perde se fizer uma bobagem muito grande (o que não é de seu feitio) ou algum complô surgir do nada contra ele. Faltam sete provas e pouco mais de dois meses para o campeonato acabar. Tem chão. Mas é muito difícil ele perder. Outra coisa que é importantíssimo dizer por aqui quando se fala de F1 nesse final de semana: A questão da dança das cadeiras está agitada. A Red Bull anunciou o que deveria ser considerado óbvio. A escolha mais sensata. Daniel Ricciardo será o novo companheiro do alemão Sebastian Vettel em 2014. Sabe-se que a necessidade de chamar Ricciardo ao serviço se deve ao fato de Mark Webber ter anunciado sua aposentadoria da categoria-mor na primeira metade do ano - o marsupial irá competir no World Endurance Championship (que, por sinal, será espetacular no ano que vem) pela Porsche, na divisão LMP1 (protótipos). Outros caras haviam sido cotados para o segundo cockpit da equipe austríaca, como Fernando Alonso e Kimi Raikkonen. Rumores sem fundo de lógica, porém, uma vez que Vettel é o primeiro piloto da equipe. Além disso, um rumor, mais forte do que nunca, tomou conta da atmosfera da Fórmula 1 neste final de semana. Segundo a imprensa alemã (representada pela emissora de TV RTL e pela revista Auto Motor und Sport), Kimi Raikkonen já está dentro da Ferrari, com contrato assinado desde a semana passada. O piloto finlandês tem andado insatisfeito com a Lotus, principalmente no que tange o pagamento de seus salários, atrasados pela equipe inglesa. Fiquei a pensar neste domingo, após ficar sabendo desses rumores. A Ferrari estaria insatisfeita com a insubordinação e má conduta de seu piloto principal, o espanhol Fernando Alonso. Mas, pelo jeito, é Felipe Massa quem irá sair da equipe de Maranello. Vejamos: Há diversas perguntas a serem respondidas, caso o rumor se concretize e Raikkonen realmente seja anunciado para o lugar de Massa no ano que vem. Senão, vejamos: 1. Se Massa realmente sair, para onde irá? Buscará outra equipe ou sairá da Fórmula 1? 2. Caso Raikkonen seja confirmado como novo piloto da Ferrari, terá ele disposição para aguentar lero-leros de relações públicas da equipe, com todas as restrições? 3. E, o mais importante de tudo, creio eu: O que será que Fernando Alonso pensa a respeito disso tudo aí? O espanhol quer Massa ao seu lado. Um companheiro forte como Raikkonen poderia prejudicar sua área de domínio na . mas pelo que ele mesmo tem feito e falado, parece estar dando prerrogativas para a equipe "puni-lo". Além disso, a Ferrari está querendo apostar na possibilidade de vencer o campeonato de construtores, uma vez que acha que a Red Bull, sem Webber e com Ricciardo se adaptando à nova casa, estará fraca o suficiente para ser, digamos... Alcançável. Pois bem: Vettel venceu com tranquilidade, sem sobressaltos, cada vez mais e mais tetracampeão do mundo. O tedesco dominou quase completamente o final de semana - liderou 2 das 3 sessões de treinos livres, fez a pole-position na classificação (aliás, sua quadragésima) e venceu de ponta-a-ponta. A Red Bull até chegou a simular certos momentos de tensão, como nas primeiras voltas, com um rádio em que avisou ao tricampeão de fortes vibrações no seu pneu dianteiro-esquerdo, fruto de uma fritada de pneus após a largada. Noutro momento, mais para o final da prova, a equipe austríaca disse para Vettel baixar maneirar com o câmbio, pois estava com problemas na quinta ou sexta marcha. Estranho, pois aconteceu o mesmo com Mark Webber entre a segunda e a terceira marcha. Acontecer isso com os dois carros? Pessoalmente, acho que foi para ludibriar os adversários. Nunca saberemos, porém. Alonso chegou na segunda colocação, mais uma vez. Acho que o espanhol já aceitou seu destino. Ficará com o vice em 2013 e verá Tiãozinho levar mais um caneco, que ele provavelmente julga que deveria ter sido seu, não fosse seu destino amaldiçoado por si mesmo, por Vettel e pela sua equipe, que não lhe dá um carro decente durante o ano inteiro. Mark Webber, que sairá da categoria no final do ano, fez uma boa corrida, apesar de ter largado na segunda colocação e ter chegado em terceiro, apenas. O australiano passará a tocha de companheiro de Vettel a Ricciardo, seu conterrâneo, e se disse feliz por isso, uma vez que, segundo suas próprias palavras, "é raro ter australiano". Se Felipe Massa dependia de um bom resultado para aumentar suas chances de renovação de vínculo com a Ferrari, começou bem. No sábado, a equipe lançou mão de uma estratégia interessante: fazer com que Alonso ficasse atrás de Massa para conseguir aproveitar o vácuo atrás do brasileiro e conseguir mais velocidade de reta. O problema é que Alonso não ficou atrás de Massa tempo o suficiente. "Ele está longe demais", choramingou o espanhol pelo rádio, e ainda alfinetou o pessoal de boxes, falando alguma coisa entre "scemi" (idiotas) ou "geni" (gênios) (nesse último caso, seria uma ironia). Resultado: Massa largou em quarto e Alonso em quinto, sem ocupar a segunda fila inteira, como deveria ser, porque o Incrível Hulk se meteu de gaiato entre eles e as Red Bull. Durante a corrida, o de praxe: Alonso ultrapassou Massa sem resistência (que eu me lembre, foi no final da reta). O brasileiro fez uma boa corrida e terminou na quarta colocação. Se foi suficiente para manter sua vaga, talvez nós saibamos nessa semana. Falando em Incrível Hulk, o alemão fez um final de semana ímpar. Sofrendo num ano deplorável para a Sauber e com salários atrasados, Nico fez um excelente trabalho e cravou a terceira colocação no grid. Na corrida, foi combativo e conseguiu figurar entre os primeiros para cruzar numa ótima quinta colocação. Nico Rosberg foi o sexto e Lewis Hamilton foi o nono, num final de semana surpreendentemente apagado para a Mercedes (supõe-se que carros com o motor Mercedes tenham boas performances em pistas de alta velocidade como Monza). Daniel Ricciardo fez um final de semana digno de quem quer vaga numa equipe grande. Largou em sétimo e em sétimo permaneceu. Um feito notável, considerando o carro de que dispõe. “Grojã” foi o oitavo num dia para a Lotus esquecer (Raikkonen foi apenas o décimo primeiro, deixando de pontuar pela segunda vez consecutiva) e Jenson Button foi o décimo. Sergio Pérez foi o décimo segundo. Esses resultados significam que o desempenho da McLaren não deverá melhorar a ponto de buscar uma vitória até o fim do ano. Ou seja, é pensar em 2014. “Gutierros” foi o décimo terceiro, ofuscado por Hulk. A Williams também já não surpreende, com “Maldanado” em 14º e o “Gato de Bottas” em 15º. Os nanicos: Primeiro Pic, depois “Devagarde”, depois Bianchi e Chilton, que resolveu tentar cantar de galo hoje. Não deu. Verme abandonou faltando entre 12 ou 13 voltas e di Resta abandonou ainda no começo, em razão de um acidente. Ele carregava uma câmera térmica. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ A Fórmula Truck teve a etapa de decisão do campeonato sul-americano, em Alta Gracia, Córdoba. A decisão foi eletrizante. Ao final da prova (Momento a partir do qual pude assistir), estavam na disputa pela liderança Roberval Andrade, Beto Monteiro e Felipe Giaffone. Giaffone pressionou bastante o pernambucano da Iveco para passar, mas este resistiu como nunca à ferocidade do piloto da MAN e sagrou-se campeão. Roberval até cruzou em primeiro, antes dele, mas acabou sendo penalizado em seu tempo de prova total por excesso de velocidade no radar. Como Leandro Totti chegou apenas em quinto, foi o resultado ideal para Monteiro papar o título. Porém, cenas lamentáveis tomaram conta do podium. Roberval e Beto, no podium, trocaram agressões numa feroz discussão. "Perdi a corrida por queima de radar porque o meu adversário me forçou para eu sair da pista. Não tive como frear, aí rodei, voltei, tirei a diferença, estou feliz com o resultado". E sabem o que foi mais inusitado hoje? O Tema da Vitória, tocando pelo sistema de som do autódromo, acabou sendo tocado na Bandeirantes, que estava transmitindo a corrida no Brasil. É isso aí, galera. Abraços! Antônio de Pádua |
