Emoções e um comissário eletrônico Print
Written by Administrator   
Monday, 22 July 2019 01:01

Olá leitores!

 

Antes de começar a resenhar o que aconteceu neste final de semana, permitam-me repercutir um comentário que li um bocado na segunda e terça-feira após a corrida: impressionante como, quando os comissários resolvem se ater apenas aquilo que REALMENTE precisa de punição (tipo a batida do Sebastian no Max) e não ficam tentando aparecer mais que os verdadeiros astros da corrida, a prova fica melhor. Infelizmente sei que uma atuação correta e decente como em Silverstone deve ser a exceção que confirmará a regra, estou esperando até o final da temporada muitas outras punições ridículas e descabidas como aconteceu no Canadá. Volto a repetir: se não é para INTERPRETAR o regulamento e decidir se aquilo foi ou não proposital, NÃO PRECISA DE COMISSÁRIOS, um software de leitura de imagem consegue fazer isso melhor, mais rápido e mais barato que os comissários.

 

Isto posto, vamos ao que viemos. No sábado tivemos etapa do IMSA WeatherTech naquela que deve ser a mais charmosa pista dos EUA, Lime Rock, uma pista pequena (não chega a arredondar 2.500 metros uma volta, a volta mais rápida ficou em 50s757) que não recebeu os protótipos, apenas os carros GT. Na GTLM (que foi a categoria principal no sábado à tarde) uma belíssima disputa entre Porsche 911 RSR e Ford GT encantou o público que acampava ao redor da pista e foi decidida apenas nas voltas finais com a vitória do Ford #67 da dupla Westbrook / Briscoe, que certamente deixou um sabor amargo para a dupla do Porsche #912, Bamber / Vanthoor, que foi o carro que liderou mais voltas durante a corrida e perdeu a liderança a 6 minutos e meio da bandeirada. O 3º lugar ficou com o outro Ford da equipe de Chip Ganassi, o carro #66 de Mueller / Hand. Entre os GTD vitória do Porsche 911 GT3 #9 de Olsen / Robichon, seguido pelo Acura NSX GT3 #86 de Farnbacher / Hindman em 2º e o pódio ficou completo com o BMW M6 GT3 #96 de Auberlen / Foley.

 

A Indy deveria ter corrido na noite do sábado, acabou correndo quase na madrugada de domingo (no horário brasileiro foi de madrugada mesmo) devido à inclemência do tempo, que entre chuva forte, tempestade de raios e garoa durante o processo de secagem da pista atrasou um bocado a programação prevista. Com a pista “lavada” da borracha deixada nos treinos, acabamos tendo uma das mais movimentadas provas da categoria esta temporada; destaque negativo para o “neto do homem”, Marco Andretti, que chegou a tomar ordem de ir para os boxes por estar muito lento e sendo uma chicane ambulante no oval... que fase, que fase... em compensação, de deixar boquiaberto a atuação de Tony Kanaan, que conseguiu levar a sua carroça, digo, seu Foyt até o décimo lugar na bandeirada final. Sim, Tony pilotou aquilo que não pilotava há muito tempo, e fez uma corrida muito além das possibilidades do equipamento. Matheus Leist não estava com o caboclo incorporado como Kanaan e chegou em 16º, posição mais de acordo com a penúria técnica pela qual passa a equipe Foyt. A vitória ficou com aquele que indiscutivelmente dominou a corrida, Josef Newgarden, que não contente em vencer a prova ampliou a sua vantagem no campeonato em relação aos perseguidores, que não fizeram exatamente uma corrida de alto nível. Como essa foi a 12ª das 17 provas da temporada, ainda existe tempo de reação para os rivais, mas eles começam a ter que contar com os azares de Newgarden para terem chances reais de disputa de título, já que 29 pontos separam Josef de Alexander Rossi, que por sua vez tem outros 29 de vantagem para o 3º na classificação, Simon Pagenaud. Em 2º lugar, contando com a sua sorte e habilidade habituais, chegou Scott Dixon, que com pneus novos no final tentou o que estava ao alcance do equipamento para alcançar Josef, mas não deu. Completando o pódio terminou James Hinchcliffe em 3º.

 

O DTM foi até a Holanda para correr em Assen, pista mais conhecida por ser o grande templo da velocidade sobre 2 rodas... e em pleno verão europeu enfrentaram um sábado não apenas chuvoso como gelado. A coisa estava complicada o suficiente para a direção de prova fazer as 3 primeiras voltas atrás do safety-car, e com a saída do mesmo da pista foi o momento dos pilotos e dos estrategistas das equipes brilharem. Quem se deu melhor, seja na pista seja na estratégia dos boxes, foi Marco Wittmann (BMW), que conseguiu dar a volta por cima da difícil corrida que teve em Norisring e terminou a corrida com o máximo de pontos possível. Em 2º lugar chegou Nico Müller (Audi), que tentou atrasar o pit stop para ter pneus em melhor estado no final, mas não foi capaz de segurar Marco com os pneus ainda frios mesmo com um dos carros mais velozes da pista. Ainda assim, excelente corrida para quem largou em 6º lugar. Fechando o pódio em 3º chegou o atual campeão René Rast (Audi), que procurou correr com inteligência e prudência para não deixar de marcar pontos naquelas condições climáticas adversas. Já a corrida do domingo, com tempo seco, teve como grande destaque o desgaste dos pneus... afinal, lembremos, é uma pista preferencialmente utilizada para motos, que no geral requerem um asfalto mais aderente que os automóveis. René Rast tinha tudo para ser o vencedor, mas seus pneus pediram pra sair nos minutos finais da corrida e ele teve de fazer uma parada extra nos boxes para terminar a corrida em 5º lugar. Melhor para Mike Rockenfeller (Audi), que conseguiu gerir melhor o desgaste dos pneus e como ainda tinha borracha suficiente para um desempenho razoável no final da prova, venceu merecidamente a etapa. Em 2º terminou Marco Wittmann, que fez uma excelente prova após largar em 18º e último lugar. Corrida de gente grande... o pódio ficou completo com Nico Müller chegando em 3º lugar. O brasileiro Pietro Fittipaldi foi 11º no molhado e 10º no seco. Eu diria que a corrida com chuva foi melhor... enfim, ele precisa ficar mais tempo em uma categoria ao invés de ficar pulando de galho em galho de um ano para outro. Acho que ele precisa de tempo.

 

Este domingo a Stock Car foi até Santa Cruz do Sul para mais uma rodada dupla, e na primeira corrida do dia deu o esperado: Júlio Campos (Prati-Donaduzzi) mostrou intimidade com a pista e além da pole position ficou com a vitória no final da etapa , um segundo à frente do novo líder da temporada Daniel Serra (Eurofarma RC), beneficiado que foi por uma quebra no carro de Thiago Camillo (Ipiranga), e em 3º terminou Átila Abreu (Shell). Cabe lembrar que foi a primeira vitória de Júlio desde 2016... a segunda corrida teve um festival de batidas, e ao final o degrau mais alto do pódio ficou com Ricardo Maurício (Eurofarma RC), seguido por Denis Navarro (Cavaleiro) em 2º lugar e por Nelsinho Piquet (Full Time Sports) em 3º.

 

A NASCAR foi até Loudon, New Hampshire, para uma corrida no oval de 1 milha que mais gosto na temporada. Como de costume as grandes emoções ficaram para o final, sem querer obscurecer as vitórias de Kyle Busch no 1º segmento e de Aric Almirola no 2º estágio. As voltas finais presentearam o público com excelente disputa entre Kevin Harvick e Denny Hamlin, sendo que a vantagem (graças aos pneus mais novos) ficou com Harvick, em sua primeira vitória nesta temporada mas na 4ª vitória nesta pista em sua carreira na categoria principal. Justiça seja feita, disputa de posição dura mas leal. Em 3º terminou o garoto Eric Jones, em 4º o ótimo Ryan Blaney e fechando o Top-5 o surpreendente Mark di Benedetto , naquela que pelo que eu me lembre deve ser a melhor posição de chegada dele na categoria principal.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini