A direção segura em estradas de terra Print
Written by Administrator   
Saturday, 05 January 2019 22:08

Olá pessoal que acompanha o site dos Nobres do Grid,

 

Depois de uma merecida folga e uma ida pra minha Bahia para fugir um pouco do frio aqui do Canadá e refazer o estoque de azeite de dendê, estou de volta ao trabalho e para os nossos artigos sobre o dia a dia do uso dos nossos carros e sobre como devemos usar nossos meios de transporte da melhor maneira possível.

 

Nos dias em que estive no Brasil, aproveitei para ir com a família à algumas praias mais afastadas e enfrentamos alguns trechos de estrada de terra. Alugamos um carro com tração 4x4, um SUV, mas enquanto percorríamos sem maiores problemas os trechos sem asfalto fui pensando: e quem não tem um carro 4x4, como faz para conseguir dirigir de forma segura em estradas como estas?

 

O Brasil tem cerca de 1,5 milhão de quilômetros de estradas. Porém, apenas 211 mil quilômetros com asfalto. Este é um problema de ordem estrutural muito sério para um país que tem 80% de seu sistema de transporte baseado em caminhões ao invés de trens ou embarcações e se para um caminhão é difícil andar em uma estrada de terra, imagine para quem tem um carro comum, sem grandes recursos para estradas assim?

 

Como dirigir em estrada de terra? A resposta está sempre no equilíbrio. Devido à baixa aderência, optar por uma velocidade alta é arriscado. Além de aumentar as chances de acidentes, ainda há mais possibilidade de atolar ou derrapar.

 

Por sua vez, a velocidade muito baixa gera a perda de potência do veículo, o que também pode fazer com que fique atolado em caso de areia fofa ou lama. Por isso, deve-se usar uma marcha equilibrada, misturando leveza e constância. Uma diferença entre o asfalto e a terra é a aderência. A tração do veículo fica comprometida e há mais chance de o automóvel derrapar ou patinar com a consequente perda do controle do volante por parte do motorista.

 

 Ter praticamente 80% das estradas do país sem asfalto é um sério problema para o Brasil.

 

Acredito que seja um senso comum que um asfalto sem buracos e com pavimentação é o melhor caminho a seguir. Assim, você evita imprevistos no seu veículo e consegue otimizar o combustível. Mas há momentos em que não tem jeito: é preciso pegar a estrada de terra.

 

Seja para ir a um hotel fazenda ou pousada aconchegante em uma praia mais afastada, seja para realizar uma aventura no final de semana, esse pode ser o rumo para um dia bacana com a família. É aí que você deve se perguntar: quais cuidados devemos ter com o nosso carro?

 

Andar em estrada de terra tem seus macetes. Manter as rodas nas partes mais uniformes é uma forma evitar grandes variações na aderência nas estradas de terra. Caso existam sulcos formados por veículos mais pesados, talvez seja necessário evitar estes sulcos se eles forem muito profundos, porque seu carro pode ser danificado, batendo com o fundo no terreno.

 

 As estradas de barro podem ser apenas ligações entre vilas e estradas, como até rodovias federais.

 

O ideal é dirigir com bom senso, evitar movimentos bruscos e desvios radicais. Fazendo isso as freadas também serão mais suaves e isso ajudará o motorista a manter o controle do carro. Lembre-se de nunca frear durante a curva, porque isso poderá piorar a situação. O carro tem pouco atrito e poderá rolar para fora da estrada. Isso é especialmente recomendado se estiver chovendo. Nesse caso, a aderência é ainda menor e, por isso, o indicado é usar marchas reduzidas.

 

Pedras pelo caminho são inevitáveis nas estradas de terra. A dica é passar bem devagar nesses trechos e fazer o máximo possível para desviar delas, principalmente as maiores. Afinal, elas podem cortar os pneus e ainda danificar a lataria do seu veículo. Feche os vidros para evitar que algum pedrisco entre na parte interna. Fique de olhos bem abertos para não perder o controle.

 

Facões, costela de vaca, atoleiros.

A principal diferença entre o asfalto e a terra está na aderência. A tração do carro fica comprometida no novo terreno e a possibilidade de derrapar, patinar e perder o controle aumenta substancialmente. Por isso, no artigo 61 do Código Brasileiro de Trânsito (CTB), a velocidade máxima permitida em estradas rurais é 60 km/h. O contato do pneu com o chão é menor, dependendo da característica da terra. É um terreno que não tem um padrão.

 

 O tráfego pesado, combinado com a chuva e o ressecamento podem agravar as condições das estradas de terra. 

 

Cada piso tem uma característica diferente. Existem aqueles que ficam muito lisos e escorregadios quando chove. Nesses casos, o problema é o que chamamos de costela de vaca. Por conta do tráfego intenso, a estrada fica cheia de pequenas ondulações diminuindo ainda mais o contato do pneu com o solo. Os mais arenosos e com cascalho ajudam a aumentar a aderência. Outro obstáculo são os chamados facões, que é quando o tráfego acaba formando trilhos na pista com as marcas das rodas, deixando a parte entre elas mais alta. Os solos com terra mais fofa podem se tornar lamaçais ou atoleiros em caso de chuva.

 

Tem que ter sensibilidade.

Ainda que a pressa seja inimiga das estradas de terra, conduzir devagar demais também não é bom para vencer o desafio. Segundo os especialistas, o que vale nessa hora é detectar a sensibilidade do carro e do terreno que está atravessando. Alguns tipos de atoleiro exigem maior aceleração do veículo, para não perder potência e embalo. Mas muito cuidado com o acelerador: em pisos molhados mais lisos, a aceleração excessiva vai fazer o carro derrapar. Com velocidade constante e uma aceleração média. Engate uma segunda marcha (para carros de câmbio manual) ou vá em torno de 30 km/h com rotação alta em caso de câmbio automático para ter mais torque e vá passando. O terreno é mais sensível, por isso você precisa trabalhar de uma forma diferente. Se acelerar muito, atola. Se frear muito forte, o carro escorrega.

 

Atenção redobrada em curvas e descidas

Nas curvas evitar fazer movimentos bruscos e desvios radicais. Pisos com baixa aderência exigem atenção especial em curvas e descidas, porque intuitivamente as pessoas tendem a frear quando sentem que vão perder o controle do carro. Isso só vai piorar a situação. Diminua a velocidade ou freie antes de entrar em uma curva ou enfrentar uma descida maior. É importante lembrar que estas estradas não costumam possuir serviço de socorro e ainda há o risco de não se encontrar sinal de celular para pedir socorro.

 

Questões mecânicas

Para evitar a “nuvem” de poeira levantada pelo carro da frente, a maioria dos ocupantes fecha os vidros do veículo na tentativa de evitar a entrada de partículas, entretanto, o sistema de ar suga o ar externo e lança dentro da cabine do veículo passando as impurezas pelo filtro da cabine. Se o carro passa muitas vezes em ruas de terra, um ambiente concentrado de contaminantes, é indicada a troca do filtro em um intervalo mais curto.

 

 A rodovia transpantaneira, que corta a região centro oeste do país é uma importante via para o transporte de cargas.

 

A saturação provocada pela retenção de partículas interfere no funcionamento do filtro e, além dos odores e da proliferação de fungos, outra maneira de identificar a necessidade urgente de troca do filtro de cabine é notar a diminuição do fluxo de ar durante a ventilação do sistema e a dificuldade de desembaçar os vidros do para-brisa. A convivência com as ruas de terra também exige mais do filtro de ar do motor, que acaba sugando partículas externas, e, indiretamente, afeta o filtro do óleo.

 

O dia a dia de quem anda na terra.

Nestas estradas de terra que cortam o Brasil, a transpantaneira talvez seja a que tem o tráfego mais pesado. São centenas, milhares de carros e caminhões que trafegam por esta importante estrada do país e quem enfrente esta realidade sabe bem que fazer a manutenção do veículo além de muito mais importante do que quem roda na cidade ou em estradas asfaltadas há uma série de serviços que precisam ser feitos com frequência maior, como geometria e alinhamento, trocar as buchas das bandejas do sistema de suspensão, coxim do motor, parte dos eixos e rolamentos, sem falar nos filtros em geral.

 

 Quem roda regularmente em estradas de terra tem que fazer uma manutenção mais acurada do seu veículo.

 

Para quem usa estas estradas, a escolha do pneu ideal, um chamado “pneu misto”, aumenta a vida útil do acessório e traz melhores condições de dirigibilidade. Não é um produto mais caro que um pneu convencional e faz a diferença, atendendo melhor a mudança de atrito na superfície sem asfalto, condição de “pegada” não homogênea que costuma arrancar pequenas partes da banda de rodagem do item. Independentemente do tipo de vias de uso do pneu a calibragem não muda e deve seguir a recomendação do fabricante do veículo. O primeiro rodízio dos pneus dos 5 mil km, que deve ser do mesmo lado, e o segundo após 10 mil km, no sentido em “x”.

 

Portanto, não pense que você está o Dakar e que está em uma prova off Road. Fique com a atenção redobrada para que seu deslocamento ou viagem de lazer vá do início ao final sem sustos ou problemas.

 

Muito axé pra todo mundo,

 

Maria da Graça