Carros Elétricos Print
Written by Administrator   
Monday, 15 August 2016 22:06

Olá pessoal que acompanha o site dos Nobres do Grid,

 

A coluna do mês passado rendeu muitos emails com perguntas, críticas, sugestões e incentivos. Um outro número considerável veio com um pedido para que fosse feita uma matéria sobre carros elétricos e muitos me perguntaram se eu achava que os carros elétricos são uma realidade, se são viáveis e quando teremos carros totalmente elétricos nas ruas. Como este não é bem meu departamento, fui pesquisar sobre o assunto e é muito interessante.

 

Veículo elétrico (cuja sigla em inglês é EV, de electric vehicle) é um tipo de veículo propulsionado por um motor elétrico, para transportar ou conduzir pessoas, objetos ou uma carga específica. Diferenciam dos veículos usuais pelo fato de utilizarem um sistema de propulsão elétrica e não a solução comum de motor de combustão interna. O motor elétrico usa energia química armazenada em baterias recarregáveis, que depois é convertida em energia elétrica para alimentar um motor que fará a sua conversão em energia mecânica, possibilitando que o veículo se mova.

 

Existem diferentes tipos de configuração de uso de eletricidade para a propulsão de veículos. Seja em combinação com motores de combustão interna ou não.

 

Hybrid Electric Vehicle (HEV)

É um veículo elétrico híbrido que usa tanto um motor elétrico e um motor de combustão interna para propulsionar o veículo (não pode ser carregado na rede elétrica).

 

Plug-In Hybrid Electric Vehicle (PHEV)

Um veículo elétrico híbrido plug-in é aquele que usa a eletricidade obtida na rede para alimentar um motor elétrico e também utiliza um motor de combustão interna, semelhante a um híbrido puro.

 

 

Extended Range Electric Vehicle (EREV)

É um veículo elétrico com extensor de autonomia que funciona como um veículo a elétrico a bateria por um certo número de quilômetros e muda para um motor de combustão interna, quando a bateria está descarregada.

 

Battery Electric Vehicle (BEV)

É um veículo elétrico a bateria que é alimentado exclusivamente por energia elétrica a partir de sua bateria on-board, carregada em uma tomada da rede elétrica (carregado apenas na rede elétrica).

 

Fuel Cell Vehicle (FCV)

Um veículo elétrico a células de combustível converte a energia química de um combustível, como o hidrogênio, em energia elétrica.

 

Plug in Electric Vehicle (PEV)

Muito utilizado para se referir a duas categorias:  Battery Electric Vehicle (BEV) e Plug-In Hybrid Electric Vehicle (PHEV).

 

Para quem acha que os carros elétricos são um avanço de modernidade, saiba que os carros com motores elétricos são mais antigos do que os carros movidos à gasolina.

 

Quem inventou o carro elétrico?

 

A invenção do veículo elétrico é atribuída a várias pessoas. Em 1828, Ányos Jedlik, um húngaro que inventou um tipo primitivo de motor elétrico, criou um pequeno carro modelo alimentado por seu novo motor.

 

Em 1834, Vermont blacksmith Thomas Davenport, o inventor do primeiro motor elétrico americano DC, instalou seu automóvel em um pequeno modelo de carro, que ele operou em uma pista curta eletrificada circular.

 

Carro do Prof. Sibrandus Stratingh foi construído na Europa, construído na primeira metade do Século XIX.

 

Em 1835, o professor Sibrandus Stratingh de Groningen, o Holanda e seu assistente Christopher Becker criou um carro elétrico de pequena escala, alimentado por pilhas não-recarregáveis.

 

Em 1838, o escocês Robert Davidson construiu uma locomotiva elétrica que atingiu uma velocidade de 4 mph (6,4 Km/h).

 

Entre 1832 e 1839, Robert Anderson da Escócia inventou um carro elétrico que usava uma bateria recarregável alimentada por um pequeno motor elétrico. O veículo era pesado, caro e precisava frequentemente de recarga.

 

A patente para o uso de trilhos como condutores de corrente elétrica foi concedida na Inglaterra em 1840, e as patentes semelhantes foram emitidos para Lilley e Colten no Estados Unidos, em 1847.

 

Thomas Edison, o descobridor da corrente elétrica também entrou nessa e criou um carro movido por baterias.

 

As pilhas recarregáveis ​​que forneceram um meio viável para o armazenamento de eletricidade a bordo de um veículo não veio a existir até 1856 pelo físico francês Gaston Planté.

 

Em 1881, Charles Jeantaud, com a colaboração de Camile Faure (inventor da bateria de placas), construiu o primeiro veículo elétrico, na França. Esse veículo era uma simples charrete – adaptada com um eixo dianteiro giratório e uma cana de leme para apoio ao sistema de direção – com um motor Gramme e uma bateria Fulmen (que era uma patente de Faure).


Este veículo serviu de laboratório móvel durante vários anos, e seus construtores ainda não tinham certeza quanto à possibilidade de explorar comercialmente o conceito. Os problemas típicos dos automóveis elétricos – autonomia e capacidade de subir grandes declives com carga – não estavam sendo resolvidos de forma satisfatória, e os dois homens dispunham de poucos recursos. Apesar disso, conseguiram divulgar os experimentos Europa adentro.


Primeiro, em 1887, abandonaram o motor Gramme e enveredaram por um motor inglês; mais tarde, em 1893, recorreram ao conjunto motor/baterias desenhado pelo suíço Tonate Thommasi. Em doze anos, o conceito estava definido, mas havia inúmeros problemas com a sua otimização.


Na realidade, a década de 80 do século XIX foi fértil na aparição de inúmeras experiências no domínio dos automóveis elétricos, tanto na Europa como nos Estados Unidos. No Reino Unido, desenvolveu-se um núcleo razoável de tentativas nesse campo. Os resultados das novas baterias propostas pela empresa Elwell-Parker foram animadores e Parker apresentou seu primeiro veículo elétrico em 1884. Mas, no outro lado do Atlântico, houve outros movimentos interessantes, graças aos trabalhos de Riker, Possons e Slattery.

 

William Morrison também usou baterias para para alimentar o seu carro, criado na última década do Século XIX.


Em 1890, William Morrison constrói o primeiro automóvel elétrico de quatro rodas, em Des Moines, nos Estados Unidos, utilizando baterias de chumbo. Este carro agregou inúmeras experiências e atingiu um grau de maturidade interessante. 


É verdade que a autonomia não impressionou, mas a sua precisão e conforto no deslocamento de pequenas distâncias dentro da cidade deram uma imagem positiva ao modelo. Exibido na Exposição Mundial de Columbia, em 1893, a criação de Morrison gerou uma “onda tecnológica” capaz de seduzir novos empresários, mas também aqueles que, como Albert Pope, já haviam investido no automóvel com motor a combustão.


As características específicas da sociedade americana permitiram à indústria de automóveis elétricos alguma expansão. Aliás, um fenômeno idêntico aconteceria com o vapor, que teria maior volume e mais tempo de exposição no mercado norte-americano do que na Europa.

 

O Veículo Lunar das missões Apolo na Lua era um projeto avançado (na época) de veículo totalmente elétrico. 

 

Para ilustrar melhor este momento, em 1900, dos 4.192 automóveis fabricados nos EUA, 1.681 eram a vapor, 1.575 eram elétricos e apenas 936 estavam equipados com motor a combustão. Este fator explica, em parte, porque a indústria recente dos automóveis elétricos está tão ligada aos Estados Unidos.

 

O veículo elétrico constitui uma excelente solução de mobilidade para responder às questões atuais do aquecimento global, da qualidade do ar que respiramos e da dependência que existe dos combustíveis fosseis.

 

Todos os que querem contribuir para um mundo mais ecológico têm agora a possibilidade de tirar partido das vantagens dos veículos elétricos, uma vez que o seu uso será cada vez mais massificado.

 

 

Há dois fatores que vem tornando o veículo elétrico cada vez uma solução de mobilidade mais viável. Por um lado a evolução tecnológica ao nível das baterias, com tempos de carga menores, maior autonomia, maior potência, etc. além de preços cada vez mais competitivos, principalmente quando se analisa os custos de Km percorridos.

 

As vantagens dos veículos elétricos:

 

Maior eficiência do motor: Os veículos elétricos utilizam tipicamente entre 0.1 a 0.23 KW/h por quilômetro. Aproximadamente metade deste consumo é derivado da ineficiência do processo de carga das baterias.

 

 

A média de consumo equivalente para um veículo a gasolina é de 0.98 KW/h por quilômetro, sendo assim bastante menos eficientes que um veículo elétrico.

 

Zero-Emissões: o veículo elétrico é a única solução 100% Zero-Emissões em utilização. Zero-emissões inclui zero ruídos, zero emissões de gases efeito de estufa e zero emissões de poluentes.

 

Condução silenciosa: os Veículos Elétricos oferecem uma experiência de condução caracterizada por uma deslocação do veículo mais silenciosa e suave. Isso é conseguido pela ausência de várias peças móveis no motor, pelo ruído da combustão, mas também pela ausência do sistema de escape uma das principais fontes de ruído num automóvel.


Custos de utilização: o custo da energia elétrica despendida por veículos elétricos com um sistema de armazenamento de energia em baterias corresponde a um terço do valor do custo do combustível utilizado por veículos com motores de combustão interna, para a mesma distância percorrida e em condições idênticas de utilização.

 

 

Para além disso os veículos elétricos têm menos custos de manutenção já que não precisam de mudanças de óleo frequentes e outras operações de manutenção pois os motores tem menos peças móveis no motor.


Recuperação de energia dos freios: Utiliza o fato de um motor elétrico poder funcionar como gerador. O motor elétrico é usado como gerador durante as frenagens do veículo e a saída produzida após convertida é usada para recarregar as baterias, ou seja, o veículo devolve energia ao sistema. Durante o processo de frenagem, as ligações do motor são alteradas de modo a que o motor funcione como gerador.

 

 

Condução: Os veículos elétricos tem uma condução agradável, dispensando pedal de embreagem e caixa de condução. Tanto para cidade como em situações em que seja necessário fazer uma aceleração mais forte não é preciso ter em atenção a caixa de velocidades. O binário dos motores elétricos é constante a qualquer rotação, podendo proporcionar performances interessantes.


Menos impostos e incentivos: os automóveis elétricos atualmente beneficiam de isenções ou reduções tarifárias em diversos países, alguns, inclusive, oferecem subsídios para conseguirem uma maior penetração no mercado destes veículos.

 

Linha do Tempo:


1880 - O desenvolvimento da propulsão elétrica teve início nos anos 1830. A aplicação efetiva em um carro ocorreu cerca de 50 anos depois, no modelo apresentado pelo engenheiro britânico Thomas Parker (1843-1915)

 

1899 - No fim do século XIX, o serviço de táxis de Nova York era composto predominantemente por carros elétricos. Com o passar dos anos e a evolução dos sistemas de ignição, eles perderam espaço para os veículos a gasolina

 

1947 - As dificuldades do pós-guerra fazem o Japão apostar em veículos que não dependessem do então escasso petróleo. um deles foi o elétrico Nissan Tama, que hoje é um clássico

 

1981 - A nacional Gurgel também investiu na eletrificação. O furgão Itaipú E-400 podia rodar, segundo a fabricante, cerca de 100 km na cidade. A velocidade máxima era de aproximadamente 70 km/h

 

1988 - O EV1, da General Motors, foi um dos carros mais polêmicos da história. A empresa produziu 800 unidades e os ofereceu em um contrato de leasing por tempo limitado. Foi uma experiência caríssima que terminou com os carros sendo recolhidos pela fabricante. A maior parte foi destruída

 

2006 - A chegada do Tesla Roadster mostrou que carros elétricos podem ser esportivos. O conversível californiano chegou com 288 cv de potência e capacidade para rodar cerca de 300 km com as baterias totalmente carregadas

 

 

Desvantagens dos veículos elétricos:

 

Baterias: uma das grandes desvantagens das baterias é o seu peso. Embora tenha havido avanços tecnológicos, para que as baterias proporcionem uma autonomia interessante, ainda pesam bastante. Por ex as baterias do Tesla roadster de ions de lítio pesam 450kg.

 

O tempo de vida útil de um conjunto de baterias poderá andar entre os 160.000 Km e os 200.000 Km, o que aliado ao seu custo pode ser uma grande desvantagem ter que incorrer no custo de um conjunto novo ao fim destes quilômetros.

 

 

O funcionamento das baterias a baixas temperaturas também não é o melhor, havendo perda de eficiência.

 

Autonomia: Também diretamente relacionado com as baterias, o seu tamanho e tecnologia usada, a autonomia dos veículos elétricos ainda é limitada quando comparada com um veículo com motor de combustão. A autonomia poderá andar entre os 100km e os 200km em média consoante o tipo de veículo.

 

Tempo de carga: As baterias de ions de lítio já permitem que quando carregadas em locais específicos possam atingir cerca de 80% da sua capacidade em cerca de 15 a 20m. A carga total, quando efetuada em casa numa tomada normal de 220v pode durar ente 6 a 8 horas.

 

Custo de aquisição: apesar dos custos mais baixos de operação, os veículos elétricos apresentam em contrapartida um custo de aquisição normalmente mais elevado, devido ao fato de ser produzido em pequenas séries.

 

O custo das baterias ainda é uma componente considerável do custo total.

Produção de eletricidade: dependendo da forma como é produzida a eletricidade, pode haver emissões de CO2 relacionadas com a circulação dos veículos elétricos.

 

Muito axé pra todo mundo,

 

Maria da Graça


Last Updated ( Monday, 15 August 2016 22:54 )