Alonso: um gênio superestimado / O melhor dos segundos Print
Written by Administrator   
Thursday, 18 April 2013 00:43

O Grande Prêmio da China foi realmente bastante interessante. Intenso nas primeiras voltas, mas depois perdeu a temperatura em termos de ação. A Lotus brigou com a Mercedes, a Red Bull andou muito mal, a Force India teve "preju" com seus dois pilotos, enfim. Alheio a tudo isso aí, Fernando Alonso provou e comprovou que sua Ferrari está no páreo. Pelo menos, por enquanto. Perfeito na estratégia, soube ser agressivo e decisivo nas ultrapassagens quando precisou. Teve um orgasmo em cada vez que ultrapassou Sebastian Vettel (acho que foram duas manobras em cima do tedesco, ao todo, não lembro exatamente) e acabou sendo o vencedor ao fim das cinquenta e seis voltas sobre solo chinês.

 

Mas por que "superestimado"? Porque já tem quem vaticine que ele certamente será campeão nesse ano. E ainda estamos na terceira corrida. Por que isso tudo? As 3 provas tiveram 3 vencedores diferentes, de 3 equipes diferentes. Nem dá para dizer se há algum favorito. Alonso continua sendo o xodó supremo dos jornalistas. Muito dessa bajulação tem motivos contundentes, mas calma lá: O espanhol não é "Deus", ainda poderemos ter reviravoltas neste ano, como uma possível reação de Red Bull, Lotus, Mercedes, a tentativa da McLaren de salvar seu ano e depois concentrar-se em 2014, enfim... Um mar de possibilidades. Portanto, é muito cedo para afirmar que alguém será campeão.

 

Kimi Raikkonen foi o segundo com a Lotus após andar sempre muito junto com Lewis Hamilton, da Mercedes, que completou o podium. O finlandês completou uma série de 20 corridas ininterruptas na zona de pontuação. Excelente. Se a Lotus continuar nessa curva de performance, tem grandes chances de título, o ‘João-vodka’, que não teve vida fácil durante a prova: Largou mal, foi vítima de um atrapalhado Sergio Pérez: O mexicano da McLaren tentou fechar a porta e os dois quase saíram fora. Kimi reclamou muito. A meu ver, foi um toque de corrida. Já o inglês, de feudos ‘mercêdicos’, foi novamente muito bem. Após largar na pole, perdeu terreno para Alonso ainda no começo, sendo ultrapassado na quinta volta pelo espanhol. Depois, brigou com Raikkonen nas pistas e na estratégia. Mais da mesma: Nico Rosberg, com problemas de suspensão, abandonou no comecinho. Que triste.

 

E a Red Bull, hein? Durante os treinos, andou sempre no pelotão intermediário. Na classificação, foi medíocre: Mark Webber ficou sem combustível durante o Q2 e parou o carro nas adjacências da pista. Largaria em décimo quarto, mas a Red Bull decidiu fazê-lo trocar a caixa de velocidades e partir do pitlane. Já Sebastian Vettel passou ao Q3, mas errou um ponto de freada na penúltima curva e abortou seu treino. Largou em nono. Na corrida, uma batida com Jean-Eric Vergne entre as voltas 14 e 15 começou a comprometer a corrida do #2: Ele quebrou a asa dianteira. E, aproximadamente 2 ou 3 voltas depois, perdeu a roda traseira direita. Mais ‘zica’ que isso, só para lá do deus me livre, como diria Galvão Bueno. O australiano reclamou muito do adversário, mas creio que ficou bem claro, na situação, que Vergne deixou bastante espaço e só fechou a porta quando pensou que Webber não viria para dentro. Nem viu por onde foi atingido e rodou. Já Vettel fez uma corrida precisa, sem cometer muitos erros, ganhando posições na estratégia de pneus e foi o quarto, babando no final para cima de Hamilton na tentativa de obter um pódio. 

 

Jenson Button, valendo-se de sua pilotagem suave e amistosa com seus pneus, foi o quinto colocado com uma McLaren que tenta se recuperar do péssimo início de temporada. Mais da mesma: Sergio Pérez, após a confusão com Raikkonen, foi apenas o décimo primeiro. Ainda estamos no começo da temporada, mas, cedo ou tarde, se os resultados não vierem, vai pesar o clima para o Chapolin ali dentro. Já recebeu as primeiras críticas de Martin Whitmarsh. Já Felipe Massa, da Ferrari, largou de forma excelente e no mesmo momento em que Alonso passou Hamilton, o brasileiro, que vinha atrás, tirou o carro do vácuo e passou de passagem. Uma das manobras mais fantásticas que já vi nos últimos tempos. O inglês provavelmente ficou atordoado depois de um olé duplo desses. Está endiabrada, a dupla da Ferrari neste ano. Veremos até quando.

 

Daniel Ricciardo-uau, em ótima performance com a Toro Rosso, largou da sétima colocação e terminou por aí mesmo. Paul di Resta foi o oitavo, mas protagonizou junto com seu companheiro de equipe, o alemão Adrian Sutil, um toque ainda na primeira volta. Sutil abandonou 4 voltas depois. Bob Fernley, chefe da equipe, chamou os dois para resolver o pepino. Como a equipe é menos badalada que a Red Bull e a Mercedes, não houve toda essa repercussão. Romain Grosjean foi o nono, bem aquém de seu companheiro de equipe, mas sem cometer maluquices na primeira volta. E, fechando o top-10, o Incrível Hulk, em mais um bom desempenho com a Sauber. Sauber essa que literalmente decolou com Esteban Gutierrez na quarta volta: Freou depois do ponto e atropelou a Force India de Sutil, que parou no boxe e abandonou na volta seguinte. Fogo de palha, esse mexicano.

 

Daí para trás, sem surpresas: Vergne em décimo segundo, sobreviveu ao acidente com Webber, Valtteri Bottas tentando se sobrepor às limitações de seu carro, novamente à frente de Pastor Maldonado, que fez um péssimo início de temporada, já com dois abandonos... A Williams vai bem. Bem mal! E Jules Bianchi fez outra prova excelente com a limitadíssima Marussia, ameaçando a equipe de Grove e enfiando uma luneta nos outros carros das nanicas. Charles Pica superou Max Chilton, que superou Giedo ‘DevaGarde’. A Caterham realmente perdeu o rumo e terreno para os ‘marússicos’. Resta ver se Bianchi realmente marcará um ponto ainda nessa temporada.

 

Próxima parada: GP do Bahrein. E a tentativa de correr (e sobreviver) num país que está sempre na eminência de guerra civil.

 

Abraços!

 

Antônio de Pádua

 

 

 

Olá pessoal que acompanha o site dos Nobres do Grid,

 

Vamos conversar sobre o GP da China. Que corridinha chata, heim? Essa coisa de pneus que se esfarelam à toa não deixa ninguém ver quem é o melhor piloto, qual é o melhor carro, mas mostra quem sabe fazer com que os pneus durem mais. Só isso.

 

Quem largou de pneu macio, teve que parar com 6 ou 7 voltas. Quem largou com pneu médio, levou o carro na pista por 15 voltas... em alguns casos, 20, como nas McLarens. Isso fez uma confusão na cabeça de quem estava assistindo a corrida no meio da madrugada que não foi fácil. Quem ia levar vantagem no final? A Mercedes de Hamilton que era o carro mais rápido do final de semana? A Red Bull que trocou a tática? A resposta foi Fernando Alonso e a Ferrari.

 

Depois de ridicularizar um repórter após ser perguntado se a performance de Felipe Massa incomodava-o, o espanhol deu um banho na pista. Largou super bem, tomou a ponta ao completarem a primeira volta e deu adeus aos concorrentes, fazendo a sua corrida como se não houvesse um carro adversário na pista.

 

Virando voltas como um relógio, andando de acordo com as exigências dos pneus e controlando o tráfego para não perder tempo, no final das paradas de todos (faltando menos de 10 voltas para o final) a vantagem de Fernando Alonso mostrou que além da estratégia da Ferrari estava correta, ele fez com que ela desse certo.

 

Por outro lado, Felipe Massa, que começou bem a corrida, andando junto da Ferrari de Alonso e protagonizando uma sensacional ultrapassagem sobre Lewis Hamilton logo após a de Alonso, pagou caro o preço de ser o segundo piloto. Teve que ficar uma volta a mais na pista. Sua parada – a primeira – foi um segundo mais lenta que a de Alonso e isso jogou Felipe Massa no meio de um grupo de carros rápidos, com pneus iguais aos seus e bem mais distante de uma melhor colocação e de um possível pódio, até mesmo uma dobradinha.

 

Felipe Massa terminou num distante 6º lugar, mais de 40 segundos atrás de Fernando Alonso. Será que essa má colocação é culpa apenas do fato do brasileiro ser o segundo piloto? Na corrida da Malásia Fernando Alonso ficou fora da corrida na primeira prova e, sendo a única Ferrari na pista, todas as atenções seriam dele... no final, uma apagada 5ª colocação.

 

Vamos ser um pouco menos “Pachecos” e encarar a realidade. Até agora Felipe Massa começou melhor esta temporada do que no ano passado. Contudo, não dá pra pensar que o brasileiro é um candidato ao título e até mesmo as vitórias. Felipe, se muito, pode acabar o campeonato sendo o melhor dos segundos, depois de Fernando Alonso, Sebastian Vettel, Kimi Raikkonen e Lewis Hamilton...

 

Até semana que vem,

 

Maria da Graça

 

 

 

 

Last Updated ( Thursday, 18 April 2013 01:58 )