A temporada do automobilismo em 2016 está para iniciar, nos principais campeonatos do mundo e nacionais. Enquanto isso, pilotos e equipes fecham contratos, assim como patrocinadores e etc.. Mas, do outro lado do planeta, já tem jovens promessas acelerando em monopostos. Mais precisamente, a Nova Zelândia é a anfitriã da Toyota Racing Series, categoria que a cada ano atrai novos nomes com potencial para despontar no cenário internacional. Apesar dos autódromos pouco, ou nada, conhecidos para a maioria dos participantes, a TRS é caracterizada pelo equilíbrio, causado em parte por conta das pistas terem de ser descobertas nos treinos e corridas, como também os carros utilizados apresentarem equidade entre as equipes. Além das datas e localização, outra diferenciação deste certame é a utilização, desde 2008, o combustível ‘verde’ E85, baseado em 85% de etanol e 15% gasolina.

Como categoria de base, com 5 etapas e 15 provas, jovens talentosos buscam na Nova Zelândia alguma chance a mais de buscar vaga em equipes dos campeonatos europeus, principalmente. Por lá, nomes presentes na GP2 (Mitch Evans, Richie Stanaway, Alex Lynn, Jordan King, Nathanael Berthon, Raffaele Marciello, Artem Markelov), F3.5 (Bruno Bonifácio e Pipo Derani) na Formula 1 (Daniil Kvyat e Will Stevens), Endurance (Brendon Hartley e Earl Bamber) e Stock Car Brasil (Lucas Foresti e Guga Lima). E em busca de um lugar ao Sol, ou manter em atividade durante a pré-temporada, três brasileiros migraram para além do Pacífico. No atual campeonato, nossos representantes tupiniquins são Pedro Piquet, Bruno e Rodrigo Baptista.

Pedro Piquet debaixo de chuva, em Teratonga Park, segunda etapa da TRS. Foto: Divulgação

Pedro já estivera por lá em 2014, mas apenas disputou duas etapas antes de retornar ao Brasil, por conta de problemas burocráticos com a CBA e sua idade na época. Já os irmãos Baptista debutam neste ano, enfrentando as dificuldades e relatadas acima. Até a presente data de confecção desta matéria, Bruno e Rodrigo estão a se adaptar as circunstâncias, porém Rodrigo marcou 1 top10 e Bruno por 3 vezes cruzou a quadriculada entre os 10 melhores.

Piquet, por sua vez, também tem lá seus contratempos, mas carimbou (até o fechamento desta coluna) 8 top10, duas voltas mais rápidas, 5 pódios e duas vitórias, conquistadas na segunda prova da segunda etapa e na terceira corrida da terceira etapa, Ainda teremos mais 2 etapas, e a tendência é dos brasileiros obterem bons resultados, a medida em que se adaptam mais ao Tatuus FT-50.

Sergio Sette Câmara, com Pietro Fittipaldi em seguida, na F3 Euro, em 2015, Portimão. Foto: FIA F3/Suer

Enquanto isso, no Velho Continente os campeonatos de monopostos seguem confirmando os pilotos para as disputam que estão por vir. Na Formula 3 Européia, Pedro Piquet guiará pela Van Amersfoort um dos Dallara F312, impulsionado por motor da Mercedes. A julgar pelos testes e a equipe, o planejamento de Pedro deverá surtir efeito, quanto a andar entre os top10 regulamente a partir da metade da temporada. Entre os rivais de Piquet, Sergio Sette Câmara continuará na tradicional esquadra alemã Motopark, empurrado pelo motor Volkswagen, após ano de aprendizado na categoria, na qual terminou em 14º e dois pódios, e com a expectativa de um ano forte.

Outro nome já certo é o de Mick Schumacher, filho do multicampeão da F1 Michael. Em seu primeiro ano no automobilismo, após chamar a atenção no kart, disputou a concorridíssima, e as vezes caótica, ADAC Formula 4, na qual terminou em 10º e com uma vitória, e neste ano guiará pela Prema Powerteam/Mercedes. Para não fugir muito do foco nacional, fechando este parágrafo com o nome de Lance Stroll, canadense quinto colocado na temporada 2015 e campeão da Toyota Racing Series em 2015 e da F4 Italiana em 2014. O canadense será companheiro de equipe de Mick. Por falar na Itália, Giuliano Raucci seguirá no campeonato da Velha Bota, agora na equipe Diegi.

Mauro Auricchio durante prova da temporada do ADAC F4. Foto: Divulgação

Nas Formula 4, Mauro Auricchio confirmou a permanência com a Team Timo Scheider e a seqüência do aprendizado em terras alemãs (austríaca e holandesa também). Na britânica MSA F4, Rafa Martins guiará na TRS Arden Junior. Após um ano de muita luta com a pequena SWB, na qual conquistou dois pódios e fechou e 9º na classificação, nesta temporada estará em uma das principais equipes do campeonato, a qual colocou seus 3 pilotos em 2015 entre os top10, sendo Ricky Collard vice-campeão.

Nesta mesma categoria, Matheus Leist terminou em 5º na última temporada, após duas vitórias e outras quatro oportunidades no pódio, porém este ano migrou para outra F4 da terra da Rainha. Guiará com a mesma equipe, a Double R, e terá companhia de Enzo Bortoleto. Esta equipe dos brasileiros é a mesma fundada por Kimi Raikkonen e Steve Robertson, daí o duplo ‘R’.

Matheus Leist com Double R, ainda na MAS F4, na etapa de Thruxton. Foto: Divulgação

Pietro Fittipaldi deixou a F3 Européia para competir na Formula V8 3.5, novo nome da Formula Renault 3.5, após a montadora retirar a parceria. Pietro defenderá a inglesa Fortec, e terá como rivais nomes conhecidos, como Tom Dillmann e Matthieu Vaxivière (vice deste campeonato ano passado), além de Alfonso Celis jr, piloto de desenvolvimento da Force India, apadrinhado por Carlo Slim.

Bruno Baptista sairá da Nova Zelândia para assumir um dos carros da Fortec na Formula Renault Eurocup 2.0, após algumas prova na mesma categoria no ano passado, mas como piloto convidado. O Brasileiro terá como companheiro um piloto com sangue real, Ferdinand Habsburg, e atual rival na Toyota Racing Series, na qual o austríaco está na terceira colocação.

Saudações, agora em São Paulo,

Fabiano Esteves.