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A coisa tá russa! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Friday, 16 August 2013 02:12

Caros amigos, a minha coluna desta semana terá uma temática histórico-política para chegar ao nosso destino final que é a Fórmula 1.

 

A partir da segunda metade dos anos 80 e início dos anos 90 (anos de 1986-1991), com o governo de Mikhail Gorbachev, secretário-geral do Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética, profundas mudanças começaram a ter início e um império de 70 anos ruiu. Se este foi ou não seu intuito, não sei, mas as consequências provocaram um efeito dominó em todo o leste europeu.

 

Os efeitos – em especial econômicos – foram extremos... e extremamente opostos a tudo que se pregava por trás da chamada “cortina de ferro”. Sua primeira proposta, ao assumir o governo, foi promover uma tentativa de reestruturação do socialismo soviético, injetando maior dinamismo à economia. Essa proposta, conhecida como perestroika, pregava maior liberdade no funcionamento das empresas, maior liberdade para as iniciativas privadas e a possibilidade, se bem que limitada, de investimentos externos. Como tal proposta não surtisse alterações, apesar de aplaudida pelos líderes do partido, Gorbachev tenta uma segunda proposta: a glasnost. A palavra russa, que significa “transparência”, queria dizer que eram necessárias críticas ao sistema para que este se reestruturasse. A glasnost propunha, então, maior liberdade de expressão, maior possibilidade para que as pessoas manifestassem suas insatisfações, o que favoreceria a busca de soluções para os problemas.

 

As reformas que eram encaminhadas por Gorbachev, e eventualmente aprovadas pelo Congresso, não surtiam efeito. Aumentava a insatisfação popular. Na véspera da votação de uma nova lei sobre a estrutura da federação, membros conservadores do Partido Comunista promovem um golpe contra Mikhail Gorbachev. Ele foi preso em uma casa de campo na Criméia, enquanto os golpistas promulgavam na televisão um retorno aos antigos princípios da URSS. Os golpistas conclamam o povo e as Forças Armadas a apoiá-los. Entretanto não há reação, nem do povo, nem do Exército. Isso dá oportunidade a que os grupos que haviam conseguido destaque durante os tempos de glasnost promovessem um contragolpe. Liderados por Boris Yeltsin e com o apoio dos presidentes de outras repúblicas, os contragolpistas libertaram Gorbachev e prenderam os líderes reacionários do PC. Gorbachev tentou retomar a liderança da URSS, mas era tarde demais. O golpe conservador havia esfacelado a força moral do Partido Comunista. Yeltsin tomava o poder e a “transição suave” foi por terra.

 

A Rússia – e algumas das novas nações que surgiram do antigo bloco soviético – implementaram uma “economia de mercado à sua moda” e fortunas surgiram do dia para noite. Em poucos anos estes países passaram a ter milionários (e logo bilionários) em áreas como petróleo e gás, não apenas na Rússia, mas nas antigas repúblicas que faziam parte da União Soviética também.

 

Os comunistas só voltariam ao poder “de forma democrática” com a eleição de Wladimir Puttin, que vem criando artifícios para se manter no poder há mais de uma década e que persegue seus eventuais opositores – muitos deles alguns destes novos bilionários – com ações de intervenções, prisões e confisco... e aqui começa a nossa estória junto ao esporte.

 

Muitos dos amigos leitores já ouviu falar de Roman Abramovich, o dono do time de futebol inglês, o Chelsea, que era um time médio quando foi comprado e que hoje é um dos maiores do mundo. Além de Abramovich, diversos outros destes novos magnatas investiram verdadeiras fortunas no esporte e outras áreas distantes de suas atividades financeiras e industriais.

 

O volume de dinheiro é tamanho que, no caso do futebol, As suspeitas de existência de recursos ilegais no futebol chegaram à Fifa, que deu início a um estudo sobre o tema. Os Dirigentes da entidade e da Uefa não tem provas, mas acreditam que o esporte está sendo usado para lavagem de dinheiro.

 

Michel Platini, presidente da Uefa, fez questão nos últimos anos de implementar uma lei que exigirá a partir de 2014 que clubes só gastem o que arrecadarem. Oficialmente, o objetivo é o de frear dívidas, mas não está claro até que ponto a lei vai controlar a injeção de dinheiro por um magnata. Talvez esta seja uma das razões para este “capital” começar a procurar outros caminhos... como a Fórmula 1!

 

Apesar de já termos uma equipe russa no grid – a Marussia – o primeiro grande aporte parece ter sido estratégica e geograficamente escolhido. A Sauber!

 

A equipe é Suiça – não faz parte da comunidade europeia – é “politicamente neutra”, extremamente discreta em suas operações financeiras... um verdadeiro paraíso para se esconder dinheiro!

 

Com sérios problemas financeiros, endividada com praticamente todos fornecedores – além dos pilotos – o time corre contra o tempo para fechar um acordo com empresas russas e poder permanecer na F1. Se o dinheiro realmente chegar, então a Sauber poderá ter um futuro um pouco mais brilhante pela frente, graças a um grupo composto pelo NIAT (Instituto Nacional de Tecnologia da Aviação), o Fundo Internacional de Investimento Corporativo e o Fundo Estadual de Desenvolvimento do Noroeste da Federação Russa.

 

Caso o acordo com os russos aconteça, a equipe poderá se livrar das dívidas e trabalhar no carro de 2014. Enquanto isso, ela já anunciou que pretende continuar trabalhando no equipamento deste ano e tentar salvar a segunda metade da temporada.

 

O maior candidato a sair é Nico Hulkenberg, que vem “tomando cano” da equipe, mesmo sendo bem melhor que Esteban Gutierrez... mas este tem o dinheiro de Carlos Slim. O novo piloto, o russo Sergey Sirotkin, de apenas 17 anos de idade, deve assumir a titularidade no ano que vem. Para segurar a segunda vaga, Gutiérrez depende do investimento mexicano e Jules Bianchi – que tem talento, mas não tem grana, vem sendo especulado para a vaga. O reserva, campeão da World Series em 2012, Robin Frijns – que deixou a GP2 por falta de suporte financeiro, está cada vez mais distante da F1.

 

Tudo ia bem até esta semana quando o jornal alemão, ‘Bild’ noticiou que o acordo que iria dar à Sauber certa estabilidade financeira ainda não cumpriu esse objetivo, uma vez que o conselho de uma das partes envolvidas – o Instituto Nacional de Tecnologia da Aviação (NIAT) – ainda não deu o aval para a participação no negócio e que, por se tratar de um órgão governamental, seria necessário o consentimento do presidente Vladimir Puttin.

 

A Sauber, é claro (e sem trocadilhos com os espanhóis), negou que o acordo com empresas russas esteja em risco. A equipe suíça reiterou que o vínculo segue em vigor e criticou o que chamou de "mentiras e rumores" divulgados pela mídia nos últimos dias. Em entrevista ao site da revista 'Autosport', a Sauber negou a notícia dada pelo jornal alemão e, por meio de nota, disse que as informações veiculadas pela imprensa germânica foram imprecisas e que todos os aspectos do contrato também já estão em curso e de ambas as partes... cenas dos próximos capítulos!

 

Quem também parece estar embarcando de cabeça na “onda russa” é a Williams. Passando por um ano terrível, sendo a terceira pior do grid – à frente apenas de Caterham e Marrusia – a equipe de Frank Williams deposita suas esperanças em 2014, com a chegada dos motores Mercedes em substituição à Renault. Pastor Maldonado – financiado pelos petrodólares venezuelanos da PDVSA – deve segurar seu lugar no time. Já a segunda vaga segue em aberto. Valtery Bottas – que vem andando mais que o venezuelano na temporada – depende, um acordo da escuderia com empresas russas, ainda em negociação.

 

Como o bom velhinho certamente não se importa sobre as origens de quais dinheiros e quais vias eles tomam para chegar aonde tem que chegar, é possível que a Fórmula 1 venha a se tornar um "paraíso fiscal sobre rodas", onde todos são bem vindos.

 

É... a coisa tá russa!

 

Enquanto isso, no balcão do cafezinho...

 

Mais uma praça de esportes a motor está indo para o vinagre... as obras que tomaram parte do terreno onde está o kartódromo de Lauro de Freitas começam ontem, quinta-feira. Pior que isso, não há nenhuma garantia de que uma nova pista seja construída na Bahia.

 

A informação foi passada pelo Coordenador de Esportes do Governo do Estado da Bahia, Marcos Pimentel, à redação do site Allkart.net na manhã desta quarta-feira. A instalação do canteiro de obras, que servirá de base para a construção do centro de excelência de judô em Lauro de Freias, na Bahia, deve começar já nesta quinta-feira – tomando a área de 20 mil metros quadrados então ocupada pelos boxes e 200 metros de pista do Kartódromo Ayrton Senna.

Os kartistas, que agora trabalham por garantias do governo do Estado de que terão uma nova pista. Eles se reúnem com representantes do governo ainda nesta tarde para finalizar os detalhes do convênio entre o Governo do Estado e a Federação de Automobilismo da Bahia (FAB) para a construção de um novo kartódromo.

 

O que existe – até o momento – e que ainda não tem assinatura, é um protocolo de intenções no qual o Governo formaliza a intenção de disponibilizar um terreno e o aporte de recursos (R$ 3 milhões) para a instalação da nova pista (O ‘protocolo’ passa a vigorar no momento da assinatura e por tempo indeterminado, mas não garante nada). Não seria mais barato construir o centro de treinamento do Judô em outro terreno e deixar o kartódromo funcionando? E a Sra. Selma Morais, presidente da federação bahiana de automobilismo, recentemente comemorou a existência deste protocolo como uma vitória do automobilismo bahiano... alguém sabe me dizer se o azeite de dendê provoca alucinações?

 

Mudando o rumo da prosa, Juan Pablo Montoya, ‘el gordito más hermoso’ de NASCAR vaifirar a pé no final da temporada. A Ganassi, através do presidente do time (já que Chip Ganassi parra mais tempo com o time da Indy), Steve Lauletta, teve uma reunião com os funcionários da equipe  esta semana, e anunciou que o colombiano não continuará com eles em 2014. Embora a Ganassi não tenha, inicialmente, o sócio da Ganassi, Felix Sabates, confirmou a saída do colombiano. “Nós não renovamos o contrato dele para o ano que vem”, disse o dirigente à rádio americana ‘SiriusXM’.

 

Juan Pablo Montoya tem uma estória pela escuderia americana. Depois de perder o campeonato da F3000 para Ricardo Zonta e ficado sem espaço na F1, Foi para os EUA e disputou as temporadas 1999 e 2000 da Cart, tendo conquistado 11 vitórias – incluindo as 500 Milhas de Indianápolis de 2000 – e um título, que o levou para a Williams, onde chegou a disputar o título da temporada em 2003. Após deixar a F1, na metade da temporada 2006, o colombiano decidiu retornar ao time de Chip Ganassi para correr na Nascar. Desde então, ele conquistou apenas duas vitórias – ambas em circuitos misto – em 239 corridas.

 

O que vai ser de Montoya agora, não se sabe. Talvez ele consiga outra equipe na NASCAR ou em uma das categorias de acesso como a Nationwide. Devido ao seu atual tamanho, num monoposto ele não entra nem a fórceps! Uma outra opção – atenção D. Neusa – é trazer o ‘gordito’ para a Fórmula Truck! Aqui, peso não seria problema.

 

Mas boa mesmo está a especulação na Ferrari. Depois de meses sendo considerado o favorito à vaga aberta por Mark Webber na Red Bull – que chutou o balde de energético para competir no Mundial de Endurance, pela Porsche –, o finlandês, agora, tem seu nome vinculado à Ferrari, de onde saiu em 2009.

 

De acordo com o site da emissora britânica BBC, a escuderia de Maranello teria o interesse em contar novamente com os serviços de Kimi em 2014... e quem perderia o lugar seria Felipe Massa, para que – segundo a emissora – a alta cúpula do time possa colocar mais pressão sobre Fernando Alonso, especialmente depois das últimas declarações do espanhol e da ida de seu empresário para uma reunião com Christian Horner.

 

Contudo, um comunicado oficial da Ferrari, desmentiu as informações e desconsiderou o suposto interesse em Räikkönen. “Neste momento, realmente não estamos pensando sobre a situação do mercado de pilotos. [O título de Alonso em 2013] É nossa prioridade. Os pilotos não são um problema para nós, ainda que fosse para trocar Felipe”, que tem seu lugar ameaçado mais uma vez este ano. E candidatos não faltam: Nico Hülkenberg, Paul di Resta, Adrian Sutil e Jules Bianchi, que foi membro da academia de pilotos da equipe, dariam um braço para sentar num carro vermelho.

 

Assim como no caso da Red Bull, Kimi ‘tomotodas’ Raikkonen, entre um gole e outro, nega tudo. Nega sobre a Red Bull, nega sobre a Ferrari, nega até a birita. Para ele, o foco é a ‘Nega Genii’ e buscar a diferença que o separa de Sebastian Vettel, que ele ainda considera possível de ser tirada.

 

Saúde!

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva 

 

 

Last Updated ( Friday, 16 August 2013 02:27 )