Especiais

Classificados

Administração

Patrocinadores

 Visitem os Patrocinadores
dos Nobres do Grid
Seja um Patrocinador
dos Nobres do Grid
Da genialidade ao constrangimento a la italiana; E ÓBITO PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 30 June 2013 22:31

Que final de semana foi esse, hein, gente? Muita coisa aconteceu em várias categorias. Comentarei aqui algumas coisas "extras", mas o foco será MotoGP e Fórmula 1, as duas que eu pude cobrir com mais força.

 

Vamos primeiro à MotoGP, com o GP da Holanda, ocorrido nesse sábado (29).

 

‘Il dottore è tornato’. Estou falando do grande Valentino Rossi, é claro. O italiano dominou praticamente todo o GP da Holanda, realizado em Assen, e voltou a vencer na MotoGP, encerrando um longo jejum, que já durava quase 3 anos. O multi-campeão, de 34 anos, largou na quarta colocação e logo suplantou, em sequência, Stefan Bradl (LCR), Marc Márquez (Repsol Honda) e Dani Pedrosa (Repsol Honda) para assumir a liderança e não mais a perder nas primeiras voltas e vencer o GP apenas administrando a vantagem e cozinhando os adversários em banho maria nos giros seguintes. Foi extremamente ovacionado pela torcida nesta que foi a sua octogésima vitória na Moto GP, e a 106ª no geral do Grande Prêmio de Motociclismo.

 

Em segundo, ficou o novato do ano, Márquez, que também fez boa prova: Conseguiu suplantar (de novo) seu companheiro de equipe, Pedrosa, quando os dois brigaram pela segunda posição, lá pela volta 18-19: Na 18, Dani resistiu e deu o troco, mas na 19, Marc conseguiu o pulo definitivo. Pedrosa ainda perdeu rendimento de forma suficiente para ser alcançado por Cal Crutchlow nos giros finais e ser ultrapassado; com isso, o inglês, que fez a pole, mas que devido a uma péssima largada, caiu para a quinta posição no começo, teve um bom ritmo com a Tech 3 e conseguiu voltar aos ponteiros, chegando na terceira posição. Pedrosa se contentou apenas com o quarto posto.

 

É imprescindível falar aqui do desempenho de Jorge Lorenzo. O espanhol, companheiro de Rossi na Yamaha, fez uma gigantesca corrida. Sim. Lorenzo teve a clavícula quebrada e foi operado durante a classificação, pois sofreu um acidente no segundo treino livre que acabou quebrando sua clavícula esquerda. Voltou a tempo para Assen para poder disputar a corrida, mas partiu apenas da 12ª colocação. Seu tempo obtido na primeira sessão de treinos livres, onde passou no Q2, foi suficiente para lhe permitirem largar desta, que é a última posição pela qual os pilotos brigam nessa fase de treinos.

 

Partindo de décimo segundo, pois, Lorenzo passou quatro motos logo de cara na largada, e ainda suplantou nas voltas seguintes outras três motos para chegar em quinto. Sofreu muito com a dor nas últimas voltas. Chegou até o quarto posto durante a prova, mas sucumbiu a Cal Crutchlow, com desempenho melhor. Cruzou em quinto e deixou cair as lágrimas de dor pelo desgaste na clavícula. Felizmente foi atendido de bate-pronto pelo médico da categoria, Dr. Claudio Costa. Não gosto dele, mas fez um grande trabalho ao longo das 26 voltas em Assen. Quase heróico, eu diria. Não para menos. Vai ter um bom descanso até a próxima corrida, que será disputada em Sachsenring, na Alemanha.

 

Di resta, vamos comentar o TOP-10. Stefan Bradl, que largara em terceiro com a LCR (satélite da Honda), acabou sucumbindo às motos mais eficientes das equipes principais e foi apenas o sexto, enquanto Álvaro Bautista conseguiu escalar uma posição no grid durante a prova para chegar em sétimo com a Gresini. Aleix Espargaro, da Aspar, chegou na oitava posição, deixando Bradley Smith, companheiro de Crutchlow na Tech 3, em nono. Eu terminaria falando do décimo, mas como tanto o 10º quanto o 11º são da equipe Ducati, resta-me comentar algo: Não foi a melhor opção para Andrea Dovizioso sair da Tech 3, nem em sonho: O italiano, que outrora figurava mais entre os primeiros na subsidiária da Yamaha, agora tem a frustração de andar para figurar entre o segundo pelotão do TOP-10 ao lado do estadunidense Nicky Hayden. Ainda bem que Valentino Rossi saiu desta bomba!

 

OK. MotoGP (x) check. Now, Formula One Drivers' championship!

 

O GP de Silverstone foi simplesmente constrangedor. Uma das coisas mais vergonhosas que já vi. Na verdade, a corrida me gerou uma sensação dúbia. Por um lado, a disputa foi sensacional ao longo das 52 voltas. Por outro, contei nada menos que CINCO PNEUS FURADOS. Um de Lewis Hamilton no começo da corrida, depois outro de Felipe Massa; Jean-Eric Vergne teve dois pneus indo para o saco, e por último, nas voltas finais, Sergio Pérez. Vergonhoso. Constrangedor. Vá lá, podemos dizer que a Red Bull tem culpa no cartório, pois a Pirelli precisava de unanimidade no voto entre as equipes para poder mudar as características dos pneus para Silverstone, deixando-os com desempenho mais próximo do que era em 2012, mas na hora H, Não houve unanimidade: Lotus, Ferrari e Force India votaram contra, achando que seriam prejudicadas nisso uma vez que seus carros "funcionavam" bem (ou menos mal) com os pneus atuais. Mas não dá para isentar a fabricante de pneus italiana por isso, porém. Foram cinco pneus furados. Injustificável. Uma das maiores empreitadas de anti-marketing da história.

 

Vejam vocês: A ineficiência dos pneus da Pirelli virou piada na internet, um meme, um viral, tudo isso aí. No twitter, surgiu a seguinte piada: “Imaginem se a Pirelli fabricasse preservativos, o que teríamos de gestações indesejáveis”... Adivinhem: A piada virou viral e foi para o Facebook, onde várias pessoas compartilharam montagens de embalagens de camisinhas com a marca da fábrica de pneus. Por um lado, genial, a alusão ao que aconteceu hoje. Por outro, um constrangimento magistral para a Pirelli, que por um tempão ficou sem cara para vir a público explicar o que pode ter acontecido para tantos pneus furados em Silverstone.

 

Quando reuniu toda a coragem que pôde, Paul Hembery, diretor esportivo da marca, veio para dizer o seguinte: “Podemos dizer que o novo processo de colagem da malha de aço da estrutura à borracha dos pneus adotado no GP não é a causa das falhas. Talvez tenha sido algum aspecto do circuito que tenha impactado de forma singular na nossa última versão de pneus de 2013. No entanto, precisamos de tempo para analisar o que aconteceu, de fato”. Ainda não me convence. É bom ressaltar que eu já era contra esses pneus na época em que somente a Red Bull com eles sofria, mas agora o problema se tornou geral. Não dá para tolerar cinco furos de pneu em apenas 2 horas de corrida. Há que ser feita uma mudança na estrutura de resistência desses compostos aí. A coisa é séria.

 

E a FIA sabe disso. Jean Todt convocou uma reunião emergencial para tratar da questão, para quarta-feira. O problema é sério. A entidade está com o seu na reta, pois precisa mostrar serviço, o que significa ter alguém para punir, alguma solução para mostrar, enfim. A próxima etapa do campeonato já é na semana que vem, o GP da Alemanha, em Nurburgring. Há pressão de todos os lados: Das equipes, dos pilotos (principalmente os que sofreram com as falhas dos neumáticos hoje), enfim. Charlie Whiting disse que esteve próximo de encerrar a corrida devido ao perigo gerado pela inconsistência dos pneus.

 

OK, agora é hora da análise equipe-a-equipe.

 

Red Bull: Olha, na conjuntura geral do final de semana, a equipe teve um carro ótimo, acho que o mais veloz do final de semana, a despeito de ainda perder para a Mercedes nos treinos, principalmente o classificatório. Sebastian Vettel conseguiu uma boa terceira posição e passou Nico Rosberg logo na largada. Foi, então, ao encalço de Hamilton, que vinha num bom ritmo, mas que foi a primeira vítima dos pneus: Traseiro esquerdo “dechapou”. Então, Vettel assumiu a liderança e parecia que iria vencer pela segunda vez consecutiva neste ano. Somente um azar muito grande poderia tirar a vitória do alemão hoje. Algo como um câmbio quebrado, por exemplo. E não é que foi exatamente isso que aconteceu? Na volta 41, o câmbio foi para o saco e o alemão parou no lado de dentro do começo da reta. Vettel, sábio que é, evitou culpar a Red Bull pela falha na transmissão: Disse que “essas coisas acontecem” e que “não havia qualquer coisa que pudesse fazer”. Prudente. Melhor do que certos pilotos que lavam a roupa suja em público.

 

Por outro lado, Mark Webber fez uma corrida monstruosa. Para quem não sabe, ele está de saída da Fórmula 1. Ao final do ano, vai arrumar suas malas para a Porsche e participará do programa esportivo de 2014 da montadora alemã, e isso inclui ser piloto da equipe na divisão LMP1 que eles integrarão no World Endurance Championship, o WEC. Participará das 24 horas de Le Mans. Tentará fazer seu nome sendo campeão de alguma coisa realmente digna de nota nos anais do automobilismo. E na idade em que está, terá longa vida útil no endurance. 

 

Largou em quarto, mas, como sempre, dormiu na largada e perdeu várias posições, caindo para décimo quinto. Ganhou várias posições na pista e nos boxes e, depois que seu companheiro abandonou, parece ter ganho fôlego no fim, pois executou uma insurgência que durou até a volta final. Passou vários carros, incluindo Fernando Alonso, Kimi Raikkonen e Fernando Alonso. E foi à caça de Nico Rosberg. Parecia que o australiano conseguiria uma vitória histórica. Mas Rosberg não estava fora da disputa. Seus pneus não o haviam deixado na mão. Conseguiu resistir com um ótimo ritmo para segurar o ímpeto de Mark, que, além do segundo lugar, conseguiu a volta mais veloz da prova, na última. Mas chegar no podium depois de uma corrida dessas para receber o “troféu corporativo da Santander”, de formato que lembra certas coisas pouco bonitas e nada cheirosas...

 

Mercedes: Com o velho problema de desgaste dos pneus quase resolvido, os dois pilotos da equipe alemã foram muito bem hoje. Rosberg se valeu da quebra de Vettel e resistiu ao forte ímpeto de Webber no final, e ganhou pela segunda vez no ano. Certamente guardará com carinho a lembrança dessa vitória. Não é todo dia que se ganha em Silverstone, o local de nascituro da F1 e um dos grandes templos do automobilismo. Recebeu um troféu bonito, embora este seja apenas simbólico: Todos os vencedores do GP ao longo dos anos recebem e nele tem seu nome escrito. Pelo que soube, o vencedor recebe posteriormente uma réplica deste após a corrida. Depois da corrida, Nico ainda foi investigado por ignorar bandeira amarela durante a prova, mas teve sua vitória mantida. Já Lewis Hamilton, que havia feito a pole position, sofreu com um pneu furado ainda no começo, mas se recuperou de forma espetacular para chegar numa gigantesca quarta colocação. Simplesmente fantástico.

 

Ferrari: A equipe italiana quase nunca teve ritmo para alcançar os ponteiros. Fernando Alonso e Felipe Massa quase nunca tiveram ritmo para alcançar os líderes nesse final de semana. Alonso passou ao Q3 com dificuldades e largou apenas na nona posição (conseguiu a décima. Felipe Massa bateu mais uma vez, nos treinos, e amargou uma décima segunda colocação, sem passar ao Q2, portanto. O brasileiro, porém, foi autor de uma das melhores largadas dos últimos anos: Largou em décimo primeiro e pulou diretamente para quinto. Porém, a sorte abandonou o brasileiro quando este foi o segundo a sofrer com pneu furado. Porém, o brasileiro se recuperou e terminou em sexto, de forma quase tão espetacular quanto Hamilton. Alonso, que largou em nono, teve ótimo ritmo no fim e passou vários carros para chegar ao podium em terceiro. De tanto ter secado Vettel, foi ao podium com um sorriso de alívio; provavelmente, pelo alemão sequer ter pontuado. Quando a própria vaca é magra, amigo, só resta torcer pelo infortúnio da vaca do outro. É o caso de Alonso. Viver dos azares dos outros é fácil.

 

Lotus: Sofre do mesmo mal que a Ferrari e só conseguiu desenvolver melhor - e somente com Kimi Raikkonen, o camaleão (quem já viu o novo formato do cabelo do finlandês, sabe do que estou falando) no final da prova. O carro sofre na classificação e não tem mais a vantagem de consumir menos os pneus. Raikkonen tem como consolo o fato de ter pontuado pela vigésima quinta vez consecutiva. Em outras palavras, o escandinavo conseguiu superar o recorde de presenças consecutivas na zona de pontuação, antes pertencente a Michael Schumacher, que tinha 24. Chegou na quinta posição hoje. ‘Grojã’ fez uma corrida marrom e recolheu o carro no final. O francês está fazendo um campeonato pífio em comparação com seu companheiro.

 

Force India: Sensacional corrida de Adrian Sutil. O alemão largou em sétimo e andou sempre entre os primeiros. Parecia até que vinha para o primeiro podium de sua carreira, mas acabou sofrendo com os pneus, num repeteco daquela corrida que fez em Melbourne, e acabou apenas na sétima colocação. Já Paul di Resta, que largou em último por ter ficado 1,5 kg abaixo do peso mínimo determinado pela FIA (mas largaria em quinto em condições normais) deu um show ao longo das 52 voltas com uma ótima recuperação para chegar em nono e garantir dois pontos. Excelente, a Force India, nesse campeonato. Definitivamente é a quinta força do campeonato, atrás apenas de Red Bull, Mercedes, Ferrari e Lotus.

 

Toro Rosso: Visível a evolução da equipe nas últimas corridas. Ricardão não só conseguiu avançar ao Q3, como também anotou o quinto tempo na lista de tempos oficiais para a grelha (seria sexto, não fosse a punição aplicada a Paul di Resta). Não conseguiu manter a posição, mas se manteve no TOP-10, o que é ótimo para a equipe italiana. Já Verme largou em décimo terceiro e não poderia ter tido mais azar durante a prova. Seu pneu estourou “apenas” duas vezes e ele acabou abandonando. Constrangedor, apenas. Num panorama geral, porém, vai bem a equipe satélite da Red Bull nessa fase do campeonato.

 

Sauber: Continua sem aparecer de forma digna. O ‘Incrível Hulk’ até conseguiu marcar o pontinho final do dia, mas ‘Gutierros’ teve problemas na asa dianteira durante a prova e chegou apenas na décima quarta colocação. Campeonato bem azedo da equipe helvética até agora.

 

Williams: Completou seu 600º GP de forma triste. A equipe de Grove encara a pior fase jamais vista em sua história com a pior temporada que já fez enquanto equipe de F1. Zerada. Sem pontos. Sem chegadas na zona de pontuação nesse ano de 2013. Lamentável. O jeito é abandonar o barco e pensar em 2014, que pode resultar numa insurgência devido ao novo regulamento. Pastor Maldonado superou Valtteri Bottas na classificação e na corrida; Os dois chegaram, respectivamente, em 11º e 12º.

 

McLaren: O que dizer de um time em que os dois pilotos chegam atrás dos dois carros da Williams, galera? E que só chegam à frente da Sauber de ‘Gutierros’ e das nanicas? Sinceramente... A McLaren não tem ritmo de classificação, não tem ritmo de corrida, não tem um carro bom, tem NADA. Jenson Button largou em 11º e caiu duas posições. Já Sergio Pérez largou em décimo quarto e abandonou a 5 voltas do final, com furo no pneu. Aquele abraço para Woking. Quando o arrego é pouco, o amor acaba.

 

Caterham e Marussia: Charles Pic se deu bem e foi o melhor dos nanicos, aproximadamente 5 segundos à frente de Jules Bianchi. Max Chilton foi amplamente superado pelo companheiro de equipe, para variar. E ‘Devagarde’, que tomou duas punições desde o Canadá - uma pelas confusões em Montreal e outra por trocar o câmbio. Largou em 31º e em último chegou. Ser pagante já dá ruim para a imagem, e o holandês ainda contribui... Assim fica complicado, né, ‘Devagarde’?

 

Aproveito o final para comentar uma fatalidade que, lamentavelmente, obscureceu este ótimo final de semana: O óbito de Andrea Mamè. Era a etapa de Le Castelet, França, do campeonato italiano de Gran Turismo, realizada no autódromo de Paul Ricard, quando um acidente na largada - que acabou envolvendo cinco carros, envolveu fatalmente o Lamborghini da equipe Bonaldi, sob o comando do italiano. A batida contra o muro de proteção foi fortíssima. Três mortes em duas semanas... Junho terrível para o automobilismo.

 

É isso, galera. Uma ótima semana a todos!

 

Antônio de Pádua

 

 

 

 

 

Last Updated ( Monday, 01 July 2013 11:15 )