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O futuro do Brasil nas pistas pelo mundo: a fonte secou? (Parte 1 - Pilotos da F. Indy / Crônica esportiva) PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Tuesday, 28 May 2013 20:38

Há algum tempo o número de pilotos brasileiro que estão indo correr no exterior vem diminuindo. Pior, é cada vez menor o número daqueles que conseguem se destacar nas categorias de base. A consequência disto é que está cada vez mais difícil chegar nas categorias Top do automobilismo mundial.

Os custos para se correr estão cada vez mais altos e não dá mais para contar apenas com o “paitrocínio” ou a “ajuda dos amigos”. É preciso um esquema profissional para levar um piloto a se tornar um piloto de automóveis.

O que está acontecendo no Brasil é um problema técnico ou financeiro? Está faltando dinheiro para nossos pilotos conseguirem correr ou estamos carecendo de um trabalho de formação, de base, se é que este trabalho algum dia existiu. A fonte de talentos secou?

 

Será que a nossa perspectiva futura é a de ver o Brasil sair do cenário automobilístico internacional?

 

Ana Beatriz Figueiredo – Piloto da equipe Dale Coyne

 

Eu acho que é o dois. Parece que antigamente as famílias dos pilotos e as empresas aqui no Brasil investiam mais em apoiar os pilotos que queriam ir para a Europa correr. Em paralelo a isso, o automobilismo europeu se desenvolveu muito e há algum tempo há um processo de formação muito eficiente e que tem revelado pilotos espetaculares o que, junto com a dificuldade de se conseguir meios para custear uma carreira por lá tem deixado o caminho mais difícil para que ainda quer tentar uma carreira internacional.

 

Temos hoje dois casos bem diferentes neste cenário. Temos o Felipe Nasr, que conseguiu um bom grupo de patrocinadores e está indo muito bem na GP2 e o Fabio Carbone, que estava indo muito bem na Indy Lights, perdeu o patrocínio e agora está com a carreira parada. Os dois são muito bons, os dois são capazes, mas se não tiver dinheiro para empurrar a carreira pra frente, por mais talento que o piloto tenha, dificilmente ele terá uma chance.

 

Quanto as perspectivas, eu vejo que tem gente se mexendo com relação a isso, buscando uma melhoria na estrutura do kart, como o pessoal do Super Kart Brasil, mas não é fácil. Basta ver o que o Felipe Massa tentou fazer e não conseguiu com a Fórmula Futuro.

 

Além disso, existe hoje uma concorrência de outros esportes buscando os mesmos patrocinadores. Antigamente era uma coisa de Futebol e automobilismo. Hoje tem vôlei, basquete, judô, tênis... todos concorrendo pelo mesmos patrocinadores. Eu converso muito com o pessoal da GM, que este ano está patrocinando vários campeonatos de futebol e sempre falo que eles precisam patrocinar o automobilismo também.

 

Lito Cavalcanti – Comentarista de automobilismo do canal Sportv.

 

Eu não acho que a fonte tenha secado, não. O que eu acho é que a garotada que está aí não está muito interessada em ir correr fora do país. O automobilismo no Brasil tá melhorando. O Kart está ficando forte de novo e quem pra ainda pretende fazer carreira no exterior tem aí a Fórmula Renault, a Fórmula Abarth, a Fórmula 4... mas entre os que estão aí, em idade de ir para fora, eu não vejo muito interesse em fazer sacrifícios para correr na Europa.

 

A vida no Brasil hoje está muito boa e se a gente for ver a realidade do automobilismo, que está cada vez mais caro, precisamos lembrar que: para ir para fora é preciso um investimento muito grande e que pouca gente pode bancar. Automobilismo é caro mesmo e quem tem dinheiro aqui no Brasil, tem uma vida confortável. Daí quem topa ir, quem reúne condições para ir vai ter que abrir mão de conforto, de vida boa, de namorada, dos amigos para ficar sozinho, longe de casa, da família... são poucos os que ainda querem isso.

 

Estes poucos, pelo menos, são pilotos que querem muito chegar no topo e serão estes poucos que manterão o nome do automobilismo brasileiro lá fora. No momento, nem são tão poucos assim. Temos um na GP2, quatro na World Series, um na Fórmula 3 inglesa, 1 na Fórmula Abarth, 2 na Fórmula 4, tem uns quatro ou cinco na Fórmula Renault... Eu acho que é uma quantidade razoável, normal.

 

Acontece que se tem feito muita onda contra a CBA, não que eu admire a CBA, acho que ela poderia ser muito melhor, que ela não faz nada. Mas isso nunca foi motivo para se ter mais ou menos pilotos brasileiros no exterior. No começo, quem foi correr na Europa, foi porque havia uma disputa política entre Automóvel Clube do Brasil e CBA para ver quem seria a autoridade que representaria a FIA no país.

 

Foi numa época de crise que as coisas começaram a ir bem para os brasileiros no exterior e hoje não temos esta crise, apesar de carecermos de uma categoria de monopostos no país. A solução foi no passado e é hoje, para quem quer algo a mais, sair do país. Agora, depois de formado, o piloto vai buscar seu destino. É assim que eu vejo o assunto.

 

Felipe Giaffone – Ex-piloto da Indy Lights e da Fórmula Indy.

 

Eu não diria que “a fonte secou”. O automobilismo brasileiro mudou muito nos últimos 10 ou 15 anos. O automobilismo brasileiro tem hoje uma estrutura bem mais interessante do que havia no passado, o que tem propiciado aos pilotos viver de automobilismo.

 

Como disse, há uma década era possível contar nos dedos de uma mão, talvez, os pilotos que conseguiam viver de automobilismo. Ingo Hoffmann, Chico Serra, Paulo Gomes... e fica meio que por aí. Hoje a realidade é outra. O automobilismo tem uma boa exposição, consegue atrair patrocinadores...

 

No meu ponto de vista, todo país que tem um automobilismo doméstico forte acaba prejudicando àqueles jovens pilotos que pensam em ir correr fora do país, visando chegar numa categoria top como a Fórmula Indy ou a Fórmula 1. É assim na Argentina há mais tempo que aqui no Brasil. Os norte americanos, que sempre tiveram um automobilismo fortíssimo, nunca olharam para o resto do mundo com interesse de ir correr fora, salvo raras exceções.

 

Eu já corri fora por muitos anos, mas penso que é muito melhor ter um automobilismo nacional forte do que ter dois ou três pilotos correndo fora do Brasil. Hoje tem muito piloto de alto nível correndo dentro do país, com categorias fortes, gerando empregos para mecânicos, fortalecendo equipes, mas ao mesmo tempo é muito bom ter nomes nas principais categorias do mundo, uma vez que isso atrai os olhos dos outros países para o teu país.

 

A Fórmula Indy tem agora este caminho que eles chamaram de “Go to Indy” para que um piloto siga uma trajetória até chegar na categoria principal. Eles fizeram isso para cuidar de um problema que seria a forma como o piloto poderia fazer este caminho e ser avaliado ao longo deste, recebendo premiação pelo seu desempenho.

 

O caminho começa na Fórmula 2000, depois vai para a Fórmula Mazda, para só então ir para a Indy Lights, que seria o último passo antes de chegar a categoria principal. O piloto que vence o campeonato, ganha como prêmio a temporada seguinte na categoria de cima, o que premia o bom piloto e reduz o custo. É algo recente e que acredito vá dar bons frutos.

 

Na Fórmula 1, pelo contrário, que tinha na época em que eu corri lá um caminho que era correr de Fórmula Ford, de Fórmula 3, depois na Fórmula 3000 e aí tentar entrar na Fórmula 1, hoje tem um caminho muito mais diversificado. Tem GP2, World Series, antes tem A1 GP, GP3, Europeu de Fórmula 3000, além das fórmulas menores que vem antes. Isso espalha os pilotos e assim os chefes de equipe não sabem nem para onde olhar para buscar novos pilotos.

 

Para o caso específico nosso, dos brasileiros, seria muito importante um trabalho da CBA junto com os interessados da F1 e da F. Indy que são as televisões. Piloto bom nós temos, a questão é fazer com que ele apareça. Tem que fazer um trabalho direcionado, com os pilotos interessados em fazer uma careira em monopostos, porque hoje temos um automobilismo de turismo cada vez mais forte e profissional no país e que permite o piloto ser um profissional sem ir para a Europa e com isso manter esta presença brasileira nas principais categorias mundiais.

 

Luciano do Vale – Narrador de automobilismo da TV Bandeirantes e do canal Bandsports.

 

Como muita coisa na vida é um problema cíclico. Hoje nós não temos uma geração de pilotos capaz de substituir a atual geração que está nas pistas nas principais categorias no mundo e digo mais: vai demorar para termos uma outra geração capaz de ocupar este espaço.

 

Não podemos dizer que é só uma questão de falta de patrocínio para os pilotos que estão tentando. Faltam eventos, faltam corridas, faltam categorias de base aqui no Brasil que dê aos garotos que saem do kart alguma base antes deles partirem para o exterior.

 

Eu vou fazer uma analogia com o futebol: porque o futebol brasileiro não é o mesmo de 1970, não é o mesmo de 1982? A resposta vem numa palavra só: talento! Quando a gente não tem talento tem que ver e se contentar com os esforçados que se apresentam e é isso que temos hoje.

 

Talento é como um diamante bruto, que a gente garimpou e vai lapidar para se tornar uma preciosidade. Hoje nós não temos quem faça esta garimpagem, não temos meios para fazer esta lapidação e o resultado está aí: não temos mais as joias que tínhamos em outros tempos.

 

 

Helio Castro Neves – Piloto da equipe Penske

 

É uma questão complexa por vários aspectos. O primeiro dele é o custo: quando eu comecei no kart, o kartismo não era barato. Automobilismo nunca foi barato, mas os valores subiram e hoje é mais difícil começar a correr de forma competitiva. Depois do kart havia aqui no Brasil categorias que preparavam o piloto para enfrentar a realidade dos monopostos que ele viria a encontrar pela frente na Europa e hoje já não temos mais categorias como a Fórmula Ford ou a Fórmula Chevrolet para que o piloto não vá sem experiência alguma de monoposto para correr fora do país.

 

O piloto que chega hoje na Europa encontra uma diversidade maior de opções, o que pode ser uma coisa boa, mas o custo de se correr lá cresceu muito com o aumento da tecnologia empregada nos carros. Além disso, não podemos deixar de lembrar que desde 2008 o mundo passa por uma crise econômica muito grande. Basta lembra de quantas fábricas de automóveis, que participavam de competições oficialmente, deixaram o esporte ou mesmo pararam de dar suporte a times privados que eram oficiais ou que também reduziram o tamanho dos campeonatos que patrocinavam.

 

Por um outro lado, estamos vendo o crescimento do automobilismo brasileiro com os pilotos conseguindo aqui, ter condições de participar de campeonatos de alto nível como é a stock Car, não só pelo nível dos pilotos que participam do campeonato, mas pela qualidade técnica do carro da Stock. Atualmente o piloto brasileiro não precisa mais buscar correr fora do país para ser profissional. 15 anos atrás quem era piloto profissional no Brasil? Ingo Hoffmann, Paulo Gomes, Chico Serra... não vai muito além disso. Hoje tempos uma realidade muito mais favorável.

 

Quanto ao futuro, é difícil dizer. Acho que pilotos de qualidade o Brasil sempre produziu e vai continuar produzindo, portanto, não dá pra dizer que a fonte secou. Talvez seja o caso de dizer que o curso d’água agora segue um outro caminho. Mas o automobilismo no exterior continuará sendo sempre um atrativo. Acredito que alguns pilotos ainda buscarão chegar na Fórmula 1 e na Fórmula Indy, mas não serão tantos como foi há algum tempo e isso já é a realidade. 

 

Rodrigo Mattar – Comentarista de automobilismo do canal Fox Sports.

 

Na verdade há carência por todos os lados. Existe a carência de dinheiro, principalmente agora que o país está às vésperas de uma copa do mundo de futebol e logo em seguida de uma olimpíada e isso já vem dificultando, bem sabemos, mas o problema maior é aquele quem vem da parte de baixo da pirâmide, que é a base, de onde saem os pilotos para todas as categorias do automobilismo. Sem uma base concreta, uma base sólida, uma base boa, não tem como haver uma formação de pilotos no país e a culpa disso é, em grande parte, da Confederação Brasileira de Automobilismo, que tem uma administração caótica e inapetente, frágil, que não conseguiu administrar a questão do autódromo de Jacarepaguá e que não tem a menor condição de fazer com que apareça uma categoria de base no país.

 

A Fórmula 1.6 e a Fórmula Junior no Rio Grande do Sul poderiam ser um esteio para a formação de novos valores como a Fórmula Vê, que são todas alternativas de baixo curso e que não tem por parte da CBA nenhum incentivo para os pilotos que estão em idade de passar do kart para estes monopostos em fazer esta transição, seja com um subsídio, seja com a fomentação de parcerias. Outro problema é que as montadoras de automóveis aqui no Brasil não se interessam em investir no esporte e como a CBA também não se interessa, eles ficam com aquel discurso batido de que “temos ‘tantos mil’ pilotos filiados, temos ‘tantos mil’ carteiras emitidas”. Está tudo errado. É muita incompetência administrativa, é muito desinteresse, a culpa é de todo mundo.

 

Essa crise de gestão se reflete em tudo que está acontecendo hoje, dentro do país e fora. Vimos agora mesmo, o Tony Kanaan ganhar as 500 Milhas de Indianápolis, depois de 12 anos tentando. Quanto tempo mais ele vai correr? Quando ele parar tem alguém para ir para o lugar dele? Não! Na Fórmula 1 tem, ainda, o Felipe Massa, e se tudo der muito certo, teremos em seguida o Felipe Nasr. Depois dele ou para vir em seguida tem mais alguém? Não! Infelizmente eu não vejo com bons olhos o futuro do nosso automobilismo no cenário internacional.

 

Não acredito que deixaremos de ocupar um espaço no cenário internacional do automobilismo mundial, mas não será com o mesmo destaque de antes e do que ainda temos um pouco. Se a gente for considerar a F1 e a F. Indy como as categorias principais e de monoposto, que era o grande sonho dos pilotos e acho que ainda é, realmente o cenário não é nada promissor, mas se levarmos em conta outras categorias importantes, o João Paulo de Oliveira é um piloto de ponta no Japão, o Augusto Farfus é um dos destaques do DTM, temos a equipe brasileira e outros  brasileiros em equipes estrangeiras na GT Series, O Lucas Di Grassi, o Antônio Pizzonia e o Bruno Senna no Mundial de Endurance, o Nelsinho Piquet e o Miguel Paludo na NASCAR...

 

 

A mentalidade mudou! O foco mudou! Hoje o piloto brasileiro está com os olhos voltados para as categorias de turismo e isso é perigoso porque corremos o risco de nos transformar em uma Argentina, onde o automobilismo de turismo é muito forte há muitos anos e eu não vejo esta mudança de foco como uma coisa positiva.

 

Tony Kanaan – Piloto da equipe KV

 

Temos os dois problemas. Pode parecer estranho, mas há um fato que é, ao mesmo tempo, positivo e negativo. O que acontece: o automobilismo nacional, em particular a Stock Car, tornou-se muito forte e financeiramente viável para um piloto se profissionalizar dentro do país. Assim, os talentos que vem surgindo aqui no Brasil e que 10, 15, 20 anos atrás saiam para a Europa, para correr na Fórmula 3 e buscar um caminho que o levasse a categorias maiores, sonhando com a Fórmula 1 deixasse de buscar este caminho, que foi ficando cada vez mais caro e financeiramente difícil, e passassem a ver, no Brasil, uma condição de realizar sonho de ser um piloto de corrida, profissional, conseguir ganhar dinheiro com isso esta trajetória brasileira de pilotos no exterior está em risco.

 

Quanto a o que fazer, se é que tem o que fazer ou se precisa se fazer alguma coisa para mudar este cenário é muito relativo. Hoje para se correr no exterior é preciso ter um patrocínio de milhões de dólares a cada ano e cada vez maior conforme a categoria que o piloto sobe, tem tornado este caminho cada vez mais difícil. Atualmente temos o Felipe Nasr como piloto com um potencial de chegar à Formula 1 e eu não vejo outro depois dele.

 

 

No caso da Fórmula Indy, além da Bia, não vejo mais o mesmo interesse como havia naquela geração que foi comigo para os Estados Unidos que tinha eu, o Helinho, o Cristiano da Mata, o Felipe Giaffone, que chegava em bando e tomava conta da categoria. Hoje, com uma Stock Car como a que tem aqui no Brasil, o piloto brasileiro tem meios, mercado e condições de se realizar profissionalmente.

 

Willy Hermann – Comentarista de Automobilismo e sócio da IMAGE, parceira da F. Indy no Brasil

 

Eu acho que é uma combinação de fatores, não dá pra isolar uma coisa ou outra e atribuir uma razão. Na verdade, o problema é que nós ficamos mal acostumados.

 

Tivemos em um intervalo de tempo relativamente curto todo o sucesso do Emerson [Fittipaldi], do Nelson [Piquet] e do Ayrton [Senna], foram muitos títulos, muitas vitórias em um intervalo de 20 anos. Tivemos uma sequência de três gerações onde apareceu sempre uma super estrela. Se formos olhar outros países de grande tradição no automobilismo como Itália, França, Inglaterra... isso não aconteceu por lá, na da forma e intensidade que aconteceu por aqui e nem vou entrar no mérito dos outros grandes pilotos que tivemos que poderiam certamente terem sido campeões do mundo e que por circunstâncias não foram. Nós fomos muito privilegiados e isso nos deixou mal acostumados.

 

Por outro lado, não podemos deixar de ver a realidade e nesta realidade, o aspecto financeiro tem tido um peso muito grande. Só que este é um problema globalizado. Para um garoto na Alemanha ou na França chegar à Fórmula 1, ele vai precisar dos mesmos milhões que um brasileiro precisará.

 

Para que o Brasil não saia do cenário do automobilismo mundial é preciso que haja um trabalho muito bom na base e esta base é o kartismo. Vai ser muito difícil termos brasileiros chegando aos montes como aconteceu em certa época tanto na Europa como nos Estados Unidos, mas é possível se garimpar, na base, talentos que possam vir a subir todos os degraus. Subir alguns degraus outros tantos irão, mas para chegar ao topo, além do talento, há que se ter meios e vai ser difícil prover estes meios para tantos. O mais talentoso vai ter que se destacar e conseguir este suporte.

 

 

Last Updated ( Monday, 22 July 2013 00:40 )