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Sortes, azares e competência / A Volta dos que não foram, estrelando Red Bull e Sebastian Vettel PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 24 April 2013 22:13

Olá pessoal que acompanha o site dos Nobres do Grid,

 

O Grande Prêmio do Bahrein talvez possa ser definido em três palavras: sorte; azar; e competência.

 

Seria um exagero meu? Acho que não, senão vejamos:

 

A Ferrari fez uma aposta com uma estratégia de pneus diferentes (duros) para Felipe Massa. Um vez que está nítido que o brasileiro gasta mais pneus que Fernando Alonso, “inverter” o uso destes poderia dar uma chance para ele de, quando colocasse os pneus médios, estar com o carro mais leve, com a pista mais emborrachada e assim conseguir ter um desempenho bom por mais tempo. Felipe e a equipe ainda tiveram a sorte de, mesmo Massa fazendo o 6º tempo na classificação, dois dos carros à sua frente terem que cumprir punições, perdendo posições no grid (Webber pelo incidente na China, Hamilton pela troca da caixa de câmbio). Assim, Felipe estava na segunda Fila, ao lado de Fernando Alonso.

 

Deu tudo errado! Massa, aparentemente, gastou mais pneu do que devia e parou na volta 10, a mesma de Sebastian Vettel que usava pneus médios. Assim, a tática começava a ir para o brejo. Talvez pela avaria na asa dianteira, que a transmissão ‘pachequista’ tratou de “minimizar”. Não é preciso ter um diploma em engenharia mecânica para saber que, se em um carro sensível como um Fórmula 1 há uma avaria na parte aerodinâmica, algum desequilíbrio será gerado. Felipe ainda teve dois pneus furados. A questão é se os furos foram causados por detritos na pista ou por falha de construção ou mesmo por mau uso dos mesmos. Quando se faz um pneu e este é colocado num carro, é dada uma instrução para a calibragem dos mesmos. Caso esta não seja seguida, o fabricante não garante a performance.

 

Fernando Alonso teve um daqueles azares. A asa móvel travou aberta e precisou ser fechada “no tapa”, em uma parada de box. Se havia um problema, quem deixou de avisá-lo para não abrir mais a asa? Ele teria sido alertado e abriu assim mesmo, assumindo o risco? Esta pergunta ninguém na Ferrari vai responder para a imprensa, mas o resultado disto foi que, com mais uma parada, Alonso deu adeus às chances de um bom resultado na corrida, mesmo sem a asa móvel. Vencer, só com um problema de Vettel, mas um pódio, quem sabe. Seria minimizar o prejuízo.

 

Competência mostraram a Red Bull – pelo menos o Vettel – e a ‘Nega Genii’ (morri de ri com essa, meninos). O alemãozinho partiu pra cima do Rosberg logo de cara, tomou a ponta e deu tchau pra todo mundo. Fez uma corrida à parte, onde – aparentemente – só seria ameaçado por ele mesmo, e a equipe tratou de tentar “acalmá-lo” para ele pensar no campeonato. Já Mark Webber, que parecia por um momento ter chances de chega ao pódio, acabou ficando para trás.

 

Se tem gente reclamando dos pneus, a ‘Nega Genii’ mostrou – mais uma vez – que seu carro consegue lidar com ‘essa coisa preta da Pirelli’ melhor que os outros. Desta vez até o desastrado Grojean conseguiu se dar bem e chegou ao pódio.

 

Na contramão está a Mercedes, que mesmo já tendo demonstrado ter um carro muito rápido e acertado, não consegue manter a performance em corrida por conta dos pneus. Normalmente é o Hamilton que destrói os Pirelli primeiro, mas desta vez, nem o Rosberg escapou: da pole position terminar num apagado nono lugar – e com Lewis em 5º - o resultado deve ter sido frustrante.

 

Agora teremos três semanas até o GP da Espanha e todas as equipes vão trabalhar muito, muito mesmo para recuperar o que perderam, para manter-se onde estão, para avançar em seus objetivos.

 

Até a semana que vem,

 

Maria da Graça 

 

 

Em meio às complicações de um país que vive em pé de guerra civil, a Fórmula 1 veio ao oriente médio para o infame GP do Bahrein, que seria disputado no circuito de Sahkir. E saiu dela com algumas questões resolvidas e outras não. Mas para esta coluna, farei uma análise equipe-a-equipe.

 

Red Bull: Num final de semana em que a Pirelli colocou à disposição das equipes os seus pneus médios e duros, teve um ritmo muito melhor que no GP chinês, realizado na semana passada. Nos treinos, Sebastian Vettel e Mark Webber sempre andaram entre os primeiros. Na classificação, o alemão conseguiu uma excelente segunda colocação, à frente do rival Alonso, e Webber largaria em quarto, mas perdeu 3 posições no grid como punição pelo acidente com Jean-Eric Vergne na corrida anterior. Já na corrida, Vettel largou bem, foi ultrapassado pelo espanhol da Ferrari ainda na primeira volta, mas deu o troco. Nas voltas seguintes, disputou de maneira antológica com Rosberg, o pole-position.

 

Depois de ultrapassar seu compatriota, passou a fazer uma corrida à parte dos demais. Seu ritmo foi alucinante, em média uns 5 décimos mais veloz que cada carro no grid. Ainda se deu o luxo de fazer a melhor volta da prova nas últimas. Venceu a prova com sobras de desempenho. Tem a liderança do campeonato, com 77 pontos. Já o australiano, seu companheiro de equipe, estava apagado no seu GP de número 200. Não fez nada digno de nota durante a prova inteira e ainda foi superado por Hamilton e Pérez nas últimas voltas. Se ele queria um tratamento igual ao do companheiro tedesco, está mostrando que não o merece. Num todo, a Red Bull está de volta, é a melhor equipe do mundo e não só nocauteou seus adversários hoje, como também calou aqueles que vaticinavam uma crise irremediável.

 

Lotus: A equipe inglesa teve um bom final de semana, de um modo geral. Kimi Raikkonen e Romain Grosjean tiveram bons treinos, mas sua classificação foi desastrosa. O finlandês largou em oitavo, mas se valeu de um carro bem amigo dos pneus durante a corrida e compensou a posição de origem. O francês não foi muito diferente. Conseguiu o pódio no final após ultrapassar Paul di Resta no fim. E os dois, junto com Vettel, fizeram rigorosamente um repeteco do TOP-3 do ano passado. Se continuar nessa curva de desempenho, a Lotus tem sim chances de brigar pelo título. Raikkonen está a apenas 10 pontos de Vettel, na vice-liderança do campeonato.

 

Ferrari: Esse GP foi o cúmulo do azar que a Ferrari jamais desejou para si. Tinha carro para brigar pela vitória? Tinha. Fernando Alonso estava com uma vontade endiabrada de derrotar seu maior algoz dos últimos 3 anos. O espanhol largou em terceiro, logo atrás do tedesco da equipe austríaca. Na primeira volta, até o ultrapassou, mas levou o troco. Contudo, conseguiu acompanhá-lo. Para infelicidade dos torcedores de Maranello, a permanência de Alonso na forra pela vitória terminou ali. O DRS emperrou. Ele foi aos boxes uma vez. Um mecânico chegou a dar um tapão no aparato para tentar ajeitar. Na volta seguinte, ele abriu a asa novamente. Emperrou de novo. Voltou aos boxes pela segunda vez e a maldita asa foi novamente fechada. E ele não pôde usá-la durante o resto da corrida, o que significou não só o fim da luta pela vitória, mas uma grande dificuldade para conseguir ultrapassagens em pista. Uma corrida fora dos pontos, portanto. Certo? Errado. Alonso passou um monte na marra. Ainda sobreviveu ao mexicano Sergio Pérez, que terá um capítulo à parte nessa coluna. Chegou em oitavo e salvou 4 pontos importantes para o campeonato. Após a corrida, porém, ele rogou praga para seus adversários. É...

 

E Felipe Massa? Bem, ele beneficiou-se com as punições de Hamilton, que trocou o câmbio e perdeu 5 posições, e de Webber punido na Malásia. Largou numa excelente quarta colocação, escolhendo largar com os pneus duros na esperança de, com um bom ritmo no começo, ficar mais perto da liderança após um primeiro stint prolongado. Mas o brasileiro não foi amigo da borracha. Tanto que na décima primeira volta, muito próximo dos demais, já estava parando. Logo depois, teve um infeliz furo de pneu e parou de novo. Corrida absolutamente comprometida. Desastre pouco? Teve mais: Outro furo de pneu. Ainda foi ultrapassado por Pastor Maldonado no fim. Chegou numa amarga décima quinta colocação. Horror.

 

Mercedes: Tem um carro verdadeiramente bom e veloz, com um ótimo ritmo de classificação. Mas o ritmo de corrida é bastante comprometido pelo elevado consumo da borracha. Nico "Britney-Barbie" Rosberg largou na pole, mas não tardou para ser ultrapassado por uma carrada de gente. Tomou gosto, provavelmente. Lewis Hamilton, por sua vez, largou na nona colocação após perder 5 posições no grid por trocar sua caixa de velocidades. Durante a prova, também sofreu com sua Mercedes que não é amiga dos pneus, mas a temperatura baixou bastante da metade para o fim e ele, numa vibe de come-quietinho, chegou numa boa quinta colocação. Tem hoje mais da metade dos pontos de sua antiga equipe, a McLaren. Que será mesmo o próximo capítulo.

 

McLaren: É o pior início de temporada da história da equipe inglesa, provavelmente. E Sergio Pérez foi dado como o pior estreante da equipe em 20 anos, pior que Marco Andretti. Porém, acho que o mexicano se esforçou para salvar a minha opinião sobre ele: É um piloto muito bom e só está sentindo a pressão inicial de ser um piloto de uma equipe tão tradicional e tão histórica. E levou num sentido bem literal a bronca de seu chefe, Martin Whitmarsh: O dirigente disse após o GP chinês que ele estava "muito educado". Pois bem: Ele foi bastante agressivo, travando uma disputa até perigosa com seu companheiro de equipe, Jenson Button Os dois chegaram a se tocar num momento que poderia ter carros voando, mas só teve um pequeno dano na asa dianteira de Sergio. O "Chapolim" chegou numa ótima sexta colocação. Viveu perigosamente ainda com Alonso, que não parece ter gostado muito da agressividade, mas também não soltou os cachorros como Button.

 

O gentil britânico, que chegou na décima colocação, disse que todos na corrida haviam sido espetaculares, menos seu parceiro. Disse que não esperava ter que tocar rodas a 300 km/h com ele. Não deixa de ter certa razão, mas... Isto é corrida, ao final de contas. À bem da verdade, em partes, gostei disso tudo que a dupla de Woking mostrou. Pelo que li nessa semana, já fizeram as pazes. É, Button não é o tipo de cara que gosta de brigas com companheiros de equipe. Nunca foi. Nem com Hamilton.

 

Force India: Não sei se os dois pilotos resolveram a confusão recente. Espero que sim. Tem um ótimo carro em classificação e corridas hoje, melhor do que a McLaren, diga-se de passagem. Paul di Resta e Adrian Sutil largaram em quinto e sexto, respectivamente. Na corrida, o alemão foi vítima de um pneu furado no começo e acabou fora da disputa pelos pontos. E o escocês fez uma corrida irretocável. Até merecia um podium, mas no final, sua Force India já não rendia tão bem e foi presa fácil para a Lotus de Grosjean, que lhe tomou o terceiro posto. Não espero que a equipe indiana continue nessa curva de desenvolvimento, mas se eu estiver errado, eles tem boas chances de podium até o final do campeonato.

 

Sauber: Errou a mão no carro desse ano. O Incrível Hulk até conseguiu aparecer bem aqui e acolá, mas nada muito expressivo. Largou em décimo quarto e terminou duas posições à frente. Já Gutierros, que além de não passar do Q1, ainda largou em vigésimo segundo após perder 5 posições por atropelar Sutil no GP da China e, durante a prova, ainda conseguiu a façanha de terminar atrás do enfadonho Charles Pic, com o carro da Caterham. Triste.

 

Williams: Decepção define. Que carro ruim, no pior sentido da palavra, está esse FW35 em relação ao ano passado. Pastor Maldonado nem passou do Q1. Valtteri Bottas arrumou uma décima quinta colocação. Na corrida, o venezuelano foi um tanto melhor e conseguiu ultrapassar, entre outros, a Ferrari de Felipe Massa, enquanto o finlandês, apesar de em dado momento aparecer em quarto na corrida, avançou uma posição em relação à sua posição de largada, apenas. Se alguém tinha dúvidas quanto ao novo status de "ex-grande" da equipe de Grove, 2013 está sendo uma lamentável confirmação.

 

Toro Rosso: Nada muito expressivo nesse final de semana. Pontos serão muito raros para os italianos co-irmãos da Red Bull nesse ano, portanto. Ricardão-uau e Vergne passaram ao Q2 e largaram, respectivamente, em décimo terceiro e décimo sexto. Na prova, o australiano caiu 3 posições. Já o francês passou por uma série de desastres no começo da prova e voltou para os boxes faltando 16 voltas para o pano, para desistir: Não tinha mais o que fazer e sabia disso. Começo de ano péssimo, então.

 

Caterham e Marussia: Charles Pica e Mal-erguido DevaGarde foram, no geral, melhores que a dupla da Marussia, Jules Bianchi e Max Chilton, o que é, de certo modo, surpreendente, pois Bianchi vinha sendo imbatível entre os nanicos. Mas o francês marússico manteve a hegemonia sobre o lamentável Max Chilton, e o francês caterhâmico ainda superou Gutierros, da Sauber, na corrida. Nada mal. DevaGarde, porém, terminou bem atrás dos seus pares nanicos.

 

É isso, amigos. O próximo GP é o da Espanha, que marca o início da fase européia, que é onde o bicho vai pegar. E teremos um panorama melhor de onde quem terá a prerrogativa da briga pelo título.

 

Abraços!

 

Antônio de Pádua 

 

Last Updated ( Wednesday, 24 April 2013 22:28 )