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Felipe, o forte! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Saturday, 13 April 2013 15:40

Olá fãs do automobilismo,

 

Como falei na coluna da quinzena passada, o consultório andou cheio e foi uma loucura conciliar os horários de todos que me procuraram. Daria para escrever uma coluna por dia se fosse o caso, mas como meu acordo com o site é uma coluna por quinzena, passei estes últimos dias pensando em que assunto seria melhor abordar antes do início da ‘segunda rodada dupla’ – se é que vai ter corrida no Bahrein.

 

Achei que o querido leitor iria gostar mais se nós falássemos de algo – no caso alguém – mais próximo a nós. Além do que, o momento merece ser – comedidamente – abordado, exaltado e explicado. Assim, quando o querido leitor estiver lendo esta coluna, após o GP da China, o assunto até possa nem ser tão mais atual... mas que importa isso? O que importa é que hoje dentre os meus pacientes, tenho um em especial que vive um momento muito positivo: Felipe Massa.

 

Durante as sessões do ano passado, foi preciso fazer um trabalho de resgate emocional muito forte com o Felipe por conta de todas as pressões que ele sofreu, mesmo não tendo culpa na maior parte das vezes. Perseverante desde menino, Felipe baqueou, mas não desistiu da luta e nem se entregou diante das adversidades. O resultado foi o ótimo final de temporada, com ele mostrando que poderia sim ser mesmo uma ‘sombra’ para o “dono” da equipe, Fernando Alonso.

 

 

O sorriso farto e fácil de Felipe Massa hoje é o mais fiel retrato de suas recuperação psicológica. Diferente de 2012. 

 

Como na pré-temporada vai um de cada vez para a pista, a comparação da adaptação com o carro ficou para a primeira corrida do ano, na Austrália. Nos treinos, Felipe andou na frente de Fernando praticamente todo o tempo. Na corrida, foi preciso uma “estratégia” para tirar Felipe da frente. Se falaram algo do tipo “Fernando is faster than you”, a transmissão na televisão não mostrou, mas Felipe deu mostras de que viria para a briga.

 

Na corrida seguinte, a situação dos treinos se repetiu, melhor ainda, Felipe voltou a colocar o carro na primeira fila, algo que não fazia há praticamente três anos. Mais uma vez Fernando largou atrás dele. A largada não foi boa, as primeiras voltas, terríveis. O que teria acontecido? Contudo, se – a princípio – as condições de corrida eram ruins para ele, na pista uma sequência de erros acabou por tirar Fernando da corrida.

 

Pena que a condição inicial de prova não permitiu Felipe brigar por posições melhores. Contudo, o 5º lugar deu-lhe uma condição muito interessante: Fernando precisaria vencer a próxima corrida, na China, a todo custo. Hipoteticamente falando, uma condição de Fernando em 2º, Felipe em 3º, Felipe continuaria na frente de Fernando na pontuação do campeonato. Se a sequência fosse mais para trás, pior seria para o espanhol.

 

 

As ordens de equipe vão continuar, mas a Ferrari não pode comprometer o campeonato de construtores e sabe disso. 

 

Apesar da vitória de Fernando e do modesto 6º lugar, fruto da "estratégia" escolhida e de uma "politicamente correta degradação excessiva dos pneus", o momento é todo de Felipe. A Ferrari não pode abrir mão de pontos para o mundial de construtores. Ter um carro não pontuando na Malásia foi um grande prejuízo. Colocou a equipe na condição da Mercedes, que ficou sem os pontos de Nico na Austrália e na China. Com isso, a Red Bull que disparava na frente e também perdeu com os "infortúnios" de Mark Webber deixou a Ferrari em condições de reagir e para reagir, neste caso, a equipe precisa dos dois pilotos.

 

Felipe sabe muito bem da capacidade de Fernando em, durante a corrida, andar rápido, gastar pouco os pneus e ser constante, mas sabe que sua melhor chance de continuar na vantagem psicológica é continuar sendo rápido nos treinos. Caso não consiga manter-se à frente de Fernando, que esteja próximo, nunca mais que duas posições atrás. Em corrida, que continue tentando andar na frente, se possível com um carro entre os dois. Caso contrário, estar uma posição apenas atrás de Fernando.

 

Mais importante de tudo: não errar. Não bater. Não sair da pista. Se alguém tiver que errar, que seja na equipe, nos boxes, na estratégia. Algo que o exima de culpa na pista e no dia seguinte, nos jornais e revistas que circularão na Itália e na Espanha.

 

 

É assim que todos nós queremos ver você, Felipe. Forte e confiante como sempre foi ao longo de seus anos nas pistas. 

 

No momento não há fantasmas ameaçando seu lugar na equipe. A manutenção deste nível de performance pode vir não apenas garantir uma renovação de contrato para o ano seguinte, mas também uma condição interessante no mercado de pilotos e equipes uma vez que o ‘clima azedo’ na Red Bull pode determinar a saí da de Mark Webber da equipe austríaca no final da temporada. Assim, uma cobiçadíssima vaga estaria em aberto.

 

É a hora de jogar toda a pressão para quem tem que mostrar cada centavo que foi investido. É a hora de cobrar de Fernando Alonso, depois de dois campeonatos perdidos (2010 e 2012) que agora ele começando o ano com um carro competitivo tem “a obrigação de vencer” e é esta “obrigação” que pode vir a ser uma das melhores ‘armas’ de Felipe nesta luta interna.

 

Você já mostrou que não é “só um brasileirinho”, Felipe. Vc está mostrando que é forte!

 

Beijos do meu Divã,

 

Catarina Soares 

 

 

 

Last Updated ( Sunday, 14 April 2013 17:34 )