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Um Rio de hipocrisia! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 11 March 2013 22:49

 

Que a classe política brasileira, de uma forma geral, é uma vergonha para qualquer cidadão minimamente consciente e que, por vezes, nos levam às raias da revolta não é novidade alguma, mas tem vezes que certos personagens conseguem “extrapolar”. Será que indivíduos como o prefeito da cidade do Rio de Janeiro pensa que todos os cidadãos do país e aqueles que, de forma direta ou indireta, estão ligados ao automobilismo são idiotas?

 

 

Assim como acontece em diversas cidades pelo mundo, equipes de Fórmula 1 fazem espetáculos nas ruas com carros de temporadas anteriores (que aos olhos dos leigos não diferem em nada dos atuais), fazendo aceleradas, ‘zerinhos’ e com o piloto saudando o público. Neste último domingo, dia 10 de março, o Rio de Janeiro, a cidade sem autódromo, recebeu Felipe Massa e a Ferrari no aterro do Flamengo para uma destas exibições.

 

A Ferrari controla cada passo que qualquer dos seus pilotos dá quando anda fora dos muros de Maranello, especialmente diante dos microfones da ávida imprensa, sempre a espera de uma declaração “com assinatura”, algo cada vez mais difícil de se ver e ouvir tamanho é o controle das equipes sobre eles. Mesmo assim, falando sobre um assunto que não diz respeito à equipe, mas que está ligado ao automobilismo, o nosso único representante na Fórmula 1, de forma polida, porque eu chutaria o pau da barraca, a barraca e o dono da barraca, disse que “foi uma besteira que fizeram” quando indagado sobre a destruição do autódromo de Jacarepaguá.

 

Uma visão aterradora do que um dia já foi um dos melhores e seletivos autódromos do mundo, além da palco da F1.

 

Numa demonstração explicita de falta de caráter (o ‘chefe’ trocou o texto aqui três vezes), o político falou como se não tivesse responsabilidade nenhuma com o acontecido!

 

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), disse  que as reclamações de Felipe Massa sobre a situação do automobilismo na cidade são procedentes. E declarou que “se o pessoal do automobilismo não reclamar, a gente deita em berço esplêndido e aí não toma nenhuma atitude”. A GENTE, QUEM? Os políticos que não honram documentos que assinam, como o compromisso de entregar um autódromo em funcionamento antes do fechamento de Jacarepaguá?

 

“O Felipe tem toda a razão, do ponto de vista dele. Ele corre, e para correr precisa de autódromo. Mas conversei com ele, falei para ficar tranquilo porque ainda vai correr aqui”, afirmou o prefeito. AQUI, AONDE? O tal do autódromo de Deodoro, que tem um esboço muito bonito aí circulando na internet e que ficará encravado numa boca quente que faz Interlagos parecer Genebra (Suiça) até agora não viu um caminhão de brita!

 

O monumento que um dia foi o símbolo do autódromo que trazia o nome de dois dos nossos campeões mundiais... entre os escombros! 

 

O mau caráter, como todo político que se preza, continuou falando: “O Rio tem uma tradição de automobilismo, e eu também fiquei triste de ficar sem essa alternativa. Então a reclamação dele é procedente. A gente vai viabilizar, mas infelizmente não foi na maneira como a gente queria”. O que será que ele quis dizer com isso? Talvez que esperava lucrar mais com as trocas de favores que envolveram o uso de um dos metros quadrados mais valorizados da cidade para que, depois das “olimpiádas”, a maior parte do terreno seja liberado para a construção de prédios comerciais e condomínios residenciais, pagando um IPTU caríssimo uma vez que, em uma de suas ‘canetadas’ ele mudou a geografia e passou a érea do autódromo do bairro de Jacarepaguá para a Barra da Tijuca, onde o IPTU é muito maior!

 

Entre os entraves para o início das obras em Deodoro – fora a má vontade, fora a designação de uma área erma, fora a costumaz burocracia brasileira que faz tudo se arrastar quando não há interesse – está o fato de que a área era usada pelo Exército Brasileiro para treinamentos e estava infestada de explosivos não detonados... e NINGUÉM sabia que o Exercito usava a área com este fim? Nos últimos meses, o terreno passou por uma “limpeza”.

 

O sonho dourado dos especuladores (políticos e empresádios do setor imobiliário) finalmente tornou-se realidade. Destruíram tudo!

 

 

Houve ainda questionamentos do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro sobre a decisão do Estado e do Inea (Instituto Nacional do Ambiente) de dispensarem Estudo de Impacto Ambiental para a construção do circuito, o que certamente vai gerar um monte de protestos dos ecochatos de plantão, dizendo que ali tem a “perereca perrecus pernetys”, que tem o “besourinho joaninhus hemafroditus” e mais uma meia dúzia de espécies vitais para o estudo da biodiversidade.

 

Continuando o seu festival de hipocrisia, o prefeito ainda disse: “a gente não pode ficar o tempo todo com ‘nheco-nheco’, com um monte de gente enchendo o saco... Vocês acham que a gente ia correr carro de corrida num lugar que pode explodir? Então é um monte de baboseira, e a gente perde tempo com isso. Uma baboseira enorme. Não vai explodir nada”, afirmou Paes.  Se foi assim, porque que então fizeram a “limpeza”?

 

Para quem não lembra, no seu primeiro mandato o prefeito do Rio tentou fazer uma corrida de Fórmula Indy nas ruas da cidade (provavelmente ia tentar usar o aterro do Flamengo como espaço para a prova), mas na hora de fechar negócio e arcar com os custos iniciais e com a seriedade dos americanos que, pra fazer corrida na rua elas tem que ser seguras como um autódromo – e isso custa caro – o prefeito se escondeu embaixo da escrivaninha!

 

A Ferrari F-10 rasgava o asfalto do aterro do  flamengo para uma multidão... separada apenas por grades e barreiras de plástico.

 

E como ‘cagada’ pouca é bobagem, claro que ainda viria mais coisa por aí: quando são feitos espetáculos de rua como este que a Ferrari faz, o local é devidamente preparado, o público fica acocado em pontos seguros e há meios de prevenis que, caso algo saia errado, o carro não vá na direção da platéia. Só que estamos falando de Rio de Janeiro, onde “tudo se ajeita”, onde o “jeitinho brasileiro” é mais jeitinho do que em qualquer lugar do país.

 

Daí colocaram umas grades e umas barreiras de blocos... de plástico! Para ajudar, resolveram fazer um desfile de Ferraris, com um monte de riquinho acelerando seus brinquedos no aterro do Flamengo. Todos os ingredientes reunidos para dar em cagada... E DEU!

 

 

Boa parte da barreira de grades estava coberta com faixas dos promotores do evento... mas e se algo dá errado e o carro escapa?

 

Um dos ‘ÁS NO’ volante, perdeu o controle de sua Ferrari amarela e atropelou e feriu três pessoas após seu motorista perder o controle do carro, segundo informações do Corpo de Bombeiros. O automóvel fazia parte de um evento demonstrativo promovido por uma companhia de bebidas patrocinadora da equipe de F1 Ferrari.

 

O atropelamento aconteceu na altura do morro da Viúva, cerca de dez minutos após a última passagem de Massa, que deu cinco voltas pelas pistas do aterro do Flamengo, sendo seguido por um grupo de outros carros da marca italiana.

 

Uma Ferrari de rua perdeu a direção e foi de encontro a barreira que isolava a rua do público: três pessoas ficaram feridas.

 

Segundo o relato de uma espectadora chamada Maria Aparecida Alves, eles estavam atrás da grade (proteção total, certo?) e o condutor da Ferrari amarela perdeu o controle na curva. Com o impacto, um ciclista – que estava na plateia – foi jogado para o alto e a grade caiu em cima dele.

 

Outras duas pessoas também foram feridas, segundo os bombeiros. Uma delas foi liberada no local e outra foi levada, com o ciclista, para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio.

 

O motorista envolvido no acidente saiu do local escoltado por policiais militares e guardas municipais, após um princípio de tumulto. Algumas pessoas correram para tentar ajudar o ferido, mas, outras, para agredir o motorista, exigindo que fosse feito teste do ‘bafômetro’ no individuo. A assessoria do evento informou em nota que lamenta o incidente e que ele teria ocorrido após o encerramento do mesmo.

 

A Ferrari e a Barreira. Uma pergunta: porque um carro de passeio acelerava numa via urbana nas mãos de um 'não piloto'?

 

Será que ninguém viu que o público não podia ficar numa área de saída de tangente de curva, atrás de uma ‘gradezinha’ que não tinha nenhum efeito de segurança, só de isolamento? E o pior de tudo é que vem mais risco de tragédia por aí...

 

Em meados de 2012 a FIA resolveu criar uma categoria de carros elétricos, planejando fazer a estreia da mesma em 2014. O regulamento técnico da categoria foi finalizado, o regulamento esportivo foi proposto e a lista de cidades que vão abrigar as provas de rua foi divulgada na última reunião do Conselho Mundial da FIA, em Genebra, na Suíça, na sexta-feira dia 8 de março.

 

A FIA vai fazer uma categoria com carros elétricos e esta vai corre nas cidades... entre elas o Rio de Janeiro deste prefeito aí!

 

Sim, as corridas vão ser em circuitos de rua para “ter mais proximidade com o público”. Agora, adivinhem quem está na lista pra receber a prova? Claro, o Rio de Janeiro! Além do Rio, a lista também inclui Londres (Inglaterra), Roma (Itália), Los Angeles (Estados Unidos), Miami (Estados Unidos), Pequim (China), Putrajava (Malásia) e Buenos  Aires (Argentina). A ideia é fazer provas em traçados urbanos na região central das cidades, algo definido desde o início do projeto.

 

Prepara que vem mais cagada por aí! Vai ter copa das confederações no ‘Maraca’, porque ficará faltando terminar o ‘nã’, vai ter autódromo de mentirinha no subúrbio carioca e vai ter mais gente votando nesse sujeito nas próximas eleições!

 

Abraços,

 

Mauricio Paiva

 

Last Updated ( Monday, 11 March 2013 23:53 )