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A F1 sem Bernie Ecclestone PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Tuesday, 15 January 2013 22:00

 

 

Eu não sei quantos dos nossos leitores tem televisão paga em casa. Como tenho filhos em idade escolar e minha esposa é pedagoga, procuramos assistir coisas mais educativas, como os canais da Discovery, o National Geographic, o The History Channel... além dos canais de esportes (BBB aqui não entra.

 

É num destes canais que passa uma série chamada “o mundo sem ninguém”... e é com ela que escrevo a coluna do mês fazendo uma comparação: o mundo da Fórmula 1 sem Bernie Ecclestone.

 

Há poucas semanas, no final do ano passado, pela primeira vez, em entrevista a um jornal britânico (dos sérios, nada de tabloide), o bom velhinho demonstrou preocupação com relação ao desfecho do escândalo do suborno na Alemanha, admitindo que o caso pode afastá-lo do comando da categoria se for considerado culpado pela justiça e preso no fim do processo.

 

Em 2006, a CVC, empresa da qual Ecclestone é representante e ocupa um cargo alto na diretoria, comprou as ações da F1 que pertenciam ao banco alemão de investimentos BayernLB, de propriedade de Gerhard Gribkowski, assumindo o controle acionário da categoria. 

 

 

O banco possuía 47% das ações da SLEC Holding, que era uma empresa do próprio Bernie, e que tinha o poder de controlar as receitas dos direitos comerciais da F1 antes da aquisição das ações pelo grupo CVC. O banqueiro do sobrenome de sopa de letras,  intermediário nessas negociações, acabou acusado de ter negociado as mesmas por um valor abaixo do de mercado, tendo para isso, recebido um suborno milionário do próprio bom velhinho.

 

A transação foi avaliada em mais de 50 milhões de dólares (na verdade 45 milhões de euros), envolvendo também a Bambino Holding & Trust, que – olha a coincidência – tem como dono Bernie Ecclostone. Segundo os autos do processo, Gerhard Gribkowski devolveu o dinheiro a Bernie com recursos do banco alemão em duas remessas destinadas ao grupo Bambino. O banqueiro foi condenado e preso pela justiça de Munique, na Alemanha (no Brasil é igualzinho), em janeiro de 2011.

 

O bom velhinho jura de pés juntos (e dedos cruzados) ter feito parte do esquema e diz que foi chantageado por Gribkowski para fazer parte da transação. Contudo, o octagenário – e bilionário – Ecclestone reconheceu que pode ter de deixar a F1 caso seja considerado culpado no envolvimento do escândalo de suborno. Suas palavras foral lacônicas: “provavelmente a CVC será forçada a se livrar de mim se os alemães me julgarem culpado. Se eu for preso, isso é bastante óbvio”.

 

 

Como chutar cachorro morto ou empurrar bêbado em ladeira é moleza, Luca di Montezemolo, o grande rival do bom velhinho nos últimos anos, de forma “delicada”, deu sua cutucada, dizendo que “Antes de tudo, espero que nada aconteça a Bernie e à F1. Se ele está sendo acusado em um processo, acho que ele será o primeiro a dar um passo atrás no seu interesse pela F1. A era do show de um homem só não pode continuar”. “Lentamente, estamos chegando ao fim de um período caracterizado pelo estilo de um homem que fez coisas importantes”, no melhor estilo “morde e assopra”, reconhecendo os méritos do mandatário há praticamente quatro décadas na categoria, mas deixando claro que entende que a Fórmula 1 precisa de ‘sangue novo’ em sua gestão.

 

Na entrevista ao Daily Thelegraph, Bernie Ecclestone revelou (pasmem) que a CVC está à procura de um sucessor, mas negou que a busca esteja relacionada ao escândalo de corrupção. “Eles disseram que contrataram um ‘Head Hunter’ para encontrar alguém caso eu morra ou algo do tipo. É natural que eles façam isso para manter todos contentes”, Ponderou o bom velhinho, que já está com 82 anos de idade.

 

Mas quem poderia ser este sucessor? Sir Jackie Stewart, tricampeão mundial de F1, foi indagado sobre o assunto e, categoricamente, Afirmou não acreditar em um sucessor oriundo do paddock para assumir o lugar de Bernie Ecclestone no comando do esporte, considerando que a CVC tem gente capacitada para assumir as funções que hoje são dele. Ou seja, estariam só esperando o velhinho ‘bater as botas’... ou agora, ir em cana!

 

 

Como o bom é fofocar e na ‘Silly Season’, o negócio é agitar o noticiário, já surgiram diversos nomes para vir a ocupar o lugar do bom velhinho no comando da categoria. De Adam Parr, ex-diretor da Williams, a Monisha Kaltenborn, atual chefe de equipe da Sauber, passando por Christian Horner, comandante da Red Bull, a turma do “disse-me-disse” jogou no ventilador. E até o ‘fantasma’ Flavio Briatore foi citado!

 

Voltando à questão do julgamento, o bom velhinho se defende, e joga a culpa no banqueiro, afirmando que “ele perdeu dinheiro por conta das coisas que supostamente aconteceram, pelo fato das ações terem sido vendidas mais barato. Contudo, pessoas do banco disseram que as ações não foram vendidas mais baratas e que ao cabo de tudo, a CVC deu um preço muito bom para as ações”.

 

Ainda segundo o bom velhinho, disse ter preferido ir a julgamento já que tem evidências para comprovar sua inocência, afirmando que Dieter Hahn tinha um intermediário, que é um amigo nosso, para conversar comigo sobre uma forma de negociar um acordo. Bernie afirma ter recusado, afirmando que seria o juiz quem resolveria o caso, não ele.

 

 

“Eu estou preparado para fornecer evidências no tribunal e têm outros que farão o mesmo”, assegurou. “Eu gostaria que levassem isso em frente. Vai ser divertido”, completou o manda chuva. A data do julgamento não foi informada por nenhuma agência de notícias europeia. Alguém aí aposta numa pizza de chucrute?

 

Abraços,

 

Mauricio Paiva