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A Stock fora da Globo e a decisão da GT Brasil PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 16 December 2012 19:55

 

Caros amigos, após um ano de matrimônio com juras de amor eterno – em público – e provavelmente brigas homéricas – nos bastidores – eis que chega ao fim um casamento para a alegria dos fãs de automobilismo: a partir de 2013 será o Sportv e não a Rede Globo de Televisão a emissora responsável pela transmissão das 12 etapas do campeonato de maior visibilidade da VICAR e que reúne vários dos melhores pilotos do país.

 

No início deste ano (ou terá sido no final do ano passado? Agora a memória me trai) A emissora de televisão, detentora dos direitos de transmissão da Fórmula 1 e a empresa que promove a Stock Car anunciaram a parceria para transmitir, na íntegra e ao vivo, todas as corridas do campeonato mais bem comercializado – e mais caro – do país.

 

Tinha somente um porém... e que porém: As corridas seriam todas transmitidas “no horário que os brasileiros estão acostumados a assistir as corridas”, declarou o Diretor Executivo da categoria, Maurício Slaviero. As corridas com apenas míseros 40 minutos de duração (mais 1 volta), com tempo corrido, sem paralisação de cronômetro poderiam ser um desafogo para o responsável pela grade de programação dominical da emissora, mas era certamente frustrante para o espectador, principalmente para aquele que gostava de ir ao autódromo.

 

A Stock é uma categoria que passa por quatro das cinco regiões do país, contando com aquela triste corrida de rua em Salvador (cidade que por sua importância e força econômica poderia perfeitamente brigar um autódromo FIA 3 e receber regularmente não apenas a Stock Car bem como outros campeonatos), que tendo em suas equipes ex-pilotos de Fórmula 1 e Fórmula Indy, quase que a garantia de arquibancadas cheias, o que se viu foi uma vertiginosa queda de público. Afinal, para se estar no autódromo antes da largada, a que horas o torcedor teria que levantar?

 

Como o que move os carros é o combustível e o combustível do automobilismo é o dinheiro, talvez a exposição de marcas, parceiros, patrocinadores e a venda de cotas de publicidade com a garantia de uma maior exposição para “compensar a perda de visibilidade” no local. A fórmula – teoricamente – tinha tudo pra dar certo... não deu!

 

Se na primeira prova a transmissão chegou a ter picos de 10 pontos em São Paulo, ao longo da temporada a curva foi descendente, só vindo a se alterar com a chegada de Rubens Barrichello para as três etapas finais. Mas o que estaria errado? A resposta estava na própria proposta: se a questão era transmitir a corrida “na hora em que os brasileiros estavam ‘acostumados’ a assistir corridas”, os “brasileiros que assistem corridas” certamente não consideravam aqueles – quando muito – 40 minutos, corrida!

 

Durante vários anos os pilotos e as equipes buscaram patrocinadores com a promessa de que as corridas teriam transmissão pela emissora de canal aberto que comprava os direitos de transmissão. Contudo, esta emissora não transmitia as corridas ou, quando muito, exibia compactos e flashes em meio a jogos de peteca, ciclistas descendo escadarias, campeonatos de ioiô e outras excentricidades. Os pilotos e donos de equipe passavam por bobos – ou mentirosos – diante de seus parceiros.

 

Desta vez resolveram jogar aberto: pouco depois da corrida do milhão – o canto do cisne da Goodyear, que não será mais a fornecedora de pneus para 2013 – foi anunciado que o canal de esportes da TV por assinatura é que transmitiria as provas – todas? Eles disseram que sim – na íntegra, ficando a TV de sinal aberto com os flashes e “melhores momentos”. Contudo, a TV aberta transmitirá três provas, uma delas, a corrida do milhão.

 

Resta saber agora se poderemos voltar a ter corridas mais duradouras, com mais variantes como pit stops e reabastecimentos, além de as mesmas acontecerem em um horário minimamente razoável como era antes, com largadas entre 11:00 e 11:30 horas, a menos que isso atrapalhe o Renato Aragão, a Xuxa ou a Regina Casé, claro!

 

Enquanto isso, no balcão do cafezinho...

 

Como citei dois parágrafos acima, a Goodyear não será mais a fornecedora de pneus para a Stock Car em 2013. O “divórcio”, anunciado na semana passada teve como ápice o trágico festival de pneus furados na corrida de Cascavel, para não falar da quase procissão da etapa de Tarumã, onde todos os pilotos andaram bem acima do ritmo que poderiam para salvar os compostos de borracha.

 

Este assunto dos pneus da Goodyear foi tema da nossa coluna “Olho Clínico” no mês passado. No entender do responsável de pista, Vinícius Sá, a empresa fornecia produtos de excelente qualidade... em discordância com os usuários do produto!

 

A fábrica que irá substituir a americana Goodyear será a italiana Pirelli, que fornecia os pneus da categoria até 2007, quando foi substituída. Ao contrário dos compostos da Fórmula 1, os pneus não devem se esfarelar como os da categoria do bom velhinho.

 

Pirelli que deu uma dura no mecenas da Fórmula 1 para saber quais são os planos da categoria com relação aos pneus para 2014. 2013 é o último ano do atual contrato da pneumática italiana com a categoria e para investir nos projetos da futura era turbo, a Pirelli quer saber se vai continuar como fornecedora de pneus, se a F1 vai continuar trabalhando com um fornecedor apenas (eles são contra uma nova “guerra de pneus”). Alguém acha que o Bernie respondeu?

 

Por falar nele, a última “pérola” que ele soltou foi sobre a quantidade de equipes para o futuro: “eu não me importo em ter apenas 10 equipes no grid... desde que uma delas seja a Ferrari!” Para o bom entendedor, meia palavra basta, não? E se tem uma coisa que o nosso octogenário favorito sabe fazer é vender uma ideia. Mesmo depois de ter levado um sonoro NÃO das autoridades turcas sobre o GP de F1, onde é que ele convenceu a FIA de fazer a entrega dos prêmios dos campeões do ano? Istanbul!

 

E já que falamos na FIA, o Brasil agora tem uma “autoridade” por lá. Viviane Eleonora Wolf Monteiro, está fazendo história na Federação Internacional de Automobilismo – FIA. A entidade máxima do esporte alterou seu estatuto, criou um Código de Ética e, para fiscalizá-lo, acaba de eleger seu primeiro Comitê de Ética. A escolha dos cinco nomes que compõem o organismo aconteceu na recém-concluída Assembléia Geral da federação, em Istambul, Turquia. Viviane – que há mais de 20 anos, atua no Tribunal Desportivo da Confederação Brasileira de Automobilismo – foi a mais votada, sendo eleita para um mandato de quatro anos. Que ela faça um bom papel.

 

E neste final de semana terminou o último dos campeonatos de automobilismo aqui nas nossas terras. O GT Brasil encerrou em Interlagos o disputado certame de 2012. Foi, no mínimo, esquisito.

 

Caca Bueno e Claudio Dahruj (BMW) estavam vencendo a corrida – como venceram – e assim conquistariam o título, porque Cleber Faria e Duda Rosa (Mercedes-Benz) estavam na 3ª colocação. Precisavam ganhar mais uma posição para tirar o título do Bueno e do Dahruj.

 

Ai veio a polêmica. O segundo colocado era Claudio Ricci de Ferrari 458. Acontece que a parte técnica da equipe, quem faz é a CRT, a mesma que prepara o carro da dupla Faria/Rosa. A diferença era de mais de 30 segundos, faltando cinco voltas. E não é que o Ricci começou a ter problemas e na ultima volta foi superado? A dupla da Mercedes foi campeã.

 

Tá certo que Cacá e a BMW tiraram uma diferença considerável em pouco tempo para assumir a ponta, mas será que dava tempo para Duda Rosa fazer o mesmo? Ficou um clima pesado e Cacá deixou de sagrar-se campeão  em todas as temporadas disputadas por completo este ano (Venceu Stock e Copa Fiat).

 

Não bastasse a decisão da GT3, na GT4, Leonardo Cordeiro, assim como Cacá na GT3, venceu a prova e ficou esperando o desfecho dos seus concorrentes. No final, a dupla Alan Helmeister e Sergio Laganá ‘recuperaram’ uma enorme diferença para os adversários à frente e terminaram em 4º lugar... o suficiente pra superar o piloto da BMW em 1 ponto.

 

A bronca: No início do campeonato, foi feito um adendo na questão da equalização dos carros, que é uma coisa complicada de ser feita com tantas marcas e modelos, mas que tem Wilsinho Fittipaldi na chefia da equipe de trabalho. Acontece que foi queixa generalizada das equipes um possível beneficiamento da BMW, equipe do promotor da categoria, Antônio Hermann.

 

Essa ainda vai dar muita conversa no balcão do cafezinho...

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva 

 

 

Last Updated ( Sunday, 16 December 2012 20:05 )