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O Tricampeão e o seu vice. PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 28 November 2012 00:11

 

 

Amigos, eu não quero ser chato nem polemizar. Só que sinto que vou fazer isso, quer queira ou não. Acho que se o título da F1 em 2012 estivesse nas mãos de Fernando Alonso, estaria tão bem como nas mãos de Vettel. Nem mais nem menos, Tanto um como o outro merecia levantar a taça. Ficou com o alemão.

 

Todos que leram a coluna nos últimos meses sabem da minha análise de que Vettel seria campeão, por vários motivos. Não cabe aqui listá-los, já que estão todos em textos anteriores, e abrangem os mais variados motivos. Desde o aspecto técnico da Red Bull e sua evolução, até as questões mais “esotéricas”, como táticas de corrida e até a sorte pura e simples.

 

Por isso é que me sinto a vontade para analisar de forma mais crítica a final do campeonato 2012 no Brasil. Estou a vontade porque disse que Vettel seria campeão, falando com as questões da técnica e do jornalismo na ponta dos dedos, e não com o coração ferrarista, que possuo faz tempo.

 

Não existe duvida de que um tricampeão de F1 de 25 anos de idade é algo quase intocável. É a pura velocidade, sem ser casado ainda, sem filhos, apenas com uma missão quase sacerdotal: acelerar aquela bagaça! Bom, esse é Vettel, como um dia foi Schumacher, como um dia foi Senna, como um dia foram tantos outros, focados até a última gota de suor na vitória pura e simples.

 

Alonso não fica atrás. A tal da tatuagem de samurai que o espanhol tem nas costas que o diga. Galvão Bueno ficou falando dessa tatoo a corrida inteira... Quem assistiu ao filme “O Último Samurai”, com Tom Cruise, pode até se lembrar de uma frase que descreve bem o espanhol. Em determinado momento de um treinamento, Cruise está “tomando pau” de um Samurai do Japão do Século XIX (feudal ainda). Aí um outro fala para ele: “Esvazie a sua mente. Mente muito cheia não é boa para a luta”. Esse é Alonso.

 

Totalmente focado, o espanhol levou essa Ferrari nas costas o tempo todo. Mente vazia. Cheia apenas de esperança na vitória, e foco 24 horas por dia 7 dias por semana no título. Não deu, mas não minimiza em nada o esforço do bicampeão. Esse negócio de mente vazia ainda lembra uma frase do filme de 1966 de John Frankenheimer, “Grand Prix”. O personagem de Yves Montand, piloto da Ferrari, diz em “off”, que “Nenhum piloto nunca imagina o que é bater a 300km/h, pois para se correr a 300km/h em uma banheira cheia de gasolina é preciso uma grande falta de imaginação...”

 

Só acho que de uma forma ou de outra, além do tricampeão mais jovem da história da F1, temos um grande segundo colocado em Fernando Alonso. Ayrton Senna diria que o segundo é o primeiro perdedor. Essa é a ideia de todos os pilotos. Mas não somos pilotos meus amigos, somos espectadores, admiradores, torcedores desses homens e suas máquinas que muitas vezes transcendem análises apenas técnicas.

 

O choro de Felipe Massa no pódio, como desabafo pela pressão que sofreu durante o ano, a expressão triste de Alonso, o sorriso do vencedor Button, a corrida para a torcida na comemoração de Vettel. Tudo faz parte desse mundo de um esporte individual novo, que usa tecnologia de ponta desde o começo (sim, pois os carros antigos da F1 eram que existia de mais moderno na época), e que muitas vezes faz um homem pagar com a própria vida. Nós brasileiros sabemos bem o que significa isso.

 

Portanto meus amigos, não podemos admirar um quadro de Salvador Dali desprezando uma obra prima de Van Gogh. Todos tem o seu espaço no Panteão da genialidade. É por isso que a F1 tem um tricampeão genial, mas um vice também eleito mestre entre os melhores.

 

Um abraço e oremos sempre,

 

Toni Vasconcelos