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O Universo da F. Truck PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Saturday, 10 November 2012 06:45

 

Em uma competição de automobilismo ou motociclismo, é lógico que o centro das atenções do público está voltado para os pilotos e suas máquinas. Contudo, para um espetáculo como este acontecer, muitas pessoas trabalham duro para que quem está na arquibancada e quem está em casa, assistindo pela televisão, possa ter tudo do bom e do melhor. Conheçam agora um pouco do que é “O Universo Truck”.

 

Os três mosqueteiros de D. Neusa.

 

Quando Aurélio Batista Felix faleceu, muita gente apostou que a categoria iria naufragar (muita gente torceu para isso), mas o que ninguém esperava é que a categoria não apenas superou a perda de seu criador como cresceu, cruzou a fronteira do país e vislumbra sonhos ainda mais altos. O segredo deste sucesso talvez esteja na forma como D. Neusa passou a gerir os destinos da Truck, delegando mais responsabilidades e descentralizando o comando, numa visão de gestão moderna de 10 entre 10 grandes corporações. Em todo caso, ela tem um “tripé” de apoio que resolvemos chamar de “os três Mosqueteiros”. Ao invés de Porthos, Athos e Aramis, temos Jefer, Altair e Roberto.

 

Jefer Favoretto não sabia muito sobre corridas de automóveis quando se formou em Contabilidade. Era o contabilista da transportadora de Aurélio Batista Felix em Santos quando o patrão decidiu investir na criação – à sua maneira – de uma categoria de corridas de caminhões (algumas tentativas já haviam acontecido, mas nenhuma tido um sucesso duradouro).

 

Foi o Jefer quem abriu a Racing Truck Empreendimentos e Participações Ltda, em 1993, registrando o primeiro contrato social do sonho de Aurélio. Ele lembra bem da apresentação do primeiro caminhão, que tinha um santo antônio especialmente desenhado por Aurélio, mas que tinha bancos de veludo. Aurélio era detalhista e sabia que impressionar era importante.

 

Coube a Jefer preparar as defesas contra as barreiras criadas contra a categoria. A CBA não queria autorizar as corridas com caminhões no Brasil. Sem ter conhecimento de do meio automobilismo, mas com conhecimento de legislação, andava de autódromo em autódromo com uma liminar debaixo do braço para que os caminhões pudessem fazer suas “apresentações”, além de brigar para que a CBA homologasse o “super santo antônio”  criado por Aurélio.

 

Segundo ele, sem o apoio das federações estaduais, a categoria nunca teria sido homologada, mas era uma festa tão grande nos autódromo que a categoria passava que não tinha como segurar-nos. Jefer diz ser grato até hoje a todos os que apoiaram o início de tudo e que, com eles, aprendeu muito sobre automobilismo. Ele só lamenta não ter tido mais tempo para aprender sobre a parte técnica...

 

Responsável pelas áreas administrativa, jurídica e financeira, Jefer é uma espécie de jogador de xadrez, estando sempre pensando adiante. Depois da etapa de Cascavel viria a etapa da Argentina, em Córdoba, mas sua cabeça já estava em Interlagos, a etapa seguinte, e abrindo os estudos sobre Guaporé, a que viria em sequência.

 

É por ele que passa a negociação e distribuição dos HCs, vender os espaços locais para os interessados e ele chega ao ponto de meticulosidade de, no dia da corrida, ficar no portão do autódromo todo o tempo (ou seja, ele não vê a corrida) para resolver qualquer problema que possa surgir de última hora e que precise de uma pessoa com poder de decisão.

 

Altair Batista Felix, irmão de Aurélio, já era responsável pela parte de motores, depois que D. Neusa assumiu a categoria, seu raio de ação aumentou e ele passou a cuidar de toda a parte técnica da categoria.

 

Quando Aurélio era vivo, ele já era o responsável pela oficina da categoria. Dentro das instalações da Fórmula Truck em Santos, nove caminhões fazem seus trabalhos e uma coisa importante é a separação total dos caminhões de diferentes marcas. Afinal, ninguém quer saber de ver o seu desenvolvimento no “caminhão que mora ao lado”.

 

Além da gerência geral da oficina em Santos, sob a responsabilidade direta de Altair a orientação dos comissários técnicos da CBA sobre o complexo regulamento técnico da categoria. Segundo Altair, não faria sentido algum ter uma categoria “light” com caminhões correndo juntos, mas em categorias diferentes. Este regulamento é o grande trunfo da categoria e é com Altair que o assunto é discutido temporada a temporada com os chefes de equipe para que a competitividade continue sendo a grande.

 

Além da parte técnica, fica sob o controle de Altair o sistema de abastecimento de todos os caminhões da categoria. A Petrobras, parceira da categoria, fornece 10 mil litros de Diesel S-50 por etapa e Altair acompanha todos os abastecimentos durante o o final de semana. Além disso, ele tem sob seus olhos aquele que pode ser o ponto mais complexo – e subjetivo – do regulamento da categoria: o “excesso de fumaça”.

 

Discreto, Altair circula pelos boxes de forma quase imperceptível, mas sempre acompanhando tudo muito de perto. Seja no abastecimento, seja na mureta dos boxes,seja no caminhão de montagem dos pneus... Altair parece estar em todos os lugares ao mesmo tempo!

 

Quem não é nada discreto, não pelas suas atitudes, mas pelo seu estiloso chapéu é Roberto Cirino.

 

Piloto nos anos 80/90, entrou para a categoria em 1995, logo no início, cuidando da área de logística e em 1997 deu o ‘empurrão’ para que seu filho, Wellington, começasse a pilotar na categoria.

 

A montagem da estrutura da Fórmula Truck é complexa. Tudo é grande e a categoria leva consigo praticamente a estrutura necessária para construir um autódromo. Isso implica em ter, na caravana, material para montar arquibancadas para 35 mil pessoas, além de portais, dos palanques e todos os HCs montados que não sejam os sobre os boxes.

 

Para que tudo dê certo, Roberto Cirino e sua equipe chegam ao local onde a categoria vai competir de duas a três semanas antes da corrida, para que tudo esteja pronto na quarta-feira que antecede a prova.

 

Além da montagem do autódromo, verificando desde as barreiras de pneus, pintura das zebras, preparação das áreas de escape e – no caso de Cascavel – comandar um “exército” de cerca de 500 pessoas, ele é o responsável pela equipe de ação direta e resgate quando alguma coisa acontece na pista, tanto em treino quanto em corrida, estando sempre na mesma frequência de rádio do diretor de prova.

 

Truck Kids: uma obra social.

 

Aqueles leitores mais ‘rodados’ vão lembrar do nome: Fapinha! Era uma febre para toda uma geração ir para os parques de diversão e poder andar nos mini-buggy, andando em círculos. A Fórmula Truck pegou a ideia e da mesma forma que os pequenos carrinhos faziam nossos corações disparar e voltam à nossa lembrança, quem passa pelos boxes da categoria, invariavelmente, para diante dos pequenos caminhões, que tem uma motorização semelhante à dos antigos mini-buggy. Contudo, eles são apenas uma parte de um grande projeto.

 

Uma vista geral do que acontece no evento social "Truck Kids". A integração com a sociedade local é também um fomentadr de fãs.

 

Por onde passa, a Fórmula Truck desenvolve um papel social de relevância com obras comunitárias voltadas para crianças carentes. Estas crianças, além da atenção da organização, tem um “dia de autódromo” no sábado que antecede as corridas.

 

Elas são recebidas para um lanche, uma conversa com a pilota do Pace Truck e depois de visitar os boxes, acompanhadas das coordenadoras do projeto e de membros da organização da categoria, colocam macacões e vão para a pista, acompanhadas de alguns pilotos, andar onde andam os caminhões da categoria.

 

Detalhe do motor e da cabine do pequeno caminhão. Uma idéia revolucionária que mexe com o imaginário da criançada.

 

Além de um projeto social, a Fórmula Truck investe na formação de uma nova legião de fãs para corridas futuras. Afinal, depois de pilotar um caminhãozinho quando era criança, quantos não sonharão em ser pilotos dos caminhões que eles assistem correndo pela televisão e pelos autódromos?

 

Pace Truck – A bela entre as feras.

 

Se em uma corrida de automóveis temos – quando necessária – a entrada do “Pace Car”, na Fórmula Truck, como sendo uma categorias de caminhões, as intervenções são feitas pelo “Pace Truck” (alguém pode explicar porque nas corridas de motos não se usa uma “Pace Moto”?).

 

Já há um bom tempo o “Pace Truck”, além do seu diferencial em tamanho, tem uma outra  particularidade: ao volante, uma linda pilota! A inserção de mais esta brilhante ideia deAurélio Batista Felix teve início com a filha do ainda hoje piloto da Fórmula Truck, Dilmar Bueno e hoje tem uma ‘celebridade’ conduzindo o caminhão Ford que será o “Pace Truck” nos anos de 2012 e 2013.

 

Talula Pascoli esbanja simpatia e é uma participante ativa dos eventos da categoria além de pilotar o "Pace Truck".

 

Talula Pascoli assumiu o volante do “Pace Truck” este ano. Antes, nunca tinha pilotado um caminhão e não era uma, digamos, espectadora de corridas. O convite surgiu através de seu empresário. A jovem (de idade não questionada e de beleza menos ainda) foi participante de uma das edições de um famoso “Reallity Show” (que deveriam se chamar ‘surreality show’) e que este que vos escreve não fazia a menor ideia disso (amador é mesmo uma desgraça!).

 

Para poder assumir as funções de pilota do “Pace Truck”, Talula precisou passar por um treinamento e tirar carteira de motorista equivalente para exercício legal do trabalho. No início – a bela confessa – o frio na barriga e a preocupação em dar ou não conta do recado foi grande. Uma coisa foi aprender a dirigir “aquela coisa enorme”, que ela descobriu ser mais fácil e mais gostoso do que dirigir um carro (nas palavras dela), outra era ser o “carro de segurança em uma corrida”. Para isso, foram apenas três dias de treinamento no Velopark, antes da abertura da temporada.

 

Empolgada e apaixonada pelo que faz, Talula já tomou até umas broncas por "acelerar mais do que devia" ao volante do caminhão.

 

Quando é necessário o “Pace Truck” entrar na pista, a orientação que Talula tem é de manter a velocidade entre 70 e 80 Km/h e no “Truck Test”, parte da programação da categoria no domingo em que convidados embarcam nos caminhões, entre 60 e 70 Km/h. Contudo, a bela confessa que, vez por outra, “o pé coça” e que já tomou um “puxão de orelha” por se “empolgar” certa vez.

 

Mas Talula se emociona mesmo é com a participação no “Truck Kids”. Ela, que é mãe, e que confessa ficar com o coração apertado todas as vezes que viaja e fica longe do filho, tem o maior prazer em tomar parte deste projeto social da categoria e de pilotar o caminhãozinho cor de rosa com as crianças. Perguntamos se ela já pensou em um dia sair do Pace Truck para pilotar um dos caminhões da categoria. O sorriso e o brilho no olhar disseram tudo! Atenção chefes de equipe...

 

O ‘ritmo country’ da categoria.

 

Se é para falar de coisas pouco convencionais, nas etapas da Fórmula Truck acontecem coisas que só a categoria tem. Uma delas é o show do final de semana. Sim, em todas as etapas, os fãs da categoria tem como assistir um show musical com a cantora Patrícia Limah.

 

Patricia Limah, preparando-se para entrar no palco. A voz que embala os eventos festivos da Truck não só canta como encanta!

 

A cada cidade que passa, a cada etapa que acontece, o público fã da música sertaneja dança e canta ao som da vos doce e marcante da loira de longas madeixas que a todos encanta. É bom lembrar que a categoria nasceu correndo no interior do estado do Paraná, em Cascavel e as etapas mais movimentadas são as de Guaporé e Goiânia, cidades que são redutos do ritmo sertanejo.

 

Performática, domina o palco com propriedade e sabe como cativar a platéia, que canta junto praticamente todo o show.

 

Esposa do jornalista e repórter de pista da Tv Bandeirantes, emissora que transmite as provas ao vivo, Luiz Silvério, Patrícia, no show de Cascavel apresentou-se num palco montado no meio do camping – que é uma característica do público que frequenta o Zilmar Beux – e arrastou uma multidão. Não apenas dos fãs, mas também de pilotos.

 

Renato Martins "na massa". Foi difícil abrir espaço pra fazer a foto.

 

Renato Martins saiu do camarote VIP e “foi pra galera”. Estavam praticamente todos por lá e esta é mais uma “marca registrada” da categoria: todos parecem estar em sintonia com tudo o que acontece no final de semana.

 

Além do show na sexta-feira a noite, Patrícia Limah também é a protagonista da abertura da transmissão das corridas com a execução do hino nacional. Içada por uma grua a mais de 20 metros de altura, ela solta a voz, puxando o coro de dezenas de milhares de espectadores.

 

Todo mundo queria aparecer no artigo do site dos Nobres do Grid. Fossem homens, mulheres e até mesmo crianças.

 

Para conhecer mais sobre a carreira de Patrícia Lima, acesse o site: www.patricialimah.com.br. O ‘h’ no final do sobrenome é obra de sua mãe, numeróloga, que mudou a grafia original. Pelo visto, deu certo. Patrícia Limah é um sucesso!

 

Um público diferenciado.

 

Uma vez que o show era no camping e este é uma característica do “jeito cascavelense” de assistir corrida, antes do show nós ‘invadimos’ o acampamento e fomos conversar com as pessoas que lá estavam.

 

Entre a BR 277 e a tela que separa a pista do público no Autódromo Internacional de Cascavel existe uma enorme área (que vai ser drasticamente reduzida de acordo com o projeto de recuperação do autódromo que incluía a cessão de boa parte desta área para o governo municipal) onde tradicionalmente as pessoas da cidade se instalam nos finais de semana de corrida, como era nos anos 60/70 em Interlagos, por exemplo.

 

O autódromo de Cascavel tem uma grande área para camping e dentro desta, quiosques, que são arrendados quando há eventos.

 

A estimativa é que havia cerca de 10 mil pessoas acampadas no local e não eram apenas cascavelenses e moradores da região. Encontramos gaúchos, catarinenses, paulistas, cariocas, mineiros, matogrossenses... quando fizemos a matéria com o Diretor de Prova, Carlos Montagner em novembro de 2011, vimos do alto da torre que parte do estacionamento do AIC foi tomado por trailers e barracas.

 

Tem muita gente que vem e passa três, quatro dias acampado, curtindo todo o clima da festa do automobilismo... isso é bom!

 

Circulamos entre as barracas, churrasqueiras e carros, todos com portas e porta-malas abertos e som nas alturas e não demorou a sermos identificados por conta da camisa do site. Sim, o pessoal da Truck também acompanha o site dos Nobres do Grid e fizeram questão de aparecer, conversar, perguntar sobre os colunistas... pediram até o telefone da Catarina Soares, pode?

 

Quem vem para o camping, tem a opção de trazer sua própria comida e bebida. Esta dupla aí veio "bem abastecisa"...

 

Entre abraços, tapinhas nas costas e convites para ‘tomar uma’ por onde passamos (se tomasse uma latinha em cada convite, teria ficado bêbado), acabamos escolhendo uma turma para conversar um pouco sobre o clima do autódromo e – por sorte – descobrimos que parte do grupo esteve na última prova da Truck em Cascavel.

 

De volta para a barraca, fomos convidados para o jantar com a turma do Cesar, de Itapejara. Esse pessoal não dormia!

 

O falante Cesar, de Itapejara, cidade no oeste do Paraná foi logo apresentando o Evandro, de Pinhalzinho – SC, que além de bom papo era também o cozinheiro da turma. O Romerson, de Pato Branco, organizou a foto e registramos o grupo que chegara na tarde da sexta-feira e avisou: só iriam embora no domingo a noite... mesmo a corrida sendo às 13 horas. Até onde soubemos, teve gente que só foi embora na segunda-feira!

 

Jornalismo é um sacerdócio... até para as mulheres!

 

É cada vez mais comum vermos mulheres trabalhando no meio esportivo em áreas “predominantemente masculinas”. E quando não se trata que simplesmente aconteceu de forma circunstancial, mas foi algo direcionado, planejado, desejado.

 

Em seu primeiro ano na Fórmula Truck, Natasha cuida, além das relações de marketing, de fazer tomadas da TV Truck.

 

Este é o caso de Natasha Guerrize. Esta carioca de 24 anos, há 10 anos em Santos, fez sua estreia na Fórmula Truck em Fevereiro deste ano. Formada em jornalismo pela Universidade Católica, focou sua carreira desde o início para o jornalismo esportivo, mas a bela jovem confessou que não imaginava que um dia iria trabalhar com automobilismo.

 

“Eu achava este meio das corridas muito elitista... mas eu estava enganada. Apesar de estar há pouco tempo aqui, vejo um clima tão humano, tão solidário. Todo mundo se fala, todo mundo se ajuda e hoje eu incentivo meus familiares a assistir corridas, seja do que for, mas principalmente as da Fórmula Truck”, disse a bela jornalista.

 

Foto do time: Clovis Grelak, Natasha Guerrize, Vytor Zeidan e Luciano Monteiro. Sempre atenciosos com toda a imprensa presente.

 

Dentre as muitas particularidades da categoria, uma delas é a sua “sala de imprensa”. Como alguns dos nossos autódromo não possuem instalações capazes de propiciar um ambiente de trabalho confortável e estruturado para os profissionais de mídia trabalhar, enviar matérias, produzir releases e acompanhar a prova por telas de TV, em mais uma daquela ideias que parecem só poderem sair da cabeça de Aurélio Batista Felix.

 

Ele criou uma “sala de imprensa móvel”. Um ônibus com 18 “spots” para os jornalistas que venham cobrir a categoria, com ar condicionado, conexão wifi de alta velocidade e tudo que o profissional de mídia possa precisar.

 

Clovis Grelak e sua filha, Mariana, que são moradores de Cascavel foram mais que assessores, foram verdadeiros cicerones!

 

Esta sala de imprensa móvel tem, além da Natasha e do Vitor, que fazem a parte de imprensa oficial da Fórmula Truck, o jornalista Clovis Grelak, que é o assessor de imprensa da categoria, responsável pelo credenciamento e pela coordenação da divulgação dos eventos do final de semana.

 

Clovis tem uma relação a mais com a categoria: ele é da cidade de Cascavel, onde aconteceu a primeira corrida da Fórmula Truck e neste final de semana, quando a categoria retorna as suas origens para a reabertura do autódromo da cidade, Clovis e sua filha, Mariana, que trabalha como sua assistente, tem quase que um papel de cicerones para os jornalistas de todo país que vieram cobrir o evento. Neste final de semana, foram mais de 170 profissionais credenciados entre cinegrafistas, fotógrafos, repórteres de campo, iluminadores, sites, revistas e canais de televisão. Um trabalho e tanto e que, ao final do evento, deu tudo certo!

 

Como diria o Silvio Santos, minhas colegas de trabalho. Afinal, a vida dura de quem faz matéria de campo tem que ter retorno!

 

Agora, não deu para deixar de registrar o timaço de jornalistas – femininas – presentes em Cascavel. Além de terem mostrado competência nas perguntas e nas entradas ao vivo, deram um show de simpatia e beleza.

 

Dois pesos e duas medidas... pela igualdade!

 

Uma das particularidades mais interessantes da Fórmula Truck está no seu complexo – e ao mesmo tempo simples – regulamento para poder ser uma verdadeira vitrine aberta a todos os fabricantes de caminhões no país. Como existem caminhões de porte diferente (e consequentemente de potência diferente).

 

No Box 13 – que por superstição ninguém quis usar – foi instalada a estrutura para vistoria técnica, que teria a supervisão do experiente Carlos Atila, comissário da CBA. Contudo, o trabalho de medição e controle estava a cargo de Clayton Petrica, que nos explicou exatamente como funcionava esta equação de forças para os caminhões da Truck.

 

Clayton Petrica, o homem dos milímetros, das gramas, do regulamento. A medição de tudo tem que estar exata, do contrário...

 

Existem basicamente dois tipos de caminhões no grid: os equipados com motores de 13 litros e os equipados com motores de 9 litros. Os maiores são os da Iveco, Scania, Mercedes e Volvo, que na verdade tem 13,8 litros e os menores são os da Volks e da Ford, com 9,2 litros. Como há uma relação entre peso e potência, os caminhões de maior motor tem que ser obrigatoriamente mais pesados.

 

Os ‘grandões’ tem que pesar 4.500 Kg, com uma margem de tolerância de 67 Kg. Há também uma relação em função da distribuição de peso, em especial para o eixo dianteiro. No caso dos caminhões maiores, o peso mínimo no eixo dianteiro é de 2.420 Kg, com 25 Kg de tolerância.

 

Assim como cqualquer categoria top de competição, a Fórmula Truck usa os mais modernos sistemas de medição dos caminhões.

 

Nos caminhões menores, há uma pequena diferença entre os da Volks e os da Ford. Os da marca alemã podem devem pesar no mínimo 4.100 Kg, com 61 Kg de tolerância e em seu eixo dianteiro, ter no mínimo 2.200 Kg, com 24 Kg de tolerância. No caso dos Ford, o peso mínimo cai para 3.900 Kg, com 58 Kg de tolerância e no eixo dianteiro, 2.100 Kg, com 23 de tolerância.

 

Além disso, cada um passa por uma rígida medição com gabaritos, como qualquer carro de corridas. Se o amigo leitor quiser ir a fundo, o link para o regulamento técnico da categoria está no site da CBA.

Regulamento Técnico da Fórmula Truck - 2012.

 

A função do Radar está ligada à cronometragem...

 

O regulamento da Fórmula Truck não apenas cheio de particularidades no âmbito técnico, é também no desportivo. A categoria brasileira (e sulamericana) é a mais rápida do mundo quando comparada a outras categorias que correm com caminhões. Na Europa, por exemplo, os caminhões não passam dos 160 Km/h.

 

Não é apenas um sistema: são dois! Um ótico e um eletrônico, para não deixar dúvidas. Parte importantíssima do regulamento.

 

Aqui, na categoria criada por Aurélio Batista Felix, os 160 Km/h é uma referência, mas não uma limitação total. Em cada autódromo que a Fórmula Truck visita, em um ponto de alta velocidade – normalmente uma reta – é colocado o radar.

 

O sistema é controlado pela Cronomap, empresa responsável pela cronometragem de prova e tem um duplo controle: o ótico e o eletrônico. O ótico tem duas fotocélulas separadas por 30 metros de distância. A mesma distância – 30 metros – separam no asfalto duas pequenas ranhuras onde estão colocados os sensores do radar eletrônico que conta com o transponder que também passa o sinal para a cronometragem para medir a velocidade dos caminhões.

 

Enquanto na torre de cronometragem Aldo Pastore e sua equipe recebem os dados em tempo real...

 

O sistema eletrônico é extremamente preciso, com 1 Km/h de tolerância. O ótico tem 3 km/h de possível variação. Para efeito de controle e informação para a direção de prova e comissários, a informação que é passada é a do sensor eletrônico. O sensor ótico serve como uma redundância, para evitar dúvidas.

 

No controle local, junto aos sensores óticos e monitorando o bom funcionamento do sistema está Mônica D’Azeredo Orlando, que trabalha a mais de 20 anos com a equipe da Cronomap. Além de monitorar o funcionamento dos equipamentos, Monica preenche com rapidez e atenção um mapa de informações de cada caminhão que passa pelos sensores.

 

... ali, na pista, junto à mureta, fica a Mônica D'azeredo, conferindo o bom funcionamento de tudo e fazendo um mapa extra das passagens.

 

Se o trabalho na reta, junto à tela de proteção não mudou muito para a Mônica, para a equipe de cronometragem de Aldo Pastore o desafio foi grande. O espaço designado para instalar a sala com os equipamentos da cronometragem não tinha janelas, nem piso, nem banheiro e nem instalação elétrica. A equipe de construção precisou de um esforço extra para preparar tudo ainda na quinta-feira. Afinal, no dia seguinte os caminhões já iriam para a pista. E tudo precisaria estar pronto.

 

Num grande esforço, o “básico” ficou pronto antes do por do sol. Com luminárias e fios pendurados, Aldo, Betinho e Cia entraram pela noite para instalar tudo o que precisavam e testar os equipamentos necessários para o trabalho durante o final de semana. Além da parte eletrônica, tiveram que “improvisar” um piso elevado para que se conseguisse ver a pista sentados. A janela estava na altura normal, ou seja, muito alta para quem estava sentado. Alguns blocos de construção e duas folhas de compensado fizeram o necessário.

 

Com o autódromo inacabado, a equipe da Cronomap teve que se virar para conseguir fazer o seu trabalho como uma corrida exige. 

 

Uma variável, contudo, não pode ser contornada: o calor. Fez calor em pleno mês de agosto no Paraná e a temperatura batia fácil nos 30 graus por volta das 14 horas, com o sol incidindo contra a improvisada torre de controle... sem ar condicionado! O pessoal da cronometragem, já bastante prevenido, tinha umas telas “quebra-sol” para amenizar os raios diretamente incidindo sobre os equipamentos, mas como baixar a temperatura não havia como.

 

O transponder de edição de cronometragem, que normalmente é fácil de ser encontrado, nos Fórmula Truck deram trabalho. Para visualizá-los foi necessário remover uma parte da carenagem – ou um pneu – para que se encontrasse a pequena caixinha (do tamanho de uma caixa de fósforos) junto ao eixo dianteiro.

 

Mais uma vez, a Cronomap deu um show de eficiência e tudo, mesmo com todas as dificuldades, correu de forma perfeita no trabalho de toda a equipe.

 

De olho no Combustível!

 

A Petrobras é parceira da Fórmula Truck desde o início da categoria e usa os caminhões que rasgam nossos autódromos em alta velocidade como um laboratório a céu aberto para seus produtos. É assim com o Diesel S-50. Em todas as etapas são levados para cada autódromo 10 mil litros e em cascavel, conversamos com José Guilon, que há seis anos acompanha a categoria. Ele fica todo o tempo no posto de abastecimento onde cada caminhão é abastecido, com o responsável da equipe assinando a nota de entrega. No final, todas as notas são entregues ao Altair.

 

Com a parceria da Petrobras, o controle de qualidade do combustível é total. Afinal, a Truck é também um laboratório de testes.

 

Dentro do esquema da empresa, existe ainda a equipe do programa de qualidade interna – o ‘de olho no combustível’ – antes que o primeiro caminhão abasteça para correr.

 

Além de abastecer os caminhões que vão para a pista, este combustível também é destinado aos caminhões que transportam toda a infraestrutura da categoria. Neste deslocamento para Cascavel, 43 caminhões foram utilizados.

 

Excesso de fumaça.

 

Este é um ponto que já gerou muita confusão. Estávamos na torre de controle em Curitiba, em 2011, quando Danilo Dirani foi desclassificado e depois os comissários voltaram atrás na decisão de eliminar o piloto da Ford por excesso de fumaça.

 

A categoria procura unir a correção política de agredir ao mínimo o meio ambiente com a regulação de potência dos caminhões.

 

Por melhor que esteja sendo o Diesel desenvolvido pela Petrobras e a categoria tenha como uma das opções o uso de um catalisador de filtro particulado, uma tecnologia de ponta mundial, muitas formas de se tentar medir este excesso já foram tentadas.

 

Em laboratórios, sensores funcionaram muito bem, contudo, na pista, os resultados não foram os mesmos e o critério continua sendo o olho dos comissários desportivos, que tem uma escala de percepção, além do recurso do VT para analisar imagens.

 

A categoria desenvolveu um catalisador que é capaz de filtrar praticamente todas as partículas sólidas dadescarga. Sem fumaça!

 

Um sensor ótico também foi tentado, mas como sempre há alguma terra, alguma poeira na pista, o sensor não era capaz de distinguir o que era fumaça e o que era poeira. Quem sabe um dia a categoria não encontre uma solução técnica parra isso. Por enquanto, é como no futebol: depende da interpretação do juiz!

 

O pneus das ruas e estradas que vai para as pistas.

 

A Bridgestone é a fornecedora dos pneus da categoria e cada equipe tem, por etapa e por caminhão, 14 pneus, sendo 8 para pista seca e 6 para pista molhada. Como os pneus são pneus de estrada, os mesmo que os caminhões usam nas suas intermináveis viagens pelo Brasil a fora, os mesmos são muito resistentes.

 

Flavio Silvestre e seu posto avançado, no pit lane, sempre pronto para montar e desmontar os pneus para as equipes. 

 

A única diferença é o “pneu slick”. Este pneu é preparado em cima de um pneu original, com sua cobertura do jeito que sai da fábrica e é vendido em qualquer revendedor. É uma empresa, a Bandag, que faz o processo de lixamento dos pneus para transformá-los em pneus slicks, num processo controlado por computador, para deixar todos os pneus com a mesma camada de borracha, sem favorecimento de nenhuma equipe.

 

Nos boxes, quem faz coordena o trabalho da montagem dos pneus é do Flavio Silvestre. Há oito anos trabalhando para a Fórmula Truck, ele tem a chance de ficar num local privilegiado: Nos boxes, de frente para a arquibancada. "Além de fazer o meu trabalho, que gosto muito, sito toda a energia do público e da corrida", comentou.

 

Em caso de corrida na chuva, o pneu é o mesmo que um caminhão comum usa nas nossas rodovias.

 

Indiana Jones e o time de resgate.

 

Roberto Cirino é o responsável pela coordenação das operações de pista e intervenções quando necessário. Contudo, não dá pra fazer tudo sozinho e a categoria possui, além do caminhão que Cirino pilota para chegar ao local, um caminhão reboque e um outro de transporte da equipe de resgate, que fica todo o tempo a postos para qualquer emergência.

 

Foi uma viagem! autorizados pela organização da categoria e da prova, partimos num resgate durante os treinos em Cascavel.

 

Esta equipe é coordenada por Ari Piran, conhecido no circo da Truck como Indiana Jones.

 

Antes de entrar para este meio, Ari já tinha feito de tudo na vida. Foi pedreiro, encanador, pintor... sua vida era a construção civil. 13 anos atrás, foi convidado por Roberto Cirino para entrar para a equipe de serviços gerais da categoria, fazendo de tudo um pouco. Interessado, buscou oportunidades, fez diversos treinamentos com os Bombeiros e hoje se considera um profissional realizado.

 

Ari Piran (foto acima) e a equipe de resgate que está sempre à postos nos treinos e corridas da Fórmula Truck.

 

Ari se emociona quando relembra resgates complicados, como o acidente em Interlagos com Diumar Bueno e Bruno Junqueira e o mega acidente de campo Grande, com 19 caminhões batidos. Foi uma experiência sensacional quando, autorizados pela organização da prova, saímos em uma operação de resgate, a bordo do “bombeirinho” para atender um chamado no meio do treino na sexta-feira.

 

A voz do autódromo.

 

Marcelo Oliveira tem um apelido bem peculiar: Murilo! Sim, o apelido dele é um nome diferente do seu. Super simpático e carismático, com 18 anos de locução no currículo e uma jovialidade invejável, começou aos 17 anos, numa prova de MotoCross, meio de improviso, convidado em cima da hora. Daí não parou mais.

 

Murilo (que na verdade é Marcelo) é movido à adrenalina, maças e água. É ele quem faz a narração do evento para o autódromo.

 

Trabalhando há 7 anos como locutor da Truck, conta que seu segredo para aguentar a maratona de uma locução de autódromo – que dura horas e horas, o dia inteiro e que não se limita apenas a narrar a corrida, mas que inclui também “agitar a massa” – é água mineral, natural, e maças. Ao longo de todo dia, Murilo não ingere mais nada.

 

Além da Fórmula Truck, Murilo também faz o Brasileiro de Kart. Este paulista da cidade de Registro fez questão de lembrar do colega e fonte de inspiração, Chicão Marques, que é o narrador dos eventos da Vicar e assume: termina o final de semana extenuado... mas feliz!

 

Dr. Daniel e a equipe de Resgate.

 

Em todo evento de automobilismo existe uma equipe de resgate médico e de atendimento de emergências. Na F. Truck não poderia ser diferente e o trabalho desta equipe fica ao encargo de um dos mais bem preparados profissionais do país neste seguimento, Dr. Daniel Gabriel de Moraes.

 

Assim como todo evento de alto nível, a Fórmula Truck vai, desde o primeiro treino, super equipada para atender emergências.

 

Paranaense de Goioerê e com 25 anos de exercício da medicina, Dr. Daniel é um especialista em Traumatologia e Emergências. Assim como quase todo mundo que se envolve com esse meio de automobilismo, foi piloto de kart na adolescência e depois de velocidade na terra.

 

Há 16 anos trabalhando na F. Truck, vive numa ponte aérea entre o Brasil e os Estados Unidos. Desde 2005 Dr. Daniel é médico do Jackson Memorial na Flórida e lá reside com a família. Ele conta que nestes anos de vida, dentro e fora das pistas, precisou ter que lidar com diversos tipos traumas e tem isso como lição de vida para o dia a dia das pessoas.

 

Com 16 anos trabalhando na Fórmula Truck, Dr. Daniel é uma referência e uma tranquilidade para todos que ali trabalham.

 

“A velocidade é perigosa. Na pista, o médico tem que ser técnico, rápido e eficiente. Solucionar o problema, estabilizar a vítima e removê-la pode ser uma questão de segundos entre salvá-la em perdê-la. Se num autódromo os pilotos correm um risco aparentemente calculado, nas ruas, avenidas e estradas o motorista que nem piloto é tinha que pensar duas vezes antes de acelerar”.

 

Segundo o Dr. Daniel, a maior dificuldade que ele tem neste trabalho é ser, hoje, amigo de todos os pilotos da categoria. O emocional não pode vir a tona na hora do trabalho!

 

A equipe do Hospital São Lucas chegava antes mesmo do sol nascer e de qualquer atividade nos boxes começar. 100% de eficiência.

 

Em Cascavel, a categoria contou com a parceria do hospital São Lucas, que fica a apenas 5 Km do autódromo. Além de no Box 1 ter sido montado um mini hospital, com seis leitos, uma equipe médica permaneceu de plantão com dois médicos, dois enfermeiros, dois técnicos de enfermagem e socorristas, além de duas UTIs móveis da empresa Translife.

 

Antônio Carlos Severini... mas pode me chamar de Tio.

 

Quando sai para a pista em uma emergência, o Dr. Daniel conta não apenas com um super carro (uma exceção a tudo na categoria que é feita com caminhões), uma Corvette Coupê, equipada com um motor V8 de 596cv, capaz de atingir 220 milhas por hora. Contudo, de nada adianta ter um carrão destes se a pessoa que o pilota não for também um piloto... e é aí que entra o Tio, como ele gosta de ser chamado.

 

Se o carro médico é um carro de corridas, para pilotá-lo, o certo é ter um piloto. E é aí que entra a habilidade do "Tio".

 

Antônio Carlos Severini competiu durante 4 anos, sendo um piloto Graduado B, como muitos que correm no gran turismo nacional. Depois de um tempo afastado do meio, foi convidado por Aurélio Batista Felix para ser coordenador de transmissão dos eventos. Foi apenas nos últimos anos, após o falecimento do criador da competição que ele passou a guiar a Corvette e levar o Dr. Daniel ao seu lado. A amizade, contudo, tem mais de 10 anos.

 

A loja da Truck.

 

Como todo grande evento de automobilismo, a categoria tem que aproveitar e explorar sua marca. Com uma legião imensa de fãs, a Loja da Truck até que demorou muito para sair.

 

Montada pela primeira vez em 2008, segue o mesmo esquema bastante conhecido de quem frequenta autódromos. Vende de tudo! Adesivos, bonés, camisetas, bottons, canetas, canecas, camisa polos, jaquetas e tudo com variedade para o público masculino, feminino e infantil. No domingo, foi quase impossível entrar na loja. A sorte foi ter feito umas fotos no sábado, com menos gente e algum espaço para conversar com quem trabalha com as vendas.

 

Laura Abraão, gerente da loja da Fórmula Truck, adora a vida intinerante e desafiadora da categoria. "Melhor que a Oscar Freire", diz.

 

O esquema de trabalho é profissionalíssimo e a gerente da loja, Laura Abraão, vem de uma bagagem de respeito, tendo sido gerente em uma grande loja na famosa rua Oscar Freire, em São Paulo.

 

Há oito meses no universo da Truck, Laura se diz entusiasmada com o trabalho, que nada tem a ver com “o tédio da Oscar Freire”.

 

No sábado, mesmo ainda sendo um dia de treinos, a loja já tinha movimento. No domingo, não deu para entrar!

 

“Entre uma etapa e outra a gente trabalha muito, mais do que aqui no final de semana. Tem todo um trabalho de criação, de escolha de tecidos, de modelagem, além da gestão da loja e da geração de novos produtos. É muito bom trabalhar aqui”. Este trabalho é feito em parceria com a Dani, uma das filhas de Aurélio e Neusa, que não se limita apenas ao show.

 

Uma outra particularidade da loja é que, a cara evento, a cada etapa, a cada cidade, os vendedores para trabalhar são selecionados nestas localidades, dando assim, uma oportunidade a mais para a comunidade local.

 

A Truck tem um papel social muito forte, contratando mão de obra local, como a Eduarda Muller, que era só sorrisos na loja.

 

Foi assim que Eduarda Muller foi selecionada e está adorando o trabalho. “Espero que a Truck venha todos os anos agora e que eu possa trabalhar com eles sempre”. Em Cascavel, apenas a loja dos boxes foi montada. Normalmente, são montadas duas lojas: uma nos boxes e outra na área do público que vai para as arquibancadas.

 

O diferencial dos HCs.

 

Em todo evento de automobilismo existe a estrutura dos Hospitality Centers, espaços criados para receber convidados, patrocinadores, possíveis parceiros de negócios e tem uma fundamental importância dentro da filosofia de trabalho da Truck. Aurélio tinha uma visão diferenciada sobre a relação com seus parceiros comerciais e esta filosofia permaneceu inalterada, ou melhor, é cada vez mais otimizada.

 

O sol ainda não nasceu. Nenhum convidado VIP chegou, mas o trabalho nos HCs já começou faz tempo. Tudo tem que estar perfeito.

 

O trabalho de campo é coordenado por Sonya Navarro, irmã de D. Neusa, que mostrou-se extremamente preocupada com o nosso trabalho, temendo que não passássemos informações corretas para os leitores, mas o mais interessante neste tipo de abordagem é ouvir aqueles que estão com a mão na massa...

 

 

Sonya Navarro, anjo da guarda dos bastidores da categoria, preocupa-se com tudo e parece estar em todos os lugares ao mesmo tempo.

 

O trabalho de sônya Navarro só vai aparecer se algo der errado. Sua função nos bastidores é de vital importância para o sucesso do atendimento aos convidados, bem como do funcionamento do todo em termos de atendimento ao exército de funcionários da categoria. Ela parece estar em todos os lugares ao mesmo tempo!

 

Ainda estava escuro quando invadimos o HC da Ford e conversamos com Maria Cristina e Cilene Santos, que já trabalham na categoria há mais de 1 ano. Elas comandam uma parte do HC localizado sobre os boxes, onde foram montadas quatro cozinhas, sendo que cada uma delas deve atender mais de um HC.

 

A agência de eventos Actwell, de São Paulo, que ficaria com o HC e os boxes da Ford, chegou antes do sol nascer ao autódromo.

 

Além da estrutura das cozinhas, que tinha 7 pessoas trabalhando em cada uma delas, ainda havia a estrutura externa, com as churrasqueiras portáteis. Um exército de garçons e copeiros foi contratado na região para que os convidados tivessem um atendimento perfeito durante todo o dia. Foram mais de 80 empregos gerados neste setor para atender mais de 1000 convidados.

 

Limpeza é tudo!

 

Um dos trabalhos mais complicados dentro de um autódromo é manter tudo limpo. São milhares de pessoas transitando, dentro e fora dos boxes, pelas arquibancadas, pelos HCs, pelos estacionamentos... e  isso inclui até os banheiros, mesmos os químicos.

 

Para manter tudo em ordem, a categoria tem uma verdadeira “dona de casa”... dona da casa! Claudia Cirino, esposa de Roberto e mãe de Wellington coordenou em Cascavel uma equipe de 30 pessoas, a maioria delas, contratada na cidade, gerando mais empregos, mesmo que temporários.

 

D. Claudia Cirino em plena atividade no caminhão (aqui tudo é caminhão) da limpeza. O autódromo tem que estar limpo, sempre!

 

Há 16 anos cuidando deste serviço, invisível aos olhos do público e das câmeras de TV, D. Claudia, “escondida” em seu caminhão escritório e depósito de produtos de limpeza nãoperde o sorriso em momento algum. Musicista de formação, deu aulas de música por 37 anos e fala com orgulho dos dotes musicais do filho (essa pouco gente sabia) piloto. Ele estudou música até os 18 anos. Na hora da corrida, ela está trabalhando e confessa: prefere assim. O coração aperta.

 

Aos 61 anos, idade que faz questão de dizer, não pensa em parar de trabalhar e sente-se feliz e útil, mesmo come esta vida nômade, de estado em estado, autódromo em autódromo e afirma: enquanto tiver disposição e forças, vai continuar na categoria. Durante o evento Truck Kids, D. Claudia também trabalhou no evento social.

 

O restaurante do Caio.

 

Quando vimos a obra, com tudo inacabado, além dos banheiros a torre improvisada e a cobertura dos boxes, o restaurante ainda era uma pilha de blocos de cimento.

 

Na quinta-feira, esta era a imagem de onde deveria funcionar o restaurante da área dos boxes... sem água, sem luz, sem paredes!

 

No meio destes blocos, a simpática figura de Caio Carvalho. Ex presidente do automóvel clube e piloto do regional de automobilismo (que levou 40 carros para o grid) e que cuida do restaurante do autódromo desde 1992 (Além do novo, em construção, o antigo, na área dos antigos boxes, continua ativo).

 

Na sexta-feira, num quase milagre, o restaurante estava pronto (pronto é um pouco de exagero), mas em condições de servir refeições para todos que estavam trabalhando nos bastidores.

 

Comida caseira, gostosa, de tempero leve, com salada e uma boa variedade para atender todos os gostos. Apesar do sucesso e do movimento, o futuro estava incerto. A consignação do restaurante ainda não estava definida.

 

Caio Carvalho é antes de tudo um apaixonado. Na sexta-feira o restaurante já funcionava e a comida estava ótima!

 

Caio não deixou de externar seu sentimento. Afinal, 20 anos ali dentro é uma história. O plano dele é voltar o antigo restaurante para atender ao público e o novo aos boxes. Caio afirmou que não vive do restaurante do circuito, que faz isso por prazer, por ser do meio, por sentir-se em casa estando no autódromo.

 

Normalmente a categoria leva um restaurante completo para os autódromo onde vai. Em Cascavel, devido as condições ainda em estado de construção, não foi possível montar a estrutura habitual. Para remediar o problema, um restaurante em um posto de combustível próximo foi a solução encontrada. Assim, aproveitamos a etapa em Curitiba, pouco antes da publicação desta matéria, para mostrar este serviço vital na estrutura da categoria.

 

Em cascavel não foi possível montar a cozinha e a tenda restaurante. Assim, pegamos a etapa de Curitiba para mostrar este serviço.

 

O Restaurante da Truck funciona desde a chegada dos primeiros caminhões e é uma das primeiras estruturas a ser montada. ao longo do evento, a "clientela" só cresce, chegando a servir algo entre 450/500 refeições na tenda e mais quase uma centena de "quentinhas"no sábado, como disse a incansável Sonya Navarro, que junto com D. Claudia Cirino, cuidam do controle do restaurante. No domingo, o foco são os HCs e o o pessoal fica no lanche até o jantar.

 

Mas todo restaurante tem um "Maitre" e este, aqui na polivalente F. Truck é também o chefe de cozinha. Lunildo Moura já está "com a Truck nas veias" há 10 anos. É ele que, cuida do salão na tenda e coordena o trabalho das cozineiras (em Curitiba, além das quatro funcionárias da categoria - Maria Aparecida, Mônica, Cacilda e Vera - duas outras foram contratadas na cidade). Em clima de alto astral elas dizem que veem mais panelas do que caminhões, mas que adoram estar ali, naquele clima, comentário compartilhado por Lunildo.

 

O show da Truck

 

Quando Aurélio Batista Felix criou a categoria, teve uma preocupação muito além da competição em si: o público precisava ter um programa de entretenimento que o fizesse chegar cedo no autódromo, que se divertisse por horas, que visse os patrocinadores e parceiros da categoria e que, no final, tivesse a apoteose da corrida.

 

Quando Aurélio Batista Felix criou este show, acho que jamais imaginaria vê-lo multiplicado por três como é hoje com os seus filhos.

 

O show com o caminhão girando sozinho na pista, com o caminhão-bomba, com os pneus cantando e a arquibancada delirando, algo parecia estar perdido com a precoce partida do criador da categoria, a lacuna da perda mostrou-se maior. Os fãs e até mesmo os patrocinadores sentiam falta do show. Durante todo o ano de 2008 não teve show.

 

Mas a visão de D. Neusa ia mais longe do que tanto os céticos quanto os otimistas poderiam imaginar. Naquela altura, no início de 2009, os filhos do casal tinham 23 (Gabi), 19 (Dani) e 13 (Junior) e apenas Gabi dirigia. D. Neusa reuniu-se com o amigo da família e que pilotou em algumas temporadas, o Macarrão, para treinar os filhos para que pudessem fazer o show.

 

Na noite do sábado, os treinos para que no domingo tudo funcionasse de forma perfeita.

 

Ao longo do período entre as temporadas os herdeiros de Aurélio treinaram, aprenderam e no início da temporada de 2009, depois de quase deis meses de treinos em um espaço aberto – e em segredo – para dez dias antes da abertura da temporada, treinar no autódromo de Guaporé.

 

No início, apenas as meninas fizeram o show. O público delirou e a emoção e o choro tomou conta de todos. Ao longo de 2009, Junior fez curso de pilotagem na escola de Roberto Manzini e passou a fazer parte do show no final da temporada. O show que era bom, ficou ainda melhor!

 

É um show de precisão! três caminhões enormes bailando na pista, girando sobre uma das rodas, fogo... o público delira e aplaude. 

 

Conversando com os três, duas coisas ficaram muito evidentes: a primeira é o sentimento de que, de algum lugar, o pai, Aurélio, está assistindo tudo e vendo com orgulho as performances dos filhos e a segunda é a satisfação com o carinho e retorno do público nas arquibancadas. Contudo, tem um pezinho atrás neste clima inteiro.

 

E se der errado? Normalmente, no cair da tarde do sábado, os caminhões vão para a pista e eles treinam as manobras que vão realizar no dia seguinte. Todos falam que, o bom é ter uma referência (um muro) e um espaço vazio, um escape.

 

Dani, Juninho e Gabi. Os herdeiros de Aurélio e estrelas do show. Certamente um grande motivo de orgulho para os pais.

 

Por isso é – apesar da largura da pista – complicado fazer a manobra no Velopark. Os 18 metros de largura de pista tem muro dos dois lados. “É quase tão difícil quanto fazer em Caruaru, que só tem 10 metros de largura de pista, mas que tem área de escape dos dois lados”, afirma Gabi, a mãe do primeiro neto (uma netinha, a Bia, na verdade). Ela traduz bem o sentimento que eles sentem quando terminam cada show: “é o auge da felicidade, maior só a maternidade”.

 

Um dia das Grid Girls – as Belas do Grid!

 

Muita gente acha que a vida das garotas bonitas que trabalham nos autódromos é só glamour e badalação... ledo engano: a vida destas moças e das pessoas que trabalham com esta parte do show dos autódromos são dos primeiros a chegar lá. Que o diga Mônica Alves, promotora de eventos da agência Actwell, de São Paulo, que contratou as jovens que trabalharam no HC e nos boxes da Ford. Ela e as quatro garotas, contratadas em Cascavel, já estavam lá quando nós chegamos.

 

O box da Ford estava muito bem representado com as meninas contratadas pela agência paulista, mas havia também uma do Paraná.

 

A grande parte da equipe (120 moças foram recrutadas em um hotel no centro de Cascavel) teve problemas para chegar. Com o problema do camping, os ônibus executivo que as levaram do centro de Cascavel, onde se reuniram às 05:00 da manhã só conseguiu estacionar junto ao ponto reservado para eles às sete horas!

 

Vanessa Lima e Paulo Kummel, da Promocenter já são tarimbados. Fazem isso há quase 10 anos e a agência tem mais de 20 anos de experiência com este tipo de evento. Paulo explicou como funciona o processo de seleção, onde não apenas ser bonita é suficiente.

 

Depois do sufoco que foi para entrar no autódromo, as mais de 100 meninas contratadas pela Promocenter tiveram que ser ágeis. 

 

A modelo tem que sorrir, tem que ser atenciosa, comunicativa, simpática. Dependendo do perfil, analisado em dois dias de trabalhos no hotel no centro de Cascavel, selecionou-se as garotas que vão para a pista, para os boxes, para os HCs. Este perfil é passado pela administração da categoria.

 

Vanessa Lima e Paulo Kummel já possuem uma larga experiência com este tipo de evento. Teve sufoco, mas no fim, deu tudo certo.

 

Ali, na hora de colocar quem iria para onde, as moças comeram a última coisa que comeriam nas próximas 6 ou 7 horas: uma caixinha de suco e um pequeno sanduiche antes de terminarem de se vestir e se deslocarem para suas posições. Contra elas, o calor escaldante que o céu sem nuvens prometia para todos em Cascavel. Acreditem, é duro ser bela!

 

A transmissão da TV, por todos os ângulos.

 

Transmitir uma corrida de um espaço enorme como é um autódromo não é uma tarefa simples e não é apenas uma questão de tecnologia, apesar desta estar cada vez mais presente.

 

O caminhão da HD View e o alto grau de tecnologia de uma transmissão de TV nos dias de hoje. Davi Januza nos guiou no tour.

 

As imagens que chegam aos telespectadores através da TV Bandeirantes são geradas por uma equipe privada, a HD View. Conversamos com o Engenheiro de Telecomunicações Davi Januza que nos mostrou o caminhão com a ilha de edição e falou sobre o trabalho que é a montagem da estrutura de transmissão.

 

“Antes de se fazer qualquer coisa, é preciso fazer um estudo da pista junto com a organização, considerando os pontos de visão, procurando eliminar os pontos cegos e tem como mostrar as placas de publicidade, que também são posicionadas em função das câmeras.

 

As fotos acima nem precisariam de legenda: olha onde o camera está trabalhando!

 

Existe também a figura de um funcionário da Truck na coordenação de transmissão, em contato direto via rádio com o diretor de prova e a transmissão da televisão.

 

Dentro do caminhão, nos treinos e corrida, uma equipe de 15 pessoas operam os equipamentos que conta com câmeras e telas muitiview e telas inteiras. Em uma delas, as 16 câmeras que posicionamos podem ser vistas e o diretor de transmissão puxar qualquer imagem, no caso, o Marlos, que é o diretor de TV, escolhe qual imagem vai para o ar”.

 

Durante a transmissão, a equipe trabalha em um sincronismo impressionante. A concentração é total e só se fala o necessário.

 

Na pista, espalhados pelo autódromo, mais de 40 profissionais entre camara man e técnicos estão a postos para levar a melhor imagem para o telespectador.

 

Dono de um sorriso fácil e de uma energia que parece ser inesgotável, Nardeli só aceita a perfeição como resultado de seu trabalho.

 

Todo o trabalho de coordenação da transmissão das corrida e treinos da Fórmula Truck éresponsabolidade de Nardeli Kostanecki. Há mais de dez anos trabalhando apenas para a Fórmula Truck (ele brinca dizendo que não entrega a idade contando o tempo anterior de profissão), ele é a garantia da boaqualidade das imagens que o telespectador recebe em casa, tanto pela televisão como pela internet, na TV Truck.

 

O caminhão da Band.

 

Além do caminhão da HD View, há também o caminhão da TV Bandeirantes, responsável pela transmissão da categoria para todo o país. Conversamos com Eduardo Homem de Melo, comentarista da categoria, piloto experientíssimo de carros de turismo e provas de endurance.

 

Ao lado do caminhão da HD View, o caminhão estúdio de imprensa da TV Bandeirantes, de onde são feitas as transmissões.

 

Nas pistas como piloto desde 1977, Eduardo sabe todos os caminhos para poder proporcionar ao telespectador, uma melhor compreensão dos meandros de uma competição que nem sempre é só uma questão de acelerar.

 

Super atencioso, ele nos mostrou de onde ele e o Teo José (que chegou a ir para Cascavel, na sexta-feira, mas precisou retornar para São Paulo no sábado) fazem a transmissão.

 

O experiente Eduardo Homem de Melo, pacientemente, nos deu uma aula de como funciona este estúdio de transmissão.

 

Neste estúdio, existe um painel de quatro telas, onde uma delas é a transmissão em tempo real, sem o ‘delay’, da imagem que chega à nossa casa.

 

Foi impossível não perguntar se não era melhor transmitir de uma cabine ou de um ponto elevado, mesmo na torre de controle de prova. A resposta foi dura e triste: “infelizmente os nossos autódromos não oferecem condições para que façamos isto, transmitir de uma cabine. Assim a Truck montou este caminhão para que pudéssemos fazer uma transmissão de alto padrão que é o produto que o telespectador recebe em sua casa”.

 

Enquanto Teo José e Eduardo Homem de Melo estão no estúdui, Luiz Silvério se multiplica em todos os cantos da pista e nos boxes.  

 

E se o narrador e o comentarista ficam fechados e focados na transmissão, a mobilidade fica por conta de Luiz Silvério. O experiente repórter de campo que cobre a categoria, parece estar em todos os lugares ao mesmo tempo, sempre com um questionamento pertinente, deixando o telespectador bem informado em todas as suas entradas.

 

Uma coisa que pudemos ver nesta imersão no universo da Fórmula Truck foi que, mesmo seguindo uma organizada estrutura profissional, as coisas tem um diferencial: eles são como uma imensa família. A Família Truck! Em algum lugar, Aurélio Batista Felix deve estar orgulhoso do que a categoria vem se tornando.

 

 

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Last Updated ( Tuesday, 13 November 2012 22:26 )