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Romain Grosjean e a Bastilha PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 12 September 2012 23:26

 

 

Olá fãs do automobilismo,

 

Esta “rodada dupla de automobilismo classe A” que tivemos nos dois últimos finais de semana com os GPs da Bélgica e da Itália encheram meu consultório. Afinal, foram tantas emoções – e tantas confusões – que não poderia ser por menos. Estou ficando famosa!

 

Quando vi a agenda confesso não ter me surpreendido como cliente do primeiro horário, afinal, com o “tempo livre” que ele tinha e a necessidade de “rever alguns conceitos”, afinal, há quanto tempo que um piloto não é suspenso de participar de uma corrida na Fórmula 1 antes desta suspensão aplicada logo após o Grande Prêmio da Bélgica? Sinceramente, eu não me lembro.

 

Romain começou no automobilismo pelo mesmo caminho de tantos outros – pelo kart. Logo destacou-se e subiu pelas categorias seguintes, mesmo sem ter um grande suporte financeiro. É um mérito dele chegar onde chegou, pois foi com resultados que conseguiu chamar a atenção de empresas que investiram em sua carreira.

 

Em 2008, na disputa da concorridíssima GP2, porta de entrada da Fórmula 1, conseguiu um desempenho tão bom que, mesmo não sendo campeão, foi disputado por equipes para formar o time na Fórmula 1 para o ano seguinte. Sendo ele francês (franco-suiço, na verdade) os caminhos mostraram-se mais promissores em uma “equipe de casa”: a Renault.

 

Aproveitando-se da saída do piloto de testes, o brasileiro Lucas Di Grassi, que foi “correr” na Marussia, passou a ser ele a ‘sombra’  de Nelsinho Piquet, que no meio da temporada foi afastado, dando a Romain a chance de sua vida. O problema é que o carro era um problema, a equipe era um problema e o “piloto-dono-da-equipe” – Fernando Alonso – era um problema... e depois de não ter conseguido resultados melhores que os de seu antecessor, Romain viu praticamente as portas se fecharem para ele na categoria.

 

 

 

A situação ficou tão complicada que o piloto começou a reavaliar sua permanência no esporte, tendo se empregado em um banco para continuar a vida. Eis que 2010, que começara tão difícil, mostrou-se como o ano de sua redenção. Depois de dar “um passo atrás” e retornar à GP2, Romain mostrou-se um piloto mais estável, mais constante e venceu o campeonato de forma inquestionável, relançando seu nome nas listas de possíveis pilotos para a Fórmula 1 em 2011.

 

Não conseguiu uma vaga de titular, mas teve em outro brasileiro um entrave para seu glorioso retorno: Bruno Senna. Foi dele, e não de Romain, a vaga de titular na Genii (Ai meninos, desculpem, mas acho o apelido ‘Nega Genii’ muito jocoso), quando Nick Heidfeld foi dispensado, mas a volta era uma questão de tempo e para 2012, mesmos se a equipe ser mais francesa, com a ajuda de um francês – Eric Boulier – e sem a sombra do carrasco espanhol que o massacrou em 2009, era a hora de brilhar!

 

 

 

Que Romain era um piloto rápido, ninguém no paddock tinha dúvidas, o que ninguém estava esperando era um piloto “excessivamente agressivo” Em onze corridas, Romain Grosjean esteve envolvido em problemas em sete inícios de prova. Quando não teve problemas, andou bem, foi ao pódio e durante um bom tempo, esteve na frente de seu companheiro de equipe – Kimi Raikkonen – na pontuação do campeonato.

 

De todas as enrascadas que se meteu, a largada da corrida em Spa Francorshamp foi algo indescritível e injustificável... uma tragédia poderia ter acontecido e as imagens – de fotos e da transmissão da televisão mostraram quão perto o carro preto passou do cockpit da Ferrari de Fernando Alonso. Aliás, a cara de assustado (e ao mesmo tempo aliviado) do espanhol nas imagens dos boxes dava bem a dimensão do que havia se passado diante dos olhos dele.

 

 

 

Como teve que voltar a pé para os boxes, é lógico – e não seria de outra maneira – que Romain foi cercado pelos jornalistas na ‘ávida busca pela notícia’. Claro e evidente que o piloto, afogado num mar de microfones, não conseguiu falar nada claro, prático e/ou objetivo. Talvez, sem ver a cena de fora, Romain não tivesse ideia do que realmente se passara.

 

A suspensão – justa – pode ter dois efeitos sobre a conduta de Romain Grosjean para o seu futuro na categoria: servir como um ‘divisor de águas’, um novo recomeço, com uma busca no melhor de sua performance e longe de novos incidentes, ou como fator de desestabilização, de insegurança, que possa vir a comprometer o restante de sua temporada e até mesmo seu futuro como piloto na Fórmula 1.

 

 

 

Romain Grosjean vive a sua “Bastilha”, como na revolução francesa. Resta saber – e a ele dizer – de que lado do conflito que marcou a história mundial ele está: se será o povo, vitorioso com a queda do símbolo de opressão que ela se constituía ou se do lado na nobreza francesa... que foi – em boa parte – decaptada!

 

Allez Romain, allez... mas vai com calma da próxima vez !

 

Beijos do meu divã,

 

Catarina Soares