| Olá leitores!
Como estão? Espero que todos bem. Vamos começar com as duas rodas, onde o Mundial de Motovelocidade foi para sua primeira etapa na recém construída pista do Parque Balaton, na Hungria, relativamente próxima do lago de mesmo nome. Alguns pilotos andaram reclamando da pista, que possui muitas chicanes, e a transmissão também tocou nesse ponto. Bom, pra começar que o traçado escolhido seja para o WSBK como para o Mundial de Motovelocidade é travado, mas não chega a ser mais travado que um Santa Cruz do Sul, um Curvelo, um Potenza, um Velocittá, um Campo Grande, só para citar algumas pistas. E outra coisa, temos que levar em conta os tempos atuais: supondo que se escolhesse a opção mais veloz do traçado, qual seria a probabilidade do pessoal resolver torcer o cabo até o talo achando que estão num simulador e se estourar todo como se estouravam no Red Bull Ring antes de fazerem a chicane na segunda curva do circuito???? Eu acho que seria considerável... talvez para a prova de estreia tenham escolhido a opção mais travada e nos anos seguintes possam deixar de usar uma ou duas dessas chicanes. Enfim, vamos para as corridas: na Moto3, o pessoal resolveu mostrar que motociclismo é um esporte de contato, e a disputa foi intensa até literalmente a bandeirada, com Maximo Quiles se impondo sobre Valentin Perrone por ínfimos 18 milésimos de segundo. David Muñoz estava no bolo, mas acabou perdendo contato com os dois líderes ao se defender dos ataques de Piqueras na última volta e foi bem sucedido em seu objetivo de defender sua posição no pódio. Uma bela corrida, que fez valer a pena acordar tão cedo no domingo. Em seguida tivemos a Moto2, onde mais uma vez Diogo Moreira largou na pole e foi atacado pelos pilotos que acham que corrida se resolve nas 2 primeiras voltas. Correu com inteligência, pensando no campeonato, e quando viu que o colombiano David Alonso estava com melhores pneus no terço final da corrida se preocupou em não deixar o líder do campeonato Manuel Gonzalez passar. Foi bem sucedido, em que pese Gonzalez ter tentado um “golpe sujo” na saída da última curva, indo com o cotovelo alto na direção do capacete do Diogo. Como a manobra não deu certo, os fiscais de pista fingiram que não viram, mas eu diria que o precedente foi aberto. Primeira vez na categoria que teve dobradinha sul americana, com o colombiano em primeiro e o brasileiro em segundo. Certamente algo a ser comemorado com café... foram acompanhados no pódio pelo espanhol Gonzalez. Na MotoMárquez, ops, MotoGP, se o vencedor foi previsível, o mesmo não podemos dizer dos outros dois lugares do pódio: Marc Márquez foi acompanhado por Pedro Acosta em 2º, tirando um desempenho impressionante de sua KTM e cruzando a bandeirada mais de 4 segundos atrás do líder, e Bezzecchi conseguiu mais um pódio para a Aprilia após liderar um bocado de voltas, chegando em 3º com quase 7,5 segundos de desvantagem para o MM93. Talvez ligeiramente envergonhado do desempenho que o Marco tem conseguido com a mesma moto que ele, dessa vez Jorge Martin se empenhou e terminou em 4º, pouco mais de 3 segundos atrás do Bezzecchi, após duelar fortemente contra Marini e Morbidelli. O ex campeão e atual chicane móvel Pecco Bagnaia terminou em 9º, à frente de Quartararo e atrás de Binder e Pol Espargaró. Que fase... O DTM foi para mais uma rodada dupla, dessa vez em Sachsenring, aquela pista profundamente conhecida do Mundial de Motovelocidade que tem a maior quantidade de curvas para a esquerda que foi possível colocar sem transformar o circuito num oval. Nos dois dias, mesmo com condições climáticas diferentes, o vencedor foi o mesmo, o turco Ayhancan Güven, da equipe Manthey. Sábado a chuva resolveu aparecer para animar as coisas, e quando tudo indicava que a disputa seria entre Jordan Pepper e Thomas Preining, na última volta eles resolveram disputar mais calorosamente a posição no final da reta de largada/chegada, se tocaram, e Güven se aproveitou para ultrapassar os dois e abrir uma pequena vantagem. Quem se aproveitou também do enrosco foi Jack Aitken, que aproveitou o momento de confusão pra passar Preining e chegar na 3ª posição, marcando importantes pontos para sua disputa do título. A 2ª posição ficou com Pepper e seu Lamborghini. Já no domingo, com pista seca, e conhecedor do companheiro de equipe que possui, Güven fez uma corrida cerebral e aguardou as coisas acontecerem à frente dele: Preining se envolveu em choque no sábado, no molhado, e se envolveu também no domingo, no seco. Dessa vez a vítima do austríaco foi o Aitken, que tinha alcançado a liderança do campeonato na véspera e foi defenestrado da posição pelo destempero do piloto da Manthey. Alcançando sua quarta vitória na temporada, Güven também entrou na disputa pelo título nas últimas duas rodadas do campeonato. Dessa vez ele foi acompanhado no pódio por Jules Gounon em 2º e por Bem Green na 3ª posição. Aguardemos as próximas corridas... Por falar em oval, a Indycar foi até Milwaukee para mais uma etapa, e com o título já decidido o público foi presenteado com um espetáculo que começou morno mas teve um final emocionante e surpreendente. Talvez em CNTP a vitória não acontecesse, porém uma bandeira amarela apareceu na volta 209 das 250 totais da corrida por conta de uma garoa na pista, e nisso a equipe de Ed Carpenter optou por trazer Christian Rasmussen para colocar pneus novos, ao passo que os 3 primeiros colocados ficaram na pista. Alex Palou, em busca de alcançar as 10 vitórias na temporada e se igualar ao recorde de A.J. Foyt e Al Unser, permaneceu na pista, assim como 2 pilotos atrás dele. Quando a corrida reiniciou na volta 222, Rasmussen largou na 6ª posição e veio ultrapassando os pilotos à frente, inclusive seu companheiro de equipe Alexander Rossi, e na volta 230 assumiu a 2ª posição e foi pra cima de Palou, o alcançando 4 voltas depois, quando colocou por fora na volta 235 e terminou de concretizar a ultrapassagem na 236. Daí para frente, mesmo com retardatários atrapalhando o ritmo, ele passou a abrir do campeão da temporada e conquistou sua primeira vitória na categoria principal, e a primeira da Ed Carpenter Racing desde 2021. Christian Rasmussen foi acompanhado no pódio por Alex Palou, que liderou 199 voltas e terminou em 2º, e por Scott McLaughlin, que chegou em 3º. Com esse resultado, o melhor que Palou pode almejar esse ano são 9 vitórias, ou seja, igualar o recorde em 2025 só em 2026. Até a próxima! Alexandre Bianchini Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.
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