| Olá leitores!
Como estão? Espero que todos bem. Vamos começar com o Mundial de Motovelocidade, que voltou das suas férias do meio da temporada para o milésimo GP da sua longa e rica história. Os austríacos fizeram a sua parte, com uma belíssima cerimônia antes da largada da categoria principal. Quem não fez a parte foi a geração de imagens para o sinal internacional, que simplesmente deixou de mostrar o desfile de lendas do esporte como Giacomo Agostini e Casey Stoner com as motos que foram campeões... mega facepalm para o ocorrido. Na Moto3, uma primeira metade da corrida mais tranquila, porém nas voltas finais voltamos a ter a aglomeração típica da categoria, e na última volta Piqueras deu o golpe final no seu companheiro Yamanaka, assumindo a liderança e vencendo a etapa austríaca. Yamanaka se esforçou muito, mas acabou ficando com o segundo lugar e um sorriso no rosto – afinal, correu muito bem. O degrau mais baixo do pódio ficou com Muñoz, que não se classificou bem, largou lá em 14º, e veio galgando posições até chegar ao pódio. Valeu a pena acordar tão cedo no domingo para ver a corrida. Na Moto2, uma vitória brasileira: Diogo Moreira, fiel ao seu estilo cerebral, largou na frente e não forçou no começo da corrida, apenas comboiou os pilotos adiante, e nas voltas finais tinha equipamento suficiente para se defender de qualquer tentativa dos pilotos que o seguiam de tomar sua liderança. Competência é uma parceira da sorte, e ela também sorriu para o Diogo, com a má largada do Canet e com o defeito no radiador que tirou Gonzalez da prova. Diogo passaria Gonzalez no final? Sim, tinha ritmo para isso. O problema mecânico apenas adiantou a questão. Ele comemorou no pódio com Holgado (2º colocado) e Vietti (3º lugar). Na MotoGP, a corrida nº 1000 ficou nas mãos do melhor conjunto moto/piloto da temporada, Marc Márquez e sua Ducati, uma vitória que até poucas voltas do final parecia muito tranquila, mas que não ficou bem assim, por conta do grande desempenho do novato Fermin Aldeguer, representando a Gresini no pódio, e fazendo voltas rápidas o suficiente para fazer o #MM93 sair da posição confortável em que estava, poupando a moto e a si mesmo, e voltasse a fazer voltas rápidas para assegurar sua liderança. Em 3º chegou Marco Bezzecchi, que liderou no começo, mas que no meio da prova começou a perder rendimento dos pneus, mas ainda assim assegurou um grande desempenho para a Aprilia. O grande mico da etapa ficou com ele, o bicampeão, o Pecco Bagnaia, que conseguiu a proeza de largar na horizontal na Sprint do sábado (depois abandonaria a prova) e no domingo conseguiu largar em 3º e terminar em 8º, com a mesma moto do Marc Márquez... acho que a vaga dele na equipe para 2026 está cada vez menos garantida. E o TCR South America veio para sua primeira etapa em solo tupiniquim, saindo das baixas temperaturas de Argentina e Uruguai para um calor considerável no traçado curto de Curvelo, aquele que é menos perigoso para os pilotos, até por ter poucos pontos onde dá pra acelerar, o restante sendo uma sequência de curvas digna de Hungaroring (e eu jamais vou citar Hungaroring como exemplo positivo). O território foi brasileiro, mas a festa foi argentina: na primeira corrida, Tiago Pernía (Honda) largou na frente e, com uma certa ajuda do traçado, converteu sua boa largada em vitória da primeira à última volta. Nelsinho (Honda) tentou bravamente, cruzou a bandeirada apenas 3 décimos atrás, mas não conseguiu ir além da 2ª posição. O pódio ficou completo com mais um brasileiro, Raphael Reis (Seat). Na segunda corrida, com um sol para cada um dos presentes em Curvelo, Juan Ángel Rosso (Lynk & Co) largou bem, assumiu a liderança, e se utilizou da boa velocidade nas poucas retas do circuito para manter a liderança e conquistar a vitória. Foi acompanhado no pódio pelo brasileiro Léo Reis (Seat) na 2ª posição e pelo seu companheiro de equipe, Fabián Yannantuoni (Lynk & Co) em 3º. Preciso encerrar a coluna falando do grande lançamento literário do ano até agora: esse sábado tivemos a cerimônia de lançamento da biografia do Crispim, um dos mais brilhantes mecânicos de competição que esse país já teve, e claro que fui lá para comprar meu exemplar e pegar o autógrafo do mestre Crispim. Uma simpatia de pessoa, causos e mais causos para contar, e o livro tem um texto ao mesmo tempo prazeroso de ler e completo, mérito de muitas e bem estudadas notas de rodapé ao final de cada capítulo, esclarecendo ou situando fatos e situações narradas no livro. Já começa certo pelo título: “Nasci Mecânico”. Assim como Pelé nasceu para jogar bola e Nuvolari nasceu para ser piloto, Crispim nasceu para ser um mecânico, talvez o melhor que nossos autódromos já viram. Estão intimados a ler o livro. Clique na foto para comprar. Até a próxima! Alexandre Bianchini Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.
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