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Ferrari é tri em Le Mans, Mercedes vence no Canadá, F. Indy by night e Superbike PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 16 June 2025 08:06

Olá leitores!

 

Como estão? Espero que todos bem. Foi um final de semana grandioso para o fã de esportes a motor, com corridas de alta qualidade técnica seja sobre 2, seja sobre 4 rodas. Cansativo acompanhar tudo? Pode ser, mas como escrevi, a qualidade das disputas apresentadas valeu a pena.

 

Vamos começar com a principal prova do final de semana, as 24 Horas de Le Mans. Ao contrário do ano passado, esse ano a chuva não apareceu, e a quilometragem percorrida durante as 24 horas de corrida foi das maiores já registradas, com 387 voltas. Os treinos mostraram muita velocidade para os Cadillac, e durante a corrida os Porsche mostraram muita velocidade, os Aston Martin encantaram o público com o ronco do V-12, os Toyota lutaram para apresentar um desempenho de ponta sem grande sucesso, os Alpine e Peugeot fizeram o possível para se apresentar bem perante sua torcida, mas a vitória, pelo 3º ano consecutivo, ficou com o Ferrari 499P. E desta vez não com um dos dois carros da equipe oficial, mas com o terceiro carro, número 83, inscrito pela mesma AF Corse que gerencia a equipe principal, e com a cor amarela do fundo do escudo da Scuderia Ferrari, não com o Rosso Corsa da equipe principal. Confesso que deu um certo nó na garganta ver Robert Kubica, um dos grandes símbolos de superação de dificuldades físicas (após aquele acidente de rali em que ele quase perdeu o antebraço direito, os movimentos da respectiva mão ficaram bem prejudicados) da atualidade no automobilismo, entrar para o seleto rol de vencedores de Le Mans. OK, talvez não tão seleto assim (afinal, até Emanuele Pirro conseguiu vencer, com um carro muito superior aos dos outros fabricantes e com dois companheiros de carro absolutamente geniais), mas ainda assim um clube digno de nota. O trio Philip Hanson, Robert Kubica e Yifei Ye praticamente não cometeu erros, e se aproveitou de uma série de pequenos incidentes envolvendo os dois carros da equipe de fábrica para assumir a liderança, e ainda tiveram a ousadia estratégica de deixar o piloto mais rápido (Kubica) ao volante por 5 stints seguidos no final da prova... foi uma vitória maiúscula e moralizadora para a equipe, definitivamente. Foi a primeira vez que um polonês venceu em Le Mans, assim como a primeira vitória de um chinês, e tudo isso partindo da 13ª posição – poucas vezes na história o vencedor largou tão de trás pra vencer a corrida. Não menos impressionante foi o desempenho do 2º colocado, o Porsche 963 #6 da equipe Penske, que largou em último entre os Hypercar (21ª posição) após ter o tempo da classificação eliminado por causa de uma irregularidade constatada na vistoria, e terminou em 2º. O trio Matt Campbell, Kevin Estre e Laurens Vanthoor foi arrojado e cuidadoso na medida certa para ganhar posições e, ao final, terminaram apenas 14 segundos atrás do Ferrari vencedor. O 3º lugar ficou com os líderes do campeonato, o Ferrari #51, vencedor de 2023, com o trio James Calado, Antonio Giovinazzi e Alessandro Pier Guidi. O pole position, Cadillac V-Series.R #12, terminou na 5ª posição, sem conseguir repetir durante a corrida o ritmo impressionante demonstrado na classificação. Na LMP2, um pequeno drama: parecia que a equipe VDS Panis (sim, daquele Panis que correu de F-1) conseguiria a vitória em solo pátrio, mas um problema no carro durante a última hora da corrida deixou a vitória nas mãos da arquirrival equipe Inter Europol, no carro #43, deixando o #48 da VDS Panis na 2ª posição. Foram acompanhados no pódio pelo carro #199 da AO by TF. Na LMGT3, com 5 fabricantes diferentes nas 5 primeiras posições, tivemos a vitória do Porsche #92 da Manthey, seguido pelo Ferrari #21 da Vista AF Corse, com o Corvette #81 da TF Sport na 3ª posição. Essa edição não tivemos brasileiros com chance de pódio: na Hypercar, Nasr chegou em 9º, enquanto o carro de Drugovich abandonou. Na LMP2, Pietro chegou em 7º na categoria e Schneider ficou em 11º na categoria. Entre os GT3, o melhor foi Daniel Serra, em 8º na categoria. O destino mais curioso foi o do BMW #41 em que estava Augusto Farfus, que abandonou com os danos sofridos após... atropelar um coelho durante a noite. Próxima etapa, Interlagos, mês que vem.

 

O Mundial de Superbike foi para sua tradicional etapa em Misano, e o que vimos foi o atual campeão e futuro piloto do Mundial de Motovelocidade Toprak (sim, ele foi contratado para 2026 pela Pramac) dar o seu habitual show ao guidom. No sábado, ele abriu vantagem na dianteira e depois apenas controlou o ritmo até a bandeirada, sendo acompanhado no pódio por Bulega, que terminou na 2ª posição, e por Petrucci, 3º colocado. No domingo, o passeio do Toprak foi bem maior (cruzou a bandeirada com 10 segundos de vantagem), mas o espetáculo ficou com Bulega, que largou em 10º e veio escalando o pelotão para alcançar novamente a 2ª posição do pódio. Dessa vez o degrau mais baixo do pódio ficou com Bautista. A corrida do domingo definitivamente foi mais interessante que a do sábado, já que os pilotos se arriscaram um pouco mais sabendo que, se algo desse errado (chão, por exemplo), não teriam que consertar às pressas a moto principal para a corrida do dia seguinte. Valeu a pena assistir.

 

A Fórmula Um foi até a Ilha de Notre Dame para a etapa canadense da temporada, em uma corrida marcada não apenas pelo belo desempenho da Mercedes como por algumas demonstrações de absoluta falta de uso dos neurônios. Uma delas foi do brilhante engenheiro do Bortoleto, deixando ele tantas voltas com o mesmo pneu que largou, enquanto teve equipe que, na hora que ele foi chamado para a troca, já tinha feito 2 pit stops; esse cidadão realmente consegue ser pior que os estrategistas da Ferrari... e isso não é pouca coisa. Outra foi o senhor Lando Norris, que ficou muito irritado com o companheiro de equipe vencendo o desafio de “quem-freia-por-último-na-entrada-da-chicane” e tentou passar na reta seguinte em um espaço entre o carro do Piastri e o dele que existia apenas nos sonhos do Norris. Estragou a própria corrida, tendo de abandonar, e estragou a do companheiro de equipe, que precisou trocar o pneu atingido pelo inglês desembestado... como nitidamente a equipe tem um carinho especial pelo Norris, duvido que essa atitude que tirou pontos que podem fazer falta lá no final da temporada para uma decisão de título seja devidamente repreendida. Ele sempre vem com aquele discurso “errei, me sinto mal, não devia ter feito aquilo”... mas continua fazendo, no mínimo uma vez por ano. Daqui a pouco vai adotar a frase de um ex piloto da Ferrari, que dizia que tinha sido “um final de semana para esquecer”... vai vendo. A vitória, merecidamente, ficou com George Russell, conquistando sua primeira vitória da temporada, e para alegria da Mercedes eles também conseguiram o 3º lugar com Kimi Antonelli, que conseguiu seu primeiro pódio na categoria e foi bastante festejado. Foram acompanhados no pódio por Max Verstappen, que teve que utilizar todo o seu talento para gerir o consumo de pneus e o desempenho do carro e conseguir esse resultado. Quem fez uma boa prova foi Tsunoda, que largou em último e ainda conseguiu um 12º lugar, fora dos pontos, mas um avanço razoável levando em conta que o carro é notoriamente difícil de pilotar, feito ao estilo do Max. Em 4º chegou Oscar Piastri, lacônico após ser atingido pelo “jeniau” companheiro de equipe. Em 5º e 6º vieram os pangarés da periferia de Módena, respectivamente Leclerc e Hamilton, extraindo o que era possível de um carro definitivamente “mal nascido” e que não tem muito o que fazer para melhorar. Um bom 7º lugar para Alonso, arrancando um desempenho do Aston Martin que o carro não apresentava a um bom tempo. Pela segunda vez consecutiva a Sauber conseguiu pontuar com Hülkemberg, dessa vez um 8º lugar, ao passo que Bortoleto, sofrendo com um enjenheiro (com J mesmo) dos menos capacitados da categoria, apenas terminou em 14º. Mais 2 pontinhos para a Haas, pelas mãos de Ocon, com Bearman chegando próximo em 11º. Separando os dois Haas, o Williams do Sainz Jr., tirando o desempenho que era possível do equipamento e do piloto.

 

E no domingo à noite, num horário bem ruim para quem tem de trabalhar na segunda-feira, tivemos a prova da Indycar em Gateway, um oval que eu particularmente gosto bastante. E a corrida não decepcionou, foi muito boa, pessoal disputou com intensidade, e mais uma vez tivemos a demonstração do quão forte é o chassi da Dallara: quando o Louis Foster foi para a parte suja da pista e bateu na saída da curva 4, acabou estragando a suspensão e o carro veio sem controle para a parte interna da pista. Atrás dele vinha Josef Newgarden tentando passar um retardatário... Newgarden tentou desviar pelo lado interno, e já junto ao muro bateu no carro de Foster, a conjunção das duas forças fez o carro decolar e capotar, arrastando o Aeroscreen no chão, produzindo uma quantidade de faíscas que chegou a assustar, mas o piloto saiu incólume da capotagem. Vitória ficou com Kyle Kirkwood, em seu primeiro triunfo numa pista oval, a terceira vitória dele na temporada. Agora só falta ele conseguir uma vitória em circuito misto, já que todas as vitórias anteriores dele foram em circuitos de rua. Foi acompanhado no pódio por Pato O’Ward na 2ª posição e por Christian Rasmussen em 3º, o melhor resultado da carreira do garoto até agora, após largar no 25º lugar. 4º lugar ficou com Scott Dixon e o Top-5 se encerrou com Santino Ferrucci, em mais um bom resultado para a equipe de A.J. Foyt. E mais uma vez os 3 carros de Roger Penske não terminaram a corrida... 2 acidentes e uma falha mecânica. Karma não perdoa...

 

Até a próxima! 

 

Alexandre Bianchini 

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.

 
Last Updated ( Monday, 16 June 2025 08:09 )