
O mundo iniciava uma longa, sofrida e caríssima recuperação da catastrófica Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A FIA (Federação Internacional do Automóvel) retornou às suas atividades normais em 1946. Os dirigentes, desde o primeiro encontro falavam em reestruturar o automobilismo, simplificando a divisão em categorias as diversas competições que vinham sendo organizados pela entidade. As categorias de monopostos foram divididas em Fórmula 1, Fórmula 2 e Fórmula 3, assim como foram reorganizadas as categorias de bipostos (protótipos) e Turismo (carros de uso normal pela população, adaptados para competição). Em 1947 os regulamentos estavam prontos. Porém, uma Europa destruída pelo conflito impedia a realização de corridas. Alfa Romeo foi a grande vencedora no período entre guerras (1919-1939). A maior parte das fábricas de automóveis estava em escombros, vítimas de sucessivos bombardeios que tinha como alvo toda a indústria capaz de participar do esforço de guerra. O departamento de competições da Alfa Romeo funcionava em outro prédio, distante da linha de montagem da fábrica e em 1945, finda a guerra, estavam prontos para competir. No período das hostilidades o automobilismo ficou estagnado. Alguns novos projetos foram criados, mas não podiam ser transformados em carros. Nos primeiros anos após o final da guerra as equipes de corridas voltaram suas prioridades para a reconstrução das cidades, se unindo a anônimos populares. A FIA queria o retorno das competições e se esforçou demasiadamente por esse objetivo. Conseguiu organizar, no ano de 1950, o primeiro Campeonato Mundial de Pilotos, com a realização de 7 Grandes Prêmios: Grã-Bretanha (Silverstone), Mônaco, Indianápolis, Suíça (Bremgarten), Bélgica (SPA-Francorchamps), França (Reims) e Itália (Monza).
Nenhuma equipe de competição tinha a excelente estrutura da Alfa Romeu. A marca italiana tinha simplesmente o melhor carro, o 158 e 3 dos melhores pilotos do mundo: Giuseppe Farina, Juan Manuel Fangio e Luigi Fagioli. O campeão deveria ser um deles. Forma de pontuação da época: 1º) 8 pontos, 2º) 6, 3º) 4, 4º) 3, 5º) 2 e o autor da melhor volta ganhava 1 ponto. Só valiam 4 resultados. Em Silverstone, abertura do campeonato, o vencedor foi Farina, com Fagioli em segundo e Reg Parnell em terceiro, todos com Alfa Romeo 158. Fangio venceu em Mônaco, com Ascari (Ferrari) em segundo e Louis Chiron (Maserati) em terceiro. Indianápolis foi incluído no calendário numa tentativa de unificar as categorias. Nenhum europeu nem estadunidense se interessou pela união. Depois de 11 temporadas (1950-1960). No GP da Suiça Farina voltou a vencer, com Fagioli em segundo e Rosier (Talbot-lago) em terceiro. Em SPA o argentino Fangio conquista sua primeira vitória, vindo Fagioli em segundo e Rosier (Talbot-Lago) em terceiro. Na França nova vitória de Fangio, novamente em segundo Fagioli e em terceiro Whittehaed (Ferrari). Faltando apenas uma corrida, na Itália, a situação do campeonato era: 1º) Fangio – 26 pontos, 2º) Fagioli – 24 pontos e 3º) Farina – 22 pontos. Somente os 3 pilotos da Alfa Romeo poderiam chegar ao 1º título de campeão mundial. Ao registrar o melhor tempo na qualificação, Fangio deu mais um importante passo rumo ao título, ainda mais que seus adversários largariam em 3º (Farina) e 5º (Fagioli). A sorte estava ao lado de Farina, que venceu a corrida, enquanto Fangio abandonava na 23ª volta com a caixa de câmbio quebrada. Farina chegou ao total de 30 pontos, com 3 vitórias e Fangio somou 27 pontos, também com 3 vitórias. Curiosa foi a campanha de Fagioli, que somou 24 pontos de 4 chegadas em 2º lugar. Próximo encontro: GP do Canadá, dia 15 de junho. Luiz Carlos Lima 
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